As diferentes abordagens do Social

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1 As diferentes abordagens do Social
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim); 2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx); 3ª Abordagem: a teoria compreensiva (Weber) Profª. Maria Alice Ames Profª. Deborá Evangelista Sociologia Geral e Jurídica

2 Origens Positivismo: Uma primeira forma de pensamento social
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Origens Positivismo: Uma primeira forma de pensamento social Primeira corrente teórica sistematizada do pensamento sociológico; Derivou do “Cientificismo”; Física Social – influência das ciências da natureza – aproximar mundo físico e social; Organicismo: sociedade como organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico.

3 AUGUSTO COMTE 1798 – 1857 Nasceu em Montpellier, França
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) AUGUSTO COMTE 1798 – 1857 Nasceu em Montpellier, França Filho de uma família católica e monarquista Estudou em Paris OBRAS: Curso de Filosofia Positiva (seis volumes 1830 e 1842) Discurso sobre o conjunto do positivismo Sistema de Política Positiva Catecismo Positivista

4 Seu lema fundamental A origem do Lema
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Seu lema fundamental "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". Suas regras básicas são: "Viver para outrem" e "Viver às claras". “Ser positivista é amar, conhecer e servir à Família, à Pátria, à Humanidade.” A origem do Lema Clotilde de Vaux; O Amor procura a Ordem e leva ao Progresso; a Ordem consolida o Amor e dirige o Progresso; o Progresso desenvolve a Ordem e conduz ao Amor, donde a sentença característica do Positivismo: O Amor por princípio, a Ordem por base e o progresso por fim.

5 Suas idéias A Religião da Humanidade Melhor forma de Governo
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Suas idéias A Religião da Humanidade Comte criou o que chamou de ‘religião da humanidade’: Culto não-teísta, no qual Deus seria substituído por uma humanidade Racional e evoluída que atingiria esse estágio “mais elevado” conduzida por “homens mais esclarecidos”. Melhor forma de Governo A proposta que apresenta: A SOCIOCRACIA – Governo da Sociedade – pois nem a aristocracia retrógrada que propõe uma volta ao passado, nem a democracia anárquica tem propostas claras; A Ditadura Republicana seria um “governo de salvação nacional exercido no interesse do povo”

6 Quem deve assumir o Poder
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Suas idéias Quem deve assumir o Poder Os cientistas e industriais que devem assumir o poder do Estado com energia, prudência e perseverança, tornando o positivismo realmente popular. A missão regeneradora da “crise moral” é atribuída ao Ocidente, porque desenvolveu o espírito positivo, racional-científico. Como tornar o Positivismo Popular Pela Educação Pública: ela é capaz de propagar o espírito científico que conduzirá a sociedade ao estágio positivo, superando o teológico e o metafísico. Esta Educação deve guiar-se por um discurso fundado no diálogo, na conversação que permite aos interlocutores a manifestação livre de suas idéias.

7 O Papel da Mulher Família: instituição fundante da sociedade
Suas idéias O Papel da Mulher Era necessário superar uma religião que: colocava a perfeição como celeste, desconhecia a dignidade do trabalho e colocava a mulher como fonte do mal; Por isso, o ‘novo símbolo da República” seria a mulher. Ela é educadora por ‘excelência’... Possui a primazia do sentimento sobre a inteligência Família: instituição fundante da sociedade Pela Educação Pública: ela é capaz de propagar o espírito científico que conduzirá a sociedade ao estágio positivo, superando o teológico e o metafísico. Esta Educação deve guiar-se por um discurso fundado no diálogo, na conversação que permite aos interlocutores a manifestação livre de suas idéias. 1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim)

8 A Lei dos Três Estágios de Evolução
Suas idéias O Darwinismo Social “Missão Civilizadora”: a ‘civilização era ‘oferecida’ como forma de ‘elevar essas nações do seu estado primitivo para um nível mais desenvolvido; Darwinismo social: princípio de que as sociedades se modificam e se desenvolvem num mesmo sentido; passagem de um estágio inferior para outro superior; sobrevivência dos organismos –sociedades e indivíduos – mais fortes e evoluídos. A Lei dos Três Estágios de Evolução Estado Teológico: explicações pela religião, superstição, fetichismo. Procura causas sobrenaturais. Estado Metafísico: explicações pela filosofia. Procura causas abstratas. Estado Científico: conhecimento positivo. Não se procura mais causas, mas Leis.

9 Uma visão crítica do Darwinismo Social
Suas idéias Acreditando na superioridade de sua cultura, os europeus intervieram nas formas tradicionais de vida existentes nos outros continentes; Complexidade da cultura humana; A regra darwinista da competição e da sobrevivência do mais forte é aplicada às leis de mercado, principalmente pela doutrina do liberalismo econômico. Do evolucionismo à globalização Entraves ao desenvolvimento: o tradicionalismo e a questão racial A história e o desenvolvimento: abordagem dualista A desigualdade e o subdesenvolvimento como princípios O desenvolvimentismo

10 Formas de avaliar as mudanças sociais
O Darwinismo social justificava o colonialismo europeu no resto do mundo e refletia o otimismo com que o progresso material da industrialização era recebido; Dois movimentos na sociedade: Aspecto estático: ordem Aspecto dinâmico: o progresso, a industrialização. Deve prevalecer o estático sobre o dinâmico.

