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PublicouDaniel De Oliveira Alterado mais de 10 anos atrás
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Qualidade da Educação, Ciência e Desenvolvimento Econômico
Seminário Educação, pobreza e desigualdade no Brasil: prioridades 17 de outubro de 2006 Hotel Glória – Rio de Janeiro Realização: IETS Apoio: Fundação Konrad Adenauer Qualidade da Educação, Ciência e Desenvolvimento Econômico Aloísio Araújo EPGE/FGV e IMPA
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Introdução Apresento evidências empíricas do professor R. Barro de que tanto a quantidade como a qualidade da educação estão fortemente correlacionadas com o desenvolvimento econômico. Sendo que para a qualidade esta correlação é ainda maior.
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Evidência Empírica Quantidade de Educação
A relação entre quantidade e qualidade educacional com o crescimento econômico é significativa em diversos países. Do gráfico a seguir, notamos que uma maior quantidade de educação gera maiores taxas de crescimento.
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Esta relação acontece porque quanto mais capital humano maior é a absorção e aprendizagem de novas tecnologias, principalmente para educação secundária e terciária.
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Qualidade de Educação Barro mostra que o impacto da qualidade é maior ainda que o da quantidade educacional sobre o crescimento econômico Na figura a seguir , observa-se a relação positiva entre as notas de exames (baseados em ciências) e a taxa de crescimento entre os diversos países.
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A evolução da quantidade de educação no Brasil
Observou-se um expressivo aumento da população escolar nos últimos anos, tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. A inclusão no primeiro grau é quase completa, e no segundo grau tem crescido muito, devido em grande parte à diminuição do atraso escolar. Dos gráficos a seguir nota-se que: as matrículas da pré-escola e creche têm crescido, embora ainda estejam longe da universalização. O EF praticamente já se universalizou. As matrículas do EM tem se elevado, embora já estão se estabilizando em um nível muito abaixo da universalização. O mesmo se aplica ao ES.
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A evolução da Qualidade da Educação no Brasil
A evidência empírica tem demonstrado que a diminuição do atraso escolar bem como o aumento da participação escolar no secundário tem diminuído. Uma explicação para isto é a falta da qualidade de educação nos níveis mais básicos que impede o avanço escolar. O nível médio da qualidade educacional é baixo quando comparado internacionalmente e vem decaindo ligeiramente ao longo dos anos.
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Fecundidade segundo o nível de renda e escolarização materna
Dos gráficos a seguir notamos que: (i) a fecundidade está inversamente relacionada com a renda; (ii) a fecundidade está inversamente relacionada com escolarização materna.
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Comparação Brasil x outros países
Gasto Público em Educação Quantidade da Educação: Taxas de matrículas Qualidade da Educação: Notas em exames de matemática Desempenho do Brasil no PISA 2003
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Fatores associados ao baixo desempenho do Brasil no PISA
Distorção Idade-Série (mais da metade dos alunos avaliados – com 15 anos – encontravam-se nas 7ª e 8ª séries) Tempo de Escolarização (duração do Ensino Básico – 11 anos – menor que a dos demais países) Jornada em sala de aula insuficiente (máximo de 4 horas)
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O retorno do investimento em educação infantil
Quanto mais cedo investirmos na educação das crianças, colocando-as na escola já na maternidade ou pré-escola, maior será seu desempenho educacional. Além disso, a maioria dos alunos que iniciou os estudos após a 1ª série do EF, não chega na 3ª série do EM, dado o alto índice de repetência para este grupo.
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Segundo o trabalho do Prof
Segundo o trabalho do Prof. Heckman, o retorno de investimento em educação é decrescente com a idade, conforme gráfico abaixo.
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Em outro trabalho recente, Heckman aponta que intervenções realizadas em idades precoces aumentam o QI das crianças durante seu ciclo de vida. O programa Abecedarian investe em crianças em desvantagem social, se iniciando já nos primeiros quatro meses de vida. O gráfico a seguir mostra a performance do QI das crianças tratadas pelo programa, em relação às não tratadas. Sendo que o efeito persiste mesmo após a interrupção do programa.
