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CSO 089 – Sociologia das Artes

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Apresentação em tema: "CSO 089 – Sociologia das Artes"— Transcrição da apresentação:

1 CSO 089 – Sociologia das Artes
Aula 5 – 02/04/2012 auladesociologia.wordpress.com

2 Walter Benjamin ( ) Ensaísta e crítico berlinense avesso a rótulos, a definições peremptórias, a conceitos estagnados. Judaísmo Marxismo Idealismo Amizade com Brecht, Adorno, Horkheimer. Vida atribulada. Suicídio em Portbou em 1940.

3 A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução
Texto polêmico de 1935, realizado quando de seu exílio em Paris. Trata-se, segundo Benjamin, de primeira tentativa de se fundar uma análise materialista da arte, dos signficados dos condicionantes técnicos aprofundados pela conjuntura superestrutural do capitalismo em seu pleno desenvolvimento, e de se ensaiar a apreensão das possibilidades de emancipação congregadas nas novas formas artísticas.

4 Teses O texto divide-se em quinze teses, nas quais Benjamin desfilará seus argumentos de modo a iluminar paulatinamente e muitas vezes de forma aparentemente contraditória o fato de que há possibilidades tanto de emancipação quanto de regressão política adormecidas no seio dos novos modos pelos quais a arte se insere na sociedade capitalista.

5 Preâmbulo Renúncia a tratar a arte de modo extemporâneo. Trata-se de enquadrá-la como efeito da totalidade superestrutural. Conceitos como poder criativo, genialidade, valor de eternidade e mistério eram apropriados pelo nazismo para justificar a estetização da política em marcha àquela altura. Tenciona “formular exigências revolucionárias dentro da política da arte”. P. 5.

6 I – Princípio de reprodução.
Técnicas de reprodução são distintas da mera possibilidade de reprodução das obras artísticas. Elas se impuseram como formas originais de arte no Século XX (Cinema e fotografia). Litografia prenuncia o advento do jornal ilustrado. Fotografia prenuncia o advento do cinema falado. “Com ela [fotografia], a mão encontrou-se demitida das tarefas artísticas essenciais que, a partir daí, foram reservadas ao olho fixo sobre a objetiva”. p. 6.

7 II – Autenticidade Aqui e agora: unidade da presença da obra de arte original no local em que se encontra (duração material e testemunho histórico). Autenticidade: conceito que perde seu sentido quando confrontado com a reprodução técnica porque: 1 – Reprodução técnica se distancia do original (fotografia e aspectos novos, ignorados pela visão) 2 – Reprodução inaugura novas situações, como a aproximação da obra ao ouvinte ou ao espectador.

8 II - Autenticidade Atinge-se a aura na época da reprodução, pois objetos artísticos são afastados de seu âmbito de tradição. Objeto reproduzido oferece-se à visão e à audição, sendo permanentemente atual a partir de então. Tal modo de apropriação correlaciona-se com movimentos de massa (liquidação geral da tradição).

9 III - Aura Aura: única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que esteja (montanhas, véu). Decadência da aura: 1 – Massas exigem que as coisas se tornem humanas e mais próximas (perdem função social). 2 – Massas tendem a depreciar o caráter de unicidade das coisas. Ao passo que imagem associa unidade e duração da obra de arte, reprodução associa realidade fugidia e acessível ao infinito (repetição idêntica pelo mundo). Alinhamento da realidade pelas massas é contrapartida do alinhamento das massas pela realidade.

10 IV - Tradição Aura provém da função primordial da obra de arte: o culto ritualístico mágico-religioso (Vênus de Milo). Passa-se ao culto à beleza, quando processo social seculariza a função ritualística da obra. Conceito de autenticidade substituiu valor de culto. Surgimento da fotografia levou artistas à reação da arte pela arte, ou seja, religiosificação explícita do domínio artístico. Aspecto positivo da reprodução técnica: arte se libera da existência parasitária como função ritualística. Ela se baseia não mais sobre ritual e noção de autenticidade, mas sobre a política.

11 V – Valor de Culto e Valor de Exibição
Arte se inicia como objeto mágico, se prestando ao culto, não à exibição (cavernas, igrejas góticas). Com o tempo, arte passa a ser exibível. Com a reprodução técnica, valor de exibição suplanta de longe o de culto, outorgando à arte funções jamais vistas, conforme podem ser entendidas a partir da fotografia e do cinema.

12 VI - Fotografia Valor de culto passa a ser secundário, residindo apenas no rosto humano (culto ao retrato, fotografias substituem a aura). Clichês e fotografias de Eugène Atget esvaziam esse valor, pois se trata de ruas vazias, que requerem itinerário (legendas). Textos orientam a visão, preparando o advento do filme, ou seja, para a linguagem de sucessão de imagens.

