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Propedêutica Psicológica
Faculdade de Medicina Universidade de Coimbra Propedêutica Psicológica João Relvas 23 de Setembro de 2011 27 de Outubro de 2011
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PROPEDÊUTICA PSICOLÓGICA
MODELO BIOPSICOSSOCIAL EM MEDICINA
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MODELO BIOMÉDICO - I O que causa a doença?
Factores externos que actuam sobre o organismo Alterações físicas, bioquímicas, internas e involuntárias Quem é “responsável” pela doença? Locus de controlo externo Como deve ser tratada? Meios físicos e biológicos Quem é responsável pelo tratamento? Médicos e outros profissionais de saúde
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MODELO BIOMÉDICO - II Qual a relação entre saúde e doença?
Saúde e doença são vistas como qualitativamente diferentes, não há um continuum Qual a relação mente-corpo? Funcionam independentemente (dualismo) Qual o papel da Psicologia na saúde e na doença? A doença pode ter consequências psicológicas, mas não causas psicológicas
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THE BIOMEDICAL PARADIGM
Body, mind, spirit are discrete Body can be treated independently Body is like machine Isolate & eradicate source of malfunction Physician is specialized technician Treatment is specific to illness Treatment should pass scientific tests Physician -patient relationship has little bearing on outcome as long as adherence to treatment prevails Emphasis on fighting disease
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EVOLUTION OF MODERN BIOMEDICINE
European Enlightenment Germ Theory of Disease Flexner Report
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LIMITATIONS OF BIOMEDICINE
Poorer results when condition - Chronic - Non-bacterial - Non-mechanical - Autoimmune - Unknown or multifactorial etiology Adverse effects of biomedical therapies Rigid treatment delivery systems Less time with physician Possible sense of de-humanization & compartmentalization
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MODELO BIOMÉDICO Dualismo corpo-mente Metáfora mecânica
Imperativo tecnológico Reducionismo Doutrina da etiologia específica Ciência objectiva
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MODELOS DUALISMO A doença física resulta de processos físicos.
A Psicologia é necessária para melhorar a adesão do doente. HOLISMO Processos psicológicos podem causar doenças físicas. Doenças físicas podem causar necessidades psicológicas.
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EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS
Teoria da Evolução e o Homem visto como ser biológico Medicina Psicossomática (Freud) Saúde Comportamental Medicina Comportamental (Schwartz e Weiss) Psicologia da Saúde
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MODELO BIOPSICOSSOCIAL
Vírus Bactérias Lesões PSICO Comportamento Crenças Stress Coping SOCIAL Meio sócio-cult. Cultura Valores Engel, 1977, 1980
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Factores Psicológicos e Enfarte do Miocárdio
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Stress e sistema cardiovascular
A incidência de depressão major é de ± 20% depois de IM. A mortalidade cardiovascular é tripla neste grupo (15%) comparada com doentes não deprimidos (5%) nos 6 meses seguintes.
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Personalidade Tipo A e Doença Coronária
(prevalência 2 vezes superior) Hostil, agressivo, impaciente Competitivo e orientado para a realização Em luta contra o tempo Dificuldade em relaxar Facilmente zangado quando confrontado com atrasos e/ou pessoas percebidas como incompetentes Friedman and Rosenman, 1959
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PADRÃO COMPORTAMENTAL TIPO A
Exigentes Competitivas Impacientes Sensação permanente de urgência Agressivas Incapazes de relaxar Hostis Friedman e Rosenman 1970’s
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STRESS – Respostas Emocionais
Catecolaminas Coração Vasos Ácidos gordos livres Colesterol plasmático Corticosteroides Imunidade Psiconeuroimunologia
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Adaptado de Musselman DL e Nemeroff CB, Arch Gen Psychiatry 1998
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The “mind-body” connection Short-term effect of cortisol
CRH ACTH cortisol Short-term effect of cortisol Glucose release from liver and muscles Long-term effects Immune changes Loss of muscle and bone mass Loss of insulin sensitivity Hippocampus neuronal death
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The “mind-body” connection Autonomic nervous system
Sympathetic innervation (red) Parasympathetic (blue) Regulates physiology to prepare for short-term vs. long-term projects
