Universidade de São Paulo

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Transcrição da apresentação:

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Raízes do Brasil Disciplina: Cultura Organizacional e Brasileira Discentes: Renata Cristina Ancheschi Bonifácio

Sobre o Autor – Sérgio Buarque de Holanda Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Sobre o Autor – Sérgio Buarque de Holanda 1925 – obtém o bacharelado em Direito. 1948 – passa a lecionar na Escola de Sociologia e Política da USP. Entre 1953 e 1955 – viveu na Itália, onde foi docente convidado na Universidade de Roma. 1957 – assumiu a cadeira de Historia Brasileira na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Sobre o Autor 1936 – obtém o cargo de professor assistente da Universidade do Distrito Federal. Casa-se com Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim, com quem teve sete filhos, entre eles o cantor e compositor Chico Buarque. Ainda neste ano publica o ensaio Raízes do Brasil. 1941 – viaja pela primeira vez para os Estados Unidos da América. 1958 – ingressou na Academia Brasileira de Letras. 1960 – passou a coordenar o projeto da Historia Geral da Civilização Brasileira. Permaneceu intelectualmente ativo até 1982.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Sobre a Obra Em 1936, depois de uma estadia na Alemanha, Sérgio Buarque de Holanda publica o livro: “Raízes do Brasil” O autor tenta, através de nosso passado, ver o nosso futuro. A obra pretende traçar o perfil da formação da sociedade brasileira, apontando as contribuições que os países europeus tiveram na composição da nossa cultura.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Sobre a Obra O autor busca o que poderíamos chamar de essência do homem brasileiro. O autor constrói um panorama histórico no qual ele inserirá o “homem cordial”, que nada mais é do que fruto de nossa história, que vem da colonização portuguesa, de uma estrutura política, econômica e social completamente instável de famílias patriarcais e escravocratas.

Capítulo I – Fronteiras da Europa Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Capítulo I – Fronteiras da Europa 1º conceito: cultura da personalidade frouxidão de laços sociais. uma cultura que atribui valor ao indivíduo autônomo e não à organização espontânea, formada pela coesão social. outra herança ibérica, que é a repulsa ao trabalho.

Países Ibéricos eram menos “europeizados” do que os demais países. Não possuíam uma hierarquia feudal tão enraizada = mentalidade da nascente burguesia mercantil se desenvolveu lá primeiro. Havia toda uma frouxidão organizacional que estarão muito presentes na história de Portugal e consequentemente do Brasil.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Anarquia Ibérica = mais justa que a hierarquia feudal (não continha muitos privilégios). A nobreza portuguesa era muito flexível = mentalidade moderna (igualdade entre os homens.) Pioneirismo de Portugal nas navegações = país com mentalidade mais aberta. Os Ibéricos não gostavam do trabalho físico (trabalho manual).

Capítulo II – Trabalho & Aventura Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Capítulo II – Trabalho & Aventura Dois tipos de homens: com olhar mais amplo = o aventureiro com olhar mais restrito = o trabalhador. No entanto esses dois homens se confundem dentro da mesma pessoa. Gosto pela aventura = colonização no Novo Mundo (portugueses foram capaz de se adaptar na América.)

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. A economia escravista colonial era a forma pela qual a Europa conseguiu suprir o que faltava na sua economia. O indígena não conseguiu se “adaptar” à escravidão, tornando o escravo africano imprescindível para o sistema colonial. O português vinha para a colônia buscar riqueza sem muito trabalho, além disso, eles preferiam à vida aventureira ao trabalho agrícola.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Mão de obra escrava = elemento fundamental na nossa economia. Como o fator terra era abundante na colônia, não havia preocupação em cuidar do solo, o que acarretou na sua deterioração. Portugueses se aproveitaram de muitas técnicas indígenas de produção.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Os portugueses já eram mestiços antes dos Descobrimentos. Além disso, já conheciam a escravidão africana no seu país. Preconceito com negros era bem maior que com os índios no Brasil colonial. O Brasil não conhece outro tipo de trabalho que não seja o escravo. O trabalho mecânico era desprezado no Brasil, e só se fazia o que valia a pena, o que era lucrativo. Os brasileiros não eram solidários entre si. A moral da senzala era a preguiça. A violência que ela continha era negadora de virtudes sociais.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. A própria língua portuguesa era mais fácil para os índios e os negros, o que ajudou muito na colonização. Outro elemento que facilitou a comunicação colonial foi a Igreja católica que tinha uma forma de se comunicar muito mais simpática que as igrejas protestantes. O resultado de tudo isso foi a mestiçagem, que possibilitou a construção de uma nova pátria.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. 2º Conceito: Ética da aventura figura do aventureiro e do trabalhador – par ideal de conceitos antagônicos. a colonização do Brasil foi promovida pelo espírito do português aventureiro, que exibe a mobilidade e a adaptabilidade, que nega a estabilidade e o planejamento, que corrobora com a cultura do ócio e se distingue do tipo trabalhador, e de sua ética do trabalho.

