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Alguns Percursos Biográficos de Estudantes do Ensino Superior: Padrões e Singularidades das Trajectórias Escolares.

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Apresentação em tema: "Alguns Percursos Biográficos de Estudantes do Ensino Superior: Padrões e Singularidades das Trajectórias Escolares."— Transcrição da apresentação:

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2 Alguns Percursos Biográficos de Estudantes do Ensino Superior: Padrões e Singularidades das Trajectórias Escolares

3 Principais objectivos do nível de análise biográfico / micro
Investir numa abordagem analítica aprofundada, intensiva e multidimensional, centrada nos trajectos individuais dos estudantes do ensino superior e em articulação com os restantes níveis de análise (estrutural e institucional-organizacional); Detectar grandes regularidades ou percursos-tipo, tanto nas trajectórias estudantis de abandono e insucesso como nas trajectórias de sucesso

4 Considerações metodológicas [1]
(i) Procedimento metodológico central: Entrevistas semi-directivas de cariz biográfico aos estudantes do ensino superior [aplicação extensiva de uma técnica eminentemente qualitativa]. (ii) Objectivo: Dar conta, em simultâneo, das grandes regularidades sociológicas presentes nos percursos e opções dos estudantes, assim como das contratendências, das contradições e excepções correlativas à “regra sociológica”.

5 Considerações metodológicas [2]
Variáveis internas: integração / não integração académica e social; relação pedagógica; relação com a instituição de ensino superior; preparação escolar anterior ao ensino superior; afinidade vocacional com a área de estudos; motivação; auto-regulação (organização / método / autonomia); presença / ausência de projecto; estabilidade emocional / bem-estar; expectativas de inserção laboral (estágios e saídas profissionais); actividades extra-curriculares (dinâmicas culturais, sociais, grupos de pares)…

6 Considerações metodológicas [3]
(iii) Amostra populacional: Entre 150 a 200 estudantes ou ex-estudantes do ensino superior português; Recolha de contactos em “bola de neve”, sem pretensões de representatividade, mas abrangente e estratificada. Estratificação baseada em: variáveis clássicas: sexo idade zona geográfica de residência classe social de origem escolaridade da família de origem variáveis que remetem para as trajectórias escolares: instituições frequentadas (tipo de tutela) área de estudos incidência de sucesso / insucesso no percurso académico inserção laboral concomitante com estudos (trabalhadores-estudantes)

7 Retratos sociológicos - construção
(i) Etapas formais: Transcrição integral da entrevista; Edição (garantia de anonimato, discurso directo escorreito); Retrato. (ii) Etapas analíticas: Procurar reconstruir as disposições sociais a partir do material empírico; Detectar a variação ou a não variação dos comportamentos e atitudes tendo em conta o contexto social; Compreender as propriedades sociais dos contextos (contextos em si, práticas e relações que neles se estabelecem); Sempre que possível, estabelecer a génese das orientações para a acção – a SINGULARIDADE dos percursos.

8 Dimensões de classificação analítico-conceptual [1]
Percursos-Tipo: Tendenciais (tendências esperadas); Contratendenciais (tendências inesperadas) Focados na educação Com inflexões Com problemas de transição (para a vida adulta, para o ensino superior) Com dificuldades de conciliação (entre esferas de vida) Com dificuldades de integração no ensino superior (institucional, relacional, nos modos de estudar)

9 Dimensões de classificação analítico-conceptual [2]
Percursos-Tipo Sucesso Insucesso Abandono Total Focados na Educação 6 7 13 Tendenciais 8 5 2 15 Contratendenciais 3 Problemas de transição 1 Com Inflexões 11 Dificuldades de integração Problemas nos modos de estudar 4 Dificuldades de conciliação entre esferas de vida 19 35 14 68

10 Tendências Esperadas

11 Retratos sociológicos: alguns exemplos
“O peso da herança num esforço controlado: etapas da reprodução de um contexto capitalizado” Joana Ferraz 26 anos Mãe: Mestrado em História; Professora Pai: 12.º ano; Artista plástico Turismo, Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo Curso concluído no tempo previsto, com média de 16 valores

12 Retratos sociológicos: alguns exemplos
“O peso da herança num esforço controlado: etapas da reprodução de um contexto capitalizado” Percurso focado na educação, elevadas pretensões académicas Origens sociais familiares com elevados recursos escolares e económicos Episódio marcante pela negativa (morte do pai) Modo de estudo vocacionado para obtenção de notas elevadas Redes de sociabilidades fracas Dificuldades de relacionamento com colegas

13 Retratos sociológicos: alguns exemplos
“O peso da herança num esforço controlado: etapas da reprodução de um contexto capitalizado” “Sempre quis ter boas notas. Sempre me esforcei para isso.” “Havia pessoas que faziam trabalhos de grupo comigo, que ainda se esforçavam mais um bocadinho, mas às vezes o bocadinho de esforço delas não chegava para aquilo que eu queria… Eu sempre estiquei um bocadinho mais os limites.” “Nunca pus de parte a hipótese de ir para o ensino superior, nunca! Era o curso natural das coisas, desde a primária, nunca houve outra hipótese. Tenho uma série de pessoas licenciadas na família.”

