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SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO

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Apresentação em tema: "SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO"— Transcrição da apresentação:

1 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
JOST KRIPPENDORF – RESUMO E ANÁLISE

2 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
RESUMO DO LIVRO “Sociologia do Lazer e do Turismo – para uma nova compreensão do lazer e das viagens” (KRIPPENDORF, Jost). Um especialista em comportamento poderia considerar que se as condições de viagens massificadas em alta temporada fossem impostas aos trabalhadores durante as horas de obrigação profissional, os sindicatos interviriam, e com razão.

3 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
A mobilidade, as férias, as viagens são conquistas sociais. Contudo, a alegria que deveriam proporcionar não chega. Isto porque a medalha tem um reverso. Por aquilo que conquistamos, somos obrigados a pagar, a dar algo em troca. Assim, as consequências dessa nova liberdade de ir e vir, tão duramente conquistada, ameaçam sufocar-nos. Afinal, este fenômeno contemporâneos traz ganhos ou prejuízos?

4 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
O ser humano não nasceu turista, mas com a curiosidade e um sentimento um tanto nostálgico quanto aos destinos longínquos que gostaria de conhecer. A dinâmica de tais atributos determinou refinadas viagens da aristocracia até o fim do século XIX. Porém, o que impulsiona milhões de pessoas hoje em dia para longe de suas casas não é mais o desejo inato de viajar. Viajar deixou de ser nos últimos 100 anos, em muitos casos, o desejo de fazer descobertas e realmente aprender alguma coisa.

5 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
As pessoas viajam porque não se sentem mais à vontade onde se encontram no cotidiano, seja no local de trabalho, seja onde moram. Sentem a necessidade urgente de se desfazer temporariamente da rotina trabalho-moradia-lazer, a fim de estar em condições de retomá-la quando regressarem. Vale lembrar que o trabalho é cada vez mais mecanizado, compartimentalizado e determinado fora da esfera de sua vontade.

6 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
A fria racionalidade das obrigações sociais levam ao empobrecimento das relações humanas, a repressão de sentimentos, a degradação do ambiente com a literal perda da “naturalidade”. Tais condições geram o estresse, o esgotamento físico e psíquico, o vazio interior e o tédio.

7 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
Para encontrarmos uma compensação para tudo o que nos falta no cotidiano, viajamos. Desejamos liberar-nos da dependência social, desligar-nos e refazer as energias, desfrutar da independência e da livre disposição do próprio ser. Viajamos para viver, para sobreviver.

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Além de tais motivações (fins), os meios para alcançar a condição de viajante são fornecidos pelo próprio sistema. Dinheiro Tempo Mecanismos físicos de acesso (infraestrutura e equipamentos de transporte) Mecanismos psíquicos de acesso (informação – através de agências, contatos sociais, propagandas dos empreendimentos e destinações) Indústria do Lazer: sistema que se apoderou de nosso tempo livre e oferece-nos não apenas satisfações, como também cria, se necessário, as expectativas e desejos correspondentes.

9 SOCIOLOGIA DO LAZER E DO TURISMO
Todo esse sistema em modelo industrial de contraponto ao trabalho e as obrigações se organiza em uma espécie de CICLO DE RECONSTITUIÇÃO. Durante a escapada, consumimos o clima, a natureza e a paisagem, a cultura e os seres humanos das regiões visitadas, que transmutamos em “espaços terapêuticos”. A seguir, voltamos para casa, mais ou menos em forma, para suportar o cotidiano durante um certo tempo – até a próxima viagem.

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O desejo de viajar novamente vai voltar logo, pois alguns dias não são suficientes. O corpo transborda de anseios e desejos. É dessa repetição permanente de necessidades insaciadas e insaciáveis que o ciclo tira sua dinâmica própria. Trabalhamos sobretudo para poder sair de férias e temos necessidade de férias para poder retomar o trabalho.

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Se não existisse o turismo, seria necessário construir clínicas e sanatórios, para que o corpo humano se recuperasse do desgaste gerado pelo cotidiano enfadonho. O turismo funciona, assim, como terapia da sociedade, como válvula que faz manter o funcionamento do mundo todos os dias. É um remédio, uma droga, que vicia, gera efeitos colaterais, ajuda a manter o corpo e a mente, alucina e até mata.

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O turismo gera, portanto, um efeito estabilizador para: Indivíduo Sociedade Sistema (estrutura política, econômica e sociocultural vigente)

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É interessante notar que quando o ser humano consegue mudar de ambiente e desligar-se do anterior, desenvolve, após experimentar a fugacidade do turismo, a necessidade de voltar á estabilidade benéfica do seu dia-a-dia. Ele viaja para perceber que as coisas não são tão ruins assim em casa, e que talvez sejam até melhores do que qualquer outro lugar. Ele viaja para voltar, com saudades do lar e do cotidiano enfadonho. Só aventuras, novidades, sonhos e “felicidade”, cansam.

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Contudo, um número crescente de pessoas começa a se dar conta de que o sistema atual é inadequado. Isto se reproduz na esfera do lazer e do turismo, mercantilizados e descaracterizados, trazendo mais prejuízos que benefícios.

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A preocupação com o meio ambiente, por exemplo, é crescente. Não se restringe somente a ambientalistas. Hoje muitos são contrários a intervenções paisagísticas drásticas, como grandes hoteis em uma praia deserta ou ao incremento rodoviário, que pode descaracterizar uma localidade, aumento exponencialmente seu fluxo.

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Os habitantes das regiões visitadas começam a sentir, também, um certo rancor em relação aos efeitos negativos do êxodo das massas turísticas. Elas se sentem muitas vezes invadidas e, ao mesmo tempo, excluídas. Desejam não depender somente do turismo, ou, ao menos, participar da gestão de seu desenvolvimento. Divulgam e tratam bem o turista por necessidade (dependência) financeira. Mas, no fundo, gostaria de se livrar deles.

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O sistema econômico, que se baseia na rotação entre produção/consumo desenvolveu, há algum tempo, uma dinâmica muito perigosa. Não se trata de cobrir as necessidades humanas que realmente se fazem sentir. Elas já estão satisfeitas em sua maior parte. Também não se trata de criar novos valores. A economia distanciou-se do ser humano, colocou-se acima deste e, de uma certa forma, apoderou-se de sua liberdade.

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Economia simboliza administração de recursos escassos. Em uma sociedade pautada no consumo crescente de novas necessidades, as distorções são inevitáveis. Tais assimetrias se expressam no universo do lazer e das viagens. Como exemplo, pode-se considerar que na maioria das destinações turísticas existe um mercado de construção civil que obedece leis próprias e que se dissocia, muitas vezes, do próprio turismo.

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O turismo de lazer constitui uma das formas de ocupação do tempo e do espaço mais marcantes e de impactos menos controláveis. Para descobrir a natureza do turista, por exemplo, é necessário tentar compreender como se conectam os elementos do fenômeno turístico (ambientais, temporais, econômicos, legais, estruturais, socioculturais, mercadológicos, humanos). Precisamos saber quais são suas causas e efeitos, os desejos e as realidades. É necessário compreender, antes de mais nada, o mecanismo de seu funcionamento, antes de determinar os meios de controlá-lo, modificá-lo e aperfeiçoá-lo.

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O HOMEM À PROCURA DO EQUILÍBRIO Encontrar o próprio equilíbrio entre as necessidades é dominar a vida, viver liberado das tensões e das inquietações – uma estado que poderíamos chamar de felicidade. Todavia, se um dos polos é mais forte que o outro, surge um sentimento de insatisfação, de carência ou saturação, seguido do imperioso desejo de reagir, ainda que, muitas vezes, sem se saber como. Neste caso, a saída mais adequada é buscar um equilíbrio de atividades, em que o corpo e a alma buscam a harmonia entre estímulo e repouso.

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Naturalmente, este ponto varia de um indivíduo para o outro, sendo alguns mais calmos e passivos e outros mais afeitos a ação e ao estímulo. De um lado, o homem está sujeito aos estímulos sob a forma da “corrida contra o relógio”, do barulho e do estresse. Por outro, tantas coisas são monótonas, sem atrativos e iguais: a moradia, os arredores, o trajeto para o local de trabalho, o trabalho em si e até mesmo o lazer diário. O PROFISSIONAL DE LAZER E TURISMO QUE SOUBER COLABORAR COM A DOSAGEM ESTÍMULO-REPOUSO DE MODO CRIATIVO E MOTIVANTE TERÁ SUCESSO.

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O recuo para dentro de si, o empobrecimento dos contatos humanos e o sedentarismo (mental e físico) são outras questões-chave. Não é surpreendente que, na linguagem comum, a noção de cotidiano só tenha conotações negativas. Contudo, algo gera mais incômodo: existem em nossas vidas dias mais comuns do que domingos e feriados?

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A possibilidade de sair, e principalmente, de viajar, reveste-se de importância. Afinal, o cotidiano só será suportável se pudermos escapar do mesmo. Quando chega o final de semana ou as férias, alegramo-nos de antemão, traçamos planos e fazemos preparativos. Desejamos aproveitar o precioso tempo livre para satisfazer nossos desejos que foram reprimidos no cotidiano.

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A grande questão é: essas necessidades, via de regra, só podem ser satisfeitas “fora” e não “dentro”. A exceção seria dos privilegiados que exercem uma atividade genuinamente agradável, criativa e variada. Além disso, aqueles que determinam eles próprios as tarefas do dia e o ritmo de trabalho, que são livres, a quem nada falta e cuja moradia é tão agradável que poderiam passar as férias no jardim. Para estes raros sortudos, todos os dias são, de certa forma, férias.

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Este benefício, porém, são reservados ao pequeno número de aristocratas do trabalho: escritores, pintores, músicos, professores e poucos outros que souberam se organizar. Em compensação, todos aqueles que são escravos do trabalho e que fazem parte da sociedade industrial necessitam de consolo “externo”. Para eles, o repouso e as férias são sinônimos de sair, viajar. Nossa sociedade projeta para fora as necessidades de repouso. Por isso, torna evidente a polarização “trabalhar e morar aqui X descansar além”.

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As cidades não se preocupam de fato com o lazer, tampouco com as necessidades de relaxamento de seus habitantes. Quando o fazem, manifestam-se de modo estéril, adequando-se a aspectos consumistas, de ritmo controlado e frenético de vida e a perspectiva ilusória de “salvação da lavoura”, alimentada pelas mídias e pelas empresas do setor.

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Veja a cruel lógica urbano-espacial: há uma pressão crescente para implantação de lugares de trabalho – mais valorizados, nos centros. Os preços dos terrenos aumentam. O espaço habitável se reduz. As cidades transbordam e invadem o campo. As vias de comunicação entre cidade e campo se desenvolvem.

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Os esforços desesperados para salvar alguns espaços verdes e implantar algumas instalações de lazer não alteram a situação: as condições de moradia e a qualidade de vida nos conglomerados urbanos se degradam a olhos vistos, com o agravante que a prioridade, quase sempre, é das zonas centrais.

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O que impele um indivíduo a viajar, a procurar lá fora (da casa, no espaço periférico e carente urbano; e do trabalho, no espaço central e caótico urbano) o que obviamente não encontra dentro (equilíbrio, paz de espírito, felicidade, prazer, liberdade) não é tanto um resultado de um impulso pessoal. Trata-se mais da influência do meio social, que fornece a cada um suas normais existenciais, como o princípio dos deslocamentos e processos temporais da urbanidade (pós)industrial.

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Em outras palavras, a decisão pessoal é, de certa forma, condicionada pela sociedade. Para o homem em constante estado de carência, a nossa sociedade oferece o turismo, como “antídoto à infelicidade”. A necessidade de relaxamento é reconhecida e orientada para o turismo e transformada em viagem. No entanto, esta necessidade poderia, se fossem criadas melhores condições, ser muitas vezes saciadas em casa. Como a prioridade política, econômica e social não é oferecer às massas condições de moradia e trabalho prazerosas, explica-se como o turismo tornou-se uma norma social, consolidando-se como um dos fenômenos comportamentais mais relevantes da sociedade contemporânea.

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Não se diz: “O que você faz nas férias?”, mas “Aonde você vai nas férias?”. Ficar em casa durante todo o tempo liberado das obrigações pode parecer algo de difícil justificativa, sem que haja perda do prestígio social. O choque do lazer extra-doméstico anestesia e paralisa a intensa animação das cidades. Não haveria, portanto, uma coerção social de fazer o que todos fazem? E o que será daqueles que são obrigados a ficar, “de castigo”, em casa?

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A situação não poderia ser mais favorável aos vendedores de férias e aos promotores de turismo: os fatores sociais já evocados criaram, de antemão, um clima propício às viagens. A necessidade de relaxamento é comercializada e transformada em viagens de todas as espécies, de acordo com as regras de arte do marketing.

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Em muitos aspectos, as técnicas de venda de viagens são as mesmas que para um aspirador de pó, automóveis ou outros bens de consumo. No entanto, dado o fato de que as operadoras e agências de viagens tiram partido do sentimento nostálgico e do sonhos das pessoas, tratam de comercializar paisagens, os seres, as experiências e as culturas. Com isso, percebe-se o tamanho da responsabilidade deste profissional.

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Esta consciência, contudo, praticamente inexiste, até porque os profissionais visam atender os interesses comerciais da empresa na qual estão vinculadas. Isto significa que não interessa o real motivo da viagem, mas que a mesma seja simplesmente realizada e, para tal, é necessário descobrir como “fisgar o peixe turista”. Segue no próximo slide recomendações psicológicas de promoção em cartazes turísticos:

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O importante é dar a impressão de um ambiente de férias, isto é, de um antípoda do cotidiano que reflita, de um lado, descontração, bem-estar, alegria, liberdade, prazer e, de outro, repouso, espaço. Deve-se dar a impressão de imobilidade do tempo, relaxamento, assim como um certo romantismo, uma experiência especial. Algo que não pode se ter na vida todos os dias e que não lembre a vida cotidiana (ex. aparência diferenciada – estética, vestuário – dos que usufruirão do local). As pessoas locais devem obedecer os padrões de beleza convencionais da comunidade emissora, tomando o cuidado para serem um pouco diferentes, especiais e, ao mesmo tempo, sem causar muita estranheza, a ponto de serem alvos de preconceitos ou inseguranças no contato com os turistas.

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Os clichês são os mesmos, como há várias décadas: Oceano de um azul profundo; Areia branca; Pôr-do-sol; Palmeiras e Coqueiros; Belos turistas bronzeados e felizes; Aldeias pitorescas nas montanhas; Piscina reluzente; Neves eternas; Paisagens intactas; Pistas de esqui; Buffets ricamente guarnecidos; Famílias unidades e radiantes; Vida noturna com luzes, cores e diversão.

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Ao se perguntar às pessoas a razão da realização de uma viagem, é traçado um perfil psicológico do turista. Não há nada surpreendente na constatação de que as razões predominantes são aquelas que a publicidade geral e turística enseja. Entretanto, diferentes motivações permanecem no domínio do inconsciente e do subconsciente e não podem vir à tona por perguntas assim tão simples.

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Em uma pesquisa feita na Alemanha no ano de 1985 se questionou o motivo da pessoa ter realizado uma viagem durante o período de férias. Os principais resultados são: Desligar, relaxar Para fugir da vida diária, mudar de ambiente Recuperar as forças Estar em contato com a natureza Ter tempo para o outro Comer bem

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Em seguida, com menos citações vieram: Descansar, não fazer nada, não fazer esforços Ir de encontro ao sol e fugir do mau tempo Estar com outras pessoas, ter companhia Fazer o que quiser, ser livre Ar puro, água limpa, sair da poluição Distrair-me, brincar, me divertir Conhecer novos lugares e obter novas impressões Ver outros países, ver o mundo

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Outros itens citados em menor proporção foram: Para ter a chance de me mexer através de atividades físicas fáceis e divertidas Para ser tratado com deferência, para me dar prazer Para cuidar da saúde, prevenir doenças Para cuidar da beleza, bronzear-me Para alargar os horizontes, cultivar a própria educação e o saber Rever parentes, conhecidos, amigos

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Por fim, foram lembradas ainda as seguintes experiências: Reavivar as lembranças Dedicar-me aos meus interesses Pegar a estrada Fazer uma introspecção, ter tempo para refletir Para partir em busca de aventuras, assumir riscos, fazer face ao insólito

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A interpretação de Krippendorf indica como principais motivações sociológicas às viagens: Viajar é descansar, refazer-se; Viajar é compensar privações a integrar-se socialmente Viajar é fugir Viajar é comunicar-se Viajar é alargar o próprio horizonte Viajar é ser livre e independente Viajar é partir para a descoberta de si mesmo Viajar é ser feliz Viajar é…

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Para se sentir em férias, basta, à maioria das pessoas, não precisar trabalhar nem estar em casa. O ambiente estranho tem a função de uma decoração exótica. No entanto, parece por demais “estrangeiro”, diferente do comum, e acaba se tornando desconfortável e talvez até ameaçador. De certa forma, não desejamos abandonar nossos queridos hábitos, pois eles nos confortam.

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Muitos turistas querem a mesma alimentação, bebidas, idioma, jogos e conforto de casa. As Agências de Viagens propagandeiam: Desfrute das satisfações do padrão internacional de nossos serviços Nós lhe damos o sentimento de estar em casa. EM SUMA, FUGINDO-SE DO COTIDIANO PELO ANTICOTIDIANO, A PESSOA, FATALMENTE, SE DESCOBRE NO COTIDIANO.

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Além disso, a motivação egocêntrica do turista determina outro aspecto característico de seu comportamento. Neste, a viagem tende a se tornar um fenômeno agressivo, abusivo e colonialista. Longe de casa, o turista se despe de certas normas. Pouco importa o que os outros vão pensar. Ele pagou, não é verdade?

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Longe de casa, alguns viajantes se julgam como pessoas especiais e agem assim. É o reino do “Vamos aproveitar pois amanhã iremos embora.” Pensando em uma escala de massa, a consequência deste comportamento inconsequente e egoísta pode ser catastrófico à destinação, seus habitantes e a própria dinâmica da viagem.

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Outra característica típica de seu comportamento é a procura da confirmação da ideia que ele formou sobre as férias. Trata-se, antes de mais nada, de imagens e sonhos pré-fabricados pela publicidade, geral e turística. Eles estão presentes em nossas mentes durante a viagem e desejamos que tais promessas sejam cumpridas, mesmo que, em geral, representam meramente clichês e não reflitam nem parte, ou nada, da realidade.

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A indústria do turismo cria e satisfaz, simultaneamente, a necessidade de viver experiências familiares inofensivas e agradáveis em um ambiente estranho. A localidade diferenciada reduz-se ao pitoresco (do inglês “picture”). Literalmente torna-se uma fatia “fotografável” da destinação, não necessariamente a mais autêntica.

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Neste sentido, o turismo em guetos formam reservas artificiais, construídas sob medida. Esta categoria compreende os novos complexos hoteleiros, parques e loteamentos de férias. Estes, em geral, estão alheios ao nível de desenvolvimento estrutural, econômico e sociocultural da localidade, constituindo-se, como dizem alguns geógrafos, em um “não-lugar”.

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Tais empreendimentos bastam a si mesmos, sendo, inclusive, mais famosos que as localidades em que estão inseridos (ex. Em qual município fica a Complexo Sauípe de Hotéis e Entretenimento?). Não há necessidade de sair, pois lá dentro existe tudo o que o turista é incentivado a vivenciar/consumir.

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Por outro lado, pode-se pensar que se constitui na fórmula mais honesta porque leva em consideração a formatação de sonhos em um contexto espacial e temporal moldado para tal. Além disso, talvez seja a forma de turismo que produza menos efeitos negativos na localidade visita e sobre a população autóctone. Simplesmente porque a interação é mínima ou nula, em alguns casos.

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Em comum, tais empreendimentos possuem a exclusividade, a diversidade de serviços, equipamentos e experiências ligadas às expectativas dos visitantes, a segurança e uma paisagem “emprestada” e paradisíaca. Eis por que, em diversos locais, instalou-se uma atitude de rejeição por parte da população em relação a este tipo de turismo.

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O desperdício de recursos, nesses lugares, é assustador, até mesmo para os mais alienados dos turistas. Uma dose de uísque pode custar mais que o salário de mais da metade da população da comunidade ribeirinha ao redor do resort. Mais do que isso, a mão-de-obra é contratada das capitais e do exterior, por já terem a “capacitação” e compreenderem o “padrão internacional”. Os piores cargos vão para os autóctones, que invariavelmente são discriminados e menosprezados.

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Hoje, muitos gestores públicos das destinações nos quais tais empreendimentos estão inseridos falam de gestão participativa. Porém, as lideranças comunitárias são usadas como massa de manobra política. O dinheiro até vem para o município, estado ou país, através de impostos, mas a contrapartida, em geral, é ruim. Inflação, drogas, prostituição são consequências comuns de uma invasão sem planejamento e com interesses elitistas, privados e exploratórios, no pior sentido do termo.


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