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Saúde Reprodutiva na Adolescência

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Apresentação em tema: "Saúde Reprodutiva na Adolescência"— Transcrição da apresentação:

1 Saúde Reprodutiva na Adolescência
Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente [NESA]/UERJ Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira [IFF]/FIOCRUZ Orli Carvalho da Silva Filho Nov/2013 Curso de Saúde Sexual & Saúde Reprodutiva na Adolescência

2 Doenças Sexualmente Transmissíveis [DST]:
Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente [NESA]/UERJ Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira [IFF]/FIOCRUZ Orli Carvalho da Silva Filho Nov/2013 Doenças Sexualmente Transmissíveis [DST]: Adolescência e DST

3 [Adolescência e DST : reflexão inicial]
"Quando eu estava com 14 anos, meu pai era tão estúpido que eu dificilmente conseguia suportá-lo. Aos 2I, fiquei surpreso ao perceber quanto ele havia aprendido nestes sete anos". [Mark Twain] “Porque eu tenho uma amiga que começou a vida sexual dela com dezoito anos. Eu aplaudi ela de pé. Eu falei pra ela: ‘Cara, você é uma pessoa em extinção’.” [fala de adolescente em grupo focal. In: Taquette, SR. Aids e juventude: gênero, classe e raça.]

4 [Caso Clínico – Parte I ]
Nelson, 17 anos, estudante, está interessado em Verônica, 16 anos, que resiste a “ficar” com ele porque quer um relacionamento mais sério. O comentário na escola é que ele é muito legal, mas seu objetivo principal é “transar” com todas as garotas com quem sai. Enquanto tenta convencer Verônica a sair com ele, tem saído com outras garotas, tendo relação sexual com elas. A pretexto de ter um reforço na matéria de História, em que enfrenta muitas dificuldades, Nelson pede ajuda a Verônica, que aceita estudar com ele. Com isso, há uma aproximação entre os dois. Num final de semana, véspera de prova, os pais de Verônica viajam e os dois combinam estudar na casa dela. No decorrer do estudo começa um “clima romântico”, que termina numa relação sexual sem preservativo.

5 [Caso Clínico – Parte II ]
Nelson, mesmo “ficando” com Verônica, continua a ter relações sexuais com outras garotas. Entretanto, não considera importante o uso de preservativos. Algum tempo após o início do namoro, ele sente uma ardência ao urinar e nota uma secreção purulenta matinal no pênis. Resolve procurar José, o agente comunitário, que o leva à Unidade Básica de Saúde para uma consulta médica. Lá é informado de que está com suspeita clínica de gonorreia, uma DST [doença sexualmente transmissível]. São colhidos exames para confirmação diagnóstica. Nelson é medicado e orientado sobre medidas de prevenção de DST/AIDS. [A saúde de adolescentes e jovens : uma metodologia de auto-aprendizagem para equipes de atenção básica de saúde. módulo básico. 2007]

6 [Roteiro] Caso clínico; Objetivos / Materiais e Métodos;
Introdução : conceituação; Introdução : epidemiologia; Adolescência e DST : ponderações gerais; Adolescência e DST: o atendimento; Adolescência e DST: a suspeita; Adolescência e DST: o aconselhamento; Adolescência e DST: o diagnóstico; Principais Síndromes Clínicas; Etiologias, especificidades diagnósticas e tratamento; Adolescência e DST: ações preventivas gerais; Adolescência e DST: prevenção na violência sexual; Adolescência e DST: “os Nelsons” e Conclusões; Avaliação; Referências Bibliográficas e Ilustrações.

7 [Objetivos / Materiais e Métodos]
considerações sobre abordagem da sexualidade na consulta do adolescente, na atenção básica de saúde; considerações sobre abordagem sindrômica das DST a partir fluxogramas MS; Metodologia: revisão de referências nacionais sobre o tema; imagens obtidas nos materiais pesquisados ou disponibilizadas na internet.

8 [Introdução: conceituação]
DST : doenças infecciosas cuja transmissão, caracteristicamente, se dá através de práticas sexuais. Doenças Venéreas, IST. Agentes causais: parasitos, bactérias ou vírus. Curáveis (exceto virais). Melhor forma de prevenção: preservativo Consequências: infertilidades, aumento de risco de outras infecções [como HIV] e possibilidade de transmissão vertical.

