Modernismo brasileiro Século XX “ O modernismo foi um toque de alarme. Todos acordaram e viram perfeitamente a aurora no ar. A aurora continha em si todas.

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1 Modernismo brasileiro Século XX “ O modernismo foi um toque de alarme. Todos acordaram e viram perfeitamente a aurora no ar. A aurora continha em si todas as promessas do dia, só que ainda não era dia. Mas é uma satisfação ver que o dia está cumprindo, com grandeza e maior fecundidade, as promessas da aurora.” ( Mário de Andrade )

2 Marco inicial 1922 – Semana de Arte Moderna Dias 13, 15 e 17 de fevereiro Teatro Municipal de São Paulo

3 Antecedentes da SAM 1911 – Oswald de Andrade - O Pirralho – Juó Bananere ( Júlio Marcondes ) – satiriza em português macarrônico os grandes autores da poesia brasileira 1912 – Oswald de Andrade traz a novidade do verso livre ( Futurismo ) 1913 – Lasar Segall expõe seus quadros expressionistas – sem grande repercussão 1914 – 1ª exposição de Anita Malfatti 1915 – início do Modernismo em Portugal – Ronald de Carvalho 1917 – 2ª exposição de Anita Malfatti, criticada por Monteiro Lobato – “Paranóia ou Mistificação” – jornal O Estado de São Paulo Mário de Andrade lança Há uma gota de sangue em cada poema Manuel Bandeira lança A cinza das horas Menotti del Picchia lança Juca mulato Guilherme de Almeida, Nós 1921 – Mário de Andrade – “Mestres do Passado”- artigos em que critica os parnasianos ; e Di Cavalcanti expõe uma série de desenhos e caricauiras - sai a idéia de uma semana de arte

4 Juó Bananere- exemplo de texto Ouvir estrelas – Olavo Bilac Uvi strella - Juó Bananere “Ora, (direis), ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi no entanto, Que para ouvi-las muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “ Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “ Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas. Che scuitá strella, né meia strella! Vucê stá maluco! E io te diró intanto, Chi p´ra iscuitalas moltas veiz livanto, I vô dá uma spiada na gianella. I passo as noite acunversano c´oella, Inguanto che as outra lá d´um canto Stó mi spiano. I o sol come um briglianto Nasce. Oglio p´ru céu: - Cadê strella?! Direis intó: - Ó mio inlustre amigo! O che é chi as strella ti dizia Quando illas voéro acunversá contigo? E io ti diró: Studi p´ra intendela, Pois só chi giá studô Astrolomis, É capaiz de intendê istas strella.

5 Trecho de “ Paranóia ou mistificação” de Monteiro Lobato “ Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura (...) A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fim de estação, bichados ao nascimento(...) Estas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia (... )

6 Semana de Arte Moderna - o evento No saguão do teatro há exposição de artes plásticas com obras de Victor Brecheret, Anita Malfatti, Rego Monterio, Di Cavalcanti entre outros Dia 13 de fevereiro – Graça Aranha abre a Semana com a conferência “A emoção estética na obra de Arte” Ernani Braga e Villa-Lobos executam suas músicas Dia 15 – o mais tumultuado –Menotti del Picchia abre a noite com a palestra “ A arte moderna” que foi vaiada. Os versos de outros poetas são vaiados e o público reage latindo, miando, relinchando, gritando.... – Ronald de Carvalho declama o poema “ Os sapos”, de Manuel Bandeira. Somente Guiomar Novaes – pianista consagrada – consegue abrandar os ânimos da platéia. No intervalo Mário de Andrade faz uma rápida palestra na escadaria do teatro, mas quase ninguém ouve, tamanho barulho fazia a platéia. Encerra-se a noite com músicas Dia 17 – Espetáculo de Villa-Lobos

7 Após a Semana de Arte Moderna Revistas, grupos e manifestos Revistas Klaxon, Estética, A Revista, Madrugada, Terra Roxa e Outras Terras, Festa Grupos e manifestos Pau-Brasil, Grupo Verde-amarelo ou o Grupo da Anta, Movimento Antropofágico

8 Modernismo brasileiro 1ª fase 1922 a 1930 – Contexto histórico 1922 – fundação do Partido Comunista – rebelião do Forte de Copacabana – Centenário da Independência ( Rio de Janeiro ) – 1ª transmissão radiofônica no Brasil 1925 – Lei que concede 15 dias de férias anuais aos empregados dos estabelecimentos comerciais, industriais e bancários 1926 – Novo presidente - Washington Luís 1927 – Partido comunista é considerado ilegal – direito de voto para as mulheres - 1ª linha de correio aéreo – a Varig inicia suas atividades 1928 – Getúlio Vargas assume o governo do Rio Grande do Sul – lançamento da revista Cruzeiro ( acessível ao grande público ) 1929 – Quebra da Bolsa de Valores de Nova Yorque 1930 – Assassinato de João Pessoa ( governador da Paraíba ) – Washington Luís é deposto e Getúlio Vargas toma posse como chefe do governo provisório – um decreto dissolve o Congresso Nacional – inicia a Segunda República

9 Modernismo brasileiro 1ª fase características Versos livres – métrica irregular Versos brancos – não rimam Cotidiano Nacionalismo Adoção da linguagem oral na escrita Pontuação subjetiva Uso das vanguardas Folclore Humor, ironia, paródia Poema – piada; poema-pílula

10 Modernismo brasileiro 1ª fase autores Mário de Andrade Oswald de Andrade Manuel Bandeira

11 Mário de Andrade ( 1893 – 1945 ) Papa do Modernismo Sua musa = cidade de São Paulo Seu mestre = ele mesmo Poeta, prosador, crítico literário, músico, fundador da Biblioteca Municipal de São Paulo, hoje Biblioteca Mário de Andrade, pesquisador de folclore, diretor do Departamento de cultura, funcionário do Patrimônio Histórico, do Ministério da Educação e professor universitário

12 Mário de Andrade - obras Prosa Amar, verbo intransitivo Macunaíma Contos novos Primeiro andar Belazarte Poesia Há uma gota de sangue em cada poema Pauliceia desvairada Losango cáqui O clã do jabuti Remate de males Poesia Lira paulistana

13 Oswald de Andrade ( 1890 – 1954 ) Família rica – viagens ao exterior O mais irreverente, debochado, irônico e crítico Poeta, prosador e dramaturgo Fundiu prosa e poesia Estilo telegráfico, sintético Paródia, como revisitação crítica dp passado nacional Poemas curtos

14 Oswald de Andrade - obras Prosa Os condenados Memórias sentimentais de João Miramar Serafim Ponte Grande Poesia Pau-brasil Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade Poemas menores entre outros Teatro O rei da vela O homem e o cavalo A morta

15 Manuel Bandeira ( 1886 – 1968 ) Nasceu no Recife – fonte de inspiração - infância Muda para o Rio de Janeiro e estuda em São Paulo onde adoece – tuberculose Vai para a Suíça para tratamento Professor do colégio Pedro II – Literatura Colaborou na imprensa, foi tradutor e crítico literário Temas ligados à doença, à morte, à infância, melancolia, solidão Poemas do cotidiano, pessoas simples, metalinguagem

16 Manuel Bandeira - obras Poesia A cinza das horas Carnaval Ritmo dissoluto Libertinagem Estrela da manhã Lira dos cinquent´anos Mafuá do malungo Belo belo Opus Estrela da tarde Estrela da vida inteira Prosa Crônicas da província do Brasil Itinerário de Pasárgada Os reis vagabundos e mais 50 crônicas Andorinha. andorinha