11 Da Filosofia Social à Sociologia
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Da Filosofia Social à Sociologia O positivismo exaltava a sociedade européia do século XIX (industrialização) e procurava colocar “ordem na desordem” pós 1789; Cabe à Sociologia o papel de propor um novo conjunto de idéias para reorganizar a sociedade pós-revolucionária, superando as contradições capazes de levar à anarquia e destruição. Seria uma espécie de “Física Social”. Formulação de uma teoria que vai abrir porta para novas explicações: será com Émile Durkheim que virá o aprofundamento de um método sociológico.

12 David Émile Durkheim 1858-1917 Nasceu em Épinal, França
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) David Émile Durkheim Nasceu em Épinal, França Descendente de judeus franceses Estudou na École Normale Supérieure de Paris, tendo-se doutorado em Filosofia. Em 1885 foi estudar na Alemanha OBRAS: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1894), O suisídio (1897).

13 David Émile Durkheim É considerando o fundador da Sociologia moderna.
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) David Émile Durkheim É considerando o fundador da Sociologia moderna. Foi um dos primeiros a estudar mais profundamente o suicídio, O suicídio é praticado na maioria das vezes em virtude da desilusão do indivíduo com relação ao seu meio social. O objeto da Sociologia são os fatos sociais, os quais devem ser estudados como "coisas".

14 O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios fundamentais
A sociologia é uma ciência independente das demais Ciências Sociais e da Filosofia. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos, considerados como "coisa". A causa de cada fato social deve ser preocupada entre os fenômenos sociais que o antecedem. Para explicar um fenômeno social, deve-se procurar sua causa. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade específica. 1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim)

15 Características básicas da teoria estrutural funcionalista
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Características básicas da teoria estrutural funcionalista Sociedade: Organismo vivo em adaptação; estrutura em equilíbrio; sistema integrado; Ser humano: Parte do todo que deve cumprir sua função. Realidade: é o que está dado, posto aí, o presente. Relações sociais: reguladas pelas funções estabelecidas; ordenamento legal; determinismo. Desigualdades sociais: decorrência natural da diferença; importância e remuneração da função.

16 Características básicas da teoria estrutural funcionalista
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Características básicas da teoria estrutural funcionalista Leis: Normas definidas por consenso e que garantem a ordem e o cumprimento de cada função determinada. Conhecimento: É aquele que brota da experiência e é organizado pela razão. Produto dos cientistas e intelectuais. Ciência: Usam método experimental, comprovado e testado. Estado: Cérebro da sociedade; comanda o funcionamento harmônico, determina o ordenamento legal. Deve estar nas mãos de pessoas “capazes”: intelectuais e burguesia.

17 Características básicas da teoria estrutural funcionalista
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Características básicas da teoria estrutural funcionalista Instituições: Garantem a continuidade e a estabilidade da sociedade, bem como a garantia da realização das funções, padronizam comportamentos. Ética: É bom aquilo que funciona, ordenado, equilíbrio. Diferença social: necessidade funcional. Mudança: como evolução, progressivo ajustamento, eliminação de disfunções e criação de novas funções.

18 Características básicas da teoria estrutural funcionalista
1ª Abordagem: a teoria positivo-funcionalista: (Comte e Durkheim) Características básicas da teoria estrutural funcionalista Sociologia: Ciência da sociedade. Cabe a ela analisar a sociedade, descobrir seus problemas e apontar as soluções. Conhecer as leis gerais e garantir o funcionamento harmônico. Postura Cientista: Neutralidade. Objeto de estudo: Fatos Sociais. Normais e patológicos. Motor de Mudança Social: Passagem da solidariedade mecânica para orgânica. Divisão Trabalho Social: Fonte de solidariedade. Como se faz presente hoje: conservadores, neoliberais

19 2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx)
Karl Heinrich Marx ( ) Nasceu em Trier (atual Alemanhã Ocidental) Filho de família de classe média. Filósofo e economista alemão Estudou na Universidade de Berlim OBRAS: O capital ( ), Manuscritos econômico-filosóficos (escrita 1844/publicada em 1932), A miséria da Filosofia ( 1847). Escreveu em parceria com Engels: A sagrada família (1844), A ideologia alemã ( ), Manifesto comunista (1847)

20 Caracterizada por classes diametralmente opostas:
2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx) CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) SOCIEDADE: Estrutura composta por partes interdependentes e contraditórias, em constante movimento e transformação. Caracterizada por classes diametralmente opostas: a burguesia (donos dos meios de produção) e o proletariado (só possuem a sua própria força de trabalho).