14 Percurso de Contratendência (percurso inesperado)

15 Percurso de Contratendência
Eu (não) sou eu e as minhas circunstâncias: um trajecto no ensino superior incrustado num quadro de não reprodução social Tiago Costa 29 anos Mãe: 3.º ano do Ensino Básico; Doméstica Pai: 1.º ciclo do Ensino Básico; Operário da Construção Civil Engenharia Ambiental e de Recursos Naturais na Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) Curso concluído em N+1

16 Percurso de Contratendência
Eu (não) sou eu e as minhas circunstâncias: um trajecto no ensino superior incrustado num quadro de não reprodução social Boa integração relacional no ensino superior; Relação positiva com o curso e instituição de ensino; Investimento no estudo moderado, mas eficaz; Forte sentido de auto-responsabilização pelas opções e modos de superação de constrangimentos; Conciliação, aparentemente harmoniosa, entre esferas de vida tendencialmente concorrentes: o trabalho e o estudo.

17 Percurso de Contratendência
Eu (não) sou eu e as minhas circunstâncias: um trajecto no ensino superior incrustado num quadro de não reprodução social “Os meus pais apoiaram-me quando decidi ir para o ensino superior, mas não houve ninguém que me tivesse marcado especialmente nesta minha decisão. (…) Em casa não havia pressão em relação ao estudo, quer da parte dos meus pais, quer da parte das minhas irmãs. Não havia o “tens que”, não havia pressão. (…) Foi só a tal coisa, acabas o 12º ano, e agora?” “Depois disto, há mais outro projecto que durará até Setembro. E depois de Setembro, talvez haja mais uma coisa qualquer, e, se não houver, também se inventa. (…) Eu quando vejo uma rachadela na parede, não fico: «ai, que aborrecido …», penso logo, como é que eu hei-de colocar lá um prego e pendurar um quadro?!...”

18 Percurso com dificuldades de conciliação (entre esferas de vida)

19 Percurso com dificuldades de conciliação (entre esferas de vida)
Entre o palco e a sala de aula: a dificuldade de conciliação entre esferas de vida, consubstanciada num percurso de abandono no ensino superior ou o ensino superior como um investimento de vida possível, mas não prioritário Pedro Vouga 34 anos Mãe: 9.ºano de escolaridade; secretária contabilista reformada Pai: Licenciatura em Filosofia; Professor Universitário reformado Matemática e Ciências da Computação na Universidade do Minho (UM) Abandono do ensino superior

20 Percurso com dificuldades de conciliação (entre esferas de vida)
Entre o palco e a sala de aula: a dificuldade de conciliação entre esferas de vida, consubstanciada num percurso de abandono no ensino superior ou o ensino superior como um investimento de vida possível, mas não prioritário O ensino superior como um investimento paralelo e não prioritário; Incapacidade de conciliar os tempos lectivos e de estudo com as actividades teatrais; O gosto pelo teatro como factor concorrente de um investimento no estudo; Rede de sociabilidades próxima das artes; Quadro familiar económica e culturalmente favorável.

21 Percurso com dificuldades de conciliação (entre esferas de vida)
Entre o palco e a sala de aula: a dificuldade de conciliação entre esferas de vida, consubstanciada num percurso de abandono no ensino superior ou o ensino superior como um investimento de vida possível, mas não prioritário “Decidi voltar a viver em Braga, porque era demasiado cansativo e porque a minha actividade teatral e profissional intensificou-se lá, o que fez com que o meu rendimento a nível escolar voltasse a decair. E o que fez com que eu, de certa forma, ou definitivamente, abandonasse o Ensino, porque a actividade teatral era demasiado intensiva para poder conseguir conciliar as duas coisas. Era impossível. Era, completamente, impossível. Pelo menos pessoalmente, porque a actividade teatral ocupava-me das 14 horas às 0 horas, 1 hora da manhã ou 2 horas da manhã, dependendo, o que me impossibilitava de frequentar, nomeadamente, as aulas durante a tarde” “Ainda não tenho uma data prevista para esse regresso. Mas sim, equaciono reingressar no ensino superior. Como não terminei o curso, há sempre uma pequenina pedra no sapato, acho que também é outra das razões para equacionar esse regresso, não é? Há sempre uma pequenina pedra no sapato, de algo inacabado… Quer dizer, não é pedra no sapato, porque o caminho não está bloqueado. Mas a sensação de algo inacabado não me seduz. Gosto de terminar as coisas que inicio. Lido com isto, de certa forma, positivamente, porque acho que não preciso, mas como prazer, sim, penso regressar.”

