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AVALIAÇÃO IN VITRO DE UM INJECTÁVEL PARA LIBERTAÇÃO

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Apresentação em tema: "AVALIAÇÃO IN VITRO DE UM INJECTÁVEL PARA LIBERTAÇÃO"— Transcrição da apresentação:

1 AVALIAÇÃO IN VITRO DE UM INJECTÁVEL PARA LIBERTAÇÃO
PROLONGADA DE CLENBUTEROL C. Lavrador1, A.J. Almeida2, L. Alfaro Cardoso3 1Hospital Veterinário, Polo da Mitra, Universidade de Évora; 2Unidade de Ciências e Tecnologia Farmacêuticas, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa 3Centro de Zootecnia Tropical, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa O clenbuterol é um fármaco b-agonista, que tem demonstrado ser um dos mais intervenientes no anabolismo proteico e no catabolismo lipídico, no sentido da limitação da lipogénese e da indução da lipólise1. Na União Europeia, está autorizado para fins veterinários exclusivamente como broncodilatador em equídeos e bovinos e como tocolítico em vacas, sendo proibida a sua utilização como promotor de crescimento. Podendo ser causa de toxicidade para os consumidores, são exigidos intervalos de tempo mínimos entre o fim do tratamento e o abate dos animais, existindo valores máximos para os resíduos permitidos por lei em produtos para consumo humano2,3. Tem sido demonstrada a sua acção anabólica sobre o metabolismo proteico em espécies de interesse pecuário. Em ratos subalimentados, a sua função anabólica encontra-se significativamente acrescida relativamente ao seu efeito em animais alimentados ad libitum4. Estes fenómenos, a considerarem-se em espécies pecuárias, perspectivam uma intervenção terapêutica ou profiláctica do clenbuterol em situações de carência alimentar aguda, o que pode ser particularmente interessante em espécies exploradas em regimes extensivos em regiões tropicais e subtropicais, que representam cerca de 60% do efectivo pecuário do planeta5 e que estão sujeitos a depressões sazonais de disponibilidade de alimentos. Face a estas condições, a administração de fármacos com intervenção sustentada no metabolismo dos animais deverá ser compatível com o tipo de maneio extensivo praticado, o que pressupõe administrações espaçadas e, portanto, libertação prolongada das substâncias activas. Isto faz prever a utilização do clenbuterol sob uma forma injectável de acção prolongada. O presente trabalho descreve os estudos de formulação de um injectável de clenbuterol, a administrar por via subcutânea ou intramuscular, tendo em vista a libertação prolongada do fármaco. Os estudos incluem a selecção dos excipientes adequados para uma formulação que permita a libertação sustentada de 250 mg/dia/kg de peso vivo. Foram testados três excipientes para a suspensão injectável de clenbuterol: azeite (FP VI), e misturas de azeite e lanolina (FP VI) contendo 9% (p/p) e 18% (p/p) desta última. A preparação foi realizada por aquecimento conjunto dos dois constituintes a 60ºC, homogeneização e dispersão de uma quantidade apropriada de clenbuterol q.b.p uma concentração final de 1% (p/v). Para melhorar a estabilidade física das suspensões, procedeu-se previamente à redução do tamanho dos cristais de clenbuterol por liofilização. A viscosidade dos excipientes foi estudada (Brookfield RVTDV-II) antes e após esterilização a 150ºC/2h. Os possíveis efeitos da temperatura de esterilização sobre os excipientes foram também investigados por calorimetria diferencial de varrimento (DSC). A libertação in vitro do clenbuterol a partir das suspensões foi estudada utilizando células de difusão de tipo vertical com dois compartimentos separados por uma membrana de acetato de celulose (Fig. 1). No compartimento superior foram colocados 4 ml da suspensão, contendo cerca de 50 mg do fármaco. O meio de dissolução (tampão de fosfato isotónico, pH 7,4), sob agitação magnética, foi colocado no compartimento inferior. O sistema foi mantido a 37ºC e a intervalos de tempo apropriados foram colhidas amostras para determinação do teor de clenbuterol por espectrofotometria a 241,5 nm. Após cada colheita o volume inicial do líquido receptor foi reposto com 4 ml de solução tampão. A obtenção de libertação prolongada em preparações para