Caso clínico R2 Anaysa Lamara Silveira.

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Transcrição da apresentação:

Caso clínico R2 Anaysa Lamara Silveira

RN de A.I.S de 26 anos, G2P0A1.  Realizou 6 consultas de pré-natal. Sorologias do primeiro trimestre: HIV Neg,Toxo imune, HBsAg Neg, VDRL 1/8 . Assintomática durante a gestação. RN nascido na Maternidade Odete Valadares, de parto vaginal, em 12/03/11, às 15;00 h. LA claro (bolsa rota de 2 horas).  Apgar: 8/9. Realizado rotinas de sala de parto.  IG: 41 semanas PN:2490g Exame da mãe 12/03/11: anti-HIV TR: neg VDRL: 1/2.

Exame físico: RN ativo, reativo, corado, hidratada, acianótico, anictérico, fontanelas planas e normotensas. Reflexos primitivos presentes. ACV. Pulsos cheios, BNRNF em 2T, sem sopros. FC. 140 bpm  PCP<2seg AR. MVF, ausência de RA, FR 40 irpm  Sem esforço respiratório. AD Abdome globoso, normotenso, sem visceromegalias ou massas palpáveis. AGU Genitália infantil masculina, testículos na bolsa escrotal. Pele. Sem alterações.

HD:????

Exames complementares: VDRL NR  RX ossos longos: ausência de lesões sifilíticas. Hemograma: ndn   Líquor: Rotina ndn  e VDRL:NR

HD: RNT / PIG / BP Sífilis congênita Mãe inadequadamente tratada (Relata ter feito uso de 2 doses de 2.400.000 de Penicilina G benzatina com intervalo de 1 semana entre elas - última dose em dez/10. Nega tratamento do parceiro. RN assintomático

Sífilis Congênita

Sífilis Congênita A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do treponema pallidum da gestante infectada, não tratada ou inadequadamente tratada, para o seu concepto por via transplacentária.

Epidemiologia Sífilis Congênita Prevalência : 2% Transmissão Hematogênica / Transmissão Perinatal Tx de Transmissão: Fase primária/secundária : 70-100% Fase tardia: 30% 40% dos casos de sífilis não tratada resultam em óbito

Epidemiologia: Sífilis Congênita OMS: 1 milhão de gestantes com sífilis 50% aborto ou natimorto, 25% RN baixo peso ou prematuro, 25% sífilis congênita 1,3% das mortes de <5 anos de idade Nº de cça com sífilis congênita> HIV

Detecção e tratamento da sífilis materna Fluxograma VDRL 1ª consulta ≥1/8 Negativo < 1/8 + Teste Treponêmico Tratar Repetir VDRL 3º trimestre e no parto - Sífilis Primária Penicilina G benzatina 2.400.000 UI IM dose única Sífilis Secundária ou Latente Recente Penicilina G benzatina 2.400.000 UI IM 2x, semanal Sífilis Terciária ou Latente Tardia ou duração ignorada Penicilina G benzatina 2.400.000 UI IM 3x, semanal VDRL falso-positivo Descartar outras afecções

Sífilis Congênita – Conduta no RN Mãe com sífilis Adequadamente tratada Inadequadamente tratada RN sintomático RN assintomático RN sintomático RN assintomático

Tratamento inadequado: Sífilis Congênita Tratamento inadequado: Tratamento não documentado; Tratamento não penicilínico; Tratamento incompleto / inadequado para a fase; Tratamento finalizado em período menor que 30 dias antes do parto; Parceiro não tratado; Ausência de resposta sorológica

Classificação: Sífilis Congênita Sífilis Precoce – até o 2º ano de vida Sífilis Tardia – após o 2º ano de vida

Sífilis Congênita Precoce – Quadro Clínico Lesões cutâneas e mucosas: - Pênfigo palmo-plantar; - Sifílides; - Condilomas Planos; - Rinite Sifilítica; - Paroníquia. Lesões com secreções ricas em treponemas e altamente infectantes.

Sífilis Congênita Precoce – Quadro Clínico Lesões ósseas: - Osteocondrite . Pseudoparalisia de Parrot - Periostite (sinal do duplo contorno); Lesões específicas mais frequentes da Sífilis Congênita

Sífilis Congênita Precoce – Quadro Clínico Lesões viscerais: - Hepatoesplenomegalia; - Lesão renal. Acometimento hematológico: - Anemia; - Trombocitopenia; - Leucocitose ou leucopenia; - CIVD (fase final da doença).

Sífilis Congênita Precoce – Quadro Clínico Lesões nervosas: - Meningite - Alterações liquóricas: ↑ da celularidade proteinorraquia (>150mg/dL) VDRL + - Hidrocefalia obstrutiva. Lesões oculares: - Corioretinite em “sal e pimenta” - Ceratite, glaucoma, catarata, uveíte, cancro nas pálpebras.

Sífilis Congênita Tardia– Quadro Clínico Fronte olímpica; Tíbia em Sabre; Nariz em Sela Alterações dentárias - dentes de Hutchinson - molares em amora Ceratite intersticial; Lesão de 8º par : surdez e vertigem; Hidrocefalia; Retardo Mental.

Sífilis Congênita – Conduta no RN Mãe com sífilis Adequadamente tratada RN assintomático RN sintomático > materno VDRL Hemograma, Rx de ossos longos, LCR VDRL ≤ materno negativo Seguimento ou Investigação + Tto LCR alterado LCR normal Penicilina G cristalina ou Penicilina G procaína Seguimento ou Penicilina G benzatina Penicilina G cristalina

Sífilis Congênita – Conduta no RN Mãe com sífilis Inadequadamente tratada RN assintomático / sintomático Hemograma, Rx de ossos longos, LCR VDRL Exames normais / VDRL negativo LCR alterado (neurosífilis) Seguimento + Penicilina G benzatina Penicilina G cristalina LCR normal Penicilina G cristalina ou Penicilina G procaína

Seguimento Ambulatorial: Sífilis Congênita Seguimento Ambulatorial: Avaliações mensais até o 6º mês e bimensais do 6º - 12º mês. Dosar VDRL: 1, 3, 6, 12 e 18 meses – interrompendo quando negativo em 2 exames consecutivos. S/n reinvestigar e tratar. Acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestral por 2 anos. LCR alterado: reavaliar liquor a cada 6 meses até normalizar.

Co-infecção Sífilis-HIV na gestação: Manifestações da sífilis podem ser atípicas, com lesões mucocutâneas não características, envolvimento neurológico mais precoce Testes não-treponêmicos que se positivam mais tardiamente ou até mesmo permanecem falso-negativos. Há maior risco de falência terapêutica nesses casos Gestantes co-infectadas podem apresentar discordância entre a eficácia terapêutica e a queda dos títulos sorológicos Pacientes deverão ser acompanhados nos Serviços de Referência (SAEs), em conjunto com os Centros de Saúde

Sífilis Congênita Obrigada!!