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O Serviço Social na Contemporaneidade

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Apresentação em tema: "O Serviço Social na Contemporaneidade"— Transcrição da apresentação:

1 O Serviço Social na Contemporaneidade
Prof. Cristiano Costa de Carvalho

2 Conteúdo Programático
Referenciais históricos, teóricos e metodológicos contemporâneos no Serviço Social; O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais. Transformações Societárias, Questão Social e Serviço Social. O Serviço Social na Contemporaneidade

3 Referenciais históricos para o Serviço Social Contemporâneo
Movimento de Reconceituação (40 anos) Características gerais: caráter heteróclito, por ter uma mescla de tendências (Conservadorismo, Modernizadores, Intenção de Ruptura); lapso temporal extremamente reduzido.

4 Referenciais históricos para o Serviço Social Contemporâneo
O III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado em São Paulo, em 1979, também conhecido como o “Congresso da Virada”, quando a sua organização conservadora sofreu fortes questionamentos.

5 Referenciais históricos para o Serviço Social Contemporâneo
1982 – O livro Relações Sociais e Serviço Social no Brasil – Marilda Iamamoto. Aprovação do Novo Código de Ética profissional dos Assistentes Sociais, que define como princípios fundamentais a liberdade e a justiça social, articulados a partir da exigência democrática.

6 Referenciais históricos para o Serviço Social Contemporâneo
1993 – Nova Lei de Regulamentação da profissão que sofreu um profundo processo de renovação face às mudanças experimentadas pelo Serviço Social no Brasil. Entre outras modificações, assegurou objetivamente as atribuições privativas do assistente social.

7 Referenciais históricos para o Serviço Social Contemporâneo
O atual currículo de formação profissional do Serviço Social – amplo processo de discussão coordenado pela ABEPSS. Definição da Questão Social como o eixo central da intervenção do assistente social. Nos anos 90, o debate e a construção daquilo que se convencionou denominar de projeto ético-político-profissional do Serviço Social brasileiro.

8 Materialismo Histórico Dialético
Referenciais históricos teórico-metodológico do Serviço Social Contemporâneo Materialismo Histórico Dialético Teoria Social Crítica Aposta no protagonismo do sujeito. O homem é compreendido como um produto histórico do seu tempo, mas que faz história. Conhecimento: A teoria não é só para explicar a sociedade. Quer seu desvendamento aproximação crítica da realidade x verdade absoluta

9 Materialismo Histórico Dialético
Razão Moderna: impulsionados pelo pensamento iluminista - usar a razão em contraposição ao mundo religioso. Razão como condição de liberdade. Hegel: “nada é definitivo – tudo que é necessário se transforma e perece” – idéia de temporalidade Marx: “tudo que é sólido desmancha no ar”.

10 Materialismo Histórico Dialético
O reino da liberdade só pode ser vivido quando o reino da necessidade é superado. O capitalismo cria a possiblidade de emancipação humana.Mas, é preciso compreender sua dinâmica para fazer esta sociedade avançar – romper com a sua negatividade. O desenvolvimento das forças produtivas não potencializa o reino da liberdade – é o aspecto da negação. “A dialética traz a tona a humanidade” (Iamamoto, 2003, anotações sala de aula)

11 Materialismo Histórico Dialético
Legado de Marx: Criou uma tradição intelectual que compreendeu o capitalismo a partir de uma lógica de classe, na lógica de quem produz. Discutir a alienação é compreender que o trabalho é o selo da capacidade criadora do homem. Ao vender sua força de trabalho ele perde o controle sobre si mesmo (estranhamento). Visão humanista de Marx: o trabalho produz potencialmente o reino da liberdade.

12 Materialismo Histórico Dialético
Preocupações de Marx: De onde vem o capital? De onde surge a riqueza, o lucro, a desigualdade? Economistas Clássicos: como se distribui o produto do trabalho? Socialistas Utópicos: caráter injusto da distribuição da riqueza. Marx: antes da distribuição, pensava como a produção estava organizada.

