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Psicologia dos Jovens e Adultos
Prof. Msc Sandra Maria Araújo
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Por que refletir sobre psicologia/ processos de aprender dos jovens e adultos?
“Para Buscar novas possibilidades de intervenção na educação dos jovens e adultos visando a construção de um processo educativo mais digno e humanizador.” Apesar da EJA vir sendo Tema de Políticas públicas, a realidade nos mostra que ainda há um grande percurso a ser percorrido pois ainda é grande o numero de analfabetos no Brasil, sobretudo de analfabetos funcionais.
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Dados do PNAD (2008) mostram que ainda há um contingente de 14,1 milhões de brasileiros analfabetos.
A pesquisa apresenta um dos índices mais positivos dos últimos 15 anos em relação a redução do analfabetismo brasileiro que caiu (de 12% (1992) para 9,9% (2007) . Esses números continuam altos, um em cada dez brasileiros com mais de 15 anos de idade ainda não sabe ler nem escrever. O Brasil ocupa a nona posição no ranking de países com maior taxa de analfabetismo da América Latina e do Caribe (9.º lugar)
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Para pensar a Educação de Jovens e Adultos nesse cenário é necessário:
a) Observar, o tipo de sociedade na qual se desenvolve esta educação, e quem são os atores envolvidos. Especificidade cultural (grupo cultural a que pertence) História de vida (De onde vêm? Por que retornam aos bancos escolares?) Como pensam? Como aprendem? Quais suas expectativas de vida? Oliveira(1999) Ferreiro (1986), Palácios
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b) Identificar as funções que devem ser assumidas pelos professores em seu trabalho diário junto a EJA; c) Explorar as características de aprendizagem dos adultos através de abordagens e métodos apropriados, garantindo a melhoria atividades educativas
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Que contribuições a Psicologia traz à EJA?
Compreensão sobre as trocas que se pode esperar com os resultados da aprendizagem Reflexões sobre como se comportam os jovens e adultos protagonistas da aprendizagem e do ensinamento nos cenários educativos. Possibilita uma melhor compreensão sobre o funcionamento da mente e a personalidade dos aprendizes e o que se pode esperar deles no processo de ensino e de aprendizagem.
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Pensar num processo de ensino-aprendizagem que contemple a expectativa da sociedade atual, aponta para uma educação que seja articuladora, que promova a interação do aprendiz com o mundo em seu entorno, que o estimule na utilização de ferramentas tecnológicas e contribua para a sua formação o integral, sendo fundamentada, portanto, num processo sociocultural, o que nos remete a busca do suporte metodológico das teorias psicológicas.
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Que concepção psicológica fundamenta essa nova visão de educação e desenvolvimento humano interacional? A abordagem histórico-cultural proposta por Vigotski (1998) e Henri Wallon (1979) destaca o papel das interações sociais no desenvolvimento humano e a estreita relação entre cognição e processos culturais.
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Breve síntese da teoria Histórico-cultural de Vigotski
Tem base no Materialismo Dialético Marxista - educação como processo sócio-histórico Dualidade do desenvolvimento humano: Origem Biológica - processos elementares- Origem sócio Cultural- processos psicológicos superiores – A MEDIAÇÃO é o conceito chave de sua teoria. O centro de seus estudos é o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.
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O que são processos psicológicos superiores?
São produções humanas construídas nas relações sociais através das instrumentos de trabalho e dos símbolos criados pelo homem e que o constitui como um ser cultural. - a linguagem; as diferentes formas de numeração e cálculo; dispositivos mnemotécnicos; simbolismo; a escrita; os desenhos, todo tipo de signos convencionais ( Vigotski, 1996:98)
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Contribuições de Vygotski à EJA
Preocupou-se com questões inerentes à psicologia dos adolescentes e adultos (mesmo não dedicando-se a esse estudo) (...) os adultos como bem se sabe, dispõem de uma grande capacidade de aprendizagem (Vigotski, 1996 p.115); Criticou Thondike (Teoria Associacionista) James (Teoria Pragmatista) por explicarem a diferença entre crianças e adultos como relacionadas ao ritmo de aprendizagem.