13 VII – Fotografia é arte? Questão equivocada, assentada em pressupostos antiquados de uma velha estética que não capta o sentido dessa invenção com respeito ao caráter geral da arte. Benjamin dá exemplos de avaliações estetizantes transpostas ao cinema que tencionavam atá-lo às grandes artes, à Tradição.

14 VIII - Performance Performance do ator no teatro difere frontalmente da do cinema pelo fato de não necessitar de mediação de conjunto de aparelhos. No filme, a realidade a ser reproduzida é sempre de segunda ordem, pois depende de série de intermediários entre o ato representacional e o público. Público se posta como perito que julga, sem contato pessoal com intérprete, mas com aparelho. É como se examinasse um teste, o que encerra de vez com o valor de culto artístico.

15 IX – Cinema e privação da aura
Pirandello: Homem atua com sua personalidade viva, mas privado de sua aura, do aqui e agora, pois público é substituído pelo aparelho. Ator é acessório no filme: não pode encarnar personagem de fato, como no teatro, pois tomadas são interrompidas, ajustadas, recortadas e montadas. Arte, definitivamente, abandona terreno da “bela aparência”, o que é revolucionário para Benjamin.

16 X- Princípios de Alienação
Imagem é transportada para o público. Ator vende não só força de trabalho, mas todo seu corpo, tornando-se um produto fabricado. Por um lado restringe aura; por outro, constrói “personalidade” vendável. Por enquanto, cinema tem como positivo crítica radical do antigo conceito de arte. Técnica do cinema requer semi-especialistas, como no esporte: todos querem falar sobre e participar (exemplo dos escritores e da internet).

17 XI – Cinema e teatro Aparato necessário para o filme falado torna inconcebível comparação com teatro, forma que necessita apenas de um local. No cinema, aparelho técnico essencialmente cria uma nova realidade, a do cinema (variação de ângulos, montagens etc.). Comparação entre operador e pintor (cirurgião - interventor mecânico, e curandeiro - autoridade de homem para homem). Imagem do cinema é mais significativa do que pintura na modernidade, pois atinge aspectos que penetram na realidade.

18 XII – Massa e arte Diminuindo importância social da arte, há divórcio na massa entre espírito crítico e sentimento de fruição. Desfruta-se o convencional, o próximo, sem criticar. No cinema não ocorreu tal dissociação. Caráter coletivo do julgamento é novo na história da arte. Reprodução destina-se à exibição às massas, ao contrário da pintura, por exemplo. Pintura, por mais progressista fosse, não poderia ser controlada nem consumida, atraindo o ódio das massas (surrealismo e comédia).

19 XIII – Cinema e Psicanálise
Psicanálise prestou-se a esclarecer a realidade individual através de aspectos aparentemente irrelevantes (ato falho). Cinema permanece na esteira do aprofundamento da percepção. “Ela [câmera] nos abre, pela primeira vez, a experiência do inconsciente visual, assim como a psicanálise nos abre a experiência do inconsciente instintivo”. P. 23. Em relação à pintura, proporciona um levantamento da realidade mais preciso. Em relação ao teatro, isola número maior de elementos constituintes da realidade. Cinema congrega a identidade entre arte e ciência. Primeiro plano e ralenti.

20 XIV – Suscitar a realidade
Arte deve suscitar realidades que ainda não estão maduras, que só se concretizarão a partir do desenvolvimento material (técnica). “Cada vez que surge uma indagação fundamentalmente nova abrindo o futuro aos nossos olhos, ela ultrapassa seu propósito”. P. 24. Dadaístas: obra de arte como escândalo, como choque. Benjamin traça paralelo com o cinema, que trabalha por meio do choque no espectador. Contemplação (associação de idéias) X Esforço maior de atenção (idéias já vêm associadas).

21 XV - Diversão Denúncia das massas: diversão X concentração. Para Benjamin, problema é mal posto. “Diversão é a obra de arte que penetra na massa”. P. 26. Exemplo da arquitetura para ilustrar seu argumento. Contemplação tátil (uso) e visual (culto). Tátil se dirige pelo hábito. Distração opera por meio de hábitos que a modernidade nos infundiu. Modo de percepção hodierno corresponde à atitude de diversão instigado pela nova arte, capaz da mobilização das massas por meio da diversão implícita que contém. Aficionado não necessita de esforço de atenção – é um examinador que se distrai.

22 Epílogo Massas, propriedade e estetização da vida política como sucedâneos de mudanças reais nas relações de propriedade. Culto de um chefe, aparelhos técnicos a serviço da religião nazista. Guerra é o cume da estetização da política (Marinetti). Forças produtivas e relações de produção: técnica é órgão de destruição, não de humanização. Fiat ars, pereat mundus. Satisfação artística de uma percepção sensível modificada pela técnica. Arte pela arte. Solução é politizar a arte.


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