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TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE

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Apresentação em tema: "TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE"— Transcrição da apresentação:

1 TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE
Universidade Federal do Rio de Janeiro Laboratório de Pesquisas e Estudos em Psicopatologia e Subjetividade Coordenador: Octavio Domont de Serpa Junior. Curso de Psicopatologia Especial TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE Iraneide C. Oliveira

2 Questões preliminares:
O diagnóstico de Transtornos da Personalidade bem como os debates sobre este conceito está mais presente na literatura nos últimos anos A noção de “personalidade” em si, não gera tanto interesse Atribui-se o interesse atual, em parte, a: - correspondência entre esse diagnóstico e a procura de conceitos biologizantes no campo da psiquiatria; - procura de territórios para pesquisa; - procura de um campo maior para intervenções medicamentosas e psicoterápicas. O diagnóstico de Personalidades Patológicas pode ter como uma das justificativas o interesse psiquiátrico Forense 2. A noção de personalidade (supostamente o ponto de partida dos TP). Em geral os autores aceitam a definição dos TPs dada nas classificações oficiais em vigor, ou propõe outras, sem achar necessário definir a personalidade em si. São referidas dezenas (até Allport ) ou centenas (em Alonso Fernandes) de definições de personalidade. A personalidade é tratada como resultante da doença, como uma complicação da doença afetiva (Akiskal, Akiskal, 1983) 4. Pela necessidade de se situar condutas anormais, em geral anti-sociais, praticadas por pessoas sem doenças qualificadas que as tornem incapazes de entender a natureza de seus atos ou de controlá-los.

3 O Conceito de Personalidade
“conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características individuais, em sua relação com o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência” (Bastos 1997) Ressalta-se uma dimensão essencial do conceito de personalidade que é seu duplo aspecto: relativamente estável ao longo da vida do indivíduo e relativamente dinâmico, sujeito a modificações, dependendo de mudanças existenciais ou alterações neurobiológicas. A estrutura da personalidade mostra-se essencialmente dinâmica, podendo ser mutável – sem ser necessariamente instável – e encontrar-se em constante desenvolvimento.

4 “Ao estudarmos a personalidade é importante estar atento à complexidade do tema, à sua dimensão multifacetada e à facilidade com que se cometem erros e simplificações ao se tentar desvendar os mistérios da personalidade humana”. Paulo Dalgalarrondo Person-al-idade Origem etimológica: person do latim persona – máscara, personagem, pessoa, indivíduo personal do latim personalis – pessoal personalidade do latim tard. personalitate – caráter ou qualidade do que é pessoal: pessoalidade A origem etimológica ilumina a dimensão complexa do conceito e a sua dimensão multifacetada. Person – elemento de composição. Personal (elemento de composição – prefixo) – (novo Aurélio – Sec. XXI Ed. Nova Fronteira) A máscara que cobria o rosto dops cômicos em Roma ao representarem os diferentes personagens de uma pessoa. Paulo Dalgalarrondo Aspectos relacionados a personalidade e a sua expressão: Constituição corporal: é o conjunto de propriedades morfológicas, metabólicas, bioquímicas, hormonais, etc. transmitidas aos indivíduos principalmente pelos mecanismos genéticos. Temperamento: é o conjunto de particularidades psicofisiológicas e psicológicas inatas, que diferenciam um indivíduo do outro e que são determinados por fatores genéticos ou constitucionais precoces. Caráter: é a soma de traços de personalidade, expressas no modo básico do indivíduo reagir perante a vida, seu estilo pessoal, formas de interação social, gostos, aptidões, etc. O temperamento não deve ser confundido com o caráter, pois o temperamento é algo básico e constitutivo do indivíduo, enquanto que o caráter traduz-se pelo tipo de reações predominantes do indivíduo frente às diversas situações e estímulos do ambiente.

5 A personalidade e seu desenvolvimento:
Para Freud, a constituição de personalidade passa pelas vicissitudes da libido (energia sexual), pelo seu desenvolvimento em diversas fases, pelo modo como se estrutura o desejo inconsciente e os modos como o eu lida com seus conflitos e frustrações libidinais. Na concepção freudiana a trama estrutural inconsciente de amor, ódio e temor de represália em relação aos pais, o O complexo de Édipo é de especial importância. A personalidade do adulto vai se formar pela introjeção (basicamente inconsciente) dos relacionamentos que se estabelecem no interior das relações familiares, em particular da criança pequena com os seus pais, e desses com ela. As fixações infantis da libido e a tendência à regressão(a esses pontos de fixação) acabam por determinar tanto os tipos de neuroses, como o perfil de personalidade do adulto.