9 [Introdução: conceituação]
Definição de caso: essencialmente transmitidas pelo contato sexual [ex.: sífilis, gonorreia, cancro mole, linfogranuloma venéreo, uretrite por clamídia]; frequentemente transmitidas pelo contato sexual [ex.: donovanose, herpes simples genital, candidíase genital, fitiríase, hepatite B, HIV, HPV]; eventualmente transmitidas pelo contato sexual [ex: hepatite A, escabiose, pediculose, molusco contagioso, amebíase].

10 [Introdução: epidemiologia]
Um dos problemas de saúde pública mais comuns do mundo, estando entre as cinco causas principais de procura dos serviços de saúde nos países em desenvolvimento, segundo OMS. Em 1999, incidência de 340 milhões de casos de DST curáveis no mundo, na população entre 15 e 49 anos, sendo de 10 a 12 milhões no Brasil. DST de notificação compulsória: AIDS, HIV na gestante/criança exposta, sífilis na gestação e sífilis congênita. Epidemiologia DST adolescentes brasileiros: experiência clínica + dados HIV/AIDS.

11 [Adolescência e DST: ponderações gerais]

12 [Adolescência e DST: ponderações gerais]
Vida sexual genital: média de início aos 15,3 anos; 36% antes dos 15 anos [2007]. Fatores de risco: uso irregular de preservativos; grande número de portadores assintomáticos; automedicação; múltiplos parceiros sem proteção [e/ou parceiros mais velhos]; menor escolaridade; consumo de bebidas alcoólicas e/ou outras drogas; famílias de baixa escolaridade e desestruturadas; construção social de gênero; violência do sexo.

13 [Adolescência e DST: ponderações gerais]
Pensamento abstrato em formação; Maior exposição do epitélio cilíndrico colo de útero; Atividade sexual não planejada e escondida; ACO; “O desejado, o permitido e o socialmente aceito” equacionando uma “dupla moral” [estímulo X repressão].

14 [Adolescência e DST: ponderações gerais]
Quadro clínico agudo que pode desaparecer sem tratamento, sem entretanto, que seja eliminada a infecção e a infectividade. Muitas vezes são assintomáticos, principalmente em meninas. Suspeita de DST implica tratamento imediato, sendo que para seu controle eficaz deve-se tentar: o acompanhamento até a cura e a busca de contactantes.

15 [Adolescência e DST: ponderações gerais]
Fonte: AIDSCAP/UNAIDS, In: Taquette SR. Quando suspeitar, como diagnosticar e como tratar doenças sexualmente transmissíveis na adolescência - Parte 1. Adolesc Saude. 2007;4(4):6-11.

16 [Adolescência e DST : o atendimento]
Toda consulta com adolescentes deve propiciar a abordagem do tema sexualidade, com orientações sobre DST, gravidez e sexo seguro. Se DST, provável ou suspeita: história clínica completa, exames físicos minuciosos, testes sorológicos, notificação do caso, promoção do uso de preservativo e a imunização, convocação dos parceiros [ dias]. Sem suspeita de DST, mas risco comportamental presente, conduta proativa num rastreamento pertinente.

17 [Adolescência e DST : o atendimento]
Adolescência: vulnerabilidades X fase de grandes potencialidades, período de formação, sensível a ações positivas de saúde. - Atendimento garantido, ágil e resolutivo, levando-se em conta os tratamentos anteriores e evitando-se constrangimentos. A privacidade, confidencialidade e sigilo - Estatuto da Criança e Adolescente [ECA].

18 [Adolescência e DST : a suspeita]
Anamnese Maiores suspeitas: comportamento sexual de risco: ausência de uso de preservativo, múltiplos parceiros; parceiros sexuais com comportamento sexual de risco e/ou usuários de drogas; queixas de lesões genitais e perianais, corrimentos uretrais ou vaginais, dor pélvica, dispareunia, prurido genital, dificuldade para engravidar, disúria, polaciúria etc. - A presença de queixas sugestivas de DST sem atividade sexual referida ou negada deve levantar hipótese de abuso ou receio em revelar práticas sexuais específicas.

19 [Adolescência e DST : a suspeita]
Exame físico Geral: pele, mucosas, gânglios; diferentes possibilidades de lesões: eritemas, vesículas, pápulas, úlceras e verrugas. - Genital masculino: avaliação da região inguinal, genitália externa e região anorretal; secreções, lesões, tumoração, ulceração, gânglios.

20 [Adolescência e DST : a suspeita]
Exame físico - Genital feminino: em posição ginecológica e exames estático, dinâmico e especular. Disposição de pêlos, grandes e pequenos lábios, clitóris, hímen, períneo, borda anal e lesões. Palpação uretra, lesões, tumorações e glândulas de Bartholin [5 e 7h]. No exame especular, observar coloração e pregueamento vaginais, colo uterino; notar presença ou não de secreções, tumorações, ulcerações e rupturas.

