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I O QUE É SAÚDE?  Fernando Lefevre  Ana Maria Cavalcanti Lefevre  2014.

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1 I O QUE É SAÚDE?  Fernando Lefevre  Ana Maria Cavalcanti Lefevre  2014

2 Como entender saúde hoje, primeira década do século XXI ?

3 Saúde é um processo

4 Mas o que é este algo que está permanentemente sendo?

5 É a reprodução física e social dos seres humanos, que precisa estar sendo permanentemente produzida reprodução

6 Mas numa sociedade de consumo, como são as atuais sociedades, tudo vira consumo. Então a reprodução permanente dos indivíduos também fica associada a objetos de consumosociedade de consumo

7 Que objetos de consumo são estes? São objetos que consumidos permitem a reprodução física e social dos indivíduos

8 Por exemplo, arroz, feijão, leite, remédios, cirurgias, exames radiológicos, exercícios físicos, curas divinas, etc.

9 Numa sociedade de consumo, leite, medicamentos, cirurgias, arroz integral, exercícios físicos viram objetos saudáveis

10 Para entender todo este processo é preciso introduzir o conceito de MODO DE PRODUÇÃO MODO DE PRODUÇÃO

11 Se podemos dizer que historicamente as sociedades apresentam Modos de Produção (escravagista, feudal, capitalista, etc.) que são macro- sistemas que definem como a ela organiza a produção de bens e serviços, também podemos dizer que as sociedades definem correspondentes Modos de Produção da Saúde

12 MODO ATUAL DE PRODUÇÃO DA SAÚDE

13 O atual Modo de Produção da Saúde pode ser visto de uma perspectiva filosófica, da perspectiva dos indivíduos e da perspectiva sistema social

14 ,,

15 O ser humano é um ser de sentido. Tudo, no ser humano, para existir precisa fazer sentido

16 O sentido das coisas, da vida e,consequentemente, da saúde, para o ser humano, varia com a historia. Ele é diferente em cada momento histórico

17 Qual o momento histórico atual?

18 Podemos entender o atual momento histórico como gerador de sociedades de consumo individualizado

19 Numa sociedade individualizada de consumo onde o consumo (e não mais o trabalho) é o elemento básico estruturador (Bauman) a saúde é também individualizada

20 Saúde, nestas sociedades, é um valor investido em objetos. Estes objetos se tornam “saudáveis” e a saúde passa a ser entendida e praticada como consumo individualizado de objetos “saudáveis”

21 Está assim produzida a ideia de saudabilidade

22 A “saudabilidade” é quando a saúde como valor passa a ser vendida no mercado por meio dos objetos “saudáveis”

23 Mas o que está sendo vendido quando se vende saúde?

24 De um lado a manutenção do fluxo cotidiano, a reprodução físico/social dos indivíduos operada no dia a dia físico/social

25 Esta é a base da venda da saúde, o que a torna imprescindível, indispensável para o ser humano

26 De fato porém, o que está sendo efetivamente reproduzido é a própria sociedade de consumo. Mas a sociedade de consumo é (com)fundida pelos indivíduos com a sua própria vida, com seus corpos que precisam sobreviver!

27 O ser humano carrega uma sensação ancestral de insegurança ligada à sua fragilidade como animal, gerando um constante sentimento de ameaça a seu corpo frágil

28 Tal sensação só aumentou nos dias atuais, generalizadamente percebidos como geradores de todo tipo de insegurança, ou medo líquido de que fala Bauman

29 Isto faz com que correlativamente o homem busque amparo e socorro na crença irrefletida na ciência e religião como suas fortalezas simbólicas frente à fragilidade percebida

30 É claro que isso abre espaço para uma expansão quase ilimitada de oferta de bens e serviços a serem consumidos na busca de cada vez “+ segurança” contra as ameaças à vida

31 Mas a garantia da permanência da vida dos corpos não é o único objeto à venda na sociedade de consumo. Nela a saúde transformou-se em excelente “ponto” ou pretexto para a venda de todo tipo de produtos e serviços capazes de produzir “+ vida” ou qualidade de vida

32 Não se trata apenas de vender o não morrer mas também o “viver melhor”

33 A “SAUDABILIDADE” É O MODO ATUAL DE PRODUÇÃO DA SAÚDE ELA IMPLICA QUE A SAÚDE:

34 ,,

35 Da perspectiva dos indivíduos, podemos dizer que a saúde é um comportamento diário de reprodução da vida porque, obviamente, se uma pessoa não agir alimentando-se e hidratando-se diariamente terá sua saúde comprometida

36 Considerando as coisas historicamente podemos colocar que hoje, o cotidiano, o dia a dia é quando (tempo) e onde (espaço), o ser humano opera a sua reprodução

37 O cotidiano é quando e onde o ser humano opera a sua reprodução

38 Entendemos cotidiano como uma sucessão de ações humanas rotineiras dentro de uma determinada faixa de tempo que tem como parâmetro básico a duração de um dia

39 São atividades que acontecem num espaço físico e virtual cada vez mais urbanizado e globalizado

40 É claro que o homem, enquanto animal ou natureza (Turner) sempre se reproduziu no cotidiano na medida em que necessita alimentar-se todos os dias

41 O que muda hoje é que o homem da pos modernidade precisa inventar, criar, imaginar, produzir a sua permanência, a sua reprodução como ser social e cultural na escala do dia a dia

42 O homem da pos modernidade precisa inventar, criar, imaginar, produzir a sua reprodução como ser social e cultural na escala do dia a dia

