A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

Jesus de Nazaré O homem que é Deus.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "Jesus de Nazaré O homem que é Deus."— Transcrição da apresentação:

1 Jesus de Nazaré O homem que é Deus

2 Introdução Os estudos teológicos sobre Jesus Cristo podem ser divididos em duas grandes partes: 1) A história de Jesus de Nazaré; 2) a fé da Igreja em Jesus como Filho de Deus; Estas partes se implicam mutuamente; Jesus de Nazaré é o Cristo da fé; Em nosso estudo refletiremos sobre:

3 Abordagens que hoje são feitas desse homem Deus;
A morte e a ressurreição de Jesus, ponto de partida de toda reflexão cristológica; Os meios, condições e critérios que temos para o acesso a Jesus; A concepção que Jesus tinha de Deus, o anúncio do Reino e a denúncia do anti-Reino.

4 1.0 Três maneiras de pensar e falar sobre Jesus
Dessas três maneiras, duas não coadunam com a fé cristã: Jesus visto somente como humano ou Jesus visto somente como Deus; A fé cristão afirma, ao mesmo tempo, a humanidade e a divindade de Jesus, o Filho de Deus, o homem que é Deus e o Deus que é homem.

5 1.1 Jesus de Nazaré: um ser humano qualquer
Um ser humano qualquer – olhar dos historiadores, jornalistas, romancistas… Jesus como o fundador de uma nova religião, um reformador, um profeta, um místico, um revolucionário, um homem santo… Negam a sua divindade, e por isso não aceitam as verdades da fé cristã; Essa forma de pensar: presente nas produções de mídia, da política e ciência de hoje;

6 Espiritismo, maçonaria, os novos movimentos gnósticos e esotéricos, a Nova Era: não reconhecem Sua divindade; Alguns movimentos sociais e políticos: recorrem à crítica de Jesus à sociedade sem considerá-lo como único divino salvador; Segundo todos esses: a interpretação da Igreja está marcada por muita mitologia, jogos simbólicos, fantasias, crendices, lendas.

7 O que temos a dizer sobre essa tendência?
Há valores nesse modo de pensar e falar sobre Jesus – preocupação em resgatar Sua história, sua pessoa; A fé cristã também afirma tudo isso, ao mesmo tempo em que afirma Sua divindade; Se Jesus não é Deus, não pode ser nosso Salvador; se não é Deus, sua Igreja é apenas instituição humana; se não é Deus, todas as mediações religiosas do cristianismo são apenas intenções humanas; se não é Deus, não vale a pena segui-lo.

8 1.2 Jesus Cristo: um deus das alturas
Há pessoas e grupos, no interior do cristianismo, que insistem demais na divindade de Jesus, a ponto de esquecerem Sua humanidade; Assim Ele é tratado por muitos movimentos e igrejas cristãs, principalmente as de caráter fundamentalista, que realçam demais as palavras e os fatos extraordinários de Jesus; Tratam-No como um mito, um grande mágico;

9 Não negam Sua humanidade na teoria; na prática, sim, pois desprezam sua história e por isso têm dificuldades para entender e trabalhar realidades concretas de Sua vida: as tentações, as crises, as angústias e aflições, o desenvolvimento de sua consciência humana e divina, as mudanças de percurso, o crescimento na fé, o despertar para sua missão, os conflitos…

10 Sua humanidade é vista como uma peça teatral: “Jesus fez de conta que… para nos ensinar como…”;
Muitos são os que insistem demais no elemento miraculoso da salvação oferecida por Jesus; Apresentam a religião cristã como caminho de solução para todos os problemas: doenças, desemprego, crises conjugais, problemas afetivos, desordens morais, vícios etc;

11 Na linha da magia, Jesus é salvador na medida em que expulsa os demônios que estariam impedindo a felicidade dos fiéis; A teologia da prosperidade vê Jesus como salvador na medida em que recompensa, com bênçãos e soluções de problemas, às pessoas que, abnegadamente, fazem doações à sua igreja-empresa;

12 Segundo uma recorrente escatologia da retribuição, Jesus está para voltar, em sua segunda vinda, de modo apoteótico e triunfante, para intervir na realidade e arrebatar aos céus os seus eleitos, condenando os perversos ao fogo dos infernos; Para uma veemente teologia do sacrifício, Jesus salva os que renunciam aos prazeres do mundo, com jejuns e penitências merecedores das boas graças do céu.

