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A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas

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Apresentação em tema: "A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas"— Transcrição da apresentação:

1 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Vilém Flusser A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas

2 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Vilém Flusser nasce em 1920 em Praga. Começa a estudar filosofia em 1939, mas é obrigado a deixar seu país por causa da perseguição nazista. Muda-se inicialmente para a Inglaterra e em seguida vem ao Brasil, onde trabalha com comércio até 1959

3 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
A partir do começo dos anos 60 inicia e ensinar filosofia, em especial filosofia da linguagem e da ciência. Escreve para jornais como Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. Em 1972 deixa o Brasil por questões políticas e vai morar na França, onde continua com suas atividades culturais

4 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Torna-se conhecido como filósofo da mídia. Morre em 1991 em decorrência de um acidente de trânsito perto de Praga, cidade para a qual estava voltando depois de 52 anos para proferir palestra sobre o neonazismo.

5 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Vamos aqui tentar analisar dois livros. O primeiro famoso no mundo todo “Filosofia da Caixa Preta” , foi escrito em É um resumo de conferências feitas na França e na Alemanha a pedido da European Photography o segundo, publicado dois anos mais tarde, “O Universo das imagens técnicas – elogio da superficialidade”, é uma continuação e aprimoramento do primeiro

6 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
São dois textos bastante difíceis e complexos pela própria maneira que Vilém Flusser tem de filosofar. Ele afirma e se contradiz o tempo todo, num exercício complexo de raciocinar e pensar. A impressão que tenho é que ele leva para seus textos não um pensamento já organizado, mas todo o processo e trabalho intelectual.

7 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
No primeiro livro ele parte de da hipótese de que seria possível observar duas revoluções fundamentais na estrutura cultural: 1. quando o homem “inventa a escrita linear” e portanto, segundo Flusser, a história propriamente dita 2. quando o homem “inventa as imagens técnicas” e inaugura um modo de ser ainda indefinível.

8 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Na “revisão” deste primeiro livro, ele se coloca com um ser inseguro, sem chão, num mundo utópico ( utopia, significa sem chão) frente ao que ao futuro que está imergindo. Lembro que este texto foi escrito em 1985. Segundo ele nos agarramos as imagens técnicas e portanto ele as critica.

9 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Vamos começar pelo Filosofia da Caixa Preta. São nove textos que definem a linha mestra de seu pensamento: a imagem, a imagem técnica, o aparelho, o gesto de fotografar, a fotografia, a distribuição da fotografia, a recepção da fotografia, o universo fotográfico e por fim a necessidade de uma filosofia da fotografia.

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Filósofos já escreveram sobre fotografia. Não podemos esquecer que um dos primeiros textos que se dispôs a compreender o fenômeno fotográfico, foi justamente escrito por um filósofo, Walter Benjamin: “Pequena História da Fotografia”. Aliás alguns estudiosos chegam a comparar os dois filósofos, afirmando que Flusser seria o “Walter Benjamin da pós-história”.

11 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Em cada capítulo ele aponta para conceitos-chaves que vão se somando a medida que adiantamos na leitura. Palavras como: imagem, aparelho,programa e informação. Conceitos que – como ele mesmo escreve – dão origem a novos conceitos

12 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Imagem implica em magia; aparelho em automação, jogo; programa em acaso, necessidade; informação implica em símbolo. São com estes conceitos que ele “brinca” o tempo todo.

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Ao definir imagem ele diz que é uma superfície que pretende representar algo. Que por sua capacidade de abstração nos apresentam a possibilidade imaginativa do homem. Traz a questão da decodificação da imagem que aparentemente pode ter sei significado captado por um golpe de vista.

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Mas, alerta ele. Esta é uma decifração superficial, já que para entender realmente uma imagem é preciso vagar por ela, ou como ele mesmo diz “escanear” uma imagem. “O tempo projetado pelo olhar na imagem é do eterno retorno”. Nesse processo os olhos acabam voltando e se fixando nos aspectos que mais lhe agradam, relações significativas que ele define como “tempo de magia”.

