Introdução à Filosofia: Ética FIL028

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Transcrição da apresentação:

Introdução à Filosofia: Ética FIL028 http://www.introetica.ecaths.com Aula 6 Introdução à Filosofia: Ética FIL028 http://www.introetica.ecaths.com

Platão – A República, livro II

Platão – A República, livro II Personagens do diálogo: Sócrates Gláucon Adimanto

Platão – A República, livro II Objeto de Investigação: A justificação do agir (in)justo

Platão – A República, livro II Formato do diálogo: Gláucon e Adimanto desafiam Sócrates a mostrar que a justiça é intrinsicamente boa e a injustiça intrinsicamente má.

Platão – A República, livro II Distinção entre três níveis de bens: (1) bens intrínsecos (ou finais): alegrias e prazeres inofensivos dos quais nada advém senão a alegria de tê-los. (2) bens intrínsecos e instrumentais: sensatez, visão, saúde (3) bens puramente instrumentais: ginástica, cuidados médicos durante uma doença, prática da medicina, formas de ganhar dinheiro.

Platão – A República, livro II Entre os bens puramente instrumentais, muitos são penosos e, assim, por si mesmos (já que têm valor meramente instrumental) devem ser evitados. Mas eles são bons na medida em que são um meio para outros fins. Questão: a justiça deve ser interpretada como envolvendo que tipo de bem daquela lista?

Platão – A República, livro II Questões norteadoras: A justiça é um fim em si? A justiça é algo que promove um outro fim? Justiça leva à felicidade pessoal?

Platão – A República, livro II Questões norteadoras: É justificável ser injusto? Praticar injustiça leva à felicidade pessoal? A injustiça pode ser um fim em si?

Platão – A República, livro II Hipótese: Gláucon Ser injusto é natural e bom. Sofrer injustiça não é bom. Sofrer injustiça é um mal maior do que o bem de cometer injustiça. A prática da justiça é inevitável (ao menos em alguns casos) e proibir injustiças (dar e receber) é útil. A necessidade de se proteger contra injustiças leva à formulação de um contrato entre pares que proíbe a prática de injustiça. A justiça tem apenas valor instrumental.

Platão – A República, livro II “Essa é a origem e a essência da justiça que fica entre o ótimo, cometer injustiça e não ser punido, e o péssimo, ser vítima de injustiça e não poder vingar-se.” (p.49)

Platão – A República, livro II “A justiça, estando entre esses dois extremos, é amada não como um bem, mas como algo que é honrado por falta de ânimo para cometer injustiça, pois quem pudesse fazer isso e fosse verdadeiramente um homem, nem mesmo com uma única pessoa estabeleceria uma convenção que o proibisse de cometer injustiça e de sofrê-la.” (p.49)

Platão – A República, livro II Hipótese: Gláucon (cont.) Exemplo do anel de ouro, de Giges: o que seria do justo e do injusto se eles possuíssem um anel que, colocado em determinada posição, os tornasse invisíveis? Sugestão de Gláucon: ambos agiriam da mesma maneira, a saber, injustamente.

Platão – A República, livro II “Perceberíamos melhor que quem pratica a justiça só a pratica de má vontade, por incapacidade de cometer injustiça (...).” (p.50) “(...) isso é indício de que ninguém é justo de bom grado, mas sob coerção, já que para ele pessoalmente isso não é um bem, já que cada um, quando crê que será capaz de cometer injustiça, comete.” (p.51)

Platão – A República, livro II Hipótese: Gláucon (cont.) (Aparentar) ser justo é útil. Mas injustos são mais felizes do que justos.

Platão – A República, livro II Hipótese: Gláucon (cont.) Estrutura geral do argumento de Gláucon: Ao injusto, a injustiça; ao justo, a justiça. (p.51)

Platão – A República, livro II O perfeito injusto: é injusto na prática e importa-se em ser justo na aparência, quando lhe é conveniente: “(...) não vivendo para a aparência, não quer parecer injusto, mas ser injusto (...).” (p.53) O perfeito justo: é justo na prática e não se importa em parecer justo—pois ele toma a justiça como fim em si e não como meio.

