Terapia do Processamento Auditivo

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Advertisements

PROTEÇÃO AUDITIVA Segurança em Primeiro Lugar
A APRENDIZADEM DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SISTEMA ALFABÉTICO: POR QUE É IMPORTANTE SISTEMATIZAR O ENSINO?
Pensamento e linguagem
Relacionamento Interpessoal na Enfermagem
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ESPECIALIZADO Profa. Dra. Nely Garcia
O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Surdez A Educação dos Surdos.
DPAC DISTURBIO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Ambiente Acústico.
DISLEXIA.
Interface Humano-Computador
Proteção Auditiva.
ÉDNA MENDES KLEIN PIRES
A TEORIA SOCIOCULTURAL A TEORIA DO INSUMO- INTERAÇÃO-PRODUÇÃO
Tradução e adaptação, Ana Luiza Navas
ESTUDO DE CASO.
O REGISTRO DIGITAL DA EXPERIÊNCIA PROFESSORAS: Janete de Andrade Souza Garcia 2º Ano Suzana Mª Blasque.
Sugestões para tirar Apontamentos nas Aulas
LINGUAGEM E PENSAMENTO
Programa de Consciência Fonológica - Nível II - Clube do Shrek
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
Processamento Auditivo e Gagueira
Rotina na Alfabetização:
Processamento Auditivo
Linguagem, alfabetização e letramento
Reunião de Pais e Professoras E. M. ERWIN PRADE 2008
O que é preciso para cantar bem?
TREINAMENTO AUDITIVO MUSICAL
Currículo oficial de São Paulo
Jogos e brincadeiras Quais jogos ou brincadeiras foram marcantes na sua vida escolar?
OS ERROS ORTOGRÁFICOS MAIS COMUNS NAS SÉRIES INICIAS
Teacher Marilisa Lichtenberg English
ALFABETIZAÇÃO Joselaine S. de Castro.
Apresentação oral.
Diagnóstico do Problema de Aprendizagem
Projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia no âmbito do programa “Lifelong Learning Programme – Comenius ( )” Ler, uma procura activa.
Componentes Articulações
DEFICIÊNCIA AUDITIVA O QUE É? Jean Buss Bruno Glória Marcelo Azevedo
Programa de Consciência Fonológica “Clube do Noddy”
Apresentação dos projectos SPO – Pré-Escolar
LEITURA EM VOZ ALTA REALIZADA PELO PROFESSOR –
4 passos para a conquista do cliente
Oralidade e escrita.
Educação Especial e Inclusiva I Prof. Gilca
Fonoaudiologia É a ciência que se ocupa da pesquisa, da prevenção, do diagnóstico, da habilitação e reabilitação da voz, da audição, da motricidade oral,
Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão
Representação Visual Dyogenes ESTUDO DA PERCEPÇÃO.
Comportamento Verbal e Linguagem
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II HABILIDADES TÉCNICAS DE ENSINO
Desenvolver a consciência fonológica (4.ª sessão)
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
A música e a voz A música e a voz © 2001 Wilson de Pádua Paula Filho.
Terapia analítico-comportamental infantil
PROFª Leila de Souza Ganem
Linguagem Natureza e Aquisição.
Secretaria Municipal de educação
PROFª. Leila de Souza Ganem
- Dois cérebros nunca são iguais: genética e ambiente têm impacto expressivo na sua formação e especialização.
Universidade Federal de Santa Catarina FREQUÊNCIA MODULADA – FM
PRÁTICA DE LEITURA PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Grupo: Miriã Suellén Poliana Cristina Rebeka Viviane Cristina
Plasticidade Neuronal
Programa Mundo Leitor Professora: Moiseth Neves Série: Viagens - 1° ano do Ens. Fund.I Projeto: Uma viagem entre sons e poesias.
Aula 25/04 Métodos Tradicionais de Alfabetização
D EFICIÊNCIA A UDITIVA Componentes : Layne Dias Simone Gabriely Ana Luíza Dias Eleide Santos Radilma Figuerêdo.
Música, Neurociência e Desenvolvimento Humano (Mauro Muszkat)
Carolina Gonçalves Gabriela Cervo Gilberto Marques Mirelle Paula 1 Lavras – MG 2011.
Perda Auditiva Induzida Por Ruído Ocupacional (PAIR-O)
Transcrição da apresentação:

Terapia do Processamento Auditivo

Desordem do Processamento Auditivo Inabilidade de analisar e interpretar sons; perda auditiva funcional. Deficiência no processamento da informação específica da modalidade auditiva. Associado a dificuldades de ouvir, compreender a fala, organização, desenvolvimento e aprendizado da linguagem por meio da audição.

Compreensão da Linguagem Gnosia Auditiva: aquisição do conhecimento via AUDIÇÃO Processos Gnósicos: transformação da linguagem externa em interna. Imagem mental completa: compreensão da fala e apreensão do significado.