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Depressão Major e Doença Coronária
1. Alterações Hematológicas – Estado pró-coagulante 2. Hiperactividade do eixo Hipotálamo-hipofisário-suprarrenal 3. Activação do Sistema Simpático-medular suprarrenal 4. Alteração da Variabilidade da Frequência cardíaca 5. Disfunção Endotelial
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FACTORES COMPORTAMENTAIS E DE PERSONALIDADE
VULNERABILIDADE PESSOAL - Conceito de Padrão Comportamental Tipo A - Personalidade Tipo D (distressed)
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PERSONALIDADE TIPO D AFECTOS NEGATIVOS Ansiedade Angústia Tristeza
P Klee Ansiedade P Klee Angústia E Munch AFECTOS NEGATIVOS Tristeza
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JM Basquiat Raiva Hostilidade J Denollet Cinismo Da Vinci
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Personalidade Tipo D Afectos negativos Isolamento social Ansiedade
Angústia Tristeza Hostilidade Raiva Cinismo Afectos negativos Personalidade Tipo D P Picasso Isolamento social
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Carcinoma da mama - sobrevida
Controlo Psicoterapia 1. 0.5 0.2 Meses Spiegel et al. 1989
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Modelo Biomédico A diminuição da taxa de mortalidade deveu-se ao declínio da mortalidade infantil por doenças infecciosas (McKeown, 1979). Uma pessoa do século XIX que sobrevivesse até à idade adulta, vivia quase tanto como um adulto do final do século XX Omstein e Sobel (1987) - actualmente as pessoas são mais saudáveis, porque procuram activamente evitar a doença e não porque recebem mais tratamentos quando estão doentes
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Limitações do modelo biomédico
As fronteiras entre saúde e doença, entre bem-estar e mal-estar, estão longe de serem claras, já que são disseminadas por considerações culturais, sociais e psicológicas. A concepção biomédica tradicional, onde os índices biológicos são o critério último para a definição da doença, leva ao presente paradoxo, no qual é dito a algumas pessoas com resultados laboratoriais positivos que têm necessidade de ser tratadas, quando de facto se sentem bastante bem, enquanto que outras se sentem doentes, mas é-lhes assegurado que estão bem, ou seja, não têm doença. Engel (1977)
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Modelo Biomédico Para o "biomédico" os fenómenos clínicos só são “reais” quando objectivamente observáveis e mensuráveis em condições "científicas“ Os aspectos psicológicos ou socioculturais são desvalorizados e remetidos a uma categorização de fenómenos “menores” Os sintomas subjectivos só adquirem um estatuto legítimo e "real" quando correspondem a alterações objectiváveis (pelo exames clínicos e/ou complementares), na estrutura ou função do organismo (por exemplo, dor) e mesmo assim, sujeitos a um grau maior ou menor de desconfiança, quando o médico decreta “não haver base orgânica” para esses sintomas.
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Modelo Biomédico “Sentimento de omnipotência" do modelo biomédico:
Sobrevalorização dos êxitos da medicina moderna McKeown (1979): As influências que levaram à predominância de doenças infecciosas desde a primeira revolução agrícola, há anos atrás, foram a alimentação insuficiente, as condições ambientais e a elevada densidade populacional. As medidas que levaram ao seu declínio, desde as modernas revoluções agrícola e industrial, foram, como seria de prever, uma nutrição melhor, melhor higiene e o uso de contraceptivos. A contribuição da medicina clínica na prevenção da morte e no aumento da esperança de vida, nos últimos três séculos, foi inferior ao de outras influências
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Modelo Biomédico Os limites e desvantagens de um modelo biomédico têm vindo a ser evidenciados graças aos contributos de várias fontes: Sociologia Médica Antropologia Médica Psicologia da Saúde A própria perspectiva crítica do doente, como consumidor de serviços de saúde
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Sociologia Médica Assinala que o estado de doença é uma experiência socialmente construída e influenciada (i.e. as doenças não são apenas factos biológicos, mas também sociais). Múltiplos factores tais como condições de emprego / desemprego, família, educação, também exercem influências, que por vezes são mesmo determinantes, ao actuar como factores de vulnerabilidade ou pelo contrário, com factores protectores da doença. A medicina preventiva e a saúde pública assumiram uma maior relevância social, com atenção crescente a factores de risco sociais (e de doença) tais como a pobreza, educação deficiente, etc .