administração parentérica envolve geralmente a formulação de suspensões do fármaco ou a utilização de veículos oleosos de elevada viscosidade. O efeito prolongado final deve-se ao aumento da viscosidade e à existência de um passo de dissolução do fármaco suspenso antes da sua absorção6. Outro factor que condiciona a absorção do fármaco é diâmetro das partículas em suspensão que, quanto menores e mais uniformes forem, mais rápida será a sua absorção. O controlo do grau de divisão do pó permite assim regular a duração do efeito do medicamento6. O aumento da viscosidade da fase líquida contribui simultaneamente para a estabilidade física da suspensão. Deste modo, a introdução de 9% e 18% de lanolina na suspensão de clenbuterol contribuiu para um aumento da viscosidade da mesma, a qual não é afectada por um eventual passo de esterilização pelo calor seco, pois não se registaram alterações significativas (Fig. 2). Estes dados são confirmados pelos termogramas obtidos por DSC que demonstram a inexistência de fenómenos de degradação térmica ou quaisquer alterações físicas a temperaturas 150ºC (Fig. 3). No caso das suspensões, se a velocidade de dissolução da substância activa é inferior à velocidade de absorção, a libertação da mesma torna-se um factor limitante, modificando a sua biodisponibilidade. É, pois, imperativo, fazer estudos de dissolução in vitro de forma a assegurar que a libertação do fármaco siga a cinética desejada, constituindo os resultados obtidos uma indicação quanto à eficácia eventual da forma farmacêutica estudada (Fig. 4A). No presente estudo a cedência do clenbuterol segue o modelo de difusão de Higushi7, que estabelece uma relação entre a velocidade de cedência do fármaco suspenso em função do tempo (Fig. 4B). Deste modo, a linearização dos perfis de cedência obtidos permite prever tempos de libertação total de clenbuterol de cerca de 15, 60 e 268 dias para os injectáveis preparados com a misturas contendo 0%, 9% e 18% de lanolina, respectivamente. Introdução Resultados e Discussão Figura 3 – Termogramas dos excipientes utilizados na preparação da formulação injectável de clembuterol: - azeite; - lanolina em azeite (9%); - lanolina em azeite (18%); - lanolina. ºC 150 100 50 5 mW Exo > Materiais e Métodos A A B Figura 4 - (A) Perfis de cedência in vitro do clembuterol a partir dos excipientes testados; (B) Aplicação do modelo matemático de Higushin aos perfis de cedência in vitro do clembuterol:  - azeite (r2=0,9914),  - lanolina (9%) em azeite (r2=0,9863);  - lanolina (18%) em azeite (r2=0,9944). (  desvio padrão). Conclusões A associação de duas técnicas muito utilizadas para prolongar a absorção de fármacos em formulações parentéricas - preparação de suspensões em veículo oleoso - é uma abordagem promissora para a administração de clenbuterol a animais sujeitos a restrição alimentar sazonal, tais como os que são criados em regime de extensão. Os excipientes oleosos testados demonstram ser adequados para preparação de uma suspensão injectável de clenbuterol cuja viscosidade não é afectada pelo processo de esterilização pelo calor seco. A velocidade de cedência do fármaco pode ser manipulada de modo a obter o perfil de libertação mais adequado ao tratamento, como mostram os estudos de cedência in vitro. Figura 1 - Célula de difusão vertical: a) compartimento dador; b) compartimento receptor; c) membrana de acetato de celulose; d) tubo lateral para recolha de amostras. 50 100 150 200 250 9 18 lanolina (% p/p) Viscosidade (cPs) Bibliografia 1. Kuiper, H.A. et al. (1998). J. Anim. Sci., 76: 2. Meyer, H.H.D. e Rinke, L.M. (1991). J. Anim. Sci., 69: 3. EMEA/MRL/723/99 (2000). Clenbuterol: Summary Report (2). 4. Cardoso, L.A. (1993). Tese de doutoramento, Universidade Técnica de Lisboa. 5. FAO Statistical Databases (2000). 6. Murdan, S. e Florence, A.T. (2000). In: Sustained-Release Injectable Products. Interpharm Press, Denver, pp 7. Brossard, C. and Wouessidjewe, D. (1990). STP Pharma. Sci., 6: Figura 2 - Influência da temperatura de esterilização (150ºC/2h) sobre a viscosidade dos excipientes.  - antes do aquecimento;  - após aquecimento (  desvio padrão).


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