Gastro-enterites Infecciosas

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Principais fatores que contribuem para a ocorrencia de surtos: -Bacillus cereus (tipo emético) – manutença de alimentos prontos.
Escherichia coli e Salmonella
Transcrição da apresentação:

Gastro-enterites Infecciosas Moacir Pires Ramos

Gastro-enterites Infecciosas Referências: Chin J, et al. El Control de las Enfermedades Transmisibles. 17.ª ed. - Washington, DC: OPS, 2000. Cimerman S, et all. Condutas em Infectologia. São Paulo; Atheneu, 2004. Mandell L G, et al. Principles and Practice of Infectious Diseases. Fifth ed. - USA: Churchill Livingstone, 2005. Tavares W, et all. Rotinas de Diagnóstico e Tratamento das Doenças Infecciosas e Parasitárias. São Paulo: ATHENEU, 2010. Tierney LM, et al. Current Medical Diagnosis & Treatment. 44.ª ed. – USA: McGraw-Hill, 2005.

Gastro-enterites Infecciosas Definições das diarréias: Aumento do número de evacuações e/ou diminuição da consistência das fezes. Relação à intensidade: Leve: < 3 episódios / dia Moderada: > 4 episódios + sintomas locais Severa: > episódios + sintomas sistêmicos

Gastro-enterites Infecciosas Classificação Quanto ao tempo de evolução: - Diarréia aguda: até 14 dias; - Diarréia persistente: 14 dias a 4 semanas; - Diarréia crônica: mais de 4 semanas de evolução;

Gastro-enterites Infecciosas Fisiopatologia Diarréia osmolar: ↑ exagerado da osmolaridade na luz intestinal, atraindo água para a luz ( causada por vírus, bactérias, carboidratos) Diarréia secretora: patógenos não-invasivos agridem o intestino delgado com toxinas que promovem secreção abundante de água e eletrólitos Diarréia exsudativa: processo inflamatório que sugere infecção por agentes invasivos, com agressão de íleo distal e cólon

Gastro-enterites Infecciosas Definições das diarréias infecciosas: Inflamatórias (exsudativas) Não inflamatórias Presença de muco, pus ou sangue Aquosa Invasão colônica Sem Invasão, Intestino delgado Pequeno volume Pode ser volumosa Freqüente Tenesmo

Gastro-enterites Infecciosas Definições das diarréias infecciosas: Inflamatórias Não inflamatórias Salmonela Víbrio Shiguela E coli toxigênica Campylobacter S aureus Yersínia Bacillus cereus E coli invasiva Giardia Entamoeba histolytica Cryptosporidium Clostridium difficile Rotavirus

Gastro-enterites Infecciosas Vírus (Rotavírus e Adenovírus): 20 a 30% Bactérias (E. coli): 60 a 75% Associação de agentes: 15 a 30% Parasitas (Entamoeba, Giardia): ?

Gastro-enterites Infecciosas Vírus: Rotavírus – mais freqüente aos 6 meses a 2 anos de idade, principalmente no inverno Adenovírus entérico - diarréia secretora e osmótica Vírus Norwalk - diarréia secretora e osmótica Astrovírus - diarréia secretora e osmótica

Gastro-enterites Infecciosas Bactérias: Escherichia coli E. coli enteropatogênica- diarréia secretora E. coli enterotoxigênica- diarréia secretora E. coli enteroinvasora- diarréia exsudativa Escherichia coli O157:H7 (enterohemorrágica): provoca uma síndrome caracterizada por uma diarréia aguda sanguinolenta, que pode levar à Síndrome hemolítico-urêmica.

Gastro-enterites Infecciosas Bactérias: Shigella - diarréia exsudativa por ileocolite Salmonella - diarréia exsudativa por ileocolite, sepse Campylobacter jejuni - diarréia secretora exsudativa Vibrião colérico - diarréia secretora grave Clostridium difficile - diarréia pós-antibioticoterapia (colite pseudomembranosa)

Gastro-enterites Infecciosas Epidemiologia Nos países em desenvolvimento, a OMS estima que crianças menores de 5 anos apresentam, em média, 2-3 episódios de diarréia/ano e nos dois primeiros anos de vida ocorrem 20 óbitos/1000 casos por diarréia. A maioria dos agentes infecciosos é transmitida pela via oro-fecal e relaciona-se à qualidade da água, à falta de saneamento básico e às más condições de manipulação e estoque de alimentos.

