A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC Centro de Artes Pós-Graduação - Especialização em Dança Cênica Orientadora Professora Mestra: Maria Gabriela.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC Centro de Artes Pós-Graduação - Especialização em Dança Cênica Orientadora Professora Mestra: Maria Gabriela."— Transcrição da apresentação:

1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC Centro de Artes Pós-Graduação - Especialização em Dança Cênica Orientadora Professora Mestra: Maria Gabriela Imparato Monografia de Título A DANÇA NUM CORPO DIFERENTE Aluna: Sônia Lúcia de Souza Gomes Data: Setembro / 2002

2 A Dança num Corpo Diferente Introdução Esse trabalho de monografia pretende mostrar e analisar o corpo de um deficiente físico de Paralisia Cerebral (PC) com intelectualidade preservada, enquanto dança. Essa pessoa portadora de necessidades especiais -PPNE, termo mais usado atualmente, chama- se Jones Sebastião Nunes de Moraes, tem 29 anos, é aluno da APAE de Teutônia/RS. Ele teve PC ao nascer. Na cidade em que morava não existia escola especial, sendo que não foi estimulado desde cedo. Vindo para Teutônia, com 23 anos foi para a APAE e começou a ser trabalhado. Quando o conheci há dois anos e meio, eu estava iniciando o trabalho de Educação Física nessa instituição e ele me chamou atenção pelo seu problema, por entender esse problema, por amar a vida e por gostar demais da Educação Física. Dentro dela, comecei a trabalhar com Atletismo

3 inclusive ganhou vários prêmios com Arremesso de Pelota Natação ajuda-o muito no seu desenvolvimento motor e pretende um dia competir

4 Teatro: adora representar e a Dança, ama e tem idéias fantásticas (vídeo)

5 Tema Esse trabalho visa mostrar e analisar esse corpo diferente dançando, enfocando técnicas do yoga. Perguntas: 1) Como um corpo diferente expressa pela dança suas emoções? Como qualquer outro corpo, desde que incorpore o personagem, o tema e a música. 2) Como um corpo deficiente se movimenta? Contando com o senso comum, entendemos o movimento como o estado em que um corpo muda continuamente de posição em relação a um referencial. Apesar das suas limitações, o corpo deficiente possui movimentos, sejam mais amplos ou mais restritos. E esses podem se movimentar, conforme suas características peculiares. 3) Como um corpo diferente dança? Dança como qualquer outro corpo e essa diferença nos propõe um conhecimento mais amplo do conceito de estética e também o desafio de apreendermos e aproveitarmos a imperfeição como outros modos de organização do corpo que operam com diferentes estéticas que nos causam estranhamento e usa-la para criar coreografias novas e diferentes.

6 4) Quais as capacidades físicas e os movimentos naturais do corpo deficiente? (ver filme) Esse corpo em estudo é hábil em alongar braços, fazer flexões laterais, para frente e para trás (ajoelhado, sentado e deitado em decúbito ventral e dorsal), fazer torções e abdominais, rolinho para frente. É hábil em fazer musculação com halteres (4kg em cada mão),tornozeleiras com peso de 1kg em cada tornozelo, faz bicicleta com as pernas deitado, ginástica com os braços, cabeça, mãos, com o tronco, pernas e pés.

7 É hábil em ficar de pé e caminhar com o cavalete também nas paralelas (aparelho da Fisioterapia), antes trabalhava com as duas mãos, agora já consegue se deslocar com uma mão. Com o cavalete, se desloca caminhando mas muito lentamente ou seguro por outra pessoa. Já fez tentativas de caminhar sozinho (alguns passos) com uma pessoa atrás. O natural é se deslocar se arrastando (filme).