13 Materialismo Histórico Dialético
Economistas clássicos quanto a relação entre produção/distribuição/troca e consumo Tidas como esferas autonômas – Silogismo lógico 1- Produção: ponto de partida. Relação homem x natureza. Homem se apropria dos produtos da natureza para satisfação de suas necessidades. 2- Distribuição: reparte os produtos segundo as leis sociais (homem x homem) 3- Troca: reparte segundo necessidade individual 4- Consumo: individualidade. Ponto de Chegada. Fora da economia. Para os liberais o mercado é a distribuição e a troca

14 Materialismo Histórico Dialético
Marx: a produção é determinante A produção em geral é uma abstração. O que a diferencia é a época. (Feudalismo..) A produção é um grau de desenvolvimento social, de uma socialidade humana. O individuo isolado é uma ficção do século XVIII. Não existe uma produção particular. O que os indivíduos são depende da sua capacidade de organização.

15 Materialismo Histórico Dialético
Como o trabalho gera valor? A partir da Mais valia = valor excedente no qual entendemos a Lei do Valor. O valor é o trabalho humano cristalizado. A célula básica desta sociedade é a mercadoria. O dinheiro é a pura expressão do valor da mercadoria. O trabalho = atividade humana é diferente da força de trabalho = a mercadoria que se compra e vende

16 Materialismo Histórico Dialético
Mercadoria 1- Valor de uso e de troca Substância e Grandeza (a grandeza é medida pelo tempo de trabalho socialmente necessário).

17 trabalho útil = trabalho concreto
2-Duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias: trabalho útil = trabalho concreto que produz valores de uso e satisfazem necessidades “do estomago ou da fantasia” (Marx, 1985b,t.I,v.I) trabalho abstrato = labor Supõe a igualação social de diferentes tipos de trabalho, que se realiza na forma específica de igualação dos produtos do trabalho de troca. Confirma o caráter útil do trabalho corporificado nos produtos. Realiza-se a equivalência de valores contidos nos produtos do trabalho, atestando o seu caráter de trabalho social.

18 3- A forma de valor: o valor da troca
Forma corpórea + forma social

19 Materialismo Histórico Dialético
O capitalismo é a complexidade da mercadoria. Sociedade mercantil/produtores independentes onde as coisas precisam ser trocadas. A mercadoria é a forma elementar da sociedade burguesa. Quando você troca tem que ter uma equivalência. Como trocar coisas diferentes? Então, Valor para Marx é a força de trabalho acumulada. A mercadoria é uma unidade de valor de uso com valor de troca. O tempo é a medida para mensurar o valor da mercadoria (trabalho social) A produção de mercadorias é determinante para as relações sociais.

20 Materialismo Histórico Dialético
Mais valia não é roubo.É uma exploração. É a parte de uma relação pactuada.

21 Materialismo Histórico Dialético
Síntese: Método científico de análise e transformação da realidade histórico-social aborda os fenômenos históricos em suas mútuas relações, no seu constante movimento, destacando as contradições internas e o todo do qual fazem parte, de modo que se possa ver o mundo em sua interconexão e desenvolvimento questão central: transformação da realidade *slide de Sandra O. Teixeira

22 Materialismo Histórico Dialético
Transformação permanente de todas as coisas: Não existe nada fixo Tudo está sujeito ao fluxo da história História: produto da ação social dos homens Fenômenos sociais, políticos, econômicos: produto da ação humana e, portanto, podem ser transformados por essa ação Como não existe verdade absoluta. Todas as teorias, interpretações da realidade devem ser vistas na sua limitação histórica *slide de Sandra O. Teixeira

23 Materialismo Histórico Dialético
Totalidade: totalidade da realidade é inesgotável “percepção da realidade como um todo orgânico, estruturado, no qual não se pode entender (…) uma dimensão (…) sem prender sua relação com o conjunto” (Lowy, 2000:16) “o concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas determinações e, portanto, a unidade do diverso” (Marx, 1983:218) Contradição: unidade de contrários Contradições internas da realidade capital - trabalho forças e relações de produção *slide de Sandra O. Teixeira

24 Materialismo Histórico Dialético
Marx: Para se pensar uma época tem que se recorrer a base da produção/ como ela influencia a relação entre os homens. Toda a história é a história da luta de classes. A propriedade é quando você tem poder para dispor do trabalho do outro. Propriedade = divisão do trabalho A burguesia gera o gérmem da sua própria negação. Síntese e a Antítese. O proletáriado é o produto mais autêntico da burguesia. O proletáriado só se liberta ao libertar todas as classes sociais. A emancipação da classe operária só pode ser feita por ela mesma.

