As tecnologias da Inteligência

HIPERTEXTO

"A idéia do hipertexto foi enunciada pela primeira vez por Vanevar Bush em 1945, em um célebre artigo intitulado "As We May Think”. Bush imaginou o "Memex", dispositivo que se configurava como uma espécie de memória auxiliar, classificando as informações por associação. Essas conexões ainda não chamavam hipertextuais.

"No início dos anos sessenta, Theodore Nelson inventou o termo hipertexto para exprimir a idéia de escrita/leitura não linear em um sistema de informática" Ele imaginou o Xanadu, que além de fazer ligações entre informações também permitiria que as pessoas compartilhassem essas informações e interagissem entre si.

O autor imagina um futuro onde um aprendiz de mecânico utiliza um CD com imagens tridimensionais de um motor, e uma série de vídeos explicativos, para estudar o funcionamento do motor de um carro. Hoje esse mecânico poderia utilizar realidade aumentada.

Afinal, o que é hipertexto? Tecnicamente: um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Esses nós podem ser palavras, documentos, informações e outros hipertextos… Funcionalmente: um hipertexto é um tipo de programa para a organização de conhecimentos ou dados, a aquisição de informações e a comunicação.

"Partindo de traços tomados de empréstimo de várias outras mídias, o hipertexto constitui, portanto, uma rede original de interfaces." Se no livro precisamos de um índice, e no jornal de uma observação mais apurada, para encontrarmos algo, no hipertexto basta usar a ferramenta de pesquisa.

"O hipertexto ou multimídia interativa adequam-se particularmente aos usos educativos. É bem conhecido o papel fundamental do envolvimento pessoal do aluno no processo de aprendizagem. Quanto mais ativamente uma pessoa participar da aquisição de um conhecimento, mais ela irá integrar e reter aquilo que aprender.”

O COMPUTADOR PESSOAL E A POLÍTICA DAS INTERFACES

“Na metade da década de setenta, uma pitoresca comunidade de jovens californianos à margem do sistema inventou o computador pessoal”

Altair

“A montagem foi o primeiro princípio de interface com os usuários dos novos computadores. Essa característica da interface implicava uma modificação no significado da máquina: o essencial não era mais montá-la, mas sim usá-la”

“Para os fundadores da Apple, o computador era o circuito básico. A fonte, o gabinete, os diversos periféricos não eram nada além de uma atração ou de publicidade para fazer com que as pessoas utilizassem os circuitos”

As idéias que orientaram a construção do Macintosh vinham desde a metade dos anos 50, tinham sido imaginadas por Douglas Engelbart, e no instituto de pesquisa de Stanford foram testados pela primeira vez: “- a tela com múltiplas janelas de trabalho; - a possibilidade de manipular, com a ajuda de um mouse, complexos informacionais representados na tela por um símbolo gráfico; - as conexões associativas (hipertextuais) em bancos de dados ou entre documentos escritos por autores diferentes; - os grafos dina ̂ micos para representar estruturas conceituais (“processamento de idéias”); - os sistemas de ajuda ao usuário, integrados aos programas.”

“O surgimento do Apple Machintosh, em 1984, acelerou a integração da informática ao mundo da comunicação, da edição e do audiovisual, permitindo a generalização do hipertexto e da multimídia interativa”

GROUPWARE

“Todos os documentos, artigos de revistas, minutas de reuniões [...] encontram-se disponíveis para consulta imediata pelos membros da equipe através de uma simples pesquisa por palavra-chave ou de um índice geral de documentos. Estes documentos podem estar ligados, seja por inteiro ou apenas em parte, a qualquer item da ‘rede de discussão racional’. ”

A interação do hipertexto é feita por associações, o sentido de cada argumento, cada texto, se dá com a relação que se cria com outros textos. Cada um vê coisas idênticas de um modo, de acordo com a bagagem pessoal de informações que carrega, essa é a base do hipertexto. A função do groupware é de unir todas essas diversas opiniões e associações, de um modo coletivo, para assim acrescentar diversos modos de pensar a cada um de nós, à fim de multiplicar conhecimentos.