8 Sobe e desce escadas, sentado. Já fez tentativas em alguns degraus em pé.

9 Na natação, consegue deslocar-se com colete e em decúbito dorsal, mas facilmente perde o equilíbrio. No arremesso de pelota, é hábil em jogar a bolinha de joelhos. Na motricidade fina, é hábil em comer agora com o garfo, de pegar o copo com as duas mãos. A apreensão de objetos está melhorando. Faz massagem nos pés. Na escola, é hábil em pintar com lápis de cor, escrever no caderno com lápis preto e caneta. O uso da tesoura, somente com a mão da professora. É hábil em dobrar e cortar papel. Folheia com dificuldade. É capaz de usar os controles dos aparelhos eletrônicos. Consegue usar o mouse do computador (filme), empurrar a pedrinha do jogo Dama, mas ainda com dificuldade (filme)

10 É hábil em tomar banho sozinho, mas sentado. De vestir-se sozinho, mas não consegue fechar o fecho e nem abotoar a camisa. Coloca o calçado sozinho, mas precisa de ajuda para amarrar. Consegue escovar os dentes sozinho, colocar a pasta dental na escova. É hábil em arrumar sua cama, lavar louça menos vidro. É hábil em manusear o aparelho com Deck, fita K7. A sua fala, hoje está muito boa, apesar de muitos ainda não entenderem. Com o trabalho da Fonoaudióloga, melhorou muito. Na dança, seus movimentos são naturais, conseguindo faze-los dentro do seus limites. Toda essa descrição de habilidades físicas e movimentos naturais, quando o conheci há dois anos e meio, ele só conseguia fazer um sexto e as suas mãos "tremiam" demais. Com o trabalho da equipe multidisciplinar da APAE, hoje ele é outra pessoa e pretende no futuro morar sozinho e ser independente. No vídeo, foram colocados somente alguns trabalhos, porque senão se estenderia muito.

11 5) O que é corpo? Certa vez, o professor James Elkins, do Instituto de Arte de Chicago, escreveu: quando vemos um quadro, pouco importa o tema, buscamos sempre um corpo. A constatação poderia ser estendida para: " quando assistimos a um espetáculo ou observamos o mundo, pouco importa o tema, nós buscamos um corpo”. Um corpo inteiro, um corpo de alguém, o nosso próprio corpo ou apenas um corpo e seus resíduos. O corpo sempre foi central e não apenas para a discussão da arte, mas para o tema da sobrevivência. No entanto, durante muito tempo corpo e arte estiveram separados no Ocidente. Através de Lucrécio, Spinoza e Nietzsche, o corpo se fazia presente, mas a primeira preocupação era discutir a paixão, o desejo e a pesquisa. Na dança, as cartas de Jean-George Noverre (1760) deram início a um estudo mais evidente acerca do corpo do dançarino como um "corpo pensante". Sabemos que o corpo é uma porção limitada de matéria, a parte material de um homem. 6) O que é corpo diferente ou deficiente? Segundo conceitos existentes, diferente é que difere, diverso, variado, não semelhante, desigual, alterado. Deficiente, falho, imperfeito. Todos nós somos diferentes, nenhum ser é igual ao outro, nem físico nem mental. Quando se fala em corpo diferente apesar desse ser deficiente, imperfeito, ele é também um corpo pensante. Ou seja, apesar do seu corpo físico ser deficiente, a sua mente é sã, pensa, tem inteligência, então é diferente. Isso justifica o nome dado no título, diferente porque é deficiente e pensa conscientemente

12 7) O que é corpo de um deficiente com paralisia cerebral (PC)? É um corpo limitadíssimo em todas as capacidades físicas e movimentos naturais. Mas se esse deficiente for estimulado desde o nascimento é possível melhorar muito. Como foi dito anteriormente, o trabalho com esse PC começou com 23 anos de idade e hoje, com 29, ele consegue fazer tudo isso descrito na resposta 4. Se esse corpo fosse deficiente mental também, o comprometimento seria maior, pois esse opera de maneira lenta e trabalha quando quer, não existindo muita ajuda por parte dele. 8) O que é corpo de um deficiente com paralisia cerebral específico (intelectualidade preservada)? Esse é o nosso caso em estudo, deficiente físico de paralisia cerebral com a intelectualidade preservada. Significa que é um corpo com disfunções, mas que pensa, raciocina, como qualquer pessoa normal. O problema está visível somente no físico.

13 9) Qual a importância do yoga para complementar a dança no corpo diferente? Como esse PC em estudo tem sua intelectualidade preservada, ele também é hábil para elaborar diferentes modos de se comunicar com o mundo. Dentro do desenvolvimento do seu trabalho, já descrito anteriormente, a técnica do yoga tem ajudado e complementado no seu crescimento interno e desenvolvimento físico. Com essa filosofia, trabalhamos com a correção postural e exercícios já citados anteriormente, que não sejam os de Educação Física, equilíbrio interno, respiratórios, vocalização de mantras (cânticos), purificação de mucosas, energias de proteção, relaxamento, meditação e outros (ver filme).

14 Arte - Dança Trabalhar com a totalidade do indivíduo, através do trabalho expressivo, criativo e na construção do conhecimento, é facilitar uma relação melhor consigo mesmo, com o próximo e com o universo. A arte da dança desenvolve processos mentais, estimulando a ação criativa para a análise, síntese, abstração, definição, flexibilização, eficiência, coerência em organização, originalidade, melhor compreensão de símbolos. É explorando o universo da arte-dança, de todas as possibilidades de fazer o processo artístico se desenvolver é que estabelecemos a cognição. Na função cognitiva, a arte é concebida por três definições: o conhecer, o fazer e o expressar. Sendo o fazer estimulado pelo sentir. As diferenças e dificuldades dos deficientes não impedem de trabalhar todo esse processo. Cada deficiente terá uma assimilação diferente, tanto quanto a resposta, cada um dependendo do seu ritmo mental, funcional e físico.

15 Vygotsky afirma que "uma deficiência física é, para o indivíduo, uma constante estimulação para o desenvolvimento mental; se um órgão, devido a uma deficiência funcional ou morfológica, não é capaz de enfrentar uma tarefa, o sistema nervoso central e o aparato mental compensam a deficiência pela criação de uma super estrutura psicológica que permite superar o problema. Os conflitos surgem a partir do contato da deficiência com o meio exterior e podem criar estímulos para sua superação.A deficiência física ou mental poderia causar limitações e obstáculos para o desenvolvimento da criança, mas também estimularia processos cognitivos comutativos". Segundo ele, os efeitos positivos da deficiência no curso do desenvolvimento permitem atingir determinados objetivos ou funções, que marcam a singularidade do desenvolvimento da pessoa deficiente. Embora a criança com um defeito possa seguir caminhos especiais ou diferentes, para Vygotsky "as leis que regem o desenvolvimento cognitivo e psicológico da criança deficiente são as mesmas que guiam o desenvolvimento das crianças normais. O grau de normalidade depende de sua adaptação social".

16 Yoga: uma filosofia de vida Alguns conceitos: Shiva é o mestre criador mitológico do yoga. Ele criou essa filosofia há, mais ou menos, 5.000 anos no noroeste da Índia, no Vale do Indo. Yoga: palavra hindu em Sânscrito (língua morta da Índia) que significa União, Integração. Lê-se com "ô" fechado e é palavra masculina. De uns anos para cá, o Mestre De Rose colocou na escrita dessa palavra, em Português, o acento (parecendo até uma marca registrada). Mas prova, dentro de seus estudos e conhecimento da escrita do Sânscrito, que existe esse acento escrevendo assim: Yôga. Yoga é uma filosofia de  vida  bem-estar  qualidade de vida A definição, segundo o Mestre De Rose: "É uma metodologia estritamente prática que conduza ao Samádhi. Samádhi é o estado de hiperconsciência e autoconhecimento que só o yôga proporciona." (1995: 13) ¹

17 Dentro dessa prática, produz-se efeitos rápidos e duradouros, pois é uma técnica completa. Trabalha-se em todos os planos desde o físico até o espiritual. Essa prática compreende técnicas corporais com alongamento, correção postural, equilíbrio, força. Técnicas bioenergéticas com trabalho de chacras, exercícios orgânicos com especificidades a nível hormonal (sistema glandular), neural, circulatório, entre outros. Técnicas de respiração, vocalização de sons, relaxamento e meditação. Todas elas trabalhadas juntas, em aula, conduzirão ao equilíbrio físico, emocional, mental. E o Mestre coloca que de todos os tipos de Yoga que existem há um, em particular, que é especial, trata-se do Swásthya Yôga, sistematização do Dakshinacharatantrika-Nirishwarasámkhya Yôga, um Yôga muito antigo, do período pré-clássico. E o Mestre De Rose é o codificador desse sistema. Ásanas (lê-se ássanas, pois o som do "z" não existe no sânscrito): significa posturas psicofísicas, pois trabalha o físico conscientemente. Ásana é a técnica corporal com posições firmes e agradáveis. Não se parece em nada com ginástica ou com Educação Física, pois as origens, as propostas e a metodologia são diferentes. Cada postura leva o nome de um animal ou elementos da natureza. Como exemplo: kakásana. Kaka = corvo; ásana = postura. Então: kakásana = postura do corvo. E assim por diante.