22 Principais factores explicativos dos percursos-tipo: factores favoráveis e desfavoráveis ao sucesso escolar

23 Factores favoráveis ao sucesso escolar
Categorias Factores favoráveis ao sucesso escolar Factores desfavoráveis ao sucesso escolar Origens Sociais Elevados recursos: económicos e escolares; Simetria de capitais: económicos e escolares; Estratégias familiares focadas na escolarização. Parcos recursos: económicos e escolares; Assimetria de capitais: económicos e escolares; Estratégias familiares não focadas na escolarização. Escolaridade anterior - Boa preparação na trajectória escolar pré-ensino superior. - Preparação deficiente da trajectória escolar pré-ensino superior. Informação prévia sobre o ensino superior Esclarecedora; - Insuficiente ou equivocada;

24 Factores favoráveis ao sucesso escolar
Categorias Factores favoráveis ao sucesso escolar Factores desfavoráveis ao sucesso escolar Curso e instituição de ensino superior Relação com o curso e escola: positiva; Integração no 1.º ano: bem conseguida; Aspectos favoráveis relativos: (i) plano de estudos; (ii) pedagogia e avaliação; (iii) calendários e horários; (iv) instalações e equipamentos; Relação positiva com professores e colegas (inter-pares); Possibilidade de usufruir de apoios específicos (pedagógicos, psicológicos, sociais, etc.); Participação e envolvimento concertado em actividades extra-escolares (associativas, culturais e desportivas); Boa relação com a esfera profissional (conhecimentos, contactos, perspectivas). Relação com o curso e escola: negativa; Integração no 1.º ano: problemática; Aspectos desfavoráveis relativos: (i) plano de estudos; (ii) pedagogia e avaliação; (iii) calendários e horários; (iv) instalações e equipamentos; Relação negativa com professores e colegas (inter-pares); Impossibilidade de usufruir de apoios específicos (pedagógicos, psicológicos, sociais, etc.); Participação e envolvimento não concertado em actividades extra-escolares (associativas, culturais e desportivas); Relação débil com a esfera profissional (conhecimentos, contactos, perspectivas).

25 Factores favoráveis ao sucesso escolar
Categorias Factores favoráveis ao sucesso escolar Factores desfavoráveis ao sucesso escolar Modos de estudar no ensino superior Em continuidade com os modos de estudo da escolaridade anterior; Modos de estudo organizados; Modos de estudo continuados; M.E. com bastante autonomia nos processos de aprendizagem; Modos de estudo evolutivos; Forte interacção com professores; - Em ruptura com os modos de estudo da escolaridade anterior; Modos de estudo desorganizados; Modos de estudo esporádicos; Modos de estudo com dificuldades de autonomia nos processos de aprendizagem; Modos de estudo não evolutivos; Fraca interacção com professores; Condições económicas durante o percurso no ensino superior Condições económicas gerais favoráveis; Condições económicas gerais precárias; Situações de constrangimento económico pesado; Relação com actividade profissionais durante o curso: problemas de conciliação entre o estudo e o trabalho.

26 Factores favoráveis/ desfavoráveis ao sucesso escolar
Categorias Factores favoráveis/ desfavoráveis ao sucesso escolar Quadro familiar durante o percurso no ensino superior Apoios/falta de apoios; Estabilidade/instabilidade; Consequências da constituição de um quadro familiar próprio. Situação residencial durante o percurso no ensino superior Com os pais (família de origem); Deslocado – situação residencial autónoma; Efeitos nas opções e nas condições de estudo. Situação profissional durante os estudos no ensino superior Sem actividade profissional; Com experiências de trabalho pontuais; Com actividade profissional plena; Actividades mais próximas/mais distantes da área de formação.

27 Factores favoráveis/ desfavoráveis ao sucesso escolar
Categorias Factores favoráveis/ desfavoráveis ao sucesso escolar Redes de sociabilidade durante o curso Redes mais ou menos alargadas e diversificadas; Sociabilidades intensas/moderadas/fracas; Relação das sociabilidades com os estudos: reforço/complementaridade/ruptura; Relação dos amigos mais próximos com o ensino superior; Repercussões de relações amorosas/ conjugais. Episódios marcantes Com repercussões nos percursos, nomeadamente com inflexões de percurso (novas etapas). Pessoas de referência Com importância significativa nos percursos: directa/indirecta; voluntária ou involuntária; de carácter positivo/negativo.

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