Curso: TEOLOGIA Disciplina Exegese bíblica Período:2.º Professor: José N. de Souza Carga Horária Total: 40 horas.

Apresentação em tema: "Curso: TEOLOGIA Disciplina Exegese bíblica Período:2.º Professor: José N. de Souza Carga Horária Total: 40 horas."— Transcrição da apresentação:

1 Curso: TEOLOGIA Disciplina Exegese bíblica Período:2.º Professor: José N. de Souza Carga Horária Total: 40 horas

2 EMENTA 1. Aplicação de passos elementares da exegese e análise de textos do Antigo e Novo testamentos. Avaliação de perícopes e seu estilo: poético, profético e apocalíptico. Escolha de um livro a fim de exercitar a exegese.

3 OBJETIVOS Capacitar o/a estudante na mobilização de recursos necessários para uma exegese bíblica; O aluno/a deve identificar o melhor recurso na lida com os desafios específicos de cada texto; Ele/a deve adquirir a habilidade de usar os recursos específicos para resolver as tarefas concernentes ao estudo da Bíblia

4 CONTEÚDO E PROGRAMA 1. Apresentação do Plano de Ensino; abordagem e definição de questões terminológicas e lingüísticas próprias da exegese; a relação entre exegese e hermenêutica.

5 2. Passos elementares da exegese: a) o anúncio do Evangelho deve ser fiel ao testemunho bíblico; distinção entre Evangelho e meros discursos religiosos promissores. 3. Nos passos práticos ensaiamos: a) a escolha do texto ou assunto para abordar. b) Leitura do texto. Isso inclui o exercício de comparações de traduções / versões distintas e a tradução - se possível.

6 c) Análise do contexto: 1) contexto literário. 2) Contexto histórico. d) Análise dos detalhes: Aqui perguntamos pelo que está escrito e a maneira como está escrito: 1) quem é o sujeito e o que é o predicado? 2) Quais são os objetos direto e indireto? 3) Quais são os principais verbos? 4) Existem textos, versículos ou termos paralelos.

7 4. abordagem dos métodos histórico- crítico e lingüístico: a) o que são esses métodos? Origem destes métodos, seus objetivos, sua legitimidade e seus limites. b) A relação entre “pesquisa científica” e a proclamação ou o testemunho do Evangelho. 5. Relação de “ferramentas técnicas” indispensáveis para a exegese bíblica.

8 b) Estudo metódico e ordenado das Escrituras; a razão de se fazer exegese bíblica: 1) conhecer melhor o texto bíblico; 2) descobrir o (skopus) do texto; 3) manusear corretamente a Bíblia a fim de testemunhar com responsabilidade a Palavra de Deus; 4) corrigir compreensões erradas ou vícios criados em torno dos textos bíblicos; 5) evitar longas caminhadas pela Bíblia durante um sermão e evitar vãs repetições.

9 MÉTODO E AVALIAÇÃO 1. MÉTODO: Aulas expositivas, seminários e trabalhos em grupo. 2. AVALIAÇÃO: Provas, trabalhos e participação em sala de aula.

10 BIBLIOGRAFIA 1. Principais: SILVA, Cássio M. D. Metodologia de Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 12000. WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento. Manual de Metodologia. São Leopoldo / São Paulo: Sinodal & Paulus, 1998.16. CORREIA JR, José L. Chave para análise de textos bíblicos. São Paulo: Paulinas, 2006.

11 2. Complementar: BACON, Betty. Estudos na bíblia hebraica. São Paulo: Vida Nova, 2000. HENRICHSEN, Walter A. Métodos de estudo bíblicos. São Paulo: Ed. Mundo Cristao, 1978. MEER, Antonia Leonora Van der. O estudo bíblico indutivo: orientações para preparar e dirigir estudos bíblicos. 2. ed. São Paulo: Abu Ed., 2003.

12 CHAVE PARA UMA LEITURA BÍBLICA Sentido da Exegese: atualização da mensagem na comunidade da época. - Alguns cuidados ao interpretar a Bíblia: 1. Cuidar para não justificar os seus próprios erros. 2. Considerar o sentido literal do texto e não o literalista (ex: parábolas e relatos fazem parte da imaginação e não da história). 3. Os Pais da Igreja.

13 4. Considerar o Sentido espiritual do texto e não o espiritualista. Só à luz do espírito Santo entendemos a Bíblia. 5. Considerar o Sentido pleno. É a plenitude do texto desejado por Deus. Aqui é necessário que a Bíblia, com os óculos da revelação, leia a própria Bíblia. Em Mt 1.23, por exemplo se pode ver a plenitude do anúncio de Is 7, 14 “a virgem concebera”.

14 A INTERPRETAÇÃO DA BIBLIA NA IGREJA A Igreja e a interpretação da Bíblia: exerce papel fundamental na interpretação e compreensão da Bíblia. Formação do cânon (apóstolos e apócrifos) A Igreja primitiva organiza o AT e NT junto aos textos reconhecidos como testemunhos inspirados pelo Espírito Santo.

15 A IGREJA E EXEGESE Qual é a tarefa do exegeta?: Deve ser pessoa de fé, comprometido com a comunidade, pois sua tarefa é estudar, entender e explicar a Sagrada Escritura, como palavra de Deus, aos líderes da comunidade de fé e não fiéis O exegeta deve ser guiado não só pelo saber humano, mas por sua fé nas sagradas escrituras, mas também pelo ensino oficial da igreja.

