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PublicouMafalda Penha Fagundes Alterado mais de 8 anos atrás
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REFLEXÕES SOBRE DISCURSO E LEITURA DA OBRA DE ARTE VISUAL
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Um dado discurso ou manifestação poética, pressupõe sua apreensão sensível e conseqüente assimilação cognitiva, sem isso não se tem sentido ou significação
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Uma obra de arte, como qualquer manifestação discursiva, seja ela visual, verbal, gestual, sonora, cênica ou de que tipo for,depende de:
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uma apropriação de ordem perceptual e cognitiva, ou seja, de um processo mental capaz de recuperar a informação e articular o sentido
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Neste caso, qualquer manifestação verbal, visual, gestual, etc. é passível de ser lida, ou seja, apreendida no seu todo e interpretada
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Neste aspecto, a leitura nada mais é do que a apropriação sensível e cognitiva de dados em busca da significação
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Produzir ou fazer sentido significa gerar informação, conhecimento, domínio, saberes ou consciência que seja capaz de alterar o status quo (estado anterior) do indivíduo ampliando seu universo de comreensão
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Sempre que adquirimos novos conhecimentos, promovemos mudanças e transformações nos domínios anteriores em desenvolvemos novas habilidades e vislumbramos novas possibilidades
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São as mudanças que nos tornam aptos a entender novos assuntos, desenvolver novas relações, executar novas tarefas ou encontrar novos caminhos
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O saber, ou seja, o conhecimento, é cumulativo. Aprender é um processo aditivo que soma informações de toda ordem a todo momento
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Diferentes campos e saberes são acionados continuamente, no nosso dia a dia, produzindo novas informações, novas compreensões e atitudes
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Fazendo uma relação entre o saber com o contexto da visualidade, vamos verificar que nela, este processo de transformação contínua também ocorre
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Quando falamos em Discurso Visual estamos nos referindo às informações que são construídas, obtidas ou processadas a partir de referências visuais desenvolvidas por meio de diferentes poéticas
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É este o campo do domínio imagético
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As imagens são modos de presença, ou seja, maneiras pelas quais certos dados visíveis, qualidades sensíveis são organizados para acionar nossos sentidos e promover a visualidade
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Podemos dizer que uma imagem é uma manifestação discursiva que provoca uma reação cognitiva gerando informação
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Neste caso, uma imagem não é diferente de qualquer outro produto de informação com o qual somos capazes de lidar e de acessar
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O que faz diferença entre os diferentes sistemas de informação é o campo onde o conhecimento se encontra e o modo de acessar este conhecimento e não o conhecimento em si
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Portanto, podemos dizer que uma imagem é um dos modos geradores de conhecimento, cuja especificidade requer ser acessada pelo seu aspecto visível
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Um bisão é um bisão, não importa o modo como ele foi dito, mostrado, constituído, construído, o sentido é o mesmo!
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Um cavalo é um cavalo!
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Um cavalo mítico
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Um cavalo Romântico
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Um cavalo moderno
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Um cavalo lúdico
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Um cavalo útil
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Um cavalo mesmo, embora em foto, imagem, mas ainda cavalo
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Outras imagens em fotografias que podem descrever, narrar, propor uma análise ou versão de um fato, uma ocorrência, um evento, por mais corriqueiro que seja
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Doisneau
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Vessalius
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Mas são todas imagens e todas significam
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É bom não nos retermos apenas à definição tradicional das imagens que as coloca como imitações ou cópias que nos remetem a coisas preexistentes no mundo
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É bom ampliarmos nossa compreensão de imagem tomando como referência o que estamos expondo aqui:
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Imagem é uma manifestação sensível que acessamos por meio visual e interpretamos cognitivamente
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Entendendo assim, estaremos mais preparados para produzir e processar imagens em diferentes situações ou circunstâncias.
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Uma manifestação é um todo de sentido.