Platão – A República, livro II Se o perfeito justo se preocupasse com a aparência, não seria claro se ele é justo pelas recompensas (sociais) de parecer justo ou se é justo simplesmente porque toma a justiça como um fim em si. Sendo assim, o perfeito justo pode ter uma péssima reputação e sofrer todas as punições cabíveis (em uma sociedade) pela aparência injusta de seus atos. Ainda assim, se ele for verdadeiramente justo, ele não deve se importar com tais punições. A questão, então, é: quem é mais feliz, o perfeito justo ou o perfeito injusto?

Platão – A República, livro II Gláucon sugere que o perfeito justo teria que reconhecer—após sofrer todo tipo de males por apenas ser justo, mas não se importar com a aparência—que o mais importante é ser justo na aparência e não apenas querer ser justo. (p.53)

Platão – A República, livro II Hipótese: Adimanto Agir justamente traz boa reputação, fama, honras e recompensas. A justiça é um bem que tem valor apenas instrumental, ao promover aqueles outros bens. Ao agir justamente beneficiamo-nos individualmente e beneficiam-se aqueles com quem mantemos os laços afetivos mais estreitos. Aqueles que agem injustamente e assim aparentam são punidos. Portanto, a justiça deve ser encorajada (além da aparência do justo) e a injustiça desencorajada.

Platão – A República, livro II Hipótese: Adimanto Mas se alguém for capaz de ser injusto e aparentar ser justo, terá uma vida “divina”: “Dizem-me que, se eu, embora seja justo, não pareço ser justo também, não terei vantagem alguma, mas sofrimentos e castigos à vista de todos; se, porém, sou injusto mas fiz que me tivessem como justo, minha vida, dizem, será divina. Então, já que o parecer, como me mostram os sábios, (...) dele depende a felicidade, é absolutamente para esse lado que se deve voltar.” (p. 57)

Platão – A República, livro II Questões: É possível ser justo apenas na aparência e injusto na prática? Em que situações alguém poderia ser justo apenas na aparência? É possível ser justo na prática e não ser justo na aparência? Em que situações alguém poderia ser justo apenas na prática? É possível que alguém seja justo na prática (porque genuinamente quer) mas ao mesmo tempo se importar em parecer justo?

Platão – A República, livro II Questões: Se consideramos o ponto de vista da felicidade pessoal, por que não ser injusto? “(...) [Ele] exerce o governo em sua cidade porque é tido como um homem justo, depois busca sua esposa onde quer, faz seus filhos se casarem com quem ele quer, faz negócios e se associa a quem quer e, além de tudo isso, sai lucrando porque não tem remorso de ser injusto.” (p.53)

Platão – A República, livro II Questões: O que fazer se nos deparamos com uma situação em que praticar injustiça passaria oculta da maior parte dos meus pares, de tal modo que eu continuaria me beneficiando do sistema de justiça (ou seja, este permaneceria inabalado) vigente em minha sociedade?

Platão – A República, livro II Mas é possível apenas pensar do ponto de vista da felicidade pessoal? Se precisamos de regras para guiar a conduta de todos (ex.: proibir a prática de injustiças) que garantem a convivência pacífica e cooperativa, da qual me beneficio, o que me autoriza a não respeitar aquela regra em benefício próprio?

Platão – A República, livro II Proposta de Sócrates: Investigar o conceito de justiça através da comparação entre a justiça tal como praticada na cidade e a justiça tal como encontrada na “alma” humana.

Primeira Parte: Do Homem Leitura para as próximas aulas: Thomas Hobbes, Leviatã, Primeira Parte: Do Homem CAPÍTULO XIII: Da condição natural da humanidade relativamente à sua felicidade e miséria CAPÍTULO XIV: Da primeira e Segunda leis naturais, e dos contratos CAPÍTULO XV: De outras leis de natureza

Na xerox da FAFICH, o texto de Hobbes aparece com a seguinte descrição: Autor: MALMESBURY, T.H. Título: Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado.