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A manutenção e elaboração de um diário de leitura.

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Apresentação em tema: "A manutenção e elaboração de um diário de leitura."— Transcrição da apresentação:

1 A manutenção e elaboração de um diário de leitura.

2 “O leitor curioso e interessado é aquele que está em constante conflito com o texto, conflito representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, de discordar – conflito, enfim, onde quem lê não somente capta o objeto de leitura, como transmite ao texto lido as cargas de sua experiência humana e intelectual”. (DUARTE, apud GRITTI, 2002, p.156, citado por Machado et all, 2007, p.2)

3 OBJETIVO GERAL: Elaborar com autonomia textos pertencentes aos gêneros acadêmicos, por meio da leitura ao mesmo tempo compreensiva e crítica desses gêneros.

4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Criticar ou questionar o autor de um texto. Emitir diferentes interpretações, expressão de dúvidas e reações pessoais durante as discussões dos textos em sala de aula. Relacionar o que lê aos conhecimentos que já possui, bem como às experiências pessoais.

5 Manifestar-se por iniciativa própria, emitindo avaliações sobre o que lê de modo pessoal e justificado. Avaliar, questionar e justificar pensamentos. Exercitar constantemente a auto-avaliação e a autocrítica de ações.

6 Construir um conjunto de textos que podem ser úteis para produções futuras.
Exercitar a escrita para se atingir o nível de letramento necessário à produção acadêmica.

7 Trabalho com diário de leitura
O trabalho com o diário de leitura parte de uma concepção de leitura interativa, em que o leitor expressa um sentido próprio do texto. Nessa perspectiva, compreender um texto vai muito além da mera extração de seu sentido.

8 Compreensão do texto Compreender significa questionar, estabelecer relações entre o que o texto diz e as experiências pessoais e intelectuais do leitor, bem como com conhecimentos prévios do assunto, efetivando um verdadeiro diálogo entre leitor e texto.

9 Compreensão ativa Uma verdadeira forma de diálogo em que os leitores não são meros receptores de informações, mas sujeitos dialógicos e criativos, que, a cada palavra que buscam compreender, respondem com uma série de outras palavras próprias. (MACHAD0 et all, 2007, p.109)

10 O diário de leitura é um gênero produzido pelo leitor, à medida que lê um texto, justamente com esse intuito de dialogar com o autor de forma reflexiva.

11 Para produzir um diário de leitura...
“o leitor deve se colocar no papel de quem está em uma conversa real com o autor, realizando operações e atos de linguagem que habilmente realizamos quando conversamos com alguém”. (RACHEL MACHADO et all ,2007, p.148)

12 O que registrar? a solicitação de esclarecimentos ou a elaboração de questões, quando não se compreende alguma palavra, algum trecho ou o conteúdo global do que é dito; o pedido de justificação ou exemplificação do que o texto diz;

13 a avaliação positiva ou negativa sobre o que o interlocutor fala e como o faz, concordando ou discordando com determinada posição; a apresentação de argumentos favoráveis ou contrários à posição do autor;

14 o acréscimo de exemplos sobre o que ele afirma;
a manifestação de emoções e reações pessoais enquanto leitor; a comparação do que é dito com as experiências pessoais e com outros textos e/ou objetos culturais consultados.

15 Conceito O diário de leitura constitui-se, portanto, num texto que se escreve para si mesmo, em primeira pessoa, a respeito de um material em processo de leitura.

16 Nele, é possível o estabelecimento de comparações entre a leitura em andamento e outras leituras já realizadas, com a possibilidade de expressar sentimentos e dificuldades no momento de compreensão textual, bem como emitir um juízo de valor oriundo de uma avaliação positiva ou negativa sobre o dito e a maneira como é dito.

17 Elaboração - diário de leitura
Título do texto (impressões): Gostou ou não? Tem vontade de ler? Que tipo de texto espera encontrar? Sobre o que acha que o texto trata?