21 [Adolescência e DST : o aconselhamento]
O aconselhamento clínico a partir de amplo e completo diagnóstico da situação apresentada, no estudo e discussão de várias soluções ou caminhos possíveis para cada indivíduo. Relação de confiança entre o profissional e o adolescente: resgate de seus recursos internos e reconhecimento como sujeito de sua própria saúde.

22 [Adolescência e DST : o aconselhamento]
A partir de apoio emocional, educativo, com reflexões sobre valores, atitudes e condutas, objetiva-se: reduzir nível de estresse; possibilitar a percepção de risco e adoção de práticas seguras; promover adesão a um possível tratamento; induzir a comunicação e tratamento dos parceiros; oferecer testagem sorológica anti HIV; realizar aconselhamento pré teste [podendo ser coletivo] e pós teste [sempre individual], idealmente pelo mesmo profissional.

23 [Adolescência e DST : o diagnóstico]
Diagnóstico: anamnese e exame físico e/ou exames laboratoriais para identificação direta ou indireta do agente etiológico. O MS preconiza, para diagnóstico precoce e tratamento imediato, o uso da abordagem sindrômica, que se baseia em fluxogramas de conduta. Principais síndromes clínicas: úlceras genitais, corrimentos uretrais, corrimentos vaginais [cervicite e vulvovaginite] e dor pélvica. A infecção pelo HPV, síndrome de imunodeficiência adquirida [AIDS], infecção pelo HTLV, as hepatites virais e oftalmia gonocócica são as outras síndromes definidas.

24 [Principais Síndromes Clínicas]
Úlceras genitais: sífilis, cancro mole, herpes, linfogranuloma venéreo, donovanose. Corrimentos uretrais: gonorreia, clamídia. Corrimentos vaginais: cervicite e vulvovaginites [vaginose bacteriana, candidíase vulvovaginal, tricomoníase]. Dor pélvica: doença inflamatória pélvica [DIP], causas ginecológicas não infecciosas [aborto, gravidez ectópica, ruptura ou torção de cisto de ovário, sangramento de corpo lúteo, dismenorreia] e causas não ginecológicas [infecção urinária, apendicite, diverticulite, obstrução intestinal, constipação etc].

25 [Principais Síndromes Clínicas]
Avaliação de risco na abordagem sindrômica: parceiro com sintoma; pacientes com múltiplos parceiros sem proteção; paciente considera exposição a DST; paciente proveniente de região de alta prevalência de gonococo e clamídia.

26 [Úlcera Genital]

27 [Sífilis] - Agente etiológico: Treponema pallidum.
Tempo de incubação: 10 a 90 dias. Evolução: sífilis recente [menos de um ano] ou tardia [mais de um ano]. Segundo o tipo de lesão pode ser primária, secundária ou terciária.

28 [Sífilis] - Primária: lesão típica é cancro duro, lesão rosada ou ulcerada, pouco dolorosa, de base endurecida, geralmente única e acompanhada de adenopatia regional não supurativa, móvel, indolor e múltipla. No homem, localiza-se mais frequentemente no sulco balanoprepucial e na glande; na mulher, nos pequenos lábios, na parede vaginal e no colo uterino. As localizações extragenitais são lábios, língua, amígdalas, ânus, dedos. As lesões desaparecem mesmo se a doença não for tratada.

29 [Sífilis] - Secundária: desenvolve-se de dois a três meses após a primária e suas lesões mais frequentes são erupções cutâneas generalizadas e simétricas (roséola sifilítica). Posteriormente, surgem pápulas simples e escamosas (sifílides papulosas e psoriasiformes), acometendo palmas e plantas, podendo ocorrer todos os tipos de lesão simultaneamente. Lesões papuloerosivas (condilomas planos) aparecem no ânus e na vulva. Pode acometer fâneros (alopécia, madarose, paroníquia e aníquia).

30 [Sífilis] - Terciária: apresenta sinais e sintomas após três a 12 anos do contágio, com o desenvolvimento de lesões tegumentares (gomas), cardiovasculares (aortite, aneurisma, estenose de óstio coronário e insuficiência aórtica), neurológicas (paresia geral e tabes dorsalis) e articulares (artropatia de Charcot).