Gastro-enterites Infecciosas Investigação Laboratorial Pesquisa de leucócitos nas fezes Coprocultura Pesquisa de sangue oculto nas fezes Parasitológico de fezes (em casos de diarréia persistente, diarréia dos viajantes, surtos, em instituições de cuidados com crianças) Hemoculturas Testes sorológicos

Cólera Diversas Pandemias Epidemia Sul-Americana (Peru -1991) Mais de 1 milhão de casos 10.000 mortes (aprox.) Brasil - controlada em 2001 Uma das doenças com maior rapidez de evolução para o óbito

Cólera Vibrio cholerae (bacilo Gram negativo curvo) A Toxina colérica causa uma diarréia secretora grave. Em casos muito graves pode ter 20 litros de perdas diarréicas por dia. Fezes em “água de arroz” Duração de 4 a 7 dias Instituição de tratamento precoce Reidratação

Gastro-enterites Infecciosas Tratamento: O tratamento é basicamente suportivo. Correção da Desidratação Combate à Desnutrição Uso adequado dos Antibióticos Prevenção das Complicações

Gastro-enterites Infecciosas Tratamento: Correção da Desidratação Terapia de Reidratação Oral (TRO - OMS) (3,5g NaCl + 2,5g NaHco3 + 1,5g KCl + 20g Glicose em 1 L de água) (Peso em Kg X 2 ; a cada 5 minutos em 4 horas, até restabelecer a diurese clara) (manutenção 150mL/Kg/dia) Reidratação EV: - Desidratação grave - choque - Intolerância à glicose - Cólera ( se perdas > 11 mL / Kg / H)

Gastro-enterites Infecciosas Tratamento: Combate à Desnutrição A interrupção da alimentação é contra-indicada Após o controle dos vômitos e o final da primeira fase da reidratação (4 horas) uma dieta leve; agradável e rica em calorias deve ser oferecida Deve-se evitar o leite e derivados até uma semana após a resolução dos sintomas Restabelecer, gradualmente, a dieta Habitual após a reidratação completa.

Gastro-enterites Infecciosas Tratamento: Uso adequado dos Antibióticos: Em geral NÃO são necessários (quadros autolimitados) Situações especiais: Cólera (Tetraciclinas) Imunocomprometidos (Idosos, Lactentes) Shiguelose; Campylobacter Colite pseudomembranosa Mais de 8 evacuações por dia Diarréia com Sangue (Disenteria) Sintomas há mais de 1 semana Ciprpfloxacin 500 mg, VO, de 12/12 h, por 3 – 5 dias Sulametoxazol 800 mg+ Trimetropin 160 mg de 12/12

Padrões alimentares na Sociedade de Consumo

Toxinfecções Alimentares Salmão contaminado por Diphylobothrium latum

Toxinfecções Alimentares Definição: Termo empregado, em Saúde Pública, para designar as infecções intestinais que têm transmissão hídrica e alimentar. Quadros caracterizados, em geral, por diarréia aguda, auto – limitada. No Brasil são internadas: 30 mil pessoas por intoxicação alimentar 700 mil pessoas por doenças infecciosas e parasitária com 8 mil óbitos (DATASUS 1997/98)

Toxinfecções Alimentares Definições das diarréias infecciosas: Intoxicações alimentares (toxina pronta, sem bactérias) Período de incubação curto: 1 a 8 horas Não apresenta febre Vômitos e diarréia aquosa Agentes: Toxina estafilocócica Toxina do B cereus Toxina botulínica

Toxinfecções Alimentares Definições das diarréias infecciosas: Infecções intestinais (necessita multiplicação do inóculo, pode invadir a mucosa e evoluir com sepsis) Período de incubação longo: 12 a 72 horas Pode apresentar febre Pode ter diarréia Agentes: Salmonela Shiguela Campylobacter

Toxinfecções Alimentares Definições das diarréias infecciosas: Toxinfecções (necessita multiplicação do inóculo para a produção de toxina) Período de incubação longo: 12 a 96 horas Pode ter febre A diarréia intensa é a principal característica Agentes: Vibrio cholerae Clostridium perfringens Clostridium difficile

Toxinfecções Alimentares Intoxicações alimentares Agente P. Incub. (horas) Vômito Diarréia Febre Características Staphylococcus 1 a 8 +++ + - Cremes, maionese, carnes. Bacillus cereus Arroz requentado, carnes Clostridium botulinum 24 a 96 +/- Rara Enlatados (Paralisias)

Toxinfecções Alimentares Infecções Intestinais Agente P. Incub. (horas) Vômito Diarréia Febre Características Salmonella (typhi, paratyphi) 8 a 48 +/- + typhi - typhi – portadores paratyphi – ovos, aves Dose infec. 105 Shiguella (disenteria bacilar) 24 a 72 aquosa Reservatório humano Dose infec. 102 Campylobacter jejuni 48 a 96 - +++ Acomete crianças Carne de porco, água, leite Cultivo em meios especiais a 43º C

Toxinfecções Alimentares Agente P. Incub. (horas) Vômito Diarréia Febre Características Vibrio cholerae 24 a 72 + +++ - Frutos do mar, água Dose infec. 108 Clostridium perfringens 8 a 16 +/- Carnes requentadas Clostridium difficile ? Colite pseudomembranosa Antibiótico prévio (clindamicina)

Toxinfecções Alimentares Prevenção:

Toxinfecções Alimentares Prevenção: Higiene dos manipuladores (mãos) Educação contínua Higiene de utensílios e superfícies Controle de qualidade dos insumos Conservação em temperaturas adequadas Acima de 65º C. Entre 4 a 8º C. Abaixo de 18º C.