15 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Por que magia? Porque é um tempo que não é linear, existe uma troca entre os elementos. “O caráter mágico das imagens é essencial para a compreensão das suas mensagens. Imagens são códigos que traduzem eventos em cenas” Cena-representação-cenário-ficção.

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“Imagens tem o propósito de representar o mundo” Segundo Flusser o homem, então passa a viver em função das imagens e confunde o mundo como um conjunto de cenas. Daí nasce a idolatria: adoração pela imagens. Atenção: até aqui ele está falando de imagens em geral.

17 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
O homem se esquece da função da imagem, a imaginação se torna alucinação e perdemos a possibilidade de decifrar imagens. Ainda segundo o autor no segundo milênio A.C. esta alucinação teria atingido seu apogeu. Pessoas passaram a “rasgar imagens” a fim de recolocá-las em seu lugar de origem, dando início, ou inventando a “escrita linear” e a partir daí criar a consciência histórica.

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Ou seja sair do tempo circular para um tempo linear: a escrita contra a imagem. Em decorrência disso vamos entrar na sociedade que adora textos, da mesma forma que adorava imagens. O texto como portador da história. Lembro vocês de quão pouco as ciências humanas ainda fazem parte da imagem como fonte primária.

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Seguindo nesta linha de raciocínio, em seguidas vem as imagens técnicas: imagens produzidas por aparelhos. “Imagens técnicas são produto indireto dos textos – o que lhe confere posição histórica e ontológica diferente das imagens tradicionais” Imagens tradicionais são pré-história e as técnicas pós-história.

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Enquanto as imagens tradicionais estavam ligadas a uma necessidade de decifração por sua característica mágica, as técnicas aparentemente não precisam ser decifradas, já que seu significado se imprime de forma automática sobre a superfície como uma impressão digital. “o dedo é o significado e a imagem o efeito”

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Seu caráter aparentemente não simbólico e objetivo faz com que o observador as olhe “como janelas e não como imagens”. O que o Vilém Flusser quer nos dizer é da transformação da percepção: ou seja a partir da imagem técnica, portanto fotografia, tenho transformações sócio-culturais. As imagens técnicas não são percebidas como imagens, mas como visões de mundo.

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Portanto magia x realidade. Ao compreendermos uma imagem técnica seremos então capazes de compreender seu significado que é o de transformar textos em imagens. Portanto não idéias, mas conceitos. O conceito passa a ser o significado de uma imagem.

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Mas ele também nos lembra de um paradoxo. Como não são janelas, mas imagens, as imagens técnicas também são cenas, também são magia e portanto projetam magia sobre o mundo. O que ele entende por magia? Simbólico!

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Magias diferentes porém. O fascínio pela fotografia, televisão e cinema não é o mesmo da imagem impressa nas cavernas. Isso porque existe na nossa cultura um nível de historicidade. Partindo destas premissas da transformação da cultura com a criação da escrita e em seguida da imagem técnica é que ele desenvolve a necessidade de uma filosofia da fotografia.

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Isso porque é necessário de uma nova forma de abordar e entender esta imagem que ate determinado ponto, está à mercê de um aparelho que obviamente tem suas limitações e que conseqüentemente limita a produção livre de uma imagem. Ao mesmo tempo o aparelho por ser programado atua casualmente.

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O instrumento passa a ser modelo de pensamento. “A partir do momento que a fotografia passa a ser modelo de pensamento, muda a própria estrutura da existência, do mundo e da sociedade”.

27 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Ao comprar uma câmara fotográfica não estou só comprando plástico ou aço, mas a possibilidade de realizar fotografias. Por isso os aparelhos baixam de preço tornando-se muitas vezes até gratuitos. O que vale é a possibilidade virtual de criar uma imagem técnica. A informação e não o objeto é que tem valor. Segundo ele.