13 Para os que propõem a fuga do mundo, Jesus salva os que se refugiam nas sacristias, em uma espiritualidade intimista e interiorista; Segundo o fundamentalismo religioso cristão ou um perigoso integrismo católico, Jesus salva somente os que se inscrevem na única igreja verdadeira; Todas essas expressões despojam a pessoa de Jesus de Sua história. Desencarnam-No.

14 O que temos a dizer sobre essa tendência?
Há valores nesse modo de pensar e falar de Jesus. A fé cristã afirma sua divindade, mas sem desconsiderar sua huamanidade; Se Jesus não é verdadeiramente humano em tudo, Ele não pode ser nosso salvador. Se não assumiu a história, não pode redimir a nossa; se não é humano, não é possível segui-Lo.

15 1.3 Jesus de Nazaré: o Cristo de nossa fé
Jesus de Nazaré é a presença e a ação de Deus em nossa história. É desse modo que os cristãos O concebem e O anunciam; É um paradoxo: o crucificado é o ressuscitado; Jesus é o Cristo; Mas esse é o núcleo de nossa fé: acreditamos num homem que é Deus, num crucificado que ressuscitou; num Deus que se fez homem;

16 Crucificado-ressuscitado. Trata-se de uma identidade na contradição
Crucificado-ressuscitado. Trata-se de uma identidade na contradição. Jesus de Nazaré é o Cristo de nossa fé. Senhor da história, o Cristo de nossa fé, nosso único Salvador, Deus de nossas vidas, Jesus de Nazaré: o morto está vivo, o crucificado é o ressuscitado, este homem é verdadeiramente Deus.

17 2.0 O mistério pascal: ponto de partida da cristologia
Morte e ressurreição: centro de nossa fé; Afirmamos que Jesus de Nazaré foi morto e ressuscitou – a passagem de sua morte à vida é o mistério central de nossa fé: o mistério pascal, ponto de partida de todas as cristologias;

18 2.1 Morte e ressurreição: centro da fé cristã
Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria nossa fé (1Cor 15,17). Aliás, nem reflexão cristológica teríamos; Cristo ressuscitou! É o anúncio básico de todo o cristianismo (At 2,32); Com esta notícia, os discípulos e discípulas do Senhor correram o mundo… Se tudo tivesse terminado na cruz, o crucificado teria sido apenas mais um;

19 Cruz sem ressurreição é sinal de morte, de fim, de desespero, de caminho fechado; mas o cristianismo não é uma religião da morte, da dor, do absurdo, mas sim da transformação da vida e deste mundo; Professamos: Jesus de Nazaré padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Mas ressuscitou! Quem ressuscita não é um qualquer, mas o Filho de Deus! Quem ressuscitou não foi uma idéia, mas uma pessoa.

20 Ressurreição sem morte é teatro, representação apoteótica
Ressurreição sem morte é teatro, representação apoteótica. O cristianismo não é uma religião que põe panos quentes sobre os conflitos, não é uma religião do espetáculo, do show; O mistério da Páscoa é o centro de nossa fé. O que aconteceu com Jesus deve acontecer também conosco, pois nossa vida também é passagem… A Páscoa de Jesus é partida para a nossa Páscoa.

21 Antes da Páscoa, os discípulos tinham em Jesus uma fé embrionária, pouco amadurecida. Acreditam nEle, mas sem uma fé explícita, clara, firme. Esta só se desenvolveu após a experiência pascal, com Pentecostes; A partir de então, relêem a vida de Jesus à luz da Páscoa, e O anunciam;

22 Na Páscoa inicia todo o trabalho de interpretação da vida, da paixão, da morte e da ressurreição de Jesus. Na Páscoa tem início a cristologia; Em Jesus Cristo, morto e ressuscitado, os primeiros cristãos percebem e confessam dois modos de existir, que caracterizam duas etapas distintas da vida do Mestre: a etapa de fraqueza, o modo humano e carnal de existir, a vida terrena, o Jesus de Nazaré pré-pascal; e a etapa da plenitude, o modo celestial e espiritual de existência, o Cristo da fé, o Jesus pós-pascal (Rm 1,3-4; 1Tm 3,1; 1Pd 3,18; At 5,31).