25 Relações Sociais e o Serviço Social no Brasil
Marilda Iamamoto e Raul de Carvalho

26 Marco Teórico Este Livro está vinculado ao projeto de investigação do CELATS sobre a História do trabalho social na América Latina. O objetivo principal foi compreender as articulações entre a gestação e desenvolvimento da profissão e a dinâmica dos processos econômicos, políticos e sociais nesses países. Isto é, buscou-se entender nossa profissão a partir da sua natureza, seu posicionamento, sua função nas relações sociais vigentes nas sociedades, na América latina, por meio de uma reflexão teórica que considerasse o Serviço Social na diversidade do momento histórico.

27 Palavras Chaves Sociedade capitalista Relações sociais Forças produtivas Reprodução da totalidade do processo social = totalidade do concreto

28

29 “A reprodução das relações sociais não se restringe à força viva de trabalho e dos meios objetivos de produção (instrumento de produção e matérias prima). Refere-se à reprodução das forças produtivas e das relações de produção na sua globalidade, envolvendo também a reprodução da produção espiritual, isto é, das formas de consciência social: jurídico, artístico, filosófica....através das quais se toma consciência das mudanças ocorridas nas condições materiais de produção”.

30 Nesse processo são gestadas e recriadas as lutas sociais entre os agentes sociais envolvidos na produção que expressam a luta pelo poder, pela hegemonia entre as diferentes classes sociais sobre o conjunto da sociedade.

31 Assim a reprodução das relações sociais é a reprodução da totalidade do processo social, a reprodução de um determinado modo de vida que envolve o cotidiano da vida em sociedade: o modo de viver e trabalhar.

32 Trata-se de uma totalidade concreta em movimento, em processo de estruturação permanente. A reprodução das relações sociais, entendida desta maneira, atinge a totalidade da vida cotidiana, expressando-se no trabalho, na família, no lazer, na escola, no poder e etc, como também na profissão.

33 Como o Serviço Social se situa na reprodução das relações sociais?
“A reflexão teórica sobre o Serviço Social no movimento de reprodução da sociedade não se identifica com a tese unilateral que tende acentuar o caráter conservador da profissão e nem com a tese contrária que sustenta a dimensão transformadora ou revolucionária da atividade profissional”.

34 O grande equívoco do Movimento de Reconceituação foi olhar para a profissão refletindo sobre suas questões internas e não sobre um contexto, ou sobre ambas. Consideraram a realidade vivida ou a vontade/ consciência dos agentes individuais (profissionais).

35 As condições que peculiarizam o exercício profissional são uma concretização da dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade em determinadas conjunturas históricas. Como as classes sociais fundamentais e suas personagens só existem em relação, pela mútua mediação entre elas, a atuação do assistente social é necessariamente polarizada pelos interesses de tais classes, tendendo a ser cooptada pelos interesses que têm aqueles de posição dominante.

36 Reproduz também pela mesma atividade, interesses contrapostos que convivem em tensão. Responde tanto a demanda do capital como a do trabalho e só pode fortalecer um ou outro pólo pela mediação do seu oposto. Participa tanto dos mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo e pela mesma atividade, dá resposta às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora e da reprodução dos antagonismos nesses interesses sociais, reforçando as contradições que constituem o móvel básico da história.

37 O assitente social exerce assim uma função mediadora

38 A intervenção do agente profissional nas relações sociais
Dentro da orientação analítica busca-se inserir a profissão de Serviço Social no conjunto de condições e relações que lhe atribuam um significado e nas quais a torna possível e necessária.

39 Afirma-se a profissão como um tipo de especialização do trabalho coletivo, ao ser expressão de necessidades sociais derivadas da prática histórica das classes sociais no ato de produzir e reproduzir os meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada.

40 O Serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social e técnica do trabalho, tendo por pano de fundo o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana, processos aqui apreendidos sob o ângulo das novas classes sociais emergentes – a constituição e expansão do proletariado e a burguesia industrial.

41 É nesse contexto, em que se afirma a hegemonia do capital industrial e financeiro, que emerge sob novas formas a chamada Questão Social a qual se torna a justificação deste profissional especializado.