6 Transtornos da Personalidade
Para K. Schneider, psiquiatra alemão, estes seriam os elementos centrais dos TP H. Ey não apresentava uma categoria de distúrbios da personalidade. Thorley (1986) no capítulo “Neuroses e desordens de personalidade” (Diseases or Illness, p.197). Cita Lewis (1953) advertindo que não podemos equiparar doença com desvio social ou desajuste.

7 Transtornos da Personalidade
CONCEITO Insanidade moral “moral insanity” de Prichard (1835) Personalidades psicopáticas de Kurt Schneider (1923) “ ... Sofre e faz sofre a sociedade; ...não aprende com a experiência...” Distúrbios da pessoa, do caráter, da personalidade, mania sem delírio, monomania instintiva de Morel, psicopatia perversa – H. Ey (1963) Thorley (1986) “ ... as desordens de personalidade podem não merecer rigorosamente ser consideradas como doença” O Tratado de Psiquiatria de Talbott e cols. (1992), o de Louzã Neto e cols.(1955) contém capítulos com a entidade nosológica “transtornos da personalidade” Para K. Schneider, psiquiatra alemão, estes seriam os elementos centrais dos TP H. Ey não apresentava uma categoria de distúrbios da personalidade. Thorley (1986) no capítulo “Neuroses e desordens de personalidade” (Diseases or Illness, p.197). Cita Lewis (1953) advertindo que não podemos equiparar doença com desvio social ou desajuste.

8 O conceito de personalidade anormal e psicopática – classificação
Kurt Schneider O conceito de personalidade anormal e psicopática – classificação “ das personalidades anormais distinguimos como personalidade psicopáticas aquelas que sofrem com sua anormalidade ou que fazem sofre a sociedade” “ são variações determinadas por disposições, mas amplamente sujeitas a manifestações provocadas pelo desenvolvimento e pelas oscilações de seu fundamento básico e pelas influências de condições, vivências em sentido lato” Personalidade para K.Schneider compreende os sentimentos, as tendências não corpóreas e a vontade. As personalidades anormais são variações de uma faixa média que se tem em mente. O critério do termo médio não é uma norma de valor. Entre as personalidades anormais e e os estados classificados como normais há transições sem limite algum. K.S. não relaciona as personalidades anormais como mórbidas pois não as relaciona com enfermidades ou malformações. O conceito de disposições para K.S. é amplo porém não inclui disposições hereditárias.

9 Personalidades psicopáticas: Hipertímicos Depressivos
Inseguros de si mesmos Fanáticos Carentes de afirmação Instáveis de ânimo Explosivos Insensíveis Abúlicos Astênicos “...em razão da multiplicidade das configurações e combinações individuais, é muito raro que uma qualidade só predomine tanto e caracterize uma pessoa a ponto de se poder designá-la corretamente por ela...” “Uma vez que as qualidades escolhidas para designações são apenas algumas entre muitas outras e sempre relativas ao sentido e propósito da análise, é tão difícil por isso uma descrição clara dos tipos psicopáticos”

10 Fatores Psicoanalíticos.
Etiologia: Fatores genéticos Um estudo com pares de gêmeos realizado nos EEUU evidenciou que em gêmeos monozigóticos a concordância para transtornos de personalidade era várias vezes maior do que para gêmeos dizigóticos. Fatores biológicos Hormonal – pessoas com traços impulsivos demonstram freqüentemente Altos níveis de testosterona, 17-estradiol e estrona. Plaquetas Monoamino Oxidase – Observou-se um nível baixo de MAO em pacientes com transtorno esquizotípico. Neurotransmissores – Observou-se níveis baixos de um metabólito da serotonina o acido 5-hidroxindolacético (5-HIAA) em pessoas impulsivas e agressivas como também em pessoas que tentaram suicídio. Eletrofisiologia – Foram observadas alterações na condutância elétrica no EEG. Fatores Psicoanalíticos. Mecanismos de Defesa – Fantasias; dissociação; isolamento; projeção; agressão passiva; atuação. Estudos recentes de neuroimagem identificam as regiões do cortex orbito frontal, a amigdala e o hipotalamo como relacionadas ao tipo borderline. O neurotransmissor implicado neste transtorno é a serotonina (baixos níveis)

11 Com as classificações dos transtornos mentais iniciadas
em 1980, por ocasião do surgimento do DSM-III, os transtornos de personalidade adquirem um novo status e novos caminhos.

12 Os Transtornos de Personalidade são considerados como “padrões
DSM – IV (1994) Os Transtornos de Personalidade são considerados como “padrões persistentes de experiência íntima e comportamento, que se desviam acentuadamente das expectativas do ambiente cultural do indivíduo, sendo permanentes e inflexíveis, iniciados na adolescência ou começo da vida adulta, estáveis no tempo e conduzindo a mal-estar ou alterações de conduta”. Para o diagnóstico de cada um dos tipos de TP são propostos critérios operacionais. São dez tipos de TP agrupados em três categorias: Paranóide, Esquizóide, Esquizotípica; Anti-social, Limítrofe (Borderline), Histriônica, Narcisista; Esquiva, Dependente, Obsessivo-Compulsiva. American Psychiatric Association Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disosrders (DSM – IV) – É um manual de nosologia, contém a nomenclatura oficial usada por psiquiatras e outros profissionais de saúde nos EEUU

13 TP- DSM IV categoria A Paranóide Esquizóide Esquizotípica

14 CID – 10 (1993) Transtornos de Personalidade – características:
1. Surgimento precoce e tendência a permanecer estáveis ao longo da vida 2. Manifestam comportamentos e reações afetivas desarmônicas, envolvendo vários aspectos da vida do indivíduo Estabilidade e longa duração do padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e volitivas, não limitado ao episódio de uma doença mental O padrão anormal inclui muitos aspectos do psiquismo e da vida social do indivíduo Padrão comportamental mal-adaptativo São condições não relacionadas diretamente à lesão cerebral evidente ou a outro transtorno psiquiátrico Levam a algum grau de sofrimento (angustia, solidão, amargura, sensação de fracasso pessoal, dificuldades nos relacionamentos,etc.) Geralmente contribuem para um mal desempenho ocupacional e social Classificação Internacional de Doenças e Problemas relacionados a Saúde da Organização Mundial da Saúde. A CID - 10 é a classificação atual de transtornos mentais da OMS.

15 TP – CID 10 Capítulo F 60 – F 62: Transtornos específicos de personalidade, transtornos de personalidade, mistos e outros, e alterações permanentes de personalidade. F 60: os transtornos específicos de personalidade com 8 subtipos sendo que o subtipo 3 apresenta duas subdivisões (tipo impulsivo e tipo borderline). F61: classifica dois tipos de TP: mistos e alterações importantes. F62: Alterações permanentes de personalidade não atribuíveis a lesão ou doença cerebral. Este capítulo trata ainda dos transtornos de hábitos e impulsos, identidade sexual, preferência sexual, comportamentos associados ao desenvolvimento e orientações sexuais.

16 F60.0 Transtorno de personalidade paranóide
F60.1 Transtorno de personalidade esquizóide F60.2 Transtorno de personalidade anti-social F60.3 Transtorno de personalidade emocionalmente instável F60.30 Tipo impulsivo F60.31 Tipo borderline (limítrofe) F60.4 Transtorno de personalidade histriônica F60.5 Transtorno de personalidade anacástica F60.6 Transtorno de personalidade ansiosa (de evitação) F60.7 Transtorno de personalidade dependente F60.8 Outros transtornos de personalidade F60.9 Transtornos de personalidade, não especificado

17 Transtorno de personalidade paranóide

18 F60.0 Transtorno de personalidade paranóide
Sensibilidade excessiva a contratempos e rejeições; tendência a guardar rancores; desconfiança e uma tendência invasiva a distorcer experiências por interpretar erroneamente as ações; Obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real; Suspeitas recorrentes, injustificadas, com respeito à fidelidade sexual do parceiro; Tendência a experimentar autovalorização excessiva, numa atitude persistente de auto-referência; Preocupação com explicações “conspiratórias”, não substanciadas. A prevalência dos transtornos de personalidade paranóide é de 0.5 a 2.5% da população em geral. É mais comum em homens do que mulheres.

19 para os homens em relação as mulheres.
F60.1 Transtorno de personalidade esquizóide Poucas atividade produzem prazer; Frieza emocional, embotamento afetivo; Capacidade limitada para expressar sentimentos; Indiferença aparente a elogios ou críticas; Pouco interesse por experiências sexuais com outra pessoa; Preferência por atividades solitárias; Preocupação excessiva com fantasia e introspecção; Falta de amigos íntimos ou confidentes; Insensibilidade marcante para com normas e convenções sociais. A prevalência do transtorno de personalidade esquizóide não está bem estabelecida. Estima-se em 7.5% da população geral. Alguns estudos referem uma relação de 2:1 para os homens em relação as mulheres.

20 Transtorno de personalidade anti-social (sociopatia)

21 F60.2 Transtorno de personalidade anti-social (sociopatia)
Indiferença pelos sentimentos alheios; Atitude persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais incapacidade para manter relacionamentos embora não haja dificuldades em estabelecê-los. Baixa tolerância a frustração e baixo limiar para descarga de agressão, incluindo violência. Incapacidade para experimentar culpa e de aprender com a experiência. Propensão marcante para culpar o outro ou para oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que levou o paciente a conflito com a sociedade.. A prevalência do transtorno de personalidade anti-social é de 3% para o sexo masculino e de 1% para o feminino. Na população carcerária é maior do que 75%.

22 Transtorno de personalidade emocionalmente instável
O paciente border tolera mal as separações, vivenciando-as como abandono e rejeição. Nos relacionamentos identifica-se uma fase de idealização com uma valorização extrema da outra pessoa, para, num segundo momento, ao menor deslize, essa mesma pessoa passa a ser vista como um demônio. Splitting (cisão) considerado como uma “defesa primitiva” Comportamento pendular. Transtorno de personalidade emocionalmente instável

23 F60.3 Transtorno de personalidade emocionalmente instável
Tendência marcante a agir impulsivamente sem consideração das conseqüências, junto com instabilidade afetiva (impulsividade e falta de controle). Inclui dois subtipos: F60.30 Tipo impulsivo As características predominantes são instabilidade emocional e falta de controle de impulsos. F60.31 Tipo borderline (limítrofe) Instabilidade emocional intensa; sentimento crônico de vazio;instabilidade nos relacionamentos pessoais oscilando entre“paixão” ou “amizade” para “ódio” e “rancor” profundos; esforço para evitar abandono, dificuldades sérias em relação a auto-imagem, aos objetivos e preferências; atos repetitivos de autolesão, envolvendo-se em atuações perigosas; atos suicidas repetitivos. O paciente border tolera mal as separações, vivenciando-as como abandono e rejeição. Nos relacionamentos identifica-se uma fase de idealização com uma valorização extrema da outra pessoa, para, num segundo momento, ao menor deslize, essa mesma pessoa passa a ser vista como um demônio. Splitting (cisão) considerado como uma “defesa primitiva” Comportamento pendular. Estima-se em 1 a 2% da população, duas vezes mais comum em mulheres do que em homens.

24 Transtorno de personalidade histriônica

25 em mulheres do que em homens.
F60.4 Transtorno de personalidade histriônica Dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções; Sugestionabilidade aumentada, facilmente influenciável; Afetividade superficial, pueril e lábil; Busca contínua de atenção e apreciação pelos outros, que ser o centro das atenções; Sedução inapropriada em aparência e comportamento; Erotização de situações a princípio “não eróticas”; Infantibilidade, tendência a reações infantis. Prevalência na população em geral de 2 a 3%. É diagnosticado com mais freqüência em mulheres do que em homens.

26 F60.5 Transtorno de personalidade anacástica ou obsessiva
Sentimentos de dúvida e de cautela excessivas; Preocupação com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas; Perfeccionismo que interfere com conclusões de tarefas; Consciencioso em excesso, escrupulosidade e preocupações indevidas com produtividade com exclusão do prazer e das relações pessoais; Pedantismo e aderência excessivos às convensões sociais; Rigidez e teimosia; Insistência não razoável para que os outros se submetam à sua maneira de fazer as coisas; Intrusão de pensamentos ou impulsos insistentes e inoportunos. A prevalência deste transtorno é desconhecida. É mais comum em homens do que em mulheres

27 F60.6 Transtorno de personalidade ansiosa (de evitação)
Sentimentos persistentes e invasivos de tensão e apreensão; Crença de ser socialmente inepto, desinteressante ou inferior; Preocupação excessiva em ser criticado ou rejeitado; Relutância em se envolver com pessoas; Restrições no estilo de vida devido a necessidade de segurança física; Evitação de atividades sociais e ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo com medo de desaprovação ou rejeição.

28 F60.7 Transtorno de personalidade dependente
Encorajar ou permitir que outros tomem a maioria das decisões importantes da vida do indivíduo; Subordinação de suas necessidades àquelas dos outros dos quais é dependente, aquiescência aos desejos desses. Relutância em fazer exigências ainda que razoáveis às pessoas que depende; Sentir-se desconfortável ou desamparado quando sozinho; Preocupações com medo de ser abandonado e ter que cuidar de si; Capacidade limitada para tomar decisões cotidianas.

29 F60.8 Outros transtornos de personalidade
Inclui: Transtorno de personalidade narcísico, excêntrica, imatura, passivo-agressiva e psiconeurótica

30 Críticas às classificações adotadas pela OMS e APA:
Não existem dados empíricos, nem experiências clínicas de consenso. Como são formulados, os TP aumentam a prevalência e a morbidade. Os modelos seriam dimensionais e não categoriais. Louis Cahrland assinala que o grupo B da DSM para TP – Anti-social, Borderline, histriônico, narcísico seriam mais uma condição moral do que clínica, centrando sua argumentação na análise da terminologia utilizada nos critérios da DSM (desonesidade, irresponsabilidade, pretenciosos, imprudente, teatral, inadequado, arrogante, etc.) Potter comenta que a maior parte dos cuidadores de TP borderline tendem a julga-los mais do campo moral o que os impossibilita de empatizar com eles. Validação do conceito Até que ponto os TP são distúrbios psíquicos? É possível falar de um contínuum? A validação desta categoria convence? No modelo dimensional poderíamos falar de um contínuum entre personalidades marginais, TP, doenças. Os TP poderiam ser um fator predisponente, ou conseqüência, ou forma atenuada de doença mental, ou categorias nosológicas independentes. Os critérios propostos s~]ao estabilidade, permanência, inclusão de todas as áreas da personalidade (cognição, humor, comportamento, estilo pessoal); o fato de criarem situações problemáticas, reações aversivas por parte dos outros, sofrimento.

31 Limitações e objeções às definições de TP (Cloninger, 1987)
Cada indivíduo teria traços característicos para vários tipos de TP. A separação entre traços de personalidade desajustada e TP seria arbitrária, por causa dos diferentes estilos cognitivos e sociais, que encaram diferentemente os graus, a natureza e a gravidade do desajustamento. A adaptação depende de variáveis situacionais e temperamentais. O mesmo temperamento pode levar a um ajuste bom em certas situações, e desabilidade e mal-estar em outras. Condutas tipicamente escolhidas como critério de adaptação em certas culturas, podem ser vistas como indesejáveis em outras.

32 Comorbidades – relação com outros transtornos
O Tipo Borderline está associado em mais de 90% com outros transtornos O Tipo Borderline é encontrado em até 50% associado ao Tipo histriônico O temperamento melancólico sugere vulnerabilidade para depressão, a doença seria expressão de uma descompensação (Tellenbach, 1961) Traços de personalidade pré-mórbida e intermorbidade, como o tipo melancólico, poderiam ser associados com a depressão endógena (Stanghellini, Mundi, 1997) Para a DSM haveria dificuldades de diagnosticar os limites entre personalidade depressiva e distimia. Os TP constituem risco maior de suicídio, porém a comorbidade usual impede identificar realmente a dimensão do fator de risco. As relações entre TP e outras doenças psíquicas são mal definidas. Kraepelin considerava o temperamento depressivo como uma forma menor de PMD Schneider descrevia uma psicopatia depressiva, mas não ligava a PMD. Os TP instável emocional, impulsivo, limítrofe, anancástico estão relacionados com o risco de suicídio.

33 Nos termos atuais, as alterações de personalidade não despertam mais
interesse, como acontecia antes, quando, como dado semiológico, poderia nos ajudar a entender melhor o diagnóstico do transtorno, psicótico ou neurótico.O diagnóstico de TP é valorizado em si, não em função de outras alterações, em relação às quais è encarado como comorbidade. Na etiologia das esquizofrenias, também poderiam participar mecanismos psicológicos, mediados por fatores de personalidade, genéticos ou ambientais. Porém o desajuste marcado pelos traços pessoais poderia ser conseqüência do processo esquizofrênico. A literatura é inconclusiva. (Tien, Eaton, 1992; Malmberg e cols. 1998)