23 Todos, contudo, parte da fé na ressurreição daquele Jesus que foi morto na cruz. O mistério pascal une as duas orientações cristológicas. Na fé do Segundo Testamento não existe ruptura entre o Jesus histórico e o Cristo da fé. É o mesmo sujeito, apresentado em duas distintas etapas de sua existência.

24 2.2 Uma cristologia, muitas cristologias
Temos diversas cristologias no Segundo Testamento. Cada um dos escritos tem um modo próprio de falar de Jesus Cristo.

25 Marcos acentua o Jesus humano, rejeitado, pobre
Marcos acentua o Jesus humano, rejeitado, pobre. Para ele Jesus é Messias justamente no sofrer e dar a vida, é Filho de Deus oculto nas condições humanas do sofrimento. Seu Jesus é áspero com os discípulos, severo com os fariseus e cauteloso com as multidões. Em seu Evangelho, Jesus faz segredo de sua messianidade, para evitar que seu messianismo fosse interpretado político-nacionalmente, no estilo dos zelotas ou de outros movimentos revolucionários da época.

26 Para Mateus, Jesus é um mestre, o Messias esperado de Israel o cumpridor das promessas e profecias da Primeira Aliança, o verdadeiro intérprete da lei mosaica, o novo Moisés, que proclama no monte a lei das bem-aventuranças e re-interpreta a antiga lei, o novo Davi, o anunciador do Reino, iniciador de um novo movimento religioso, que é a semente do novo povo de Israel, a Igreja.

27 Para Lucas, Jesus é amigo do povo, um homem das multidões, que revela, em palavras e atos, a face misericordiosa do Pai. É um homem de relações: com os pobres, os pecadores, as mulheres, os marginalizados. Um homem de oração, ungido pelo Espírito Santo, em profunda relação com o Pai. E o Senhor de toda a história e Salvador de toda a humanidade.

28 João apresenta um Jesus místico, consciente de sua condição e missão divinas. É o revelador de Deus na forma de sinais: luz, pão, água, pastor, videira. O Jesus de João, ciente de sua filiação divina, afirma-se como aquele que é, aplica a si o "Eu sou" divino. Vive, por isso, em permanente conflito com os chefes dos judeus, que não o reconhecem como Filho de Deus.

29 Nos Atos dos Apóstolos, Jesus é mostrado como o Senhor ressuscitado, vivo e presente no meio das comunidades, pela força de seu Espírito. É o Caminho a seguir, a Palavra a ouvir, a praticar e a anunciar. É o modelo a seguir nas provações da fé.

30 Nos escritos paulinos, encontramos diversas cristologias.

31 Nas duas cartas aos Tessalonicenses, Paulo apresenta-lhes o Cristo do futuro, o juiz escatológico, o Senhor que vem; Nas cartas maiores (Rom, 1 e 2 Cor, Gl), Paulo mostra o Cristo do presente da vida cristã, o crucificado-ressuscitado, o Senhor que vence a morte, que dá seu Espírito aos fiéis, o Senhor presente no coração e na comunidade dos fiéis, que faz passar da lei para a liberdade, do pecado para a graça.

32 Nas últimas cartas, as cartas da prisão (Ef, Cl, Fil), Paulo apresenta o Cristo das origens, o pré-existente, que sendo Deus se fez homem, o mediador de toda criação, o Primogênito de toda criatura, o centro todo mistério salvífico. Nas cartas pastorais, atribuídas a Paulo (1 e 2 Tim, Tt, Fm), temos o Cristo mediador da salvação de toda a humanidade Cristo que deve ser servido e seguido na organização da comunidade, no pastoreio dos fiéis. É o único que possui a imortalidade habita em luz inacessível, o que apareceu entre nós para revê os planos eternos do Pai, para nos justificar por sua graça e nos fazer todos irmãos e irmãs uns dos outros.

33 O autor da carta aos Hebreus apresenta Jesus como irmão misericordioso dos pecadores, disposto a morrer por todos. Aqui lê que aprendeu na humilhação e no sofrimento a ter fé em Deus Pai. Por isso, é o único e verdadeiro sacerdote, mediador entre Deus e os seres humanos. Tendo ofertado sua vida em sacrifício tornou-se o único mediador entre Deus e os seres humanos.

34 Na carta de Tiago, Jesus é o Senhor da glória que não admite favoritismos pessoais e acepção de pessoas.

35 Nas duas cartas de Pedro, Jesus é o modelo a ser imitado no amor ao próximo, no enfrentamento das perseguições, no suportar a cruz de cada dia. É o sofredor, insultado, que morreu por nós. É o nosso Senhor e Salvador.

36 Nas três cartas de João, Jesus é o protótipo dos filhos e filhas de Deus, é o Filho Unigênito enviado pelo Pai ao mundo, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Na união com ele, podemos ver, desde já, a vida eterna No Apocalipse temos o Cristo vencedor da morte, a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos, o príncipe dos reis terra, o primeiro e o último, Aquele que é, que era e que vem.

37 2.3 Diversidade de cristogias: a riqueza da fé cristã
Qual das cristologias do Segundo Testamento e a mais fiel aos fatos? Não se pode exigir de nenhuma delas fidelidade aos fatos no sentido em que hoje entendemos a ciência histórica. Os evangelhos não são biografia, embora tenham elementos biográficos; Esses escritos falam de Jesus a partir de uma janela, através da qual se direcionam três olhares: ao presente, ao futuro e ao passado.

38 2) Qual das cristologias do Segundo Testamento é a mais ortodoxa?
Todas elas são ortodoxas, na medida em que se referem ao mesmo Jesus de Nazaré. O mistério da salvação em Cristo é tão rico de graças, que uma só perspectiva não dá conta de abrangê-lo.

39 3) Qual delas é mais útil para a evangelização, hoje?
Todas elas. Embora seja possível acentuar uma e oura, conforme as interrogações e desafios, as épocas e os lugares em que se vive a fé cristã hoje, não se pode privilegiar uma delas em detrimento de outras.

40 3.0 O acesso ao Jesus da história
Além dos escritos do Segundo Testamento, há escritos não-bíblicos que ajudam a chegar ao Jesus da história.

41 3.1 Escritos não-bíblicos
São fontes extracanônicas, muito úteis para o acesso ao Jesus da história. Podem ser assim apresentadas: 1) Apócrifos (oculto, secreto): mesmo não pertecendo ao cânon, são úteis para o acesso ao Jesus histórico, contêm referências sobre palavras e feitos de Jesus. Foram escritos na primeira metade do século II. É impossível enumerá-los todos. Citamos apenas alguns deles: Evangelho de Tomé, Apócrifo de Tiago, Diálogo do Redentor, Evangelho dos Egípci­os, Evangelho Egerton, Evangelho de Pedro, Evangelho dos Nazarenos, Evangelho dos Ebionitas, Evangelho dos Hebreus.

42 2)Padres Apostólicos: é um grupo de escritos do cristianismo nascente, diferenciado do conjunto dos apócrifos por contarem com maior confiabilidade histórica e ortodoxa. Foram escritos por discípulos dos apóstolos, no final do século I e na primeira metade do século II. Entre eles citamos: as cartas de Clemente de Roma, as cartas de Inácio de Antioquia, a carta de Policarpo, a Didaqué, a Carta a Diogneto e o Pastor de Hermas.

43 3)Ágrafos (do grego agraphon: não-escrito): são palavras de Jesus não incluídas nos Evangelhos Canônicos, transmitidas oralmente pelos Padres da Igreja, pelas liturgias do cristianismo primitivo. Há ainda fontes não-cristãs que também se referem a Jesus Cristo. Citamos: 1) Flávio Josefo (38 d.C. - após 100 d.C.): historiador judeu, que, ao escrever a história dos judeus dessa época, faz um relato benevolente sobre Jesus;

44 2) Escritos romanos do período entre 110 e 120 d. C
2) Escritos romanos do período entre 110 e 120 d.C.: falam de Jesus como fundador da seita dos cristãos, um quase-deus, que foi executado sob Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Tanto as fontes cristãs extracanônicas como as fontes extra­cristãs são importantes para corroborar o acordo de fundo dos evangelhos sobre a historicidade de fatos e palavras de Jesus.

45 3.2 Os escritos do Segundo Testamento
Cada escritor do Segundo Testamento acessou Jesus de Nazaré a partir de uma perspectiva própria; A principal fonte do nosso conhecimento sobre o Jesus da história são os quatro evangelhos canônicos.

46 Os evangelhos não são e nem pretendem ser uma biografia sobre Jesus
Os evangelhos não são e nem pretendem ser uma biografia sobre Jesus. Seu objetivo é proclamar e reforçar a fé em Jesus como o Cristo; Não fazem uma narrativa completa. Marcos e João apresentam o Jesus adulto, já no início do seu ministério; Mateus e Lucas introduzem o ministério público com as narrativas da infância, cuja historicidade é muito discutida.

47 Assim, fica claro que a partir dos evangelhos é impossível escrever uma biografia, até porque eles não estão preocupados com uma verdadeira seqüência histórica dos acontecimentos da vida de Jesus; Concluindo: os Evangelhos não fazem uma biografia sobre Jesus, não oferecem uma seqüência cronológica exata dos acontecimentos, não reportam com precisão os fatos, nem trazem as palavras exatas de Jesus, e, também, não se servem de uma única fonte;

48 Tudo o que os evangelistas escrevem sobre Jesus passa pelo filtro da sua fé pessoal, do conhecimento que recebem sobre ditos e fatos de Jesus, do interesse em proclamar e reforçar a fé da comunidade a que servem, da interpretação teológica que elaboram, da distância de algumas décadas em que vivem; Através desse filtro, pode-se, contudo, chegar a um núcleo histórico que forma a base concreta da vida do Jesus de Nazaré que hoje conhecemos.

49 3.3 O núcleo histórico de Jesus de Nazaré
Núcleo histórico: uma plataforma histórica mínima sobre a qual devem ser interpretadas todas as referências evangélicas sobre Jesus; A pesquisa histórico-exegética elenca os seguintes elementos como dotados de segura base histórica:

50 A existência de Jesus, na Palestina, nos primeiros anos de nossa era;
O batismo de Jesus, por João Batista, no rio Jordão; A relação especial com Deus-Pai, invocado com a palavra Abbá; O êxito inicial como pregador, seguido do enfrentamento de duros conflitos; As tentações; O anúncio da chegada do Reino de Deus; A centralidade do Reino: ele viveu toda a sua vida a serviço do Reino; Os sinais da presença do Reino: curas, parábolas, banquetes...; A realização de curas.

51 A utilização de parábolas em sua pregação.
O relacionamento peculiar com os pobres, os pecadores e os marginalizados em geral. A escolha e o envio de um grupo de seguidores. A atribuição do poder de perdoar pecados, de modificar a Lei de Moisés, de violar prescrições sobre o sábado e de anunciar a vontade de Deus, com base em sua própria autoridade. A experiência de uma profunda crise, mais ou menos na metade, ou perto do final de sua vida de pregador. A consciência de uma missão única. A viagem para Jerusalém: entrada solene na cidade onde ceou com seus discípulos. A prisão e a crucifixão. O motivo político da morte: o cartaz colocado na cruz.

52 Concluímos considerando que há um acordo de fundo entre os escritos do Segundo Testamento, naquilo que é essencial sobre a vida de Jesus. Esse acordo de fundo sobre a historicidade de seus fatos e palavras é mais do que suficiente a fundamentar a fé em sua pessoa e práxis.

53 No mais humano de Jesus, esconde-se o mais divino
No mais humano de Jesus, esconde-se o mais divino. Perceber isso e crer nisso, eis o que diferencia os cristãos no conhecimento e no seguimento do homem de Nazaré; O recurso ao Jesus histórico é importante como ponto de partida da cristologia e da práxis cristã. Sem base histórica em Jesus de Nazaré, toda prática espiritual ou moral, toda reflexão teológica, toda ação evangelizadora, que se pretendam cristãs, caem no abstrato do idealismo, da ilusão, do espiritualismo. Sem história, não há fé cristã.

54 4.0 O núcleo histórico de Jesus de Nazaré
O núcleo histórico de Jesus de Nazaré pode ser concentrado em alguns elementos centrais: Deus Pai; O Reino de Deus; A práxis profética de denúncia do anti-Reino; Sua morte na cruz.