Capítulo III - Herança Rural Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. A estrutura da sociedade colonial é rural. Isso pode ser visto quando analisamos quem detinha o poder na época colonial: os senhores rurais. A abolição da escravatura aparece como um grande marco na nossa história. Continuidade do tráfico, mesmo depois de abolido legalmente. O medo do fim do tráfico faz com que aumente o número de escravos exportados para o Brasil até 1850.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. O Brasil não tinha a menor estrutura tanto econômica como política e social para desenvolver a industria e o comércio. Os senhores de engenho eram sinônimos de solidez dentro da sociedade colonial. O engenho era um organismo completo, uma micro sociedade. O patriarca era quem dominava o resto da sociedade. Como a sociedade rural colonial era um grupo fechado, onde um homem dominava, as leis não entravam; os senhores tinham domínios irrestritos sobre seus “súditos”.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Num primeiro momento, os homens que vinham para a cidade eram os que tinham certa importância no campo. Substituição das honras rurais para as honras da cidade. Os colonos brancos continuavam achando que o trabalho físico não dignificava o homem, mas sim o trabalho intelectual. Com a Revolução Industrial, o trabalhador tem que virar máquina. O sentimento de nobreza e a aversão ao trabalho físico, saem da Casa Grande e invadem as cidades; o que nos mostra o quanto foi difícil, durante a Independência, ultrapassar os limites políticos gerados pela colonização portuguesa. A vida da cidade se desenvolveu de forma anormal e prematura.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. 3º conceito: ruralismo É nesta característica que aparece outro grande componente da sociedade brasileira, a família patriarcal. Ele ainda ressalva que mesmo os intelectuais advêm do ruralismo, pois estes são os filhos dos fazendeiros e que se “deram ao luxo” de ter idéias diferentes dos pais. É necessário lembrar que essas idéias novas dos intelectuais não são cultuadas para colocá-las em prática, mas apenas para a exibição do conhecimento como status.

Capítulo IV – O Semeador e o Ladrilhador Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Para Portugal suas colônias eram grandes feitorais. Enquanto a colonização portuguesa se concentrou predominantemente na costa litorânea, a colonização espanhola preferiu adentrar para as terras do interior e para os planaltos. O interior do Brasil não interessava para a metrópole. As bandeiras normalmente acabavam se transformando em roças, salvo esporadicamente como foi no caso da descoberta de ouro. Com tal descoberta, a metrópole tentou evitar a migração para o interior da colônia. O advento das minas foi o que fez com que Portugal colocasse um pouco mais de ordem na colônia.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Portugal mantinha firme o pacto colonial, proibindo a produção de muitas manufaturas na colônia. Desleixo português na construção das cidades. Portugal tinha uma maior flexibilidade social, e havia um desejo da sua burguesia em se tornar parte da nobreza.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Não havia tradição em Portugal nem orgulho de classe, todos queriam ser nobres. Nasce a “Nova Nobreza”, que era muito mais preocupada com as aparências do que com a antiga tradição. História política de Portugal: vinculada à vontade que a maior parte da população tinha em se tornar nobre, e tal desejo pode ser facilmente constatado no Brasil, mostrando que o papel da Igreja aqui era o de “simples braço de poder secular, em um departamento da administração leiga”.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Língua geral de São Paulo, que durante muitos séculos foi a língua dos índios, devido a forte presença da índia como matriarca da família. Aversão às virtudes econômicas, principalmente do comércio. Espanhol = é um ladrilhador (constrói suas cidades de forma a racionalizar o espaço). Português = semeador (sai semeando cidades irregulares que se confundem com a paisagem). Negação do trabalho = escravidão do africano.