18 Conta a lenda que Shiva criou os ásanas a partir da observação dos animais e dos elementos da natureza e, em seguida, reproduziu no seu corpo. Ele fazia uma postura se ligar a outra e nesta passagem, dançava. Assim, ele era considerado o Rei dos bailarinos, como já dito anteriormente. A postura é estática e o tempo é o de uma respiração (inspiração e expiração). A passagem faz a ligação e o efeito é coreográfico. Agregamos a música e encontramos a dança.

19 A Dança e o movimento em corpos diferentes O mundo da dança, até pouco tempo atrás, era um território só para os corpos "perfeitos", tanto no que se refere à ausência de deficiência física, quanto aqueles corpos definidos a partir do padrão exigido pelo balé clássico. Estudiosos de dança estão atentos para os trabalhos da dança contemporânea que questionam o paradigma tradicional, perguntando-se que tipo de movimento pode constituir a dança e que tipo de corpo pode constituir um dançarino. E é nesse contexto que o corpo diferente tem-se apresentado e novas propostas de trabalho vêm sendo elaboradas de modo a explorar e respeitar cada corpo. E é assim que a Dança-Educação e a dança como pensamento contemporâneo podem convergir para o trabalho que respeite a diversidade humana. A inclusão de pessoas categorizadas como portadoras de necessidades especiais, em seu contexto sócio-cultural, tem possibilitado à sociedade abrir novas portas para que todas as pessoas possam usufruir dos bens culturalmente produzidos. O campo das Artes tem se apresentado como uma dessas portas. São verificados vários trabalhos nas artes plásticas, dramáticas e na dança, com o objetivo de integrar essas pessoas em sua comunidade.

20 Quando falamos em dança, cada um de nós pensa em vários tipos, como por exemplo: dança de salão, samba, forró, pagode, "jazz", sapateado, balé clássico, afro, moderno, folclórico, entre outros. Quando nos referimos à dança para deficientes, a primeira idéia que vem à cabeça, é a dança terapêutica ou a expressiva ou livre, usada geralmente para "soltar". E perguntamos: será que o corpo diferente está destinado a dançar só certos tipos de dança? Será que, por trás dessa intenção, não se esconde o fato de não termos formação adequada para ensinar dança para essas pessoas, ou ainda a nossa falta de conhecimento de que esse corpo com tantas limitações possa realmente dançar? A relação da dança com a deficiência é um extraordinário campo, por meio do qual podem ser exploradas as construções sobrepostas da habilidade física do corpo, subjetividade e visibilidade cultural. Um modo de examinar as pré-concepções das habilidades do mundo da dança profissional é confrontar tanto os significados simbólicos e ideológicos que o corpo deficiente detém em nossa cultura como também as condições práticas da deficiência. (Albright, 1997)¹

21 Considerando que a deficiência significa a antítese cultural do corpo saudável e apto, o que acontece quando uma pessoa com deficiência apresenta- se no papel de dançarino? É preciso aqui ressaltar que é esse papel que vem sendo historicamente reservado para a glorificação de um corpo ideal. Pode a integração de corpos deficientes na dança contemporânea resultar de uma ruptura com as pré-concepções das habilidades sobre o profissional da dança? Ou será, ainda, que o corpo deficiente "transcende" sua deficiência para tornar-se um dançarino? O que está em jogo nessas questões não é meramente uma definição física do corpo do dançarino, mas a ampla estrutura da dança como forma de representação (Albright, 1997).² O texto de Albright está nos ensinando a ver a complexidade do corpo diferente. Analisar a questão da deficiência e relaciona-la com a questão de gênero e discuti-la com base nas noções de representação de belo e grotesco, saúde e doença, alienação e comunidade, autonomia e interdependência. A dança para um corpo diferente estaria nos propondo um conhecimento mais amplo do conceito de beleza e ao mesmo tempo o desafio de apreendermos uma estética da própria existência. É importante colocar aqui que a dança não deve disfarçar a deficiência, pelo contrário, deve usar a diferença na habilidade física para criar coreografias novas e diferentes

