O N E O P O S I T I V I S M O Objetivos “Oferecer uma visão geral sobre o Neopositivismo, trabalhando seus principais temas”.
O N E O P O S I T I V I S M O Na década de 30, em Viena, na Áustria, um grupo de professores e cientistas fundaram uma sociedade cuja finalidade era o estudo e o conhecimento científico e seus métodos. Estava surgindo uma nova doutrina, semelhante, em sua essência, à de Augusto Comte: o “Neopositivismo”.
Esses professores e cientistas reuniam-se periodicamente na Universidade de Viena debatendo e aprofundando questões: Científicas, Metodológicas, Filosóficas, Matemáticas etc., e assim seu grupo foi chamado de “Círculo de Viena”.
Os principais componentes do grupo são: Moritz Schlik (1882-1936), fundador e coordenador do grupo; Philip Franck (1884-1956); Otto Neurath (1882-1945); Rudolf Carnap (1891-1969); Kurt Godel (1906-1978); Hans Reichenbach (1891-1953); Ludwig Wittgenstein (1889-1951); Bertrand Russel (1872-1970); Karl Raimund Popper (1902-1994) Que acompanhou todas as reuniões do grupo, embora discordando de quase todas elas.
O grupo fundou a revista Erkenntnis (conhecimento), que circulou de 1930 a 1938, quando foi fechada pelos nazistas que começaram a perseguir os neopositivistas, por serem quase todos judeus. A maioria deles fugiu para os Estados Unidos, onde ensinaram nas melhores universidades e fundaram o Journal of Unified Science.
A doutrina Neopositivista pode ser resumida nos seguintes pontos: 1. É verdadeiro somente aquilo que pode ser verificado pela ‘experiência’, pelos ‘sentidos’, pela ‘pesquisa’. Tudo o mais é um enunciado filosófico.
2. Os “princípios lógicos e matemáticos”, embora alcançados imediatamente por intuição, sem necessidade de verificação científica, são aceitos pelos neopositivistas. Alguns desses princípios lógicos são: “O todo é maior do que a parte”; “Duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si”.
3. A ciência começa pela avaliação dos fenômenos e só poderá ser chamado de científico aquilo que for deles deduzido. Logo, a lógica da pesquisa científica é a indutiva, ou seja, aquela que parte do particular para o universal.
4. A filosofia tradicional não tem sentido, pois suas conclusões são abstratas, e portanto desligadas dos fenômenos particulares da realidade.
5. A nova filosofia, isto é, a filosofia Neopositivista, deverá somente examinar e esclarecer a linguagem científica para eliminar os falsos problemas e dizer o que é exprimível ou não na ciência.
Assim, a nova filosofia será “Epistemologia e Filosofia da Linguagem”. Como se vê, os neopositivistas pouco ou quase nada se diferenciaram do positivismo de Comte , para o qual a ciência é quase uma manifestação romântica da humanidade, de forma que ela é tudo: conhecimento, moralidade, beleza, religião.
Para o Neopositivismo, a linguagem científica resume em si e resolve todos os problemas filosóficos. Essa linguagem científica evita considerações metafísicas, pois entende que só assim poderá dizer algo de certo sobre o conjunto da observação.
Por isso, para alcançar o conhecimento científico total, os neopositivistas afirmam e se propõem: 1. Uma declarada atitude antifilosófica e antimetafísica; 2. Uma investigação empírica absoluta; 3. A expressão das verdades científicas pela linguagem da lógica e da logística; 4. A matematização de todas as ciências.
Esses princípios nos deixam entrever uma divinização da ciência: No entanto, esses novos epistemólogos alcançaram um dado de grande valor, que é a exigência de uma grande seriedade e concisão científica. Para entender essa seriedade, veja-se este exemplo: Quando afirmamos – dentro do religioso – que Jesus Cristo é filho de Deus, o que é que entendemos? A resposta se situa justamente no nível da linguagem. Se o nível da linguagem é biológico, evidentemente a afirmação acima não tem sentido.
Se o contexto da linguagem é poético, também não tem sentido. Jesus não é filho de Deus nem em linguagem poética, nem biológica. Mas se o nível da linguagem é religioso, então a afirmação tem sentido. Trata-se agora de ver quais são as regras da linguagem religiosa para entender o sentido da afirmação enunciada.
Assim os neopositivistas ajudaram a alcançar uma grande precisão na linguagem científica, embora tenham-se alienado num jogo algébrico de palavras tornando-se, às vezes, mais abstratos que os filósofos tradicionais por eles condenados.