31 [Sífilis] - O diagnóstico laboratorial depende da fase de infecção. A pesquisa direta do Treponema pallidum pode ser feita nas lesões das sífilis primária e secundária. As sorologias inespecíficas [VDRL e RPR] e as sorologias treponêmicas [FTA-ABS e TPHA] tornam-se reativas a partir da 2ª-3ª semana da infecção. - VDRL – exame mais utilizado, indicando tratamento se título ≥ 1:8 ou 1:16; resultado falso positivo [baixa titulação] ocorre por reações cruzadas ou cicatriz sorológica e o falso negativo, na fase primária e na latente tardia.

32 [Sífilis] - O tratamento de primeira escolha é a penicilina benzatina; caso haja comprometimento do sistema nervoso central, a cristalina. Primária: penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única. Secundária: penicilina G benzatina 4,8 milhões UI, IM, em duas doses a cada sete dias. Terciária: penicilina G benzatina 7,2 milhões UI, IM, em três doses, intervalo de sete dias. Alergia à penicilina: dessensibilização ou doxicilcina 100mg, VO, 12/12h ou eritromicina [esterato ou estolato] 500mg, VO, 6/6h, por 15 ou 30 dias, se sífilis recente ou tardia, respectivamente.

33 [Sífilis] Fonte: Folder da campanha da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, 2012.

34 [Cancro Mole] Agente etiológico: Haemophilus ducreyi.
Tempo de incubação: um a 14 dias. Outras denominações: cancróide, cancro venéreo, cavalo. - Lesões ulceradas múltiplas, dolorosas, de bordos irregulares e fundo purulento. Localização mais frequente no sulco balanoprepucial e nos pequenos lábios. Frequentemente ocorre autoinoculação, podendo haver lesões em espelho nas áreas de contato e atrito. Apresenta bubão inguinal, quase sempre unilateral, doloroso e que pode se fistulizar [fístula única].

35 [Cancro Mole] - Diagnóstico específico é realizado através do método de Gram em esfregaço das lesões [bacilos gram-negativos intracelulares], cultura ou PCR. Tratamento: - Azitromicina 1g, VO, dose única; - Ciprofloxacino 500mg, VO, 12/12h, três dias [contraindicações idade, gestação e amamentação]; - Eritromicina [esterato] 500mg, VO, 6/6h, sete dias. - A cura clínica costuma ocorrer sete dias após o tratamento, quando o paciente deve ser reexaminado; mesmo assintomático, o parceiro deve ser tratado.

36 [Herpes “Genital”] Agente etiológico: Herpes simplex virus [HSV] tipo 1 e 2. Tempo de incubação: um a 26 dias. O contágio se dá por via sexual ou contato direto com lesões ou objetos contaminados. - Pródromo de dor, prurido, sensibilidade, ardência e “fisgadas” locais evoluindo para vesículas agrupadas, com erosão e formação de crostas. Adenopatia inguinal dolorosa bilateral ocorre em metade dos casos. - A cura se dá após 10 a 14 dias, porém 90% dos pacientes têm recorrência das lesões após um ano da primoinfecção. O quadro clínico da recorrência é menos intenso, mas precedido dos sintomas prodrômicos característicos.

37 [Herpes “Genital”] O diagnóstico é clínico, sendo o citodiagnóstico feito através dos testes de Tzanck e/ou Papanicolaou. Sorologicamente, a ascenção da IgG é marcador de infecção ativa. Tratamento: No primeiro episódio: Aciclovir 400mg, VO, 8/8h, por sete a dez dias; Nas recorrências, o tratamento é o mesmo, mas com redução de tempo para cinco dias. Como sintomáticos, pode-se usar analgésicos e anti-inflamatórios e limpeza das lesões com solução fisiológica e neomicina creme.

38 [Linfogranuloma Venéreo]
- Agente etiológico: Chlamydia tracomatis sorotipos L1, L2, L3. Tempo de incubação: uma a duas semanas. Sinais e sintomas são de três, de acordo com fase da doença: - primeira fase: lesão de inoculação [úlcera indolor, pápula ou pústula no pênis e/ou parede vaginal], que frequentemente não é notada pelo paciente e raramente percebida pelo médico; - segunda fase: disseminação linfática, com a ocorrência de linfadenopatia inguinal, que se desenvolve em uma a seis semanas após a lesão inicial, geralmente unilateral, e constitui o principal motivo de consulta. O comprometimento ganglionar evolui para supuração e fistulização múltipla. - terceiro estágio: caracterizado por sequelas, quando pode haver elefantíase genital.