Capítulo V – O Homem Cordial Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Capítulo V – O Homem Cordial O Estado não é uma continuidade da família. Houve muita dificuldade na transição para o trabalho industrial no Brasil, onde muitos valores rurais e coloniais persistiram. As relações familiares ( da família patriarcal, rural e colonial), são ruins para a formação de homens responsáveis.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Até hoje vemos uma dificuldade entre os homens detentores de posições públicas conseguirem distinguir entre o público e o privado. "Falta ordenamento impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático”. A contribuição brasileira para a civilização será então, o “homem cordial”. Cordialidade esta que não é sinônimo de civilidade de polidez, mas que vem de cordes, coração.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. A impossibilidade que o brasileiro tem em se desvincular dos laços familiares a partir do momento que esse se torna um cidadão, gera o “homem cordial”. Esse homem cordial é aquele generoso, de bom trato, que para confiar em alguém precisa conhecê-lo primeiro. A intimidade que tal homem tem com os demais chega a ser desrespeitosa, o que possibilita chamar qualquer um pelo primeiro nome, usar o sufixo “inho” para as mais diversas situações.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. O rigor é totalmente afrouxado, onde não há distinção entre o público e o privado: todos são amigos em todos os lugares. O Brasil é uma sociedade onde o Estado é apropriado pela família, os homens públicos são formados no círculo doméstico, onde laços sentimentais e familiares são transportados para o ambiente do Estado, é o homem que tem o coração como intermédio de suas relações, ao mesmo tempo em que tem muito medo de ficar sozinho.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. 4º conceito – o homem cordial: É o símbolo da relação social sem formalidade, que leva para a vida pública a vida privada, ao propor acesso à existência política através de relações sociais de proximidade e afetividade. O homem cordial não se dá com a relação fria do Estado, e por isso essa instituição é tão fraca entre os ibéricos. Além disso, essa cordialidade não pressupõe bondade, mas apenas identifica que o homem cordial não se guia pela racionalidade, e sim pelas suas emoções. Assim, essa emotividade pode ser boa ou má, apenas não será guiada pela razão.

Capítulo VI – Novos Tempos Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Capítulo VI – Novos Tempos Há na sociedade brasileira atual, um apego muito forte ao recinto doméstico, uma relutância em aceitar a superindividualidade. Poucos profissionais se limitam a ser apenas homens de sua profissão. Há um grande desejo em alcançar prestígio e dinheiro sem esforço. Não havia uma real preocupação com a intelectualidade e com o saber, havia um amor pelas idéias fixas e genéricas o que justificará a entrada do positivismo e sua grande permanência no Brasil.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. A democracia foi no Brasil “sempre um mal- entendido”. Os grandes movimentos sociais e políticos vinham de cima para baixo, o povo ficou indiferente a tudo. Muitos traços da nossa intelectualidade ainda revelam uma mentalidade senhorial e conservadora.

Capítulo VII – Nossa Revolução Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Capítulo VII – Nossa Revolução A revolução brasileira é um processo demorado que vem durando três séculos e a Abolição é um importante marco. As cidades ganharam autonomia em relação ao mundo rural. O café traz mudanças na tradição, como a legitimação da cidade. “A terra de lavoura deixa então de ser o seu pequeno mundo para se tornar unicamente seu meio de vida, sua fonte de renda e riqueza”. O café substitui a cana, mas não deixa espaço para a economia de subsistência. As cidades ganham novo sentido com o café, que acabam solapando a zona rural.

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. O Brasil é um país pacífico, brando. Julgamos ser bons a obediência dos regulamentos, dos preceitos abstratos. É necessário que façamos uma espécie de revolução para darmos fim aos resquícios de nossa história colonial e começarmos a traçar uma história nossa, diferente e particular. A ausência de partidos políticos é um sintoma de nossa inadaptação ao regime legitimamente democrático. Com a cordialidade, o brasileiro dificilmente chegará nessa “revolução”, que seria a salvação para a sociedade brasileira atual.

Obrigada!