Bases fisiológicas para terapia fonoaudiológica Plasticidade neural- auxilia a compreensão dos mecanismos neurofisiológicos para basear as estratégias terapêuticas Plasticidade-capacidade de ser moldado Sinaptogênese- formação de novas vias neurais Plasticidade sináptica-alterações na eficácia da transmissão sináptica Neurogênese- formação de novos neurônios. (Sameshima, 2002)

Plasticidade neural- mudança nas células nervosas provocadas por influências ambientais e esta alteração está geralmente associada à mudança comportamental (Musiek, Berge, 1997)

Criança com desordem do processamento auditivo em programa de reabilitação- aprendizado de uma nova língua estrangeira. Incompetência funcional natural do sistema auditivo do ouvinte exposto até o momento A simples exposição a novos sons não leva à reorganização do sistema auditivo O aprendizado é um processo dinâmico que requer participação ativa do indivíduo com tarefas motivantes

Maturação dependente de estimulação- treinamento auditivo serve como estimulação do sistema auditivo. Sono X aprendizado-6 horas de sono para efetiva assimilação da memória implícita

Princípios básicos da terapia nas desordens do Processamento Auditivo Modificações ambientais Processo terapêutico propriamente dito Estratégias comportamentais

Treinamento auditivo em terapia fonoaudiológica MATERIAL TERAPÊUTICO Instrumentos musicais Álbum com figuras Fitas ou CDs com diferentes tipos de músicas, vozes e ruído gravados Jogos de memória Fones de ouvido

Proposta de treinamento auditivo Quem são os candidatos? - indivíduos com alteração de PAC, confirmada pelos testes auditivos especiais -idade >9 anos de idade -motivação -disponibilidade

Treinamento Auditivo Formal Estimulação auditiva influencia mudanças funcionais e estruturais no SNAC. Pereira, Kalil e Zilliotto (1997)- proposta de trenamento auditivo: melhora nas habilidades auditivas de fechamento e figura-fundo, sem mudanças nos aspectos de consciência fonológica.

Treinamento Auditivo Formal TA muito utilizado em indivíduos com deficiência auditiva de grau severo, de origem periférica EUA (1970/1980): TA utilizado em indivíduos com implante coclear e DPAC.

TREINAMENTO AUDITIVO OBJETIVOS Fortalecer os processos e as habilidades auditivas, além de facilitar as estratégias de compensação; Dessensibilização da fala em presença de ruído ou de qualquer interferência; Estimulação mono e/ou binaural; Análise e síntese fonêmica.

o próprio terapeuta observa e se modifica continuamente para perceber quais são as estratégias compensatórias desenvolvidas espontaneamente pelo paciente; Busca de maiores conhecimentos sobre intervenção com bases nas neurociências.

Cuidados na aplicação Tempo de cada sessão: 30 a 45 minutos Tempo total: 8 a 12 sessões Observar limites do paciente: cansaço, frustração Erros não podem ultrapassar 60% em cada etapa de treinamento

Resposta Identificar os estímulos sonoros apontando as figuras correspondentes Seqüência de sons verbais : mão D (início OD) ambas as mãos mão E Seqüência de sons não-verbais: mão D (início OE) ambas as mãos

Treinamento auditivo em cabina acústica 1ª sessão-Discriminação do padrão tonal de duração Humming + Nomeação Como apoio utilizar: audiômetro ou figuras Ex:

2ª sessão- Discriminação do padrão tonal de freqüência Humming + Nomeação

3ª sessão-Reconhecimento de sons verbais em escuta monótica (frases)-PSI ou SSI MCI: 0,-10, -15 e -20 OD e depois OE

4ª sessão- Reconhecimento de sons verbais em escuta dicótica- aplicar o teste dicótico de Dígitos Relação:0,-20 e -40 OD e depois OE 8 9 4 5 7

5ª sessão-Reconhecimento de sons não-verbais em escuta dicótica- aplicar o teste dicótico Não-Verbal Relação:0,-20 e -40 OD e depois OE

6ª sessão- reconhecimento de sons verbais em escuta monótica- Teste Fala com ruído OD- relação 0,-10,-15 e -20 dB OE-idem

7ª sessão- Reconhecimento de sons verbais em escuta dicótica Aplicar o teste dicótico consoante-vogal Relação: +50, +30 e 0 dB. BA GA DA TA CA PA

8ª sessão- Reavaliação Na reavaliação não se pode aplicar os mesmos testes do treinamento auditivo

Importante Durante o treinamento auditivo importante orientação aos pais gerais quanto à desordem do Processamento Auditivo Leitura de histórias Leitura em voz alta Atividades com teclado Coleta de depoimentos

Musiek (1999) Treinamento auditivo formal - procedimentos realizados na clínica -utiliza equipamentos no computador -estímulo acústico específico Treinamento auditivo informal - complementar -participação de pais e escola

Musiek, Schochat (1998) Treino em casa - ler em voz alta com boa entonação e ritmo -ouvir músicas e tirar letras

Decodificação Melhorar o conhecimento dos fonemas Discriminação (PATO X GATO), síntese fonêmica, deleção, transposição, rima Treino das habilidades de consciência fonológica associadas a leitura Leitura em voz alta a dois Localizar estímulos sonoros

Codificação Extração de palavras chaves no texto Treino com música Procurar palavras no dicionário (aumento do vocabulário) Trabalhar figura-fundo no silencio variando a distância da fonte sonora, variando ruído ambientais Situações de escrita semelhantes (colcha, concha..)

Organização Exercícios com sons verbais e não verbais em seqüência Compreensão de estórias Entender a idéia principal da estória

Não-verbal Discriminação de intensidade, freqüência e duração de sons-teclado Informações com diferentes entonações Palavras de duplo-sentido Moral da história Imitar tom vocal, ritmo de fala, acentuação da fala, intensidade voz feminina, masculina e voz de criança.

Orientação aos pais Leitura em voz alta, com boa entonação e ritmo teclado redução de ordens verbais ouvir e tirar letras de música brincadeiras: eu fui a feira...

Ouvir é: atender à informação decodificar a informação Interpretá-la de maneira a extrair dela o real significado

Ouvir é deixar o som permear todas as nossas relações com a vida.