39 [Linfogranuloma Venéreo]
- O diagnóstico é clínico, devendo ser considerado em todos os casos de adenite inguinal, elefantíase genital e estenose uretral ou retal. Pode-se recorrer ao exame direto por coloração Giemsa ou Papanicolau e detecção sorológica ou biologia molecular. - O tratamento pode ser feito com doxiciclina 100mg, VO, 12/12h ou eritromicina [esterato] 500mg, VO, 6/6h, ambos por 21 dias.

40 [Donovanose] - Agente etiológico: Calymmatobacteruim granulomatis.
- Tempo de incubação: 30 dias a seis meses. Principais sinais e sintomas são lesão ulcerada de borda plana ou hipertrófica, com fundo granuloso de aspecto vermelho vivo e de fácil sangramento. A lesão evolui lentamente e se torna vegetante. Há predileção pelas regiões de dobras e perianal.

41 [Donovanose] - A confirmação diagnóstica se dá através de exame histopatológico [em material obtido através de biópsia] devido à presença de corpúsculos de Donovan. O tratamento é o mesmo indicado no linfogranuloma venéreo, com a diferença que não há necessidade de tratamento de parceiros.

42 [Úlcera Genital - Revisão]

43 [Corrimento Uretral]

44 [Uretrite Gonocócica]
- Agente etiológico: Neisseria gonorrheae. Tempo de incubação: dois a 10 dias. Outras denominações: gonorreia, blenorragia, gota matinal, pingadeira. - Prurido uretral evoluindo para disúria e ardência miccional, seguido por corrimento, inicialmente mucóide e depois purulento, com intensidade maior no período da manhã. Na mulher, 70% dos casos são assintomáticos, podendo ocorrer manifestações extragenitais como anorretite, faringite, oftalmia, gonococcia disseminada [manifestações cutâneas, artralgia e artrite] e complicações, principalmente a doença inflamatória pélvica e a bartolinite. No homem, as mais frequentes são balanopostite, prostatite, epididimite, orquite e estenose uretral. A orquiepididimite é uma das causas mais comuns de infertilidade masculina.

45 [Uretrite Gonocócica]
O diagnóstico laboratorial: bacterioscopia [diplococo gram negativo intracelulares] e cultura da secreção uretral ou endocérvice, em meio de Thayer-Martin, ou técnicas de biologia molecular, PCR e captura híbrida. O tratamento do paciente e do parceiro pode ser com ceftriaxona 250mg, IM, dose única ou ciprofloxacino 500mg, VO, dose única.

46 [Uretrite não Gonocócica]
São todas as uretrites em que não se evidencia a presença do gonococo na bacterioscopia e podem ter como agentes etiológicos: Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Trichomonas vaginalis e Herpes simplex. O agente mais frequente é a Chlamydia, uma bactéria intracelular que também causa tracoma, conjuntivite no recém nato e linfogranuloma venéreo. O tempo de incubação é de 14 a 30 dias. Os principais sinais e sintomas são corrimentos mucóides discretos, com disúria leve e intermitente. O diagnóstico laboratorial pode ser realizado através de cultura ou reação em cadeia de polimerase [PCR]. Tratamento: azitromicina 1g, VO, dose única ou doxiciclina 100mg, VO, 12/12h, por sete dias. É essencial o tratamento do parceiro.

47 [Corrimento Vaginal - sem microscopia]
Fatores de Risco gravidade / cervicite

48 [Corrimento Vaginal - com microscopia]
Fatores de Risco gravidade / cervicite

49 [Corrimento Vaginal] O corrimento vaginal pode ser fisiológico ou patológico. Corrimento vaginal fisiológico: pH ácido [entre 4 e 4,5], abundância maior em períodos ovulatório, gestação, puerpério e de excitação sexual; apresenta coloração clara ou ligeiramente castanha, não tendo cheiro. Os patológicos podem estar associados a inflamações uterinas e/ou vaginais [cervicites e vulvovaginites].

50 [Corrimento Vaginal - Cervicite]
Cervicite mucopurulenta é uma inflamação da mucosa do epitélio colunar do colo uterino. O diagnóstico de cervicite se impõe quando há mucopus endocervical, colo friável, dor à mobilização do colo e/ou presença de algum critério de risco [parceiro com sintomas, múltiplos parceiros sem proteção e exposição à DST]. Cerca de 70% dos casos são assintomáticos, podendo ocorrer alguns sintomas genitais leves como dispareunia, disúria e corrimento vaginal. Os agentes etiológicos e tratamento são os mesmos das uretrites. - As complicações mais frequentes são doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica, dor pélvica crônica e esterilidade.