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Sociologia Médica No século XX: Diminuição das doenças infecciosas
Aumento crescente de problemas crónicos e degenerativos Os tratamentos prolongados colocam a tónica no controlo e não na cura. Estes tratamentos pressupõem a participação activa do doente e por outro lado, dada a sua natureza prolongada, é necessário prestar tanta atenção aos factores físicos como aos psicológicos e sociais
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Modelos leigos vs modelos médicos da doença
Antropologia Médica Ramo da antropologia social e cultural, que investiga o modo como as pessoas, em diferentes contextos culturais e sociais, procuram explicar as causas do seu estado de saúde e doença, bem como outras variáveis, tais como as crenças sobre os tipos de tratamento e os comportamentos de procura de ajuda . Os sintomas e as doenças também são constructos culturalmente determinados e influenciados. O modo como comunicamos acerca dos problemas de saúde, como apresentamos os sintomas, quando e como procuramos ajuda e avaliamos essa ajuda, é fortemente influenciado por factores culturais Modelos leigos vs modelos médicos da doença
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Importância dos factores psico-sociais
As influências recíprocas entre factores biológicos, psicológicos e sociais têm sido negligenciadas pela medicina. A ideia de que os factores psicossociais contribuem para a doença física foi durante muito tempo desvalorizada, o que é contrariado por numerosas investigações científicas. Nos países desenvolvidos os factores psicossociais relacionam-se com as principais causas de morte : doenças cardíacas cancro acidentes doenças vasculares cerebrais e com os factores de risco: hipertensão, tabagismo, níveis elevados de colesterol
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Importância dos factores psico-sociais
Das dez principais causas de morte, sete podem ser significativamente reduzidas se as pessoas em risco promoverem alguns hábitos: Dieta alimentar equilibrada Redução ou abolição do tabagismo e/ou do consumo de álcool Prática de exercício físico Medicação antihipertensiva
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Importância dos estados emocionais
As doenças são, na maior parte das vezes, acompanhadas de ansiedade, sentimentos de desamparo e de perturbação nas normais relações do doente, com o seu ambiente. A doença pode provocar receio de problemas financeiros e de dificuldades profissionais, ou a própria doença pode ser provocada por problemas deste tipo. Frequentemente o doente pode vir ao médico apresentar não apenas os sintomas de determinada doença, mas também as preocupações acerca das suas causas e consequências. Preocupações sobre o grau de ameaça da doença ou dos tratamentos
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Importância dos estados emocionais
Os estados emocionais negativos contribuem significativamente para o aparecimento de processos de doença . Um estado afectivo negativo crónico (depressão, ansiedade, hostilidade), parece estar associado com o desenvolvimento de uma ampla gama de doenças, tais como a doença coronária, asma, enxaquecas, úlceras e artrites . As investigações efectuadas no campo da psiconeuroimunologia sugerem que os estados depressivos, processos de luto e stress psicológico intenso parecem comprometer, em maior ou menor grau, o funcionamento do sistema imunológico e pelo contrário os estados emocionais positivos podem agir como factores protectores ao desenvolvimento de doenças ou facilitadores do processo de recuperação de doenças.
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Enquadramento psico-social da doença
A existência (ou não) de apoio social, pode influenciar de modo decisivo, o estado de saúde das pessoas. Definido como o grau em que as necessidades sociais básicas da pessoa são satisfeitas através da interacção com outras pessoas ou com as instituições sociais. Recursos materiais (e.g., acesso aos cuidados de saúde; disponibilidade económica para as compras do dia-a-dia; assumir responsabilidade pelos filhos) Recursos não-materiais (e.g., afecto, compreensão, aceitação e estima) que as outras pessoas ou as instituições fornecem (Hafen et al., 1992). A falta de apoio social rivaliza com factores de risco bem estabelecidos, como é o caso do consumo de tabaco, da hipertensão arterial, da obesidade e falta de exercício físico
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Enquadramento psico-social da doença
Por exemplo, pessoas com muitos contactos sociais, um cônjuge, vivência familiar, uma rede de amigos, afinidades com grupos, recuperam mais rapidamente de doenças e reduzem o seu risco de mortalidade de doenças específicas (House, Landis & Umberson, 1988). Pelo contrário, pessoas que vivem isoladas ou com ligações sociais disfuncionais, nomeadamente devido ao desemprego, migração, envelhecimento e morte, revelam maior incidência de doenças e morrem mais cedo (Caplan, 1974; Cassel, 1976; Minkler, 1986). A falta de apoio social rivaliza com factores de risco bem estabelecidos, como é o caso do consumo de tabaco, da hipertensão arterial, da obesidade e falta de exercício físico.
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Modelo Biopsicossocial
O modelo biopsicossocial, propõe que os objectivos teóricos e metodológicos da medicina devem consistir na interligação das dimensões biológica, psicológica e social A compreensão dos complexos processos envolvidos na saúde e na doença, não pode resultar de considerações exclusivas ou predominantes, relativas a cada uma das áreas isoladamente.
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Modelo Biopsicossocial
M. Biomédico M. Biopsicossocial Psicológico Biológico Social
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Holístico (do grego hólos): refere-se à ideia de totalidade).
Modelo Holístico Holístico (do grego hólos): refere-se à ideia de totalidade). A Medicina Holística, defende os seguintes pontos: A pessoa e o seu ambiente constituem um todo e a doença afecta esta unidade e não apenas um aspecto particular da mesma. A educação do paciente é uma parte integrante dos cuidados de saúde e a responsabilidade última pelo estado de saúde é atribuída a cada pessoa. A qualidade da relação terapêuta-paciente é um aspecto fundamental do próprio tratamento. As tomadas de decisão relativas ao processo de tratamento são partilhadas.
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A prática da Medicina consiste em encontrar Respostas às Questões:
1 – O que está errado? (a resposta é: diagnóstico) 2 – O que vai acontecer? (a resposta é: prognóstico) 3 – O que pode ser feito acerca disto? (a resposta é: tratamento) 4 – Porque é que aconteceu? (a resposta a esta questão depende da prevenção e do avanço da ciência) V McKusick in T D Gelehrter & F S Collins. Principles of Medical Genetics, 1990
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MODELO BIOPSICOSSOCIAL
Vírus Bactérias Lesões PSICO Comportamento Crenças Stress Coping SOCIAL Meio sócio-cult. Cultura Valores Engel, 1977, 1980
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