Sedentarismo, Depressão e Risco de Mortalidade Cardiovascular

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Sedentarismo, Depressão e Risco de Mortalidade Cardiovascular KAMPHIUS, M. H., M. I. GEERLINGS, M. A. R., TIJHUIS, S. GIAMPAOLI, A. NISSINEN, D. E. GROBBE, and D. KROMHOUT. Physical Inactivity, Depression, and Risk of Cardiovascular Mortality. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 39, N° 10, pp. 1693-1699, 2007.

Introdução Doenças cardiovasculares (incluindo doenças coronarianas e AVE), são a maior causa de morte em países europeus (32% de todas as mortes). Além de fatores de risco clássicos, como hipertensão e dislipidemia, os sintomas depressivos e o sedentarismo têm sido associados com aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Introdução A primeira evidência foi retirada de um estudo sobre infarto do miocárdio, o qual apontava que 1/3 dos pacientes desenvolviam depressão menor ou maior no período pós IM. Estes pacientes relacionaram-se a um pior prognóstico em relação aos pacientes que não desenvolveram depressão.

Introdução Recentemente estabeleceu-se a hipótese de que não só as pessoas com doença cardiovascular estável tem o risco de eventos agudos aumentado com sintomas depressivos, mas também pessoas supostamente saudáveis.

Introdução Uma das possíveis explicações para interação entre depressão e risco cardiovascular e a hipótese de que pessoas deprimidas adotam um estilo de vida menos saudável, o que inclui, basicamente, o sedentarismo. Sedentarismo aumenta o risco de DCV em indivíduos depressivos; O sedentarismo pode ser um fator intermediário entre depressão / sintomas depressivos e DCV Depressão e sedentarismo interagem influindo no processo aterosclerótico e consequente DCV.

Introdução Somente dois estudos (segundo o artigo em questão publicado em 2007) avaliaram o efeito independente do comportamento sedentário na relação entre sintomas depressivos e doença ou mortalidade cardiovascular. 1°) sedentarismo explica parcialmente a relação entre depressão e DCV; e não há relação entre sintomas depressivos e sedentarismo 2°) depressão não explica a associação entre exercícios e causas de eventos e mortalidade cardiovascular.

Objetivos Este estudo pretende determinar os efeitos prospectivos, independentes e combinados, dos sintomas depressivos e comportamento sendentário na mortalidade cardiovascular em 10 anos, numa amostra populacional de homens idosos europeus.

Métodos Este estudo utilizou três ferramentas: Estudo FINE (Finlândia, Itália, e Netherlands Elderly – idosos de Holanda) : estudo populacional de coorte baseado em fatores de risco e saúde em homens idosos. Sintomas depressivos (escala de depressão de auto-avaliação – SDS: nunca, às vezes, bastante ou sempre; escala desenvolvida por Zung) Sedentarismo (questionário de auto-avaliação para homens aposentados: frequência, duração e ritmo de atividades)

Métodos Dados sobre mortalidade foram coletados durante 10 anos de seguimento Outras variáveis foram estudadas: estado civil, nível educacional, consumo de álcool e tabagismo. IMC também foi calculado, pressão arterial e níveis de colesterol (HDL e total) Antecedentes pessoais de doenças cardiovasculares

Métodos A amostra constituiu-se de: 1734 homens entre 70-90 anos (amostra inicial retirada da segunda etapa do estudo FINE) 1416 (82%) participaram 909 (64%) não tinham história pessoal de diabetes ou doença cardiovascular 268 da Finlândia 261 da Itália 386 da Holanda analisados

Métodos Análise dos dados: Depressão foi a variável estudada independentemente Atividade física foi a variável dependente (com ajustamento para estilo de vida e região demográfica) Análise foi ajustada para potenciais variáveis de confusão ou fatores intermediários, como idade, país, anos de estudo, morar sozinho, tabagismo atual, consumo de álcool, pressão arterial sistólica e níveis de colesterol total e HDL.

Métodos A análise dos dados permitiu duas perguntas: Sintomas depressivos e sedentarismo interagem no risco de mortalidade cardiovascular? A soma dos fatores causa um risco maior do que cada risco isolado?

Resultados O maior índice de depressão foi na Itália O menor índice foi na Holanda Homens na Itália eram mais velhos e mais ativos fisicamente, com maiores níveis de HDL Homens na Holanda tinham maiores níveis de educação, maior tendência a fumar e pressões sistólicas e diastólicas menores, com menores níveis de colesterol total

Resultados Após 10 anos de seguimento, 471 (52% dos 909 homens) estavam mortos. 256 homens (28%) morreram de doenças cardiovasculares. Um decréscimo em 30 minutos diários em atividade física, levou a um aumento de 9% (95% IC, 1.04-1.14) de risco de mortalidade por doença cardiovascular

Resultados Um aumento nos sintomas depressivos, foi associado com um risco 42% maior de mortalidade cardiovascular (95% IC, 1.26-1.60, )após ajustar por idade, país e morar sozinho) Ajuste por tabagismo atual, consumo de álcool, IMC, pressão arterial sistólica e colesterol total e HDL não mudaram o risco.

Resultados Após ajuste para sedentarismo, o risco decresceu, porém manteve-se um risco independente: (RR=1.37, 95% IC, 1.21-1.56) Não houve diferenças significativas entre os países. Homens com sintomas depressivos mais graves tiveram maior risco de mortalidade cardiovascular se comparados com homens com sintomas mais leves.

Resultados Limitações do estudo: participação seletiva de indivíduos mais saudáveis possibilidade de outras variáveis de confundimento pode-se argumentar que sintomas depressivos e sedentarismo são características de doença cardiovascular subclínica sintomas depressivos foram avaliados em um ponto específico do tempo pode-se argumentar que os dados não podem ser extendidos à população feminina.

Conclusão Sintomas depressivos em homens idosos são associados com um nível mais baixo de atividade física, e que sintomas depressivos e sedentarismo ambos aumentam o risco de mortalidade cardiovascular. No entanto, sedentarismo não explica inteiramente a relação entre sintomas depressivos e mortalidade cardiovascular. Sintomas depressivos e sedentarismo podem INTERAGIR para aumentar o risco de mortalidade cardiovascular Outra possível explicação: desregulação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenocortical, levando a inflamação, reatividade de plaquetas e disfunção autonômica – aterosclerose.

Conclusão Sedentarismo não é necessariamente um mediador (interage aditivamente com a depressão) Em adição a outros fatores de risco clássicos, depressão e sedentarismo são fatores necessários, porém não suficientes na proporção de mortalidade cardiovascular.

Sedentarismo, Depressão e Risco de Mortalidade Cardiovascular OBRIGADA! Sedentarismo, Depressão e Risco de Mortalidade Cardiovascular KAMPHIUS, M. H., M. I. GEERLINGS, M. A. R., TIJHUIS, S. GIAMPAOLI, A. NISSINEN, D. E. GROBBE, and D. KROMHOUT. Physical Inactivity, Depression, and Risk of Cardiovascular Mortality. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 39, N° 10, pp. 1693-1699, 2007.