51 [Corrimento Vaginal - Vulvovaginite]
São inflamações ou infecções do trato genital feminino inferior: vulva, vagina e ecto ou endocérvice. Podem ser causadas por agentes infecciosos [transmitidas ou não pelo coito] e também se relacionar a fatores físicos, químicos, hormonais e anatômicos. Os agentes infecciosos podem ser bactérias, fungos, vírus e protozoários.

52 [Corrimento Vaginal - Vulvovaginite]
Vaginose bacteriana: resulta do desequilíbrio da flora vaginal normal devido à proliferação exagerada de bactérias anaeróbias [Gardnerella vaginalis, Mycoplasma e Bacteroides sp.] associada à diminuição de lactobacilos acidófilos. Não se trata de infecção de transmissão sexual, apenas pode ser desencadeada pelo coito em mulheres predispostas. Os principais sinais e sintomas são corrimento vaginal fétido, branco acinzentado, cremoso, mais acentuado após o coito e no período menstrual, além de dispareunia. Muitas mulheres são assintomáticas.

53 [Corrimento Vaginal - Vulvovaginite]
- No diagnóstico laboratorial o pH vaginal > 4,5 e o esfregaço de conteúdo vaginal mostram presença de clue cells. - O teste das aminas [pingar uma a duas gotas de KOH a 10% em conteúdo vaginal] é positivo [odor fétido semelhante a peixe podre]. - O tratamento não incluí o parceiro e consiste em metronidazol 500mg, VO, 12/12h por sete dias ou secnidazol / tinidazol 2g, VO, dose única.

54 [Corrimento Vaginal - Vulvovaginite]
Candidíase: infecção causada por fungos que habitam a mucosa vaginal e que se proliferam quando o meio torna-se favorável ao seu desenvolvimento. Cerca de 50% das mulheres são assintomáticas. - Os principais sinais e sintomas são prurido vulvovaginal, corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto de “leite coalhado”. Também apresenta hiperemia, edema vulvar, fissuras vulvares, dispareunia, ardor e/ou dor à micção. - O diagnóstico laboratorial é feito através do pH vaginal < 4 e esfregaço que revela a presença de micélios e/ou esporos.

55 [Corrimento Vaginal - Vulvovaginite]
[candidíase] - O tratamento é tópico, com cremes [cinco a 10 dias] ou óvulos [um a três dias], por via vaginal, das drogas: miconazol, tioconazol, isoconazol, clotrimazol ou nistatina. - Tratamento sistêmico apenas se recorrência ou difícil controle, quando se deve pesquisar causas predisponentes; nesses casos, o parceiro pode ser tratado e se usa fluconazol 150mg, VO, dose única ou cetoconazol 400mg, VO, por cinco dias.

56 [Corrimento Vaginal - Vulvovaginite]
- Tricomoníase: infecção de transmissão sexual, geralmente assintomática no homem e na mulher, com corrimento bolhoso abundante, amarelado ou esverdeado e odor fétido. Os sinais e sintomas são prurido, irritação vulvar, dor pélvica, disúria, polaciúria e hiperemia da mucosa com placas avermelhadas [aspecto de framboesa]. Dificilmente causa dor pélvica e frequentemente carreia o gonococo. - O diagnóstico é feito através de esfregaço vaginal, que revela parasitas flagelados movimentando-se ativamente, com pH > 4,5 ou bacterioscopia pelo método de Gram e por Papanicolau. - O tratamento envolve o parceiro e se dá com metronidazol ou secnidazol/ tinidazol 2g, VO, dose única.

57 [Desconforto ou Dor Pélvica]

58 [Dor Pélvica] - Pode ser devida a DIP, causas ginecológicas e causas não ginecológicas. - A DIP é uma síndrome clínica provocada pela ascensão de microrganismos do trato genital inferior, comprometendo endométrio, tubas, anexos uterinos e/ou estruturas contíguas. Aproximadamente 90% dos casos tem por origem uma DST prévia. Os principais agentes etiológicos são Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, estreptococos beta-hemoliticos grupo A, anaeróbios etc.

59 [Dor Pélvica] - Apenas casos leves em que não há sinais de irritação peritoneal são tratados em ambulatório. - Se apresentar sintomas de defesa muscular, dor à descompressão, temperatura axilar > 37,5°C, sangramento, parto ou aborto recente, a paciente deve ser encaminhada a um serviço de referência hospitalar.