55 4.1 Deus-Pai: a referência de Jesus de Nazaré
A peregrinação de Jesus sobre a terra teve Deus-Pai como bússula; Em muitas de suas palavras, Jesus deixou claro que veio fazer a vontade do Pai (Jo 4,34), anunciar o Reino de Deus-Pai (Mc 1,15); Os evangelhos mostram que Jesus se encontra freqüentemente en atitude de oração, em diálogo com o Pai;

56 Nossa fé em Jesus se fundamenta na fé de Jesus – a fé que hoje temos em Jesus, como Deus feito homem para nos salvar, fundamenta-se na fé que Ele mesmo tinha no Deus de Israel; Como bom judeu, Jesus conheceu as muitas imagens que o Primeiro Testamento elaborou sobre Deus:

57 O Deus da terra, do êxodo e da aliança, propagado pela tradição javista;
O Deus da transcendência, da tradição eloísta; O Deus da lei, da tradição deuteronomista; O Deus da criação, da tradição sacerdotal; O Deus dos pobres, dos órfãos e estrangeiros, do direito e da justiça, anunciado pelos profetas;

58 O Deus da intervenção gratuita e apoteótica, da apocalíptica;
O Deus do cotidiano, do bem-viver, comunicado pêlos sábios. Todas essas tradições do Primeiro Testamento sobre Deus são integradas por Jesus na imagem de um Deus ao mesmo tempo próximo e transcendente, um Deus bom e exigente.

59 Para Jesus de Nazaré, Deus é bom
Para Jesus de Nazaré, Deus é bom. Com esse Deus Jesus se relaciona pela oração; Com esse Deus, que é bom, Jesus tem uma relação de extrema confiança. Apresenta-o como Deus da misericórdia, do perdão, da ternura (Lc 15,11-32); um Deus à mercê das pessoas; Um Deus cujo acesso não se dá pelo poder, mas pelo amor; As multidões, que se sentiam afastadas de Deus, por não conseguirem dar conta de todos os preceitos, viam em Jesus a visita de Deus;

60 Para Jesus de Nazaré, Deus-Pai é também exigente; um Deus que não se deixa manipular pelas mediações humanas da lei e do sacrifício; Não um Deus à mão do ser humano, mas um Deus totalmente outro. Bom, mas exigente; Na vida histórica de Jesus de Nazaré, as exigências de Deus se manifestaram de diversos modos:

61 Convergência total para com seu projeto;
A prova de fidelidade: as tentações; A resistência às crises do apostolado – caminho da fidelidade; Ignorância de quando seria a chegada do Reino; A permanência na fé.

62 A partir de sua relação com Deus-Pai de bondade,Jesus elabora sua práxis messiânica de anúncio do Reino de Deus, como Reino de amor de justiça, de paz e de santidade. A partir de sua relação com o Deus-Pai transcendente, totalmente outro, indisponível em leu mistério absoluto, exigente na realização de seu projeto, Jesus elabora sua práxis profética de denúncia do anti-reino.

63 4.2 O Reino de Deus: mensagem e prática de Jesus
O centro da é a mensagem e da prática de Jesus é o Reino de Deus; Tudo o que Jesus foi, disse e fez se concentra no anúncio do Reino; Por Reino, deve entender o projeto de Deus para toda a humanidade; Em termos existenciais, poderíamos dizer que o Reino é a felicidade plena para todos; É a realização dos sonhos divinos, transformados em sonhos humanos, em suas três grandes condições:

64 Condição mínima: cuidado com a vida física;
Condição média: o cultivo do espírito; Condição máxima: a ressurreição final.

65 Nas palavras e obras de Jesus, o Reino se realiza na forma de semente
Nas palavras e obras de Jesus, o Reino se realiza na forma de semente. Temos aí o Reino em forma embrionária, indicado através de sinais de que ele chegou e começou a ser implantado no meio da humanidade; Na realidade, o Reino é o próprio Jesus, no seu modo de ser e de agir; É o Reino de Deus no meio de nós. Em sua pessoa e práxis, o Reino foi anunciado e iniciado.