42 Questão Social São as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão.

43 Estado: É o lócus da mediação. Passa a intervir diretamente nas relações entre o empresariado e a classe trabalhadora, estabelecendo não só uma legislação jurídica do mercado de trabalho, através de uma legislação social e trabalhista específicas, mas gerindo a organização e prestação dos serviços sociais, como um novo tipo de enfrentamento da questão social. Assim, as condições de vida dos trabalhadores já não podem ser desconsideradas inteiramente na formulação de políticas sociais, como garantia de bases de sustentação do poder de classes sobre o conjunto da sociedade.

44 SERVIÇO SOCIAL Embora regulamentado no Brasil como uma profissão liberal, o Serviço Social não tem uma tradição de prática peculiar às profissões na acepção corrente deste termo. No entanto, não exclui integralmente certos traços que marcam uma prática liberal, a exemplo do código de ética, o caráter não rotineiro da profissão, viabilizando aos agentes profissionais uma certa margem de manobra e de liberdade no exercício das suas funções institucionais.

45 Outra questão é o contato direto com os usuários, garantindo um espaço de atuação técnica, abrindo a possibilidade de reorientar a intervenção do profissional de acordo com sua leitura.

46 O Serviço Social não é uma profissão que se inscreva entre as atividades diretamente vinculadas ao processo de criação de produtos e de valor. Pode ser em geral caracterizada como um trabalho improdutivo, figurando entre os falsos custos da produção. No entanto, participa ao lado de outras profissões, da tarefa de implementação das condições necessárias ao processo de produção e reprodução capitalista. Ou seja, a reprodução capitalista necessita de uma gama de atividades que não sendo diretamente produtivas, são indispensáveis ou facilitadoras ao movimento do capital.

47 O trabalho do assistente social se insere numa relação de compra e venda de mercadorias em que sua força de trabalho é mercantilizada e é isto que diferencia entre a atividade assistencial voluntária motivada em questões pessoais e idealistas e a atividade profissional que se estabelece através de uma relação contratual que determina as condições de obtenção de meios de vida necessários a reprodução deste trabalhador especializado. O assistente social transforma a sua força de trabalho como qualquer outra mercadoria e sua atividade está relacionada à classe capitalista.

48 O alvo predominante do exercício profissional é o trabalhador e sua família, elemento mais vital e significativo do processo de trabalho. A força de trabalho em ação é a fonte de toda a riqueza social. Uma vez que o Serviço Social está circunscrito dentro das condições de vida da classe trabalhadora, encontra-se integrado ao processo de criação de condições indispensáveis ao funcionamento da força de trabalho, à extração de mais-valia.

49 O assistente social é também considerado na sua condição de intelectual. Para Gramsci esta categoria não constitui um grupo autônomo das classes fundamentais. Tem o papel de dar-lhes homogeneidade e consciência. Sua função é de contribuir na luta pela direção social e cultural dessas classes na sociedade. Trata-se do organizador, do dirigente e técnico. O assistente social na sua qualidade de intelectual tem como instrumento básico de trabalho o conhecimento e a linguagem.

50 Serviço Social e os bens simbólicos (1982)
Historicamente o Serviço Social não constitui atividade na produção de conhecimentos científicos. Emerge e afirma em sua evolução como categoria voltada para a intervenção na realidade, utilizando-se dos conhecimentos acumulados e produzidos por outras ciências, aplicando-os à realidade social para subsidiar a prática.

51 Síntese Marco Teórico “O Serviço Social é uma profissão que reproduz pela mesma atividade interesses contrapostos que convivem em tensão. Atua na “linha” de mediação do conflito”. Marilda Iamamoto

52 Marco Teórico “O Serviço Social afirma-se como um tipo de especialização do trabalho coletivo, ao ser expressão de necessidades sociais derivadas da prática histórica das classes sociais no ato de produzir e reproduzir os meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada”. Marilda Iamamoto

53 Marco Teórico “O Serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social e técnica do trabalho, tendo por pano de fundo o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana. É neste contexto, em que se afirma a hegemonia do capital industrial e financeiro, que emerge sob novas formas a chamada Questão Social a qual se torna a justificação deste profissional especializado”. Marilda Iamamoto

54 Marco Teórico O que é Questão Social? “O desdobramento da QS é também a formação da classe operária e de sua entrada no cenário político, da necessidade de reconhecimento pelo Estado e, portanto, da implementação de políticas públicas. As Leis Sociais surgem em conjunturas históricas determinadas, marca o deslocamento da QS de um segundo plano da história social e entram, progressivamente no centro das contradições da sociedade. Deixa de ser uma contradição entre abençoados e desabençoados pela fortuna, para constituir-se em uma contradição antagônica entre burguesia e proletariado”. Marilda Iamamoto

55 “Uma das coisas que aprendi é que se deve aprender a viver apesar de.
Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida." Clarisse Lispector Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres.

