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Introdução ao Estudo da História

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Apresentação em tema: "Introdução ao Estudo da História"— Transcrição da apresentação:

1 Introdução ao Estudo da História
Revisão 1 Rodrigo Perez

2 A história como ciência especializada
Como vimos nas últimas aulas, a história do conhecimento histórico é muito longa, nos remetendo à antiguidade grega, mais especificamente a nomes como Heródoto e Tucídides. Porém, a história da ciência histórica é um dado exclusivamente moderno, nos remetendo à transição do século XVIII para o século XIX. Portanto, iremos analisar nessa aula de revisão alguns escritos que foram fundamentais para a fundação da ciência histórica.

3 No século XIX, que, como já vimos, foi o momento de nascimento da ciência histórica moderna, havia duas tradições científicas com a qual a jovem ciência da história precisou dialogar: a tradição das ciências duras, que seria aquilo que hoje consideramos “ciências exatas”, e a tradição das “ciências do espírito”, que seria o que chamamos hoje de “ciências humanas”. Como a ciência histórica ainda não tinha uma identidade científica pronta, podemos observar a trânsito desse jovem campo do conhecimento entre essas duas tradições.

4 É possível dizer que na transição do século XVIII para o século XIX foram propostos dois modelos de ciência histórica, sendo que um deles foi consagrado inicialmente e criticado posteriormente. Para isso, iremos estudar rapidamente os escritos de alguns importantes representantes do historicismo germânico, que se destacaram nessa discussão, como, por exemplo, Wilhelm von Humboldt e Leopold von Ranke. A despeito dessas discussões, algo se tornou comum a esses autores e a todos os outros que, até os nossos dias, se dedicaram aos estudos históricos: a exigência da análise da documentação como um requisito básico para esse tipo de conhecimento.

5 - Wilhelm von Humboldt foi um dos principais historiadores envolvidos nos primeiros debates teórico-metodológicos da ciência histórica. De acordo com Lúcia Ricota. Ele foi um dos primeiros a enfrentar os problemas epistemológicos e metodológicos para o conhecimento do mundo histórico, de tal forma que as bases científicas da “tarefa” do historiador, consistindo fundamentalmente na “representação dos acontecimentos” fossem por ele delimitadas. (RICOTA; 2012, p. 283)

6 - Humboldt dialogou com a tradição filosófica representada por grandes autoridades como, por exemplo, Aristóteles e Kant e tentou definir o conhecimento histórico como uma ciência interpretativa baseada no princípio da subjetividade autoral. Em 1821, Humboldt apresentou o texto “O ofício do Historiador”, que se tornou um dos trabalhos mais representativos a respeito da epistemologia científica da história.

7 - Para o autor, o conhecimento histórico deveria ser pensado como uma prática científica, já que o procedimento da análise dos documentos garantiria a esse tipo de estudo a possibilidade de conhecer a realidade. Porém, os documentos não eram vistos por Humboldt como um conjunto fechado de materiais capaz de oferecer informações a respeito de determinada experiência, mas sim como uma linguagem estranha que deveria ser submetida à crítica interpretativa do historiador. Estamos aqui muito perto de uma concepção hermenêutica de ciência histórica que se consagraria na segunda metade do século XIX, com importantes autores do relativismo historicista alemão, como, por exemplo, Gustav Droysen.

8 Para Humboldt, a interpretação histórica não deve estar comprometida com a disposição objetiva dos fatos e nem tampouco com a aplicação de métodos e formalidades rigidamente elaborados, mas sim com a sensibilidade analítica através da qual o historiador preenche a lacuna da documentação, fazendo com que cada trabalho histórico traga, em alguma medida, as marcas da subjetividade do seu autor.

9 A verdade de todo acontecimento baseia-se no aparecimento da parte invisível de cada fato e isso deve ser acrescido pelo historiador. (...) O acontecimento só é visível parcialmente, precisando o restante ser intuído, concluído e deduzido pela atuação imaginativa do historiador, que precisa ter sua capacidade especulativa limitada pela natureza da documentação. (HUMBOLDT; 1985, p, 37)

10 Por mais que Humboldt considere o exercício imaginativo como um elemento fundamental do ofício do historiador, deixa claro que essa imaginação não é tão livre como no caso do escritor ficcional. Afinal, a história é pensada como uma prosa realista que tem compromisso com a realidade da experiência.

11 - Já a concepção de estudos históricos proposta por Leopold Ranke difere da de Humboldt naquilo que se refere ao rigor metodológico. Para Ranke, as “fontes históricas” são a única via de acesso do historiador à experiência utilizado; por isso, o pesquisador precisa se esforçar ao máximo para narrar da forma mais imparcial possível os eventos estudados. Por mais que Ranke tenha posteriormente suavizado esse rigor, ele foi registrado na memória disciplinar da história como alguém que defendeu a apropriação do conhecimento histórico a partir da proposta das ciências duras.

12 Mesmo com as diferenças, é inegável uma similaridade entre os projetos de metodologia científica propostos por Humboldt e Ranke: a definição do documento, ou “fonte”, como um elemento indispensável da escrita histórica, como o aspecto fundamental da identidade científica da história. De alguma forma, somos até hoje herdeiros desse princípio.


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