22 Dança - Tango Dança criada para essa monografia. Dados do Tango: 1)Nome: A Bela e a Fera (nome criado pelo PC) 2) Estória criada pelo PC Jones Sebastião Nunes de Moraes 3) Parceira: Ana Paula Farias de Borba, 20 anos, deficiente mental. Colega da APAE de Teutônia. 4) Coreografia: Sônia Gomes (ver e filme)

23 1ª parte. Representação teatral, com a seguinte estória: "Era uma vez um homem que adorava TANGO e por isso era apelidado de "FÃ DO TANGO". Queria muito dançar, mas não podia porque teve paralisia cerebral. Estava para acontecer na cidade dele, um "SHOW" de Tango com uma dançarina famosa, a qual ele admirava muito, sendo também um fã dela. Então, comprou um ingresso para ir assistir ao espetáculo, na pretensão também de conseguir um autógrafo dela. Chegou o grande dia, ele se embelezou e com seu cavalete foi para o teatro. Chegando lá, não encontrou o ingresso no bolso, deduzindo tê-lo perdido. Ficou muito e muito triste, pois não tinha mais dinheiro para comprar outro. Então, sentou-se no cordão da calçada e pôs-se a chorar e ali ficou, adormecendo. Assim, teve um sonho muito lindo, onde ele era o próprio parceiro da dançarina."

24 2ª parte. A Dança propriamente dita: Tango. Com ela, ganharam o 1º lugar no V Festival Regional "Nossa Arte" das APAEs, do Vale do Taquari - 8ª Delegacia, em Encantado/RS, em abril desse ano. Vão concorrer ao Estadual, em Santo Ângelo/RS, em outubro desse ano. Já participaram também de várias apresentações em eventos, festivais, citando aqui o Festival de Dança Mery Rosa, em Itajaí/SC, como Mostra de Dança, em junho desse ano.

25 Eles têm uma agenda razoavelmente grande até o final do ano

26 Abaixo, algumas perguntas feitas ao PC Jones (ver vídeo): a) O que você sente, enquanto dança, dizendo as emoções sentidas, podendo cita-las através do Tango "A Bela e a Fera“. No início, existe uma representação teatral. Qual a emoção que sente quando sabe que a dançarina está para chegar na cidade? Felicidade. b) E quando perde o ingresso. Qual a sensação que dá? Tristeza. Porque estava louco de vontade de ver ela e sei que não vou mais vê-la. c) E o choro, por que chora? Gosto muito dela e sei que não vai vir mais para a cidade. d) Diz o que sente quando dança? Felicidade, muita força, garra, amor por mim, por minha vida e por Deus por estar dando oportunidade de dançar. e) E a posição de dança, como se estivesse dançando com alguém. O que sente naquele momento? Eu me sinto um dançarino de verdade.

27 f) Na hora em que toca a dançarina, nas manobras, o que você sente? Carinho e amor por ela. g) E no final da dança, você levanta os braços numa vibração. O que sente naquele momento? Eu me sinto nas nuvens, voando, em êxtase. h) Tango A Bela e a Fera. Por que esse nome? Porque no filme a fera é muito feia e todo mundo pensa que ela é má, mas ela tem coração, ama. E na vida real pensam que eu não posso fazer nada, têm pena de mim. E com essa dança, eu mostro que sou capaz de fazer e dançar. i) O que é dança pra você? É tudo pra mim. Saber fazer uma dança para o público sentir e ficar feliz. j) O que mais valoriza na dança? O corpo dançando.

28 k) O que mais tem vontade em relação à dança? É participar de festivais, eventos, paraolimpíadas. Também quero viajar muito. E conclui dizendo que quando dança, não se sente como o Jones e sim como o personagem que está representando.

29 Objetivo Geral Estudar um corpo diferente através da dança, contendo princípios da técnica de yoga. Objetivos Específicos - Reconhecer a importância da dança e do yoga no PC; - Fazer a inserção social, apresentando sua dança para o público; - Fazer o yoga ser um forte aliado na educação artística do indivíduo; - Fazer a dança se expressar dentro da pessoa; - Mostrar que um PC é capaz de dançar.

