Evolução Histórica da Família

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Fontesdo Direito de Familia
Transcrição da apresentação:

Evolução Histórica da Família Tarsila Cunha

Conceitos O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Conjunto de servos ou dependentes de um chefe.

A família pode ser considerada a unidade social mais antiga do ser humano, a qual, historicamente, mesmo antes do homem se organizar em comunidades sedentárias, constituía-se em um grupo de pessoas relacionadas a partir de um ancestral comum ou através do matrimônio.

Nos dicionários antigos, FAMILIA incorporava todos que viviam numa mesma casa, podendo ser parentes e até criados.

Até o final do século XVIII havia uma grande sociabilidade Até o final do século XVIII havia uma grande sociabilidade. A vida era iminentemente pública. A representação familiar era então, exterior e pública. Basicamente não havia intimidade, já que as pessoas viviam misturadas umas com as outras.

A partir desta época, a família torna-se uma sociedade fechada, onde seus membros gostam de permanecer, pois até o seculo XVII a família já existia mas não em sentimento ou como valor.

Os laços de sangue constituíam dois grupos distintos, porém concêntricos: a família (que pode ser comparada a nossa família conjugal moderna) e a linhagem (que estendia sua solidariedade a todos os descendentes de um mesmo ancestral)

A família compreendia os que residiam juntos.

Todos os membros da família assumiam obrigações morais entre si, sob a liderança do ancestral comum, conhecido como “patriarca”, normalmente da linhagem masculina, símbolo da unidade da entidade social, reunindo-se em uma mesma comunidade todos seus descendentes, os quais compartilhavam de uma identidade cultural e patrimonial. Essas primeiras entidades familiares, unidas por laços sanguíneos de parentesco, receberam o nome de clãs.

Com o crescimento territorial e populacional desses clãs, que chegavam a possuir milhares de membros, essas entidades familiares passaram a se unir, formando as primeiras tribos, grupos sociais compostos de corporações de grupos de descendentes.

Com o desenvolvimento de sociedades mais complexas, na qual os laços sanguíneos eram cada vez mais dissolvidos entre a população, ganha importância na Roma Antiga a expressão família natural, formada apenas por um casal e seus filhos. Ao contrário dos clãs, que se formavam a partir da relação de parentesco com um ancestral comum, a família natural romana originava-se através de uma relação jurídica, o casamento.

A instituição do casamento era dividida em confarreatio, o casamento de caráter religioso, restrito à classe patrícia, caracterizado por uma cerimônia de oferenda de pão aos deuses; coemptio, reservada à plebe, celebrado mediante a venda fictícia, do pai para o marido, do poder sobre a mulher; e o usos, em que o marido adquiria a mulher pela posse, isto é, vida em comum no ínterim de um ano.

Os pressupostos para o casamento romano eram a coabitação e o chamado affectio maritalis, este último consistente na manifestação expressa dos nubentes de viverem como marido e mulher. Ao findar qualquer um desses pressupostos, extinguia-se o casamento, valorizando-se o afeto entre os cônjuges

Não obstante a importância do afeto na relação matrimonial, o modelo romano de família mantinha a estrutura de poder despótico, “concentrados sob a patria potestas do ascendente comum vivo mais velho”. O poder do patriarca era dividido em pater familias, o chefe da família natural, o qual exercia seu poder sobre os seus descendentes não emancipados, sua esposa e com as mulheres casadas com seus descendentes.

A família natural foi adaptada pela Igreja Católica, que transformou o casamento em instituição sacralizada e indissolúvel, e única formadora da família cristã, formada pela união entre duas pessoas de diferentes sexos, unidas através de um ato solene, e por seus descendentes diretos, a qual ultrapassou milênios e predomina até os dias atuais.

Destaca-se dentro do modelo canônico de família a importância destinada ao sexo, sendo que a relação carnal entre os nubentes tornou-se requisito de validade para a convalidação da união. Esta condição estabelecida pelo direito eclesiástico é fruto da indissociação entre o matrimônio e a procriação, função primordial da união e que poderia ocorrer após o sacramento do casamento.

Entendia-se dessa forma que o fim do matrimônio enquanto instituição era a procriação e, por conseguinte, a educação da prole, o que tornava justificável a prática do ato sexual dos cônjuges, autorizado no seio dessa instituição como remédio (...)

A situação da mulher no lar vai se modificando, sendo que no final do século XVII a mulher torna-se incapaz. Isto reforça o poder paterno.

Durante a Idade Média era costume enviar as crianças para a casa de outras pessoas, para aprenderem serviços domésticos. Eram chamadas de aprendizes. Permaneciam com suas famílias até os 7 ou 9 anos. A família nesta época não podia alimentar um sentimento existencial profundo entre pais e filhos.

Habitações familiares Não havia locais profissionais diferenciados dos domésticos. Tudo se passava num mesmo cômodo, onde a família vivia. Todos os cômodos comunicavam-se . Nenhum deles tinha destinação precisa, com exceção da cozinha, e muitas vezes se cozinhava na lareira da sala.

Na mesma sala que se comia, também se dormia, se dançava, trabalhava Na mesma sala que se comia, também se dormia, se dançava, trabalhava... As camas eram desmontáveis. Até o século XVII ninguém ficava sozinho, mas esta sociabilidade durante muito tempo opôs-se a formação de sentimento de família, pois não havia intimidade.

Durante o século XVIII a família começou a manter a sociedade a distância, a confiná-la a um espaço limitado. Casa: Local para defesa. Cômodos independentes. Já não havia camas por toda parte. Já não se usava ir a casa de alguém a qualquer hora, sem comunicar

Esta reorganização abriu espaço para a intimidade, preenchida por uma família reduzida aos pais e filhos, das quais se excluíam os criados, clientes... Uma das marcas desta família é a preocupação de igualdade dos filhos. A desigualdade entre os filhos era considerada uma injustiça intolerável.