Prof. Denis Coitinho Silveira (URI/CEBRAP)

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1 Prof. Denis Coitinho Silveira (URI/CEBRAP) denis@uri.com.br
A Ética na Vida do Homem: A Motivação e Fundamentação Moral e a Ciência Prof. Denis Coitinho Silveira (URI/CEBRAP)

2 A Ética e a Sociedade Técno-Científica
Situação Paradoxal: 1) Necessidade de uma ética universal (princípios universais de convivência) em razão das conseqüências tecnológicas promovidas pela ciência (planetarização). Ex: Problemas ambientais, econômicos, tecnologia genética. 2) Impossibilidade de estabelecimento de uma ética universal em razão da supremacia da lógica do cientificismo que não julga como objetivo os juízos morais (normas morais).

3 Pesquisa entre cientistas da área biomética revela corrupção da ciência pelo financiamento privado
Pesquisa da fundação Health Partnes com médicos e biólogos do Instituto Nacional de Saúde dos EUA revelou que: + de 25% declarou ter feito registros inadequados de suas pesquisas: 2% inventaram dados; 6% esconderam dados; 8% ignoraram regras de proteção a sujeitos experimentais humanos; 13% usaram dados falhos;

4 Corrupção da Ciência pelo Financiamento Privado
15,5% dos pesquisadores declararam ter mudado o projeto, a metodologia ou os resultados de um estudo em resposta a pressões de uma fonte de financiamento privado (laboratório farmacêutico, fabricante de alimentos). Fonte: Revista Nature, junho/2005.

5 Esfera Moral 1)Sentimento Moral: Ex: Indignação (contra tortura) = julgamento de algo como incorreto 2)Juízo Moral: Adequação de um caso a uma Regra Moral (bom-mau). É um julgamento (racional).Pressupõe o sentimento moral.(Absolutos ou Relativos.) 3) Princípios Morais: Orientam (fund.) os juízos. Desacordo Moral Contemporâneo: Fragmentação do Discurso Moral = Pontos de vista morais contraditórios Exemplos do Problema:Eutanásia, Aborto, Ecologia, Justiça, Próximas Gerações, Tecnologia Genética: como se escolhe sobre ser favorável ou contrário?

6 Resposta pela Negativa:
Não é mais possível fundamentar nossos juízos morais: 1) Religiosamente (Religião - Deus) ou qualquer âmbito heterônomo 2) Aprioristicamente = Razão (consciência monológica) 3)Empiricamente = Ciência. Independência dos juízos normativos em relação aos juízos empíricos: Os Fatos não fundamentam as Normas (Ser/Dever Ser)

7 Nível da Motivação Moral
1) Quais os motivos para comprometermo-nos enquanto membros de uma comunidade moral? .Comunidade Moral: Mútua exigência recíproca com relação ao (a um) conceito de bem. Sem comprometimento desaparece a possibilidade de aprovação e crítica, o que faz desaparecer os sentimentos morais = instrumentalização do outro = impossibilidade de responsabilização. 2) Motivos para agir moralmente: Escolha entre Egoísmo e Altruísmo .Se eu quero (vontade), implica eu tenho que (obrigação)

8 Princípios Éticos Universais: Dois Modelos de Fundamentação
Princípio Utilitarista: Melhor conduta é que proporciona a maior felicidade (satisfação) para o maior número. -Problema: reduziu à soma (adições e subtrações de felicidade e miséria) as questões morais. Princípio do sacrifício. -Sociedade: É a soma dos indivíduos. -Razão: Calculativa (instrumental) = cálculo de riscos e benefícios = lógica subjetivista (egoísta) -É a ideologia do capitalismo: dá conta do crescimento sem resolver a questão moral da partilha.

9 Princípios Éticos Universais: dois modelos de fundamentação
2) Princípio do Imperativo Categórico (kantiano): A conduta moral (melhor conduta) é aquela que pode ser universalizada e que não instrumentaliza ninguém. -Sociedade: sistema de cooperação. -Indivíduo: membro cooperativo da sociedade -Razão (Prática): Moral = Razoável

10 Ética do Respeito Universal e Igualitário
Idéia de um ser humano bom = parceiro da cooperação. Reconhecimento do outro como sujeito de direitos iguais: A) Implica em Obrigação (negativas e positivas) B) Que correspondem a Direitos (negativos: políticos e civis e positivos: sociais e econômicos

11 Responsabilidade Ética na Ciência (Universidade): Instância de Veridição
“A vida talvez fosse mais simples, mas também menos séria, se a moral fosse uma parte de mim, assim como meu coração ou minha espinha. Pensar para si a moral de maneira tão heterônoma é prova de uma falta de confiança, primeiro, no próprio querer-ser-assim e também no querer-ser-assim dos outros” (TUGENDHAT, 2000: 105).