56 Desenvolva: Relações Sociais no modo capitalista de produção; Questão Social; Estado; Políticas Sociais; Como o Serviço Social de situa na reprodução das relações sociais? De que forma se dá a intervenção do assistente social nas relações sociais?

57 Transformações Societárias e Serviço Social
Princípio: “As alterações profissionais derivam da intricada interação que se processa entre as transformações societárias e seu rebatimento na divisão sócio-técnica do trabalho e o complexo (teórico, político e, em sentido largo,cultural) que é constitutivo de cada profissão”. José Paulo Neto

58 Transformações Societárias deste tempo
Capitalismo Tardio - Características Gerais: -Produção flexível; -Em pequena escala; -Conduzida pela demanda; -Combina trabalho qualificado e desqualificado; -Just in time e o Kaban.

59 Transformações Societárias deste tempo
A mundialização econômica se caracteriza pela enorme concentração de oferta dos setores de alta tecnologia e de produção em escala.

60 Transformações Societárias deste tempo
Ofensiva Neoliberal -Estado forte para romper o poder dos sindicatos e controlar a moeda; -Estado parco para gastos sociais; -Estabilidade da moeda; -Forte disciplina orçamentária; -Reforma fiscal, diminuindo os impostos sobre os rendimentos mais altos; -Desmontes dos direitos sociais.

61 Transformações Societárias deste tempo
Na mundialização há uma tendência à diminuição do controle democrático, com a configuração de um Estado forte e enxuto que despreza o tipo de consenso social dos anos de crescimento.

62 Transformações Societárias deste tempo
Efeitos sobre o mundo do trabalho Trabalhadores Centrais: Maior estabilidade; perspectivas de promoção e reciclagens; bons salários diretos e indiretos; flexibilidade e mobilidade. Trabalhadores Periféricos: (dois grupos) Empregados de tempo integral: Alta taxa de rotatividade e menos oportunidade que os T.C. Empregados de tempo parcial: Casuais com contrato por tempo determinado e sem direitos assegurados = subcontratados.

63 Transformações Societárias deste tempo
Efeitos sobre o mundo do trabalho Mudança na organização política dos trabalhadores: queda na sindicalização, dificuldade de organizar o sub-proletariado moderno. Expulsos os inempregáveis.

64 Transformações Societárias deste tempo
Constituição Federal / 1988 “Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinados a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e àassistência Social”. (Art. 194 capítulo II da CF/1988)

65 Transformações Societárias deste tempo
O grande capital de dirige para a rentabilidade e não para o atendimento de necessidades. Hipertrofia as atividades de natureza financeira, automizadas de controles estatais-nacionais e dotadas, graças a tecnologia da comunicação, de extraordinária mobilidade espaço-temporal.

66 Transformações Societárias deste tempo
Caracterização da Questão Social Período pós-guerra Rege-se pelo direito do cidadão e do dever do Estado, em reconhecimento ao divórcio existente entre o crescimento econômico e o aumento da pobreza.

67 Transformações Societárias deste tempo
Caracterização da Questão Social Atualidade: -Desemprego estrutural -Precarização e casualização do trabalho. Desmonte da cidadania social, abalo da utopia de construção de uma sociedade livre de incertezas e desamparos sociais. Perda de garantias contra a chamada exclusão social.

68 Serviço Social na Contemporaneidade
Anos 90 Apresenta-se no Brasil como uma profissão relativamente consolidada, com um segmento da categoria diretamente vinculado à pesquisa e a produção de conhecimento, constituindo uma intelectualidade no Serviço Social, que passou a subsidiar o “mercado de bens simbólicos da profissão”.

