Texto: Mídia e Produção de modos de Existência Autora: Cecília Coimbra.

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Transcrição da apresentação:

Texto: Mídia e Produção de modos de Existência Autora: Cecília Coimbra

 Levantar como os meios de comunicação de massa são também responsáveis pela produção de modos hegemônicos de ser e de existir no mundo.

 Coimbra apresenta como artigo uma parte de sua pesquisa que levantou como estão sendo produzidos, cotidianamente, alguns aspectos da chamada “violência urbana” sobre as “mentes e os corações” de alguns segmentos de nossa população nas grandes cidades brasileiras através da análise da “Operação Rio”.

 Foram utilizados quatro jornais (eixo Rio-São Paulo), fontes documentais (boletins e relatórios) sobre a questão da violência urbana no Brasil e, em especial, sobre a “Operação Rio”.  A pretensão com a pesquisa não era a de procurar uma “verdade” absoluta, objetiva e/ou neutra, mas como uma instituição produzida de formas diferentes, segundo os diferentes atravessamentos históricos.  Essa concepção de pesquisa entendendo-a também como uma instituição, aponta para o pesquisador implicado, aquele que recusa sua neutralidade, procurando sempre, dessa forma, derrubar as barreiras entre sujeito que conhece e objeto a ser conhecido.

 Pretende-se então, apontar de forma geral, algumas produções mediáticas e alguns de seus efeitos para que possamos entender um pouco como alguns modos de existência dominantes estão sendo forjados e disseminados em nosso cotidiano.  Coimbra entende a mídia como um dos mais importantes equipamentos sociais no sentido de produzir esquemas dominantes de significação e interpretação do mundo – (meios de comunicação falam pelos e para os indivíduos).

 Ela afirma que este equipamento (mídia) não nos indica somente o que pensar, o que sentir, como agir, mas principalmente nos orienta sobre o que pensar, sobre o que sentir.  A mídia nos coloca certos temas e nos faz crer que estes é que são os problemas importantes sobre os quais devemos pensar e nos posicionar. Através da ininterrupta construção de modelos de unidade, de racionalidade, de legitimidade, de justiça, de beleza, de cientificidade os meios de comunicação de massa produzem formas de existir que nos indicam como nos relacionar; enfim, como ser e viver dentro de um permanente processo de modelização.

 Quando a autora retrata a questão do crescimento e monopólio recapitula o que Gustavo Gindre (autor do texto passado) afirma sobre a questão da centralização e controle dos meios comunicação por uma minoria dominante.  Este monopólio tem sido preocupante, pois não se adquire apenas palanque mediático, mas quase um fórum de decisões políticas, visto que se intervém abertamente em questões as mais diversas, orientando-as, com a aprovação da opinião pública, para os caminhos e desfechos que interessam ao que é dominante.

 A autora afirma que esse monopólio das comunicações, esta concentração de informações – característicos do nosso mundo globalizado – produzem certos modos de existir e de viver condizentes com a chamada “sociedade do controle”.

 Além de produzir certos modos de existência e de vida, de estar nas mãos de uns poucos, a mídia funciona organizando diversos e diferentes fluxos de acontecimentos; pela via do espetáculo, das formas dramáticas e sensacionalistas produz identidades, simpatias, prós e contras. À medida, portanto, que organiza os múltiplos fluxos de acontecimentos, a mídia hierarquiza os temas, selecionando os que deverão necessariamente ser discutidos, debatidos, pensados.

 Lógica mediática é a da homogeneização  A homogeneização presente nessa lógica mediática faz com que a linguagem usada seja “factográfica”, onde se trabalha com dicotomias (...) o bem e o mal.  Assim, pela produção e circulação de signos, imagens, subjetividades (...) portanto, pela criação de um real de realidades (...) os meios de comunicação de massa produzem poderosas e eficientes formas de ser e de estar no mundo; forjam existências, vidas, bandidos, mocinhos, heróis e vilões.

 Conclusão!