O Poder Simbólico Pierre Bourdieu.

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Transcrição da apresentação:

O Poder Simbólico Pierre Bourdieu

Bourdieu - A lógica das Classes Bourdieu propõe o conceito de classes teóricas, opondo-se ao de classe social na concepção marxista. O que existe é um espaço social, de diferenças, no qual as classes existem de algum modo de forma virtual.

Bourdieu Razões Práticas: sobre a teoria da ação Poder Simbólico: a economia dos bens simbólicos É possível um ato desinteressado? A Reprodução: Educação e mobilidade social

O Real é Relacional As posições das quais são o produto, os habitus são diferenciados; mas também são diferenciadores. As distâncias espaciais no papel equivalem à distância social.

Teoria dos Campos + Capital Econômico + Capital Cultural Estatisticamente Improváveis + Capital Cultural - Capital Cultural - Capital Econômico

Violência Simbólica Bourdieu desenvolve conceitos específicos, retirando os fatores econômicos do epicentro das análises da sociedade; Advoga acerca da não arbitariedade da produção simbólica na vida social, advertindo para seu caráter efetivamente legitimador das forças dominantes.

OS BENS SIMBÓLICOS TROCA DE DÁDIVAS RETRIBUIÇÃO/RECIPROCIDADE COMPROMISSO/DEVEDORES

PROPRIEDADES DA ECONOMIA DAS TROCAS SIMBÓLICAS PRIMEIRA: Trata-se de trocas que têm sempre verdades duplas, difíceis de manter unidas - contradição entre a verdade subjetiva e a realidade objetiva. (os trocadores trabalham, mesmo sem saber, para mascarar a verdade objetiva do que fazem). SEGUNDA: Tabu da explicitação – preço (quando damos um presente retiramos a etiqueta do preço; não se dá um salário a filho ou esposa) – “economia das coisas sem preço”

PROPRIEDADES DA ECONOMIA DAS TROCAS SIMBÓLICAS A troca de dádivas como paradigma da economia de bens simbólicos, opõe-se ao “toma lá, dá cá” da economia econômica, já que não tem como princípio um sujeito calculista, mas um agente socialmente predisposto a entrar, sem intenção ou cálculo, no jogo da troca. A dádiva deixa de ser um objeto material para tornar-se uma espécie de mensagem ou de símbolo adequado à criação de um laço social.

DOMINAÇÃO E EXPLORAÇÃO ALQUIMIA SIMBÓLICA TROCAS DESCONTÍNUAS, EXTRAORDINÁRIAS DAR PARA ALÉM DAS POSSIBILIDADES DE RETRIBUIÇÃO COLOCA AQUELE QUE RECEBE EM ESTADO DE DEVEDOR, DE DOMINADO TRANSFIGURAÇÃO DAS RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO E EXPLORAÇÃO

ALQUIMIA SIMBÓLICA É preciso ter um mercado para as ações simbólicas, que haja recompensas, lucros simbólicos conversíveis em lucros materiais... Interesse pelo (pseudo) desinteresse.

EFEITOS DA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: O RECONHECIMENTO EFEITOS DA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: Transfiguração das relações de dominação e de submissão em afetivas Transformação do poder em carisma Capital de reconhecimento / capital simbólico Força mágica; uma espécie de “ação à distância”; trabalho anterior invisível que provoca nos submetidos a sensação de ter de obedecer sem sequer se colocar a questão da obediência... Extorque submissões que sequer são percebidas como tais, apoiando-se em “expectativas coletivas”, em crenças socialmente inculcadas.

Síntese A economia dos bens simbólicos apóia-se no recalque ou na censura do interesse econômico O preço (a verdade econômica) deve ser escondido É fluida e indeterminada Apóia-se no tabu da explicitação – mostrar como calculistas e interessadas práticas definem a si próprias como contra o cálculo e o interesse São ambíguas, têm duplas faces, até aparentemente contraditórias Não se trata de mera hipocrisia, mas de negação, assegurando a existência de opostos Não se apóia na lógica da ação racional, mas no desconhecimento compartilhado Sua reprodução ou crise estão vinculadas às reprodução ou crise das crenças, perpetuação ou ruptura entre as estruturas mentais e objetivas, que não resulta apenas de uma simples tomada de consciência, mas de uma transformação anterior ou concomitante das estruturas objetivas, das quais elas (as estruturas mentais) são o produto.

Poder Simbólico O poder simbólico só se exerce se for reconhecido. Isto significa que o mesmo não reside nos “sistemas simbólicos” em forma de uma “força interna”, mas que se define numa relação determinada entre os que o exercem e os que lhe estão sujeitos. Os símbolos de poder (cetro, espada, coroa e afins) são apenas capital simbólico objetivado e a sua eficácia está sujeita às mesmas condições.