69 Serviço Social na Contemporaneidade
-Participação técnica e política na construção da LOAS; -Participação em esferas privilegiadas de decisão no campo democrático popular, o que contribuiu para a construção do processo de participação popular e a inversão de prioridades no modo petista de governar.

70 Serviço Social na Contemporaneidade
A tradição marxista se colocou no centro da agenda intelectual no curso dos anos 80. Na virada da década um espectro de tendências aparecem na categoria. Refletem: o impacto nas esquerdas do colapso do socialismo real;a ofensiva neoliberal;os giros no processo político brasileiro; e principalmente a “maré-montante” da pós-modernidade.

71 SERVIÇO SOCIAL EM TEMPO DE CAPITAL FETICHE
Capital Financeiro, Trabalho e questão social Marilda Iamamoto

72 Para Iamamoto: no intuito de desvendar os fetiches presentes no processo de produção e reprodução do capital como relação social é considerada: a) a “produtividade” do capital, ou como , e por meio de que, o trabalho se manifesta como trabalho produtivo e improdutivo frente ao capital, recorrendo-se para tanto ao conjunto dos extratos de Marx sobre o tema;

73 b) a propriedade fundiária e renda fundiária;
c) o ápice da fetichização presente no “capital-dinheiro” que rende juros – o “capital fetiche” nos termos de Marx. Ela representa a mera propriedade do dinheiro como meio de apropriar-se do trabalho alheio presente e futuro à margem do processo de produção, obscurecendo seu caráter antagônico frente ao trabalho. (33)

74 Argumentos: A concepção de profissão na divisão social e técnica do trabalho, apresentada pela autora, em 1982, tornou-se de domínio público, mas não seus fundamentos. Entre a obra de 1982 e a atual existe um elo de continuidade e superação. Continuidade: “atribuir visibilidade à alienação, indissociável ao capital, como relação reificada*, resposta do pensamento fetichista que transforma as relações sociais, baseadas nos elementos materiais da riqueza em atributos de coisas sociais (mercadorias) e converte a própria relação social em coisa , expressa no equivalente geral, o dinheiro”. (29/30)

75 “A reificação configura-se como o processo pela qual, nas sociedades industriais, o valor (do que quer que seja: pessoas, relações inter-humanas, objetos, instituições) vem apresentar-se à consciência dos homens como valor sobretudo econômico, valor de troca: tudo passa a contar, primariamente, como mercadoria. (...) O trabalho reificado não aparece por suas qualidades, trabalho concreto, mas como trabalho abstrato, trabalho para ser vendido. A sociedade que vive à custa desse mecanismo produz e reproduz, perpetua e apresenta relações sociais como relações entre coisas. O homem fica apagado, é mantido à sombra. Todo o tempo, fica prejudicada a consciência de que a relação entre mercadorias (e a relação entre cargos) é, antes de tudo, uma relação que prevalece sobre a relação entre pessoas” Fernando Braga da Costa Da obra: Homens Invisíveis

76 Argumentos: Superação:
“consiste em efetuar a leitura da reprodução das relações sociais no processo global do capital social total, em que cada capital constitui fração automizada do capital social na sua totalidade”. (30)

77 Argumentos: “O Valor produzido anualmente divide-se em capital e rendas (renda do solo, lucro e salário), o que supõe o capital como relação social. Atribui-se especial relevo à mistificação do processo social de produção tal como se consuma na forma irracional e alienada das fontes de rendimento:”capital-juro”; “terra-renda” e “trabalho-salário”, apresentadas independentes entre si, desvinculando as relações de produção das de distribuição, e obscurecendo o fato dessas fontes de rendimento serem partes do trabalho social materializado”. (31)

78 Serviço Social na Contemporaneidade
No campo da Teoria Social Crítica Tese do Sincretismo (Netto) Tese do Trabalho (Iamamoto) Tese da Correlação de Forças (Faleiros) Tese da Assistência Social e Proteção Social (Yasbeck) Tese da Função Pedagógica (Abreu) Tese da Identidade Alienada (Martinelli)

79 Serviço Social na Contemporaneidade
Tese do Sincretismo Serviço Social como práxis profissional Alguns autores qualificam a prática do Serviço Social como “práxis social”. Este pensamento tem sustentação na compreensão de que o Sincretismo parece ser o fio condutor da afirmação e do desenvolvimento do Serviço Social.