60 [Dor Pélvica] O tratamento para DIP leve consiste em:
- antibioticoterapia: ceftriaxona [250mg, IM, dose única] ou ofloxacina [400mg, VO, 12/12h, por 14 dias] ou ciprofloxacina [500mg, VO, 12/12h, por 14dias], sempre associados a doxiciclina 100mg, VO, 12/12h + metronidazol 500mg, VO, 12/12h, ambos por 14 dias. - medidas gerais: repouso, abstinência sexual e sintomáticos. - Tal esquema só pode ser proposto se garantia de retorno para reavaliação em 72h ou se piora. - Casos de não melhora, piora ou elencados como não leve são tratados em nível hospitalar, sempre em esquema parenteral.

61 [HPV – Verrugas Genitais]
- Doença viral não classificada na abordagem sindrômica do Ministério da Saúde [MS], mas definida como DST. O tempo de incubação é desconhecido, visto que pode variar de semanas a décadas. A maioria das infecções é assintomática, as lesões condilomatosas [verrugas, condiloma acuminado] variam de tamanho e localização [colo uterino, vagina, uretra, ânus e pênis] e podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas. Os tipos não oncogênicos ou de baixo risco [3 e 11] estão associados à papilomatose laríngea e às verrugas genitais; já os de alto risco [16, 18 e 33] associam-se ao câncer ano genital e de cabeça e pescoço.

62 [HPV – Verrugas Genitais]
O diagnóstico é basicamente clínico, podendo ser confirmado por biópsia. As lesões cervicais são geralmente detectadas pela citologia oncótica, devendo ser avaliadas por colposcopia, teste de Schiller (iodo) e biópsias dirigidas. Nesse grupo etário [até 30 anos], embora a prevalência de HPV seja muito alta, não há risco significativo para lesão invasiva, não estando sujeitos aos protocolos de pesquisa viral e citologia oncótica como adultos. O tratamento das lesões varia conforme sua localização: - lesões vaginais e uretrais: podofilina 10-25% [nunca durante gravidez] e ácido tricloroacético 80-90%; - lesões anais: ácido tricloroacético ou exérese cirúrgica; - lesões orais: exérese cirúrgica.

63 [HPV – Verrugas Genitais]
A vacinação deve ocorrer antes da iniciação sexual dos adolescentes e torna-se futura aliada à prevenção do câncer de colo uterino, visto o preservativo não oferecer 100% proteção contra o HPV. Duas vacinas são liberadas pela ANVISA: quadrivalente [6, 11, 16, 18] indicada para meninos e meninas entre nove e 26 anos de idade e outra [16 e 18], liberada entre 10 e 25 anos de idade. Em 2014, inclusão vacina quadrivalente no PNI, esquema estendido [3 doses: 0 – 6 meses – 5 anos] para meninas 11 a 13 anos; em 2015, amplia-se para meninas de 9 a 11 anos.

64 [Correlações DST e HIV / AIDS]

65 [Correlações DST e HIV / AIDS]
- A epidemia de AIDS aproximou a medicina à sexualidade humana, assim como trouxe nova importância às DST como problema de saúde pública. Tem-se observado uma redução da transmissão vertical e um aumento da incidência de HIV/AIDS na população entre 15 e 24 anos – quase metade de novos casos enquadra-se em adolescentes e adultos jovens. Adolescência: feminização da epidemia, a utilização de drogas injetáveis, o consumo de álcool e não utilização de preservativos.

66 [Correlações DST e HIV / AIDS]
DST não ulcerativa aumenta o risco de transmissão HIV em três a dez vezes; risco que é aumentado para 18 vezes na presença de úlceras genitais, principalmente a herpética. Homens com uretrite tem concentração de HIV oito vezes maior no líquido seminal do que nos sem uretrite, mesmo sem alterações na carga viral sanguínea. Em mulheres, também se comprova maior presença viral na secreção cérvico vaginal quando coexiste gonorreia [duas vezes], clamídia [três vezes] ou ulcerações [quatro vezes]. Mesmo não sendo uma DST, a vaginose também se correlaciona a aumento da transmissão do HIV.

67 [Outros] - HTLV: a principal via de transmissão é sexual, correlacionando-se à maior concentração viral no sêmen e à presença de lesões genitais . Não há proposta de triagem de HTLV no atendimento primário às DST devido às restrições de acesso a diagnóstico e tratamento. - Hepatites virais: síndrome clínica causada pelos cinco tipos de vírus, todos com tropismo hepático. A hepatite B é facilmente considerada uma DST, sendo sua transmissão por via parenteral, assim como a C e a D. O vírus A e E são de transmissão fecal oral, não podendo ser descartados como DST.