16 A BIBLIA E A CRITICA Biblia: Palavra de Deus traduzida em palavras humanas. Por isso o exegeta tem liberdade científica (crítica) para interpretação. 3 críticas: Textual, literária e histórica

17 1. Textual (CT): Investiga as mudanças ocorridas no texto, uma vez que foi escrito em grego, a fim de traduzir e pesquisar na forma original. As cópias são traduções e por isso não é igual. A CT nos apresenta um texto confiável das Sagradas Escrituras, por isso deve: - pesquisar as diferentes cópias dos textos (involuntários: erros dos copistas; voluntários: liberdade do copista em corrigir ou omitir palavras) e ver qual das variantes corresponde ao original.

18 2. Literária: Investiga o vocabulário, a gramática e o estilo de uma literatura a fim de decidir se é autêntico ou não.

19 3. Histórica: O escrito bíblico deve ser verdadeiro e por isso deve-se considerar o contexto histórico. É preciso saber da vida dos homens na época em que se passou o acontecimento ou em que o texto foi escrito. Descobertas arqueológicas, informações sobre civilizações perdidas etc. ajudam a contextualizar o escrito. As descobertas de tábuas e fragmentos de argila desenterrados em Ugarit, Ras Shamra na Síria (1400-1200 a.C. ). Qumran tem ajudado muito a história.

20 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 1. Considerar o caráter histórico da Revelação bíblica; 2. Considerar que a Igreja se orienta pela Palavra de Deus; 3. Considerar que o sentido do texto bíblico deve ser atualizado independente de época ou cultura;

21 4. Considerar que o Método tem 3 etapas: a) ler e escutar a Palavra a partir do “tempo que a se chama hoje”; b) ter consciência das situações que o texto bíblico coloca; c) compreender o sentido pleno do texto e, à sua luz, transformar a situação atual.

22 FORMA E CONTEÚDO A literatura é uma forma de expressão do conteúdo (verdade). Forma. formas literárias são diversas: prosa, poesia, texto filosófico etc. Conteúdo. Ao estudar a palavra sagrada, o exegeta considera como conteúdo de fé, a Encarnação de Deus em Cristo.

23 A VERDADE Procurar compreender o caráter semítico da Bíblica. - “Conhecer” a Verdade é para a civilização ocidental, algo muito abstrato (to (Alethéia e Emunah) - Deus, para o semita não é uma essência abstrata, mas Criador, juiz e Pai. Por isso muitas vezes não entendemos a Palavra (é preciso que se nos coloquemos no contexto A mentalidade dos escritos bíblicos é diferente da nossa.

24 II. Análise de textos bíblicos Os textos bíblicos são submetidos a uma análise mais detalhada, a fim de apreender melhor a mensagem de Deus. Com isso é importante respeitar os passos: 1. Literário 2. Histórico 3. Teológico (hermenêutica).

25 1. Lugar literário 1. Se não tem acesso ao texto original (hebraico ou grego), deve fazer uma sinópse: sumário com no mínimo 3 traduções e colocadas em colunas. 2. Ao escolher uma das traduções, deve argumentar sobre a preferência. Ou se puder elabore uma tradução pessoal partindo do texto original.

26 3. ler outras literaturas a fim de ajudar sua análise: data da redação, redator, contexto histórico-social em que o texto foi produzido e o contexto histórico referido pelo texto. 4. Escolher uma perícope com delimitação: interna: a) onde começa e onde termina; b) mudança de cena, personagens, ação, sujeito, destinatário, conteúdo e vocabulário; externa: observar o contexto literário em que a perícope está inserida no texto.

27 5. Análise de paralelos: - Investigar o mesmo assunto no mesmo livro - Investigar o mesmo assunto nos outros livros da Bíblia - Fazer análise dos fenômenos literários como: vocabulário, imagens e figuras, repetições, ênfases, quiasmos e paralelismos.

28 6. Gênero literário e estilo: diferenciar se é prosa (narrativa, retórica e expositiva) ou verso (poemas épico, lírico ou dramático).

29 2. Lugar histórico-social - O texto foi produzido numa determinada sociedade, por isso está relacionado com o ambiente sócio- cultural da época em que viveu os atores bíblicos.

30 - Descrever a sociedade, a época do escrito e a época em que o fato aconteceu: situação econômica, social, política, cultural e religiosa: a) Econômica: como vive o povo? Quem mantém os meios de produção? Qual é o peso do problema econômico no conflito? b) Social: as relações sociais são justas? Há conflitos? Como a divisão de classes aparece nas relações entre as pessoas (mulheres, por exemplo)? Qual é o peso do lado social?

31 c) Político : Quem exerce o poder? Como? Como aparece o poder dentro dos grupos? Há outras culturas ou povos ameaçando o poder interno? d) Cultural: Os costumes se chocam? Tem implicações nos grupos sociais? O que pensam da vida? Da religião? Quais os valores por trás dos mitos, dos ídolos, leis, Deus, utopia? Qual o projeto que aparece no texto? De que ponto de vista o texto é escrito: dos pobres ou dos opressores? Qual é o peso do lado ideológico no conflito? Que comunidade estava por trás?

32 3. Lugar teológico - hermenêutico 1. Trabalha o texto como mensagem de Deus para os homens. Qual é sua mensagem para a vida em todos os níveis (pessoal, comunitário, etc.)? 2. Síntese teológica. Perceber a teologia do texto. Que Deus aparece no Texto? Como ele atua? Como é a fé do povo? 3. Como aplicar o estudo em minha vida e na vida de minha comunidade?