Genética Forense
Todo indivíduo possui um perfil genético único (exceto gêmeos monozigóticos). Vínculos genéticos entre amostras-questionadas e amostras-referência: determinação da origem individual de cada evidência → reconstruir parcial ou totalmente a dinâmica do ato infracional.
Alguns Exemplos Identificação de suspeitos em casos de crimes sexuais (estupro, atentado violento ao pudor com ato libidinoso diverso de conjunção carnal e outros); Identificação de restos mortais, ossadas e outros; Relação entre instrumentos lesivos e vítimas, (sangue, esperma, pêlos, pele e outros presentes em anteparo ou objeto encontrado em local de crime ou a ele relacionado);
ANÁLISE CRIMINAL Ossos carbonizados Ossadas ou dentes Manchas de material biológico (sangue, líquido seminal, saliva) em material têxtil Bulbo capilar, pêlos e unhas Material anatomopatológico Tecido biológico em estado de putrefação
Investigação de paternidade nos casos de gravidez resultante de estupro, estudo de vínculo genético (investigação de paternidade, anulações de registros civis de nascimento, raptos e seqüestros de crianças, tráfico de menores e outros); Identificação de cadáveres abandonados nos casos de aborto provocado, em casos de infanticídio e de falta de assistência ao parto; Identificação de animais, plantas e microorganismos.
Marcadores Moleculares na Genética Forense • Grupos sangüíneos eritrocitários (ABO, Rh e MN); • Complexo HLA (histocompatibility leucocyte antigen): antígenos na superfície dos leucócitos → genes polimórficos (6p); • Mnissatélites (VNTR) “impressões digitais” de DNA;
VNTR - N° Variável de Repetições em Tandem Certas regiões cromossômicas em que uma pequena seqüência de DNA é repetida várias vezes - marcadores genéticos. Seqüências que se repetem (tandem repeats). Regiões estão localizadas entre sítios de corte de enzimas de restrição.
Repetições em Tandem VNTR - N° Variável de
Microssatélites (STR): TPOX, D3S1358, D5S818, FGA, CSF1PO, D7S820, D8S1179, TH01, vWA, D13S317, D16S539, D18S51 e D21S11, STRs do cromossomo Y e o gene a amelogenina; Segmento do intron 1 do gene Amelogenina: O alelo do cromossomo X gera um fragmento amplificado de 330 pb e o alelo do cromossomo Y gera um fragmento de 280 pb.
Vantagens na utilização do DNA Qualquer quantidade de material biológico. Potencial discriminatório: ABO → discriminar um em três indivíduos na população; Marcadores sorológicos adicionais → um em alguns milhares; DNA → um em alguns bilhões ou mais. • Resistência aos fatores ambientais: ácidos, álcalis e detergentes. • DNA do espermatozóide separado por lise diferencial.
Coleta, Identificação, Manipulação, Preservação e Envio do material Material: ossos carbonizados Coleta: coletar a área mais protegida e guardar em saco plástico limpo Armazenamento: -4ºC (freezer) Material: ossadas ou dentes Coleta: coletar os ossos mais longos ou dentes molares e guardar em saco plástico limpo
Coleta, Identificação, Manipulação, Preservação e Envio do material Material: Manchas de material biológico em tecido (sangue, líquido seminal, saliva) Coleta: guardar o tecido em saco plástico limpo Armazenamento: -4ºC (freezer) Material: Fios de cabelo, pêlos e unhas Coleta:coletar as amostras de fio de cabelo e pêlo, com o bulbo capilar, e guardar em recipiente limpo
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE Sangue periférico da mãe, do filho e do suposto pai Raspagem de mucosa bucal da mãe, do filho e do suposto pai Bulbo capilar, pêlos e unhas
O estupro de uma menina de quatro anos ocorrido em meados de 1997, em um município do norte do estado do Paraná, ilustra bem o benefício proporcionado por exames de DNA à Justiça. Nesta ocasião, o Instituto de Criminalística de Curitiba recebeu da autoridade policial uma peça de vestuário íntimo feminino apresentando manchas, visando a pesquisar a presença de esperma, até então, o único recurso laboratorial disponível. O exame microscópico detectou a presença de raros exemplares de gameta masculino humano. Passado quase um ano, o Juízo de Direito restituiu a peça de vestuário em questão, desta vez para se submeter a análises de vínculo genético (DNA), tendo como meta o confronto do perfil genético obtido a partir dos vestígios, com o perfil do réu. O referido material encaminhado foi reexaminado com auxílio de iluminação ultravioleta, sendo, então, verificadas manchas remanescentes com fluorescência característica daquela apresentada por sêmen. O acusado encontrava-se livre devido a absoluta falta de provas contundentes. CASO 1
Fragmentos A e B 1 corresponde ao padrão do DNA do fragmento A (amostra proveniente do sêmen encontrado na calcinha da vítima); 2 corresponde ao padrão de proveniente do acusado); 3 corresponde ao padrão de DNA do fragmento B (amostra 4 corresponde ao padrão de proveniente do acusado). Fragmentos A e B 1 2 4 3
1 corresponde ao padrão do DNA do fragmento C (amostra proveniente do sêmen encontrado na calcinha da vítima); 2 corresponde ao padrão de DNA do fragmento D (amostra proveniente do acusado); 3 corresponde ao padrão de DNA do fragmento D (amostra proveniente do sêmen encontrado na calcinha da vítima); 4 corresponde ao padrão de DNA do fragmento C (amostra proveniente do acusado). 2 1 3 4
CASO 2 No final de 1986, em um hospital do interior do estado do Paraná, teria ocorrido uma troca entre dois bebês, hipótese levantada diretamente pelos seus pais em função de dúvidas quanto a traços fisionômicos das crianças, que, por ocasião da análise, já possuíam mais de dez anos de idade. As duas crianças envolvidas e seus respectivos pais legais cederam material hematológico para o esclarecimento da dúvida comum de ambas as partes, situação de certa repercussão na imprensa local. Quem é filho de quem?
CASO 3 Quais são os alelos paternos e quais são os alelos maternos? Houve exclusão de paternidade?
CASO 4 Houve exclusão de paternidade? Por que?
Índice de Paternidade