80 Serviço Social na Contemporaneidade
Sincretismo: Sistema que combinava os princípios de diversos sistemas. Amálgama de concepções heterogêneas. Fusão de dois ou mais elementos culturais antagônicos em um só elemento, continuando porém perceptíveis alguns sinais de suas origens diversas.

81 Serviço Social na Contemporaneidade
Três fundamentos objetivos da estrutura sincrética do Serviço Social O universo problemático original que se lhe apresentou como eixo de demandas histórico-sociais; O horizonte de sua intervenção; A sua modalidade específica de atuação;

82 Serviço Social na Contemporaneidade
Ao se pensar o Serviço Social enquanto prática profissional, existe a tendência de conectá-la diretamente à prática da sociedade.

83 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
Ao abordar o Serviço Social como trabalho, Iamamoto (2001) colabora na compreensão de que, enquanto prática profissional, o Serviço Social chama para si as responsabilidades institucionais e os impasses dos conflitos da dinâmica social. Para a autora, o assistente social é um trabalhador “livre”, proprietário de sua força de trabalho qualificada, que pode ser comprada e vendida como uma mercadoria. É a condição de trabalhador assalariado, como forma social assumida pelo trabalho, que revela a insuficiência da interpretação corrente de prática profissional.

84 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
“(...) aquela interpretação supõe que a atividade do assistente social depende, fundamentalmente, do profissional, como se ele dispusesse da autonomia necessária para acioná-la e direcioná-la conforme suas próprias e exclusivas exigências, o que se choca com a condição de assalariamento” (2001:97).

85 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
“É na trama das relações sociais concretas, nas exigências da reprodução social de crescentes parcelas de trabalhadores empobrecidos, na própria história social da organização da sociedade brasileira, que são gestadas as condições para a inserção do Serviço Social na divisão social e técnica do trabalho, constituindo-se uma especialização do trabalho coletivo, realizado no âmbito de interesses e necessidades de classes sociais distintas e antagônicas”.

86 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
O Serviço Social é compreendido como uma profissão liberal que não se realiza como tal, pois não detém todos os meios necessários para a efetivação de seu trabalho. É um trabalhador que é parte de um trabalho coletivo, fruto de uma combinação de trabalhos especializados na produção, de uma divisão técnica do trabalho. O assistente social se enquadra na relação de compra e venda da sua força de trabalho, sendo a instituição não um condicionante a mais do trabalho do profissional, mas quem organiza o processo de trabalho no qual ele participa.

87 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
Implica em algumas definições: Matéria prima? Instrumentos de trabalho? Produto?

88 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
Matéria Prima ou Objeto de trabalho Questão Social em suas múltiplas expressões. Intervir na realidade e não sobre a realidade. Pesquisar e conhecer a realidade é conhecer o próprio objeto de trabalho. A realidade não é um mero pano de fundo. A pesquisa deve ser uma dimensão integrante do exercício profissional.

89 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
Sendo o Serviço Social trabalho, a matéria-prima do assistente social é a questão social, devendo ser compreendida como o conjunto das expressões das desigualdades do sistema capitalista maduro, onde “a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade” (2001:27).

90 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
Instrumentos de trabalho Não devemos trabalhar com a noção estrita de instrumentos de trabalho como um mero conjunto ou um arsenal de técnicas. Conhecimento: As bases teórico-metodológicas; Linguagem: a informação como um direito. Mobilização Social e Comunicação Pública.

91 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
“O Serviço Social é um trabalho especializado, expresso sob a forma de serviços, que tem produtos: interfere na reprodução material da força de trabalho e no processo de reprodução sociopolítica ou ídeo-política dos indivíduos sociais. O assistente social é, neste sentido, um intelectual que contribui, junto com inúmeros outros protagonistas, na criação de consensos na sociedade.” (2001: 69)

92 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
“Falar em consenso diz respeito não apenas a adesão do instituido. E consenso em torno de interesses de classes fundamentais, sejam dominantes ou subalternas, contribuindo no reforço da hegemonia vigente ou criação de uma contra-hegemonia no cenário da vida social” (2001:69).