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Manifestação é tudo aquilo que somos capazes de apreender e, em segunda instância, compreender
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Não basta apenas vermos algo, precisamos também entender o que aquilo que vemos significa
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Só acessamos o significado se formos capazes de produzir associações cognitivas acionando dados de diferentes ordens e origens (perceptivas, cognitivas ou culturais)
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Por mais que saibamos que uma imagem é essencialmente visível, não é apenas o aparato visual que acionamos para compreende- las
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Uma imagem é também resultante de outros tipos de informação como a memória (conjunto de conhecimentos) que acionamos, para recuperar e entender as coisas
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A compreensão, o entendimento ou a leitura resultam de um encadeamento cognitivo complexo e dinâmico que depende de aprendizagem e experiência
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Acionamos, simultaneamente, muitos níveis cognitivos: memória, raciocínio e abstração
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É justamente esta capacidade de operar com muitas e diferentes informações ao mesmo tempo que nos tornaram aptos a enfrentar desafios e propor soluções
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Portanto, uma imagem não vem sozinha, resulta de um conjunto de informações, não só visuais, como também de outras ordens sensíveis
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Estas outras ordens sensíveis podem ser constituídas de diferentes substâncias e qualidades
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Não só os mitos, mas dados como luminosidade, cor, textura, espacialidade, dimensão, ação, e outros, podem ser lidos ou interpretados segundo nossa experiência
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No contexto das obras de arte, vamos descobrir relações entre aquilo que vemos no mundo natural e aquilo que vemos nas imagens criadas pelos artistas
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Em certos momentos a arte se aproxima e se apropria do mundo visível, em outros se distancia dele e o destitui
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Este ir e vir da “realidade” (mundo natural), é comum no contexto da história da arte
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Diferentes poéticas e proposições instauram modos de ver e pensar o mundo, como também modos de mostrar e esconder o mundo em que vivemos
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Uma estratégia de analisar, ler ou entender imagens é procurar acessá-las por meio de suas qualidades sensíveis
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Portanto: luminosidade, espacialidade e temporalidade são os elementos de significação mais diretos e óbvios para sua compreensão
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Esta possibilidade de compreensão é da ordem do sensório, do perceptivo, portanto, podemos chamá- la de Perceptual
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Neste caso a abordagem perceptual procurará dar conta dos valores e qualidades sensíveis, acessadas por meio do visual
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Valores luminosos como intensidade (sombra e luz), freqüência (cor), textura (brilho, mate, aspereza, transparência, opacidade, reflexividade, etc.)
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Valores espaciais como: dimensão (tamanho, profundidade), direção (orientação, percurso),
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Valores temporais como ação (gestualidade, freqüência, repetição)
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Vão ser lidos como informações visuais claras e significativas de uma de obra plástica, ou visual, sem que isso nos obrigue a encontrar outros elementos temáticos
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Figurar ou não o mundo, parecer-se ou não com ele é uma opção do autor, definido ou determinado por sua época, cultura, civilização, mas não uma condição sine qua non da obra de arte
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Uma segunda abordagem é buscar relações entre o que vemos e as possibilidades de interpretação daí advindas. Esta abordagem, por ser de ordem Interpretativa
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Pode ser chamada de “Relacional”, esta é nossa segunda instância de leitura
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Neste caso podemos relacionar as qualidades sensíveis às qualidades temáticas ou aos assuntos
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Podemos tentar identificar como uma cor valoriza, intensifica, explicita um tema ou faz o contrário, ameniza, suaviza e se opõe a ele
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Assim podemos procurar ler todas as demais relações de ordem sensíveis e temáticas.
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Podemos saber quando os temas ou assuntos são importantes para a leitura, ou quando são apenas motivos ou pretextos para que se crie a obra de arte
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Podemos saber quando elementos plásticos se constituem em elementos de significação simbólica numa dada obra de arte ou quando são apenas plásticos
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Quando uma cor reforça uma aproximação com o mundo natural ou se refere à qualidades morais, míticas, simbólicas ou é apenas cor
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Quando uma relação de tamanho é exclusivamente dimensional ou a manifestação de uma hierarquia mítico/religiosa (hierática) ou áulica (da realeza, principesca, nobre)
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Podemos saber quando duas ordens de significação se associam para produzir sentido e de que modo estas associações se constituem em valores
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A última instância de abordagem é a da ordem dos valores em si, que chamamos Axiológica
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Nesta instância, devemos tentar descobrir de que maneira, além dos valores plásticos e temáticos, além da configuração estética, a obra pode se constituir em sentido
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De que maneira a obra dialoga com o seu tempo, com as proposições contemporâneas, com as problemáticas instauradas no contexto da arte e da sociedade
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De que modo a obra de arte atualiza o discurso, a poética e os argumentos que manipula para criar diálogos com o seu tempo, sua gente
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Como a obra de arte constitui sua “vigência”, sua atualidade e sua existência material e/ou conceitual
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Como ela interage com o mundo, sua época, as pessoas, as instituições, com a história, com sua essência
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Como se realiza enquanto manifestação no contexto humano, como se humaniza
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