18 Antes de iniciar a leitura
Observar todas as informações (verbais ou não verbais): capas, contracapas, notas do autor, índice, obras citadas na bibliografia etc. Anotar tudo o que julgar importante e as ideias que já for tendo sobre o texto.

19 À medida que for lendo... Registrar sempre com frases completas:
As relações que você puder estabelecer entre os conteúdos do texto e qualquer outro tipo de conhecimento que você tenha:livros ou textos que leu; aulas; músicas; filmes; internet etc.

20 b) seleção e transcrição daquilo que no texto lido tem uma significação especial para você, colocando a referência completa e explicando a importância do trecho.

21 c) anotar as reações subjetivas que teve ao ler o texto e justificar o porquê delas, para então, estabelecer as relações entre o texto lido e as próprias experiências, outros textos ou outros objetos culturais e registrá-las.

22 Anotar as dificuldades encontradas para a compreensão do texto lido, razões e soluções encontradas para discussão com colegas e professores, bem como o registro de todas as reações subjetivas que teve ao ler o texto com a explicação do porquê delas.

23 Sempre justifique suas opiniões!

24 Resultado O resultado desse trabalho será uma coletânea de reflexões próprias escritas que servirão de base para a produção de novos textos. Além de ter disponíveis esses textos-base para a elaboração de outros textos, é possível adquirir experiências de leitura e escrita.

25 O diário de leitura: ferramenta para uma leitura crítica do texto
Você já sabe que, para fazer uma resenha, é preciso resumir e apresentar sua opinião, de forma argumentada, sobre o texto original. Assim, antes de tudo, é necessário que haja uma leitura atenta e que haja questionamentos que poderão ser utilizados para seu posicionamento enquanto resenhista do texto lido.

26 O diário de leitura vai ajudá-lo a ter uma atitude de leitor ativo, interativo e criativo e crítico diante dos textos, o que pode ajudá-lo a ter opinião mais segura e fundamentada sobre o texto lido. A fim de melhor compreender esse tipo de produção, leia alguns exemplos de diários de leitura feitos por alguns estudantes a respeito dos livros que estavam lendo.

27 Exemplo 1 (...) Tá lido. Acho que o processo de leitura é assim também... A gente lê umas coisas, fica de greve delas, passa a ler outras, descobre outras coisas, inclusive que a gente vai ficar chato demais se só ler aquilo, aí volta a ler outras coisas e outras e mais outras. É como ler um livro, a gente lê e a leitura continua mesmo depois de finda, na livraria, nas conversas, na aula, no sonho.

28 E afinal, o que a vida da gente, senão uma leitura que mesmo depois de acabada continua na boca dos outros, até que acaba sendo esquecidas... Deixada de lado... E surge um dia de novo, num álbum velho de fotografias para ser lida novamente, de outra forma, por outros olhos... (...) (L.) REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO DE LEITURA.

29 Exemplo 2 A partir da leitura do segundo texto, passei a tentar descobrir o que os dois possuiriam de comum. Afinal de contas, por que lemos esses dois textos? (M.) BUSCA DE OBJETIVOS PARA A LEITURA.

30 Exemplo 3 Respirei fundo algumas vezes antes de começar a ler este texto. Por que o medo? De Umberto Eco, famoso escritor italiano por sua profundidade de pensamentos, Ou seja, percebi que me esperava um texto difícil. (E.) REFLEXÃO SOBRE AS DIFICULDADES COM A LEITURA E TENTATIVA DE COMPREENDER SUAS CAUSAS.

31 Exemplo 4 ...por que ‘denouement’? O que significa? (D.)
EXPRESSÃO DE DÚVIDA DIANTE DA LEITURA.

32 Diário reflexivo de leitura não é diário íntimo
Grandes escritores, cientistas e pensadores – tais como Gide, Maiakowski, Virgínia Wolf, Elias Canetti, Wittgenstein, Anaïs Ninn – usaram a prática da escrita de diários, pois eles possibilitam o desenvolvimento da escrita, do trabalho intelectual em geral, do desenvolvimento pessoal.