30 Justificativa Esse trabalho visa mostrar que é possível um corpo diferente se expressar pela dança. Ela liga o Ser com o meio em que vive, seja qual for ele. Mostrará a sua importância na expressão individual e na manifestação cultural e social. Por que corpo diferente? Para mostrar que ele também é capaz de dançar e de se expressar. Por que yoga? Porque essa técnica ajuda na flexibilização, concentração, alongamento, equilíbrio interior e conscientização corporal. Por que corpo diferente dançando? Para analisar esse corpo enquanto dança, no seu movimento, na sua expressão de comunicação, nas suas emoções, explorando-o no máximo de suas capacidades. Para quem? Esse projeto se propõe para deficiente físico de paralisia cerebral, com a intelectualidade preservada.

31 Metodologia Consiste em transmitir os conhecimentos necessários ao aluno de uma forma participativa, comunicativa, motivadora, transformadora, crítica, criativa e conscientizadora, nas quais o aluno deve compreender o porquê de suas atividades e atitudes em aula. As aulas serão práticas, expositivas através de vídeos, fotos e material teórico. O aluno fará trabalho individual e em grupo, experimentos coreográficos com enfoque nos conteúdos trabalhados. Nesses experimentos, muitas vezes, se farão presentes a filmadora e máquina fotográfica, a fim de registrar momentos do trabalho, para corrigir e adequar movimentos e observar críticas a respeito da dança e de si mesmo. Por fim, esse aluno e sua dança se farão presentes em apresentações de eventos, festivais e mostras de dança em sua cidade e em outras localidades.

32 Conteúdo A forma de execução das atividades será através de jogos, ritmos e danças, recreação, exercícios coreológicos e coreográficos, expressão gráfica, alongamentos, brincadeiras, circuitos, teatro (dramaturgia), competições, ensaios, jogos de relaxação e de relaxamento, técnicas de yoga (respiratórios, correção postural, equilíbrio, concentração, massagem...), natação (mergulho, nado de costa, ato de boiar). Abaixo, estão listados os conteúdos de aula organizados por mim, sendo que cada aula se divide em: A) Aquecimento: alongamento, brincadeiras, jogos, ritmos diversos e danças de relaxação e recreação, respiratórios, equilíbrio, correção postural, alongamento e exercícios em circuito; B) Desenvolvimento: exercícios, ritmos e danças coreográficos, competições, teatro, ensaios coreográficos, dança propriamente dita; C) Volta à calma: relaxamento, expressão gráfica, técnica e jogo de concentração e atenção, massagem com ou sem bolinha de tênis.

33 Recursos Materiais Para as aulas: Colchões, balões, bolinhas de tênis, colchonetes, quadro, giz, papéis diversos, fita crepon, caneta, lápis, livros e revistas de dança, jornais, aparelho de som, fitas de vídeo e K7, aparelho de vídeo, TV, filmadora, máquina fotográfica, roupas diversas, fantasias, sapatilhas, brinquedos diversos e todo material necessário para cenário e apresentação final. No Tango: Para essa dança, foram usados de material os seguintes: uma cadeira e o cavalete (que chamamos de andador), objeto pelo qual o PC se desloca para caminhar. Espaço Físico Espaço Físico Sala de aula, sala de dança, sala de vídeo, espaços livres, ginásio, locais de apresentação com ou sem palco.

34 Avaliação Cognitiva: A avaliação consiste em verificarmos o quanto o educando aprendeu, ou seja, se através dos conteúdos propostos foi possível alcançar os objetivos previstos. Dessa forma, a avaliação pretende acompanhar o comportamento e a personalidade do educando, verificando se suas atitudes e participação contribuíram no desenvolvimento das aulas. Também será observado o rendimento físico, desportivo e escolar, o raciocínio crítico, capacidades de executar, analisar e aplicar os conteúdos aprendidos no dia-a-dia, bem como o conhecimento de si mesmo. Afetiva: Consiste em avaliar se o educando teve interesse, iniciativa, responsabilidade, participação ativa, zelo pelo seu material, do colega e da escola, respeito e outros valores importantes citados nos objetivos e trabalhados em aula. Psicomotora: Consiste am avaliar o saber fazer, executando atividades que envolvam a coordenação de movimentos. Métodos de avaliação: através da observação, trabalhos práticos e na apresentação final do espetáculo. É fornecido no fim de ano, um Certificado de participação das atividades de dança, bem como um conceito final (ver vídeo).