43 Mas as tarefas de reprodução dos corpos e mentes no cotidiano ocorrem, hoje, em meio a uma tensão permanente entre de um lado o direito à vida e a proteção a este direito (pelo Estado e pela Família) e de outro a garantia da sobrevivência dos indivíduos a ser permanentemente conquistada por estes, para si e seus dependentes, num contexto de “jogo” no qual se exige desempenho e performance do “jogador” para, se não ganhar sempre, pelo menos não perder, tudo isso num quadro global de grande incerteza e de ameaças de todo tipo (Bauman)

44 Hoje há um grande conflito entre direito à vida e ganhar a vida

45 Eticamente, juridicamente e até religiosamente, a vida para o homem tem a forma de um direito, exigindo-se portanto a sua preservação, a garantia da sua reprodução cotidiana e a proteção contra as ameaças a esta reprodução; e psicologicamente o ser humano experimenta esta proteção na vida intra uterina e, nos primeiros anos de vida, no entorno familiar

46 Mas o fato desta garantia ter, considerando o espaço de tempo de uma vida humana, “prazo de validade” (num determinado momento de seu desenvolvimento os seres humanos devem se “libertar” da proteção familiar e ganhar autonomia) e de estar sendo cada dia mais negada a partir de premissas neoliberais (crítica ao Estado do Bem Estar Social, aos Direitos Sociais, considerados “estímulo à vagabundagem”) nos conduz necessariamente à ideia que para continuar vivendo ou seja tendo seus corpos diariamente reproduzidos, é preciso “ganhar a vida”

47 Por outro lado, e paradoxalmente, entre nós brasileiros a saúde, na nossa Lei Maior, aparece como um “direito do cidadão e um dever do Estado”. Ou seja, legalmente a vida e a saúde dos indivíduos estaria protegida acima de qualquer coisa; mas parece claro que tal Lei consagrada no papel contrasta flagrantemente com a Lei (que a vida precisa ser “ganhada” pelos indivíduos no dia a dia e que se não for ganhada pode ser perdida) consagrada na realidade

48 Ou seja, na prática, para os indivíduos terem saúde eles precisam se reproduzir fisicamente mas para se reproduzir fisicamente não basta, apesar do “direito”, simplesmente existir, é preciso “ganhar a vida”, isto é se reproduzir socialmente no “jogo da vida”.

49 Para se reproduzir fisicamente não basta existir, é preciso “ganhar a vida”, isto é se reproduzir socialmente no jogo da vida

50 ‘ E é sobre o corpo que é depositada tal tarefa pois é o corpo como meio, recurso, que está obrigado a ganhar a luta pela vida

51 Com efeito, as exigências para a reprodução social do ser humano são impostas ao indivíduo mas, quando este cumpre tais exigências, é seu corpo que está, silenciosa, inconsciente e obedientemente, arcando com este cumprimento e suas consequências

52 Ora, não há, a priori, uma correspondência entre as exigências sociais que devem ser cumpridas pela pessoa e a capacidade do corpo desta pessoa de responder adequadamente a tais exigências. Exigências e corpos são coisas distintas

53 Da perspectiva do portador do corpo, em condições normais, é seu dever e tarefa manter tal corpo alimentado, descansado, protegido, higienizado, movimentado e a mente tranquilizada

54 Mas para fazer isso ele precisa ganhar a vida, ou seja cumprir as obrigações necessárias para a sua reprodução social. Porém as obrigações sociais são impostas diretamente aos indivíduos e apenas indiretamente a seus corpos.

55 Tal condição leva quase que necessariamente a que se passe a exigir sempre mais dos corpos e mentes do que sua capacidade própria de realização, além disso, muitas vezes, sem dar a eles (corpos e mentes) o devido tempo de recuperação exigido pelo cumprimento das obrigações cotidianas

56 Como as obrigações são impostas às pessoas e não aos corpos isso faz com que se passe a exigir sempre mais dos corpos e mentes do que sua capacidade própria de realização

57 Esta exigência a mais poder ser vista como uma das fontes do desgaste (Laurell) destes corpos e mentes, que pode se manifestar sob a forma de sinais, sintomas, doenças

58 HIPERLINKS

59 Na definição da OMS saúde É um estado de completo bem estar.... COMO NA DEFINIÇÃO DE SAUDE DA OMS, ONDE SAÚDE É UM ESTADO DE BEM ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL

60 RE-PRODUÇÃO é produzir permanentemente. É o processo que permite que as pessoas continuem a existir em cada dia seguinte

61 RE-PRODUÇÃO é o processo de produzir, a cada dia seguinte, o individuo como pessoa física e social

62 DEFINIÇÃO DE CULTURA CONSUMISTA “Se a cultura consumista é o modo peculiar pelo qual os membros de uma sociedade de consumidores pensam seus comportamentos ou pelo qual se comportam “de forma irrefletida” – ou, em outras palavras, sem pensar no que consideram ser seu objetivo de vida e o que acreditam ser os meios corretos de alcançá-lo, sobre como separam as coisas e os atos relevantes para este fim das coisas e atos que descartam como irrelevantes, acerca de o que os excita e o que os deixa sem entusiasmo ou indiferentes, o que os atrai e o que os repele, o que os estimula a agir e o que os incita a fugir, o que desejam, o que temem e em que ponto temores e desejos se equilibram mutuamente -, então a sociedade de consumidores representa um conjunto peculiar de condições existenciais em que é elevada a probabilidade de que a maioria dos homens e das mulheres venha a abraçar a cultura consumista em vez de qualquer outra, e de que na maior parte do tempo obedeçam aos preceitos dela com máxima dedicação.” Bauman Z. Vida para o consumo. A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008( pg. 70)

63 Marx escreveu o seguinte sobre esta ideia:,

64 Os homens e mulheres da atualidade têm que se reproduzir diariamente não apenas como pessoas físicas mas também como atores sociais. Precisam manter e reinventar seu status e seus papéis


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