66 E Jesus interpretou o Reino no seu significado mais radical, como promoção e defesa da vida (Mt 5,17-48); Para Jesus, o Reino é vida em abundância, e a pregação desse Reino era acompanhada com obras que exprimiam a sua aproximação gratuita; Por isso sua vida foi marcada por conflitos e confrontos constantes;

67 Nisso podemos enxergar sua práxis profética, ética, crítica, de condenação do anti-Reino (estruturas, instituições e mediações que atrapalhavam a edificação do Reino); Sua práxis profética pode ser resumida em três formas: discussões, desmascaramentos e denúncias.

68 4.3 A morte de Jesus Um homem que age desse modo está marcado para morrer. De fato, desde o início de seu ministério público, Jesus é um homem perseguido; Segundo os evangelhos, sua morte foi decidida em dois julgamentos, um religioso e outro político;

69 O julgamento religioso aconteceu de noite, diante do Sinédrio (Lc 22,66-71).Nesse julgamento, Jesus foi acusado de blasfêmia, por ter se apresentado como Filho de Deus, por ter violado as leis do judaísmo, por ter dito que seria capaz de destruir o templo (Mt 26,59-66); Para o crime de blasfêmia, estava prescrita a pena capital de apedrejamento. Mas, sendo véspera da Páscoa dos judeus, os chefes religiosos não queriam sujar as mãos matando alguém. Isso os impediria de celebrar sua Páscoa. Levaram, então, Jesus ao pretório de Pilatos, diante de quem o acusaram de subversivo, mais perigoso que Barrabás, um dos chefes dos zelotas (Jo 18,30.40).

70 No julgamento político (Jo 18,28-19,16), Pilatos fez de tudo para libertar Jesus, porque não via nele crime algum. No entanto, os chefes religiosos do judaísmo incitaram as multidões para que pedissem a crucifixão de Jesus; A crucifixão era vista como o pior tipo de morte, motivo de vergonha para os familiares e amigos do condenado. Diante de Pilatos, os chefes dos judeus demonstraram a falsidade de sua fé. Estavam preocupados em manter seu prestígio e poder; Aqueles que se diziam defensores da pureza do judaísmo, para quem somente Javé é o Senhor e Rei da nação, cedem diante do medo que lhes impunha o pobre de Nazaré. Revelam, assim, que seu interesse não é a defesa da fé e da religião, mas de seu poder e prestígio, enfim, de sua fonte de renda.

71 Temos, no julgamento de Jesus, uma contradição
Temos, no julgamento de Jesus, uma contradição. O motivo real de sua morte foi religioso. Ficou registrado, porém, como motivo oficial, com a tabuleta na cruz (Jo 19,19), a subversão contra o poder romano; Ao propor uma religião de amor e de justiça, ao aproximar-se dos pobres e pequenos, ao despertar sonhos de vida e de liberdade, Jesus estava pondo as bases de uma sociedade justa e fraterna.

72 Quanto mais sua pregação e ação tinham fundamento religioso, mais tinham conseqüências políticas e sociais. Quanto mais religiosa sua opção mística, mais política sua ação;

73 A morte de Jesus é conseqüência de sua pregação e de sua práxis em favor da vida e da dignidade dos pobres, em favor de uma religião mais humana, em favor de uma aproximação maior entre Deus e o povo; Sua morte revela o fim trágico dos profetas e dos mártires. Mas, sua morte é diferente, porque ele não é apenas um profeta, um mártir, um herói. Jesus de Nazaré é Deus encarnado, Deus presente na história humana, Deus vindo a nós;

74 O próprio Jesus, ao aproximar-se o final trágico de sua vida, dá um sentido salvífico à sua morte;
Ao assumir a morte, Ele a traz para dentro de seu campo, que é a vida. Assim, a morte será tragada pelo poder da vida, será absorvida na vitória do bem;

75 Com sua morte e ressurreição, abre-se o caminho para que a humanidade toda sonhe e trabalhe pela instauração do Reino.

76 5.0 A fé cristológica da Igreja
Contexto de heresias; As declarações dogmáticas: Jesus de Nazaré é verdadeiramente Deus; O Filho de Deus é verdadeiramente humano; Uma só pessoa em duas naturezas; Humano e divino sem distinção, sem confusão, sem divisão; Duas vontades: divina e humana.


Carregar ppt "Jesus de Nazaré O homem que é Deus."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google