68 [Adolescência e DST: Ações Preventivas Gerais]
Prevenção primária: educação [importância da sala de espera na exposição do tema a pacientes e cuidadores], imunização [hep B e HPV] e oferta / uso de preservativos; Prevenção secundária: detecção precoce dos fatores de risco, casos e contactantes, com aconselhamento; Prevenção terciária: tratamento oportuno, evitando-se as complicações.

69 [Adolescência e DST: Ações Preventivas Gerais]
Fonte: Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, MS, 2005.

70 [Adolescência e DST: Prevenção na Violência Sexual]
Diante de casos de violência sexual, além das medidas de suporte emocional, protetivas e judiciais, medidas preventivas devem ser tomadas: - profilaxia da gravidez [nos casos de coito desprotegido para mulheres em período fértil]; - início da antibioticoprofilaxia para DST; - coleta imediata de sangue para sorologia para sífilis, HIV, hepatite B e C; - agendamento do retorno para acompanhamento psicológico e realização de sorologia para sífilis [após 30 dias] e para o HIV [após no mínimo 3 meses]; - vacina e imunoterapia passiva para hepatite B; - profilaxia do HIV.

71 [Adolescência e DST: Prevenção na Violência Sexual]
Fonte: Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, MS, 2005.

72 [Adolescência e DST: “os Nelsons” e Conclusões]
Assistência à adolescência: habilidade e conforto na abordagem da temática da sexualidade, enfocando comportamentos de risco, DST, gravidez, métodos preventivos de forma geral; assim como suspeitas, investigação e tratamento para as DST. Estratégias / Fluxogramas como normatização e facilitação da abordagem, fazendo diferença prognóstica para pacientes e seus parceiros [interrupção da cadeia de transmissão].

73 [Adolescência e DST: “os Nelsons” e Conclusões]
Respeitar os valores morais dos adolescentes significa ser empático a eles [independente dos valores pessoais dos profissionais] auxiliando-os a fazer escolhas responsáveis, tornando-se aptos a se determinarem sujeitos dos próprios desejos e saúde.

74 [Referências Bibliográficas/Ilustrações]
Adolescência / organizadores Edson Ferreira Liberal, Marcio Moacyr Vasconcelos; coordenadora Katia Nogueira. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. : il. Aids e juventude: gênero, classe e raça / organização Stella R. Taquette. – Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009, 289p. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. – 8ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde , 2010, 448p. : il. ( Série B. Textos Básicos de Saúde). Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2005, 140p. : il. Série Manuais n° ed. - Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde do adolescente: competências e habilidades. Brasília : Ministério da Saúde, : il. (Série B. Textos Básicos de Saúde) - Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. A saúde de adolescentes e jovens : uma metodologia de auto-aprendizagem para equipes de atenção básica de saúde : módulo básico – Brasília : Ministério da Saúde, p. : il. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde do adolescente: A Saúde de Adolescentes e Jovens – conjunto de aulas interativas sobre tópicos selecionados [acessado em fevereiro de 2013]. Ilustrações de sites médicos, disponíveis gratuitamente, acessadas em fevereiro de 2013.

75 [Referências Bibliográficas/Ilustrações]
Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde do Adolescente e do jovem. A Saúde de adolescentes e jovens; uma metodologia de auto-aprendizagem para equipes de atenção básica de saúde: módulo avançado / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem. – Brasília: Ministério da Saúde. 2002, 226 p.: il. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde; n. 18) Medicina do Adolescente / coordenadores Veronica Coates, Geni Worcman Beznos, Lucimar Aparecida Françoso; consultoria editorial Jacques Crespin, Maria José carvalho Sant´Anna – 2ed. rev. e ampl. – São Paulo: Sarvier, 2003, 731p. Taquette SR. Quando suspeitar, como diagnosticar e como tratar doenças sexualmente transmissíveis na adolescência - Parte 1. Adolesc Saude. 2007;4(4):6-11. Taquette SR. Quando suspeitar, como diagnosticar e como tratar doenças sexualmente transmissíveis na adolescência - Parte 2. Adolesc Saude. 2007;4(4):6-12. Ilustrações de Mariana Massarani, acessadas em fevereiro de 2013. Ilustrações de sites médicos, disponíveis gratuitamente, acessadas em fevereiro de 2013.

76 Doenças Sexualmente Transmissíveis [DST]:
Adolescência e DST


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