33 Resumo, diário íntimo ou diário de leitura?
Fique claro, no entanto, que não se trata de um diário íntimo, aquele em que escrevemos sobre a vida, mas de diário reflexivo de leitura. Não basta apenas escrever impressões e relações do texto com sua vida, é preciso sempre retornar ao texto e dialogar com ele.

34 Texto 1 Entre os diferentes tipos de diário que Lourau examina, aparece aquele que ele considera como sendo o diário total, que tem Malinovski como um de seus maiores praticantes. Nele se misturariam “as palavras do etnógrafo e do homem: projetos, tentações, passos do observador, o problema nos contatos com os interlocutores, assuntos tão profissionais quanto íntimos.

35 Na verdade, nele não há uma linha de demarcação nítida entre ciência e não-ciência, a não ser uma linha estabelecida pelo leitor ou pelo editor. Nele se misturam o diário de campo, o diário de pesquisa, o diário íntimo. Finalmente, é nele que se produz “uma iluminação sobre os labirintos de como se produz a pesquisa”.

36 Mais uma vez, essa é minha pretensão
Mais uma vez, essa é minha pretensão. Não apenas revelar o produto da pesquisa, mas o processo, o labirinto. Não é à toa que meu diário não é um diário objetivo, mas um diário total. (A. R.)

37 Texto 2 Canetti (1965) assinala que o aspecto positivo que encontra na manutenção do diário é o de ele possibilitar a fala consigo mesmo, ou com outro “eu”, que é, nas suas palavras, “o interlocutor cruel”. Para o autor, ao mesmo tempo em que este seria o interlocutor mais exigente, apontando-nos nossas próprias mentiras e falsificações, ele seria também o mais versátil, pois teria a possibilidade de assumir diferentes funções dialógicas.

38 Assim, para Canetti, a prática da escrita diarista deveria ter o caráter de diálogo aberto e franco do escritor consigo mesmo, com suas múltiplas faces e com os outros que o rodeiam, diálogo em que se deve permitir o adormecimento da autocrítica, com o diarista tratando-se a si mesmo até mesmo com mais rigor que um outro faria. (A. R.)

39 Texto 3 Reflexão do dia inteiro: é engraçado como a solidão de fato, verdadeira, me dá uma certa calma, mesmo que seja um pouco melancólica ouvindo os Morlenbaum com o Sakamoto... E a calma vem da necessidade de cuidar de mim mesma nos mínimos detalhes: de fazer compras, lavar roupa, lavar louça, economizar.

40 Pequenos problemas concretos do cotidiano, que não deixam muito espaço para o imaginário, nem para a carência. E talvez da distância dos problemas dos outros à nossa volta. E talvez do fato de se ter poucas coisas, poucas roupas, poucos acessórios, poucos sapatos, pouco espaço pra comida, pouco de tudo. E talvez ainda da falta da internet em casa...da desconexão com o mundo conhecido e com a conexão com outros mundos. (A. R.)

41 Fique atento! O diário de leitura é um texto que você escreve buscando registrar um verdadeiro diálogo que irá construir com o autor do texto. É uma forma de você “ouvir” atentamente o que o outro diz, mas de fazer também com que sua própria voz seja expressa em relação às ideias do autor e de você não se colocar de forma passiva diante dele.

42 Fique atento! O diálogo verdadeiro é com o texto e não com o seu professor. Não deve haver preocupação com o “certo ou errado”, portanto, tudo o que você pensa ao ler o texto deverá ser registrado. Não há por que se preocupar com o que irá escrever, pois, sendo um “diário”, você será o único leitor desse texto.

43 Fique atento! Não é preciso se preocupar em demasia com a forma, com a correção gramatical etc., pois o importante é que você “converse” com o autor. Se é uma espécie de conversa, você não vai ‘falar’ o tempo todo, mas também ‘ouvir’ o autor do texto que está sendo lido, pois também precisa dar voz a seu interlocutor.

44 Fique atento! É uma espécie de réplica à palavra do outro, daí o movimento constante de leitura e escrita.


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