35 Conclusão Escolhi esse tema A Dança num Corpo Diferente, porque ele estabelece uma interação e comunicação de deficiência com a dança. A dança e a deficiência estabelecem um grande significado físico e emocional para o deficiente, modela e desenvolve um senso estético, criativo e crítico no jovem e esses serão suas armas diante da complexidade da atualidade, onde a globalização exige uma educação apurada, abrangente e integral. A dança prioriza a educação do ser humano no conhecimento de seu próprio interior e no domínio de seu corpo, levando a uma estabilidade emocional e a um controle gradual das reações primitivas. Tornar o educando eficiente para o convívio social, torná-lo capaz, forte e equilibrado na ação e na emoção, certamente o tornará um homem mais feliz. O aluno Jones, através de todo esse tempo de trabalho e mais esse período do Curso de Pós-Graduação, conseguiu atingir os objetivos dessa monografia. Para mim, foi e está sendo um grande aprendizado, uma vez que o desafio foi lançado e consegui abraçar essa causa e hoje me sinto engrandecida. Para ele, esse período em que trabalhamos juntos, mostrou-lhe como foi capaz de fazer coisas que nem ele imaginava que conseguiria e que hoje ele sabe do seu potencial e quer mais, muito mais, com planos brilhantes para o futuro.

36 Bibliografia Bibliografia ALBRIGHT, A. Choreographing Difference: The Body and Identity in Contemporary Dance. Hannover & Londres: University Press of New England, 1997. AMAEDO, Henrique; BELLINI,Magda. Dança e Diferença: duas visões. In: GODARD, Hubert et alli. Lições de Dança 3. Rio de Janeiro: Univercidade, [2001] BAGGIO, Katia Franklin. Nova Hierarquia dos Espaços: a arte do movimento. Monografia da Pós-Graduação em Arte-Educação. Universidade de Passo Fundo (UPF) - Faculdade de Artes e Comunicação, 1999. Cadernos CEDES 53 (Centro de Estudos Educação e Sociedade) – Dança Educação. Primeira Edição. São Paulo: UNICAMP, 2001. DAMÁSIO, António R. O Mistério da Consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. DAMÁSIO, António R. O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

37 DAMÁSIO, António R. O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. FERREIRA, Aurélio B.de H. Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S.A, 1967. FORTIN, Sylvie. Quando a ciëncia da dança e a educação somática entram na sala de técnica de dança. Pro-posições. Revista quadrimestral da Faculdade de Educação – Unicamp. Vol 9, n 2: 79-95, junho. HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora. Porto Alegre: Editora Mediação, 1993. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais – ARTE. Brasília: MEC/ SEF, 1997. KUBAN, K.C.K.; LEVITON, A. Cerebral palsy. N.Engl. J.Med., v.20, p.188- 195, 1994. MESTRE DE ROSE. Faça Yôga antes que você precise. Primeira Universidade de Yôga do Brasil. São Paulo: Editora UNI-YOGA, 1995.

38 NELSON, K.B.; SWAIMAN, K.F.; RUSSMAN,B.S.- Cerebral palsy. In: SWAIMAN, K.F. (ed.)- Pediatric Neurology-Principles and Practive. Vol.I. P.471-88. St.Louis: Mosby Company, 1994. O'DONNEL, Ken. A Última Fronteira: uma viagem pela consciência humana. São Paulo: Editora Gente. PAREYSON, l. - Os Problemas da Estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989. PIOVESANA, Ana M. S.G. 2-Paralisia Cerebral: Contribuição do Estudo por Imagem. In: RIBEIRO, Maria V.L.de M. et alli. Paralisia Cerebral - aspectos práticos. Organizadores: Angela M.C.de Souza e Ivan Ferraretto. ABPC-Associação Brasileira de Paralisia Cerebral. São Paulo: Memnon, 1998. TAYLOR, Sherry B. Dança em uma época de crise social: em direção a uma visão transformadora de dança-educação (texto). In Revista Comunicações e Artes, 17(28), jan-abr 1994. São Paulo. WINNICOTT, D.W.- A Interface da arte-terapia e a programação da vida infantil. In: RODE, D.- A Interface da Arte-terapia e a Programação de Vida Infantil. Revista Imagens de Transformação, v.III, n.3.Rio de Janeiro: Pomar, 1996.


Carregar ppt "UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC Centro de Artes Pós-Graduação - Especialização em Dança Cênica Orientadora Professora Mestra: Maria Gabriela."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google