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Sugestões de Políticas Públicas
Os Economistas sabem que diversos fatores devem estar presentes em países que desejem seriamente o desenvolvimento. Entre estes se destacam a abertura ao comércio exterior, capacidade de inovação e um bom ambiente institucional. Que inclua a proteção ao cumprimento dos contratos e à propriedade.
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O Brasil tem uma situação muito ruim em relação à qualidade educacional. Se os outros fatores podem ser corrigidos em um prazo relativamente curto, necessitam-se gerações para mudar o perfil de educação de um país. Recentemente um grande esforço foi feito para a inclusão de jovens na educação tanto no primeiro quanto no segundo grau. Contudo, isto se deu com a manutenção de uma baixa qualidade de ensino.
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O Brasil segue os padrões internacionais
O Brasil segue os padrões internacionais. Isto é, o desempenho dos alunos está muito mais associado ao nível de escolaridade e renda dos pais do que com a qualidade da escola e do nível de treinamento dos professores. Isto nos coloca em uma situação particularmente difícil pois, como visto acima, além de ter uma população com pouca escolaridade, nós temos o número de crianças inversamente proporcional com a renda e a escolarização. Esta é uma situação dramática, pois leva à reprodução da baixa escolaridade com baixa qualidade de ensino.
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Existem atualmente duas propostas interessantes para a melhoria da qualidade de educação:
(i) do Professor Eric Hanusheck, que sugere que a melhoria da qualidade de ensino seja conseguida através da melhora da qualidade dos professores. Isto porque a qualidade da escola segundo seus estudos tem pouco ou nenhum efeito sobre a qualidade do ensino. Sua sugestão é que os gastos adicionais com educação sejam feitos visando à melhoria da qualidade dos professores, retendo os melhores e substituindo os de desempenho baixo.
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(ii) Em relação a investimentos durante a primeira infância, existe uma farta evidência empírica das ciências naturais mostrando que o desenvolvimento cerebral acontece muito cedo e é durante esse período que o cérebro demonstra maior maleabilidade, sendo portanto um período impar para o incentivo ao aprendizado infantil. A evidência empírica também nos mostra que nos primeiros anos de vida de uma criança (entre a idade 0 e 1) grande parte dos incentivos ao desenvolvimento cerebral partem dos pais
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Ciência e Tecnologia No mundo de hoje, caracterizado por competição global intensa e mudança tecnológica rápida, a chave para o desenvolvimento econômico é uma oferta de trabalhadores bem educados, altamente técnicos, produzindo bens e serviços intensivos em conhecimento e alto valor agregado, requerendo para isto um esforço para o aumento da educação, ciência, tecnologia e capacidade de inovação.
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Força de trabalho treinada com habilidades técnicas e vocacionais
Força de trabalho treinada com habilidades técnicas e vocacionais. Isto requer: (i) cientistas com as habilidades necessárias para conduzir P&D apropriada, (ii) profissões técnicas para avaliar tecnologia e adotá-la nas firmas (iii) técnicos com habilidades que realmente utilizem a tecnologia no processo de produção. Educação terciária, secundária e vocacional devem todas contribuir para formar graduados com habilidades necessárias.
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Assim, alguns estudos do Banco Mundial na América Latina apontam disparidades grandes tanto na educação e tecnologia, quanto também nas interações entre as duas, implicando em diferenças observadas na produtividade e rendas entre os países. Mudanças tecnológicas tem sido no entanto transferidas atualmente mais rapidamente para a AL do que para outras regiões.
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Firmas tem aumentado enormemente a demanda por trabalhadores educados na AL, particularmente os com nível superior. Esta transformação tecnológica parece estar intimamente relacionada a padrões de integração na economia mundial. Firmas em setores com alta exposição ao comércio estão mais sujeitas a competição. Adotar mais tecnologias avançadas é um modo para responder a esta pressão se tornando mais produtiva. O aumento da demanda potencial por educação oferece a possibilidade de acelerar o crescimento da produtividade na economia reduzindo os diferenciais tecnológicos e educacionais que países da AL exibem com relação aos outros países.
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