34 Os Transtornos de Personalidade para a Psiquiatria Forense
Os TP são considerados em psiquiatria forense como uma perturbação da saúde mental Examina-se a capacidade de entendimento e determinação de um indivíduo com TP, em relação a um ato criminoso específico praticado por ele. Em termos jurídicos, os indivíduos com TP podem ser enquadrados na imputabilidade ou semi-imputabilidade, na dependência de terem ou não comprometida a capacidade de determinação para o delito analisado. A inimputabilidade não se aplica a portadores de tais transtornos. As perturbações da saúde mental diferem das doenças mentais do ponto De vista forense, pelo tipo e pelo grau de interferência que exercem na capacidade de um indivíduo de estar e se relacionar na sociedade. Situações especiais como co-morbidades psiquiátricas ou dependência de drogas em níveis alarmantes, devem ser especificamente estudadas. A categoria Transtornos de Personalidade não permite eliminar as dúvidas numa avaliação jurídica

35 Tratamento Difícil adesão aos tratamentos
A farmacoterapia é um auxiliar do tratamento psicoterápico que na maioria dos casos é o tratamento principal. Difícil adesão aos tratamentos Importância do relacionamento médico-paciente A psicoterapia de base dinâmica tem sido estudada em pacientes borderlines. As psicoterapias de base comportamentais parecem dar os melhores resultados. Preconiza-se para os pacientes borderlines o uso de IRS Os TP evitadores de ansiedade respondem bem aos ansiolíticos Os TP esquizóides respondem bem a neurolépticos. Abordagem dimensional para utilização de psicofármacos A psicoterapia de longa duração mostra bons resultados tanto para borders quanto para TP narcísica. O relacionamento médico-paciente é de particular importância na utilização de medicamentos. È importante conhecer o paciente para aumentar a capacidade de prever seu comportamento. A abordagem dimensional implica em tratar “sintomas-alvo” (target-symptoms) que podemos dividir os sintomas-alvo em: sintomas psicóticos; raiva/agressividade/impulsividade; sensibilidade à rejeição; sintoma e/ou síndrome depressiva. Lembrar que os benzodiazepinicos em pacientes border parecem ter um efeito desinibitório que lembra a ação de bebidas alcoólicas. Os principais psicofármacos utilizados no manejo dos pacientes border são os antipsicóticos, antidepressivos, benzodiazepinicos e anticonvulsivantes. Pesquisas de um determinado aspecto dão resultados contraditórios por causa das falhas dos critérios usados para selecionar os casos para estudo

36 Controvérsias e debates atuais sobre o conceito de TP
Estudos recentes de caráter longitudinal com pacientes diagnosticados com TP sugerem que o critério básico para de diagnóstico para TP – o modo de atuar, pensar e sentir enquanto um padrão permanente e estável não é tão estável, que este seria mais uma suposição do que uma evidência empírica. Diversos autores propõem que os TP, sejam incluídos no eixo I da DSM e que o eixo II se destine a uma avaliação global da personalidade tanto nos seus aspectos saudáveis quanto disfuncionais. Conceituar TP é extremamente complexo pois envolve o EU do sujeito e sua evolução ao longo da vida, a sociedade e suas mudanças e a Interação entre ambos.

37 Bibliografia Átopos – saúde mental, comunidade e cultura – Condutas Psicopáticas - num. 5 Madri, Exlibres Ediciones, S.L., 2006 Bueno, J.R., Nardi, A.E. (org.) Diagnóstico e Tratamento em Psiquiatria – Rio de Janeiro: MEDSI Editora Médica e Científica Ltda., 2000 Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas – Coord. Organiz. Mund. da Saúde; tradução Dorgival Caetano – Porto Alegre:– Artes Médicas,1993 Dalgalarrondo, P. – Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais / Paulo Dalgalarrondo. – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000 Sadock, Benjamin J. – Kaplan & Sadock´s synopsis of psychiatry: behavioral sciences, clinical psychiatry 9th ed. Philadelphia, USA: Lippincott Williams & Wilkins, 2003 Schneider, K. Psicopatologia Clínica. 2ª ed. Ed. Mestre Jou S.P., 1976 Sonenreich, C., Estevão, GG., Silva Filho, L.M.A. Psiquiatria: propostas, notas, comentários – São Paulo: Lemos-Editorial, 1999 Taborda,J.G.V.; Chalub, M.; Abdala-Filho,E. (org.) Psiquiatria Forense – Porto Alegre: Artmed, 2004.


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