21 2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx)
CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) CLASSES SOCIAIS: Tem origem nas relações de produção e na oposição dialética que as caracterizam. São grupos de pessoas que se caracterizam por objetivos diferentes: uns são donos do capital e outros da força de trabalho. “A classe a que pertencemos é que condiciona, de maneira decisiva, nossa atuação social”,

22 Agente social. Ser histórico. REALIDADE:
2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx) CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) SER HUMANO: Agente social. Ser histórico. REALIDADE: Processo histórico: passado, presente, futuro. TRABALHO HUMANO: É a condição fundamental de toda a existência humana: Base material da vida (visão materialista): “Não existe história sem homens e não existe homens sem comida”. O primeiro ato histórico é a produção dos meios para satisfazer estas necessidades. Também é visto como a única fonte geradora de riquezas.

23 2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx)
CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) DESIGUALDADES SOCIAIS: Fruto da desigual distribuição dos bens produzidos e da exploração do trabalho. Esta exploração do trabalho se faz na medida em que não se paga todo o trabalho realizado durante uma jornada. Gera-se um sobretrabalho que é acumulado pelo dono dos meios de produção. Para ampliar ainda mais este processo de acumulação, pode-se estender a jornada de trabalho (mais valia absoluta) ou incorporar tecnologia para aumentar a produtividade (mais valia relativa). Esta desigualdade estende-se por todo o conjunto de relações sociais, gerando processos desiguais de poder, influência, valoração...

24 Os instrumentos são do dono da empresa.
2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx) CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) ALIENAÇÃO O modo de produção capitalista transformou o trabalhador em Mercadoria no momento que o separou dos instrumentos de produção. O trabalhador não é mais dono dos instrumentos com que realiza seu trabalho. Os instrumentos são do dono da empresa. O trabalhador perde a noção do custo de seu trabalho Repartição das tarefas em torno da realização de um determinado bem ou serviço. Resta ao trabalhador oferecer sua força de trabalho num mercado em troca de um determinado pagamento, geralmente definido pelo dono dos Meios de Produção.

25 2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx)
CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) SOCIOLOGIA: Ciência capaz de compreender a estrutura da sociedade, mostrando a precariedade e a transitoriedade de qualquer construção social. Capaz de desmistificar a ideologia que encobre a dominação.

26 a) Materialismo: o material como suporte da sociedade.
2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx) CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) MÉTODO: Materialismo Histórico e Dialético. a)  Materialismo: o material como suporte da sociedade. A realidade material é contraditória e em constante movimento; Para apreender esta realidade é necessário um método capaz de captar o movimento. b) Dialético: a construção do conhecimento se dá na relação entre o sujeito que conhece e a realidade que se apresenta para ser conhecida. Essência: Espírito crítico e autocrítica (“sementes de dragão”). c)  Leis básicas da dialética:  Conexão universal dos fenômenos; Tudo se transforma constantemente (tudo que é irá mudar);  Unidade e luta dos contrários; Negação da negação: movimento incessante

27 PROBLEMA: estrutural. SOLUÇÃO: estrutural.
2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx) CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) PROBLEMA: estrutural SOLUÇÃO: estrutural. É preciso desmistificar os mecanismos de dominação criados pelo capitalismo para poder combate-lo: Não acreditando numa solução dentro do próprio capitalismo, uma vez que sua lógica fundamental é a exploração do trabalho para a geração da mais-valia que é concentrada pelo dono dos meios de produção. Propunha a sua superação por um modo de produção fundado em outra lógica: numa relação de posse coletiva dos meios de produção e de partilha mais eqüitativa dos bens e serviços produzidos, gerando relações sociais, políticas e culturais mais democráticas, o SOCIALISMO

28 2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx)
CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) ESTADO Reconhece como cidadãos todos os sujeitos mas não garante todos os direitos. Não basta ter o direito: é preciso ter as condições que garantem efetivamente o exercício desses direitos. Por isso, não basta mudar a representação do Estado para que se resolvam os problemas, mas mudar as bases de sustentação. Marx desiste de encontrar no Estado a solução para os problemas sociais e econômicos.

29 MOTOR DE MUDANÇA SOCIAL: Luta dos contrários.
2ª Abordagem: a teoria histórico-crítica: (Marx) CARACTERÍSTICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA (MARXISTA) MOTOR DE MUDANÇA SOCIAL: Luta dos contrários. As forças produtivas entram em conflito, onde a classe dominante tenta impor uma ideologia que legitime seu poder Massa trabalhadora se conscientiza de sua alienação em relação ao trabalho e o recupera Através da ação política: se organiza, toma consciência de sua força, passa a reivindicar com maior firmeza as coisas que lhe convêm Por meio de diversas organizações sociais até poder liderar uma revolução social. O estágio final dessa luta seria uma sociedade sem classes.

30 Maximillian Carl Emil Weber
3ª Abordagem: a teoria compreensiva (Weber) Maximillian Carl Emil Weber Nasceu em Erfurt, na Turíngia Intelectual alemão, jurista, economista OBRAS: A ética protestante e o espírito do capitalismo (1905) Economia e sociedade (publicada postumamente em 1922)