93 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
Produto Não produz diretamente riqueza – valor e mais valia. Interfere na reprodução material da força de trabalho e no processo ídeo-política dos indivíduos sociais. Tem um efeito que não é só material, mas é socialmente objetivo. Exemplo: Ao fornecer algo que é material e que tem uma utilidade (óculos).

94 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
“O elemento constitutivo do processo de trabalho é o trabalho vivo, a quem cabe apoderar-se das coisas, despertá-las do mundo dos mortos, transformá-las de valores de uso potenciais em valores de uso efetivos e operantes. É a força de trabalho a única mercadoria que, ao ser aliada aos meios de produção e às matérias-primas e auxiliares – ao transformar-se em trabalho vivo – cria um valor superior ao que ela custou, seu valor de troca ou salário” (2001;101).

95 Serviço Social na Contemporaneidade Trabalho
“O que importa salientar é que o acompanhamento dos processos sociais e a pesquisa da realidade social passam a ser encarados como componentes indissociáveis do exercício profissional, e não como atividades complementares. (...) é fundamental avançar no conhecimento da população a quem se dirigem os serviços profissionais: o estudo das classes sociais no Brasil e, em especial, das classes subalternas, em condições materiais e subjetivas, considerando as diferenças internas e aquelas decorrentes de relações estabelecidas com os distintos segmentos do capital e com os proprietários fundiários” (Iamamoto, 2001:101).

96 Tese da Correlação de Forças
Objeto: construído e desconstruido a cada conjuntura Categorias Chaves: Articulação. Rede. Empoderamento

97 Tese da Assistência Social
A assistência social está presente no Serviço Social desde a origem. Portanto, pode se configurar enquanto o objeto.

98 Serviço Social na Contemporaneidade Tese da Função pedagógica
“O Serviço Social é uma profissão eminentemente de cunho educativo, inscreve-se no campo das atividades que incidem na formação da cultura, como um elemento constitutivo das relações de hegemonia”. Marina Abreu

99 Serviço Social na Contemporaneidade Tese da Função pedagógica
A função educativa do assistente social desenvolve-se no processo de institucionalização do Serviço Social mediatizadas pelas estratégias da assistência social. Supõe-se um compromisso político consciente com o projeto societário das classes subalternas (projeto ético-político).

100 Tese da alienação A alienação é intrínseca ao capitalismo.
O Serviço Social como estratégia de enfrentamento e alienação da classe trabalhadora.

101 Subversiva A poesia quando chega não respeita nada. Nem pai nem mãe.
A poesia quando chega não respeita nada. Nem pai nem mãe. Quando ela chega de qualquer dos seus abismos desconhece o Estado e a sociedade civil infringe o Código de Águas relincha como puta nova em frente ao Palácio da Alvorada. E só depois reconsidera: Beija nos olhos os que ganham mal embala no colo os que têm sede de felicidade e de justiça E promete incendiar um país.  Ferreira Gullar

102 Bibliografia ABREU, Marina Maciel. Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos da prática profissional. São Paulo, Cortez, 2002. BEHRING, E.R. Brasil em contra-reforma:desestruturação do estado e Perda de direitos. São Paulo. Cortez FIGUEIREDO, Kenia Augusta. Novos desafios para o Serviço Social na era das comunicações. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro.2005. IAMAMOTO, Marilda. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. São Paulo, Cortez, 15ª edição, 2003. __________________. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo, Cortez, 5ª edição, 2001. __________________. “Projeto Profissional, Espaços Ocupacionais e trabalho do Assistente Social na Atualidade”. In: CFESS. Atribuições Privativas do(a) Assistente Social em Questão. Brasília, CFESS, 2002. __________________. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. São Paulo, Cortez, 7ª edição, 2004. __________________. Serviço Social em tempos de Capital fetiche. São Paulo, Cortez, 2007.

103 NETTO, José Paulo – A construção do projeto ético-político da Serviço Social frente à crise contemporânea – Cadernos de Capacitação em Serviço Social e Política Social – Módulo 1. Brasília, UNB, 1999. __________________. Capitalismo Monopolista e Serviço Social.São Paulo, Cortez, 4ª edição, 2005. ___________. Transformações societárias e Serviço Social – notas para uma análise prospesctiva da profissão no Brasil. In: Serviço Social e Sociedade. São Paulo, Cortez, nº 50, abril/1996. Revista Temporalis nº 03.


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