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. Nos ensina que a conduta do homem contemporâneo é resultante dos processos biológico e cultural Que a aprendizagem é sempre MEDIADA pelo OUTRO. Por que pensar a aprendizagem dos jovens e dos adultos a partir da perspectiva histórico cultural?
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Vamos refletir juntos???? Formem trios ? Discutam e sistematizem a discussão para socialização na plenária. Porque temos que ter coerência em relação a concepção de aprendizagem (processo externo? Interno? Socialmente construído? E a nossa prática pedagógica?
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Só podemos entender os adultos e os seus processos de aprendizagem se entendermos como se dá o desenvolvimento de sua inteligência , como eles se apropriaram dos instrumentos produzidos historicamente pela cultura em que estão inseridos e os internalizaram ao longo de sua evolução biológica e cultural
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Concepções antecedentes a teoria de Vigotski
Associacionismo/comportamentalismo – aprendizagem por associação; repetição – processo externo. Apriorismo/evolucionismo - O desenvolvimento humano como consequência natural – inata. Processo Interno.
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Papel da Escola e do Professor
Conceitos Básicos da Teoria de Vigotski ZDP - Zona de Desenvolvimento Potencial ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal ZDR –Zona de Desenvolvimento Real Papel da Escola e do Professor Atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal Ser responsável pelo bom ensino Fazer a mediação da aprendizagem entre os alunos e o objeto de estudo
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Vigotski nos ajuda a acreditar nas possibilidades que o adulto tem de viver o processo de ensino e de aprendizagem pois seu desenvolvimento não se encerra com a idade. Como ser histórico é por natureza, INACABADO, como também nos ensina o grande mestre Freire em sua obra “Pedagogia da Autonomia”.
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“Não posso entender os homens e as mulheres, a não ser mais do que simplesmente vivendo, histórica, cultural e socialmente existindo , como seres fazedores do seu “caminho” que, ao fazê-lo, se expõem ou se entregam ao “caminho” que estão fazendo e que assim os também.” (Freire, 1999, p.97)
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Por que é importante a Formação Continuada proposta pelo FPDEJA?
Porque é na atitude reflexiva que o professor reencontra suas perspectivas, enquanto um dos sujeitos do trabalho. Refletindo, ele torna consciente o que poderia parecer apenas preconceito, sem embasamento científico. Ao mesmo tempo refletindo, o professor busca a clareza suficiente para acreditar em sua educativa e, de antemão, sabe-se que sem um ideal, sem uma crença a educação ecoa no (Goller, 1996,p.7)
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Precisamos ter, cada vez mais, a clareza de que a EJA tem um caráter transformador de mudanças reais na vida dos sujeitos e da comunidade, contribuindo na busca de uma vida com qualidade social E lutar por educação de qualidade que realmente faça a diferença na vida dos sujeitos, que parta do princípio da riqueza da diversidade e que trabalhe com os limites e possibilidades de cada um, a partir do respeito às diferenças.
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Para concluir... Agradeço à todos pela paciência em me ouvir, a coordenadora do Fórum pelo convite e espero que as reflexões dessa manhã possam contribuir, de alguma forma, para revisão do nosso processo de formação e para avaliação de nossas práticas pedagógicas.
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BIBLIOGRAFIA FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. __________. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 20. ed. Paz e Terra, 1999. GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José E. (Org.) Educação de Jovens e Adultos: Teoria, prática e proposta. São Paulo: Cortez, 2001 GOLLER,Liliana. Conhecimento, docência e escola. Ijuí: Ed. Unijuí, 1996. RIBEIRO, Vera Massagão. Alfabetismo e atitudes: pesquisa com jovens e adultos. São Paulo: Papirus, 1997. VIGOTSKI, L.V. Teoria e Método em Psicologia. Tradução Claudia Beliner. São Paulo:Martins Fontes, 1996.
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