28 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
“As fotografias significam conceitos programados visando programar magicamente o comportamento do de seus receptores” “Na verdade não é isso que acontece, visto que ingenuamente são percebidas como cenas que se imprimem automaticamente sobre superfícies”

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É preciso pois decifrá-las para entender o que os conceitos significam. Para esta operação é preciso levar em conta a ambigüidade do código fotográfico: “a intenção do aparelho prevalece sobre a intenção humana”. O que ele que dizer com isso? Que limitações tecnológicas também fazem parte da fotografia.

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Outra questão que ele aborda é o contexto onde estas imagens são vistas. Por onde elas circulam e como elas são decifradas a partir deste contexto. Mas ele ainda nos relembra de que a fotografia, como objeto, não tem nenhum valor: são folhas! O valor está na informação que transmite

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Quadro x fotografia (objetos) Esta seria uma das características da pós-história ou melhor da época pós-industrial: o que queremos é informação e não objetos. Questão amplamente discutível, mas que vale a pena refletir sobre isso. Jogamos folhetos e jornais e revistas, mas também rasgamos e guardamos fotografias vistas nos jornais e revistas.

32 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
De novo: uma transformação cultural. A mídia como formadora de cultura. A semiótica também afirma isso. Por estas questões, citadas aqui, é que Vilém Flusser defende uma filosofia da fotografia como uma tentativa de conscientizar sobre a práxis da fotografia.

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“é a possibilidade de se viver livremente num mundo programado por aparelhos. Reflexão sobre o significado que o homem pode dar à vida, onde tudo é acaso estúpido, rumo a morte absurda. Assim vejo a tarefa da filosofia da fotografia: apontar o caminho da liberdade”

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Já no segundo livro, que complementa a filosofia da caixa preta, ele retoma alguns destes conceitos, ampliando porém sua abrangência, visto que o primeiro foi aceito e divulgado, segundo ele próprio de forma ingênua como se fosse um livro sobre a fotografia. Na verdade ele estava falando da cultura mediática.

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Das conseqüências na sociedade geradas pela proliferação das imagens tecnológicas. Embora tenha sido escrito em 1985, antes desta verdadeira proliferação de imagens técnicas ou tecnológicas, o livro já aponta para a imagem digital. Neste os capítulos não são temas, mas verbos como: abstrair, concretizar, tatear, imaginar, apontar, circular, dispersar, programar, dialogar, brincar, criar, preparar, decidir, dominar e encolher.

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Em quase todos os capítulos ele retoma os conceitos-chaves que já vimos, mas de forma mais aprofundada. Uma das melhores frases do livro, na minha opinião, está no final, quando ele escreve: “quem prevê não vê o que se aproxima, mas vê a direção rumo a qual o presente se afasta”.

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Por que esta frase, porque é um deslocar do pensar. Ao prever não digo o que virá mas para onde iremos. Neste livro retoma a questão da imagem pós-escrita, mas não mais feita de planos e superfícies e sim de pontos, grânulos e pixels. Uma imagem sem dimensão, que vive na superficialidade.

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39 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
De novo, um impacto na cultura, no contexto e na forma da recepção das imagens. Mais uma transformação. O elogio da superficialidade não significa o vulgar, o não aprofundado (embora seja isso sim, de certa forma) mas a questão da imagem na tela.

40 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
“Superfície ínfima que me religa a todos os outros, a todo espaço, a todo tempo. A partir dessa concreticidade superficial, posso criar, junto com os outros, o inconcebível o inimaginável. Posso fazer o elogio da superficialidade, o elogio da criatividade concreta”

41 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Ele aqui traz os conceitos da sociedade do espetáculo, dos presentes-continuos, da sociedade de consumo e conseqüentemente da alienação. As imagens da mídia passam a ser os sonhos da massa. Pessoas que pensaram por mim e que ele chama de “imaginadores’.

42 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
Para ele imagens técnicas não são vetores de significados visto que não espelham. Elas são projeções, projetam significados. É o projeto que significa. Portanto questões como realismo e idealismo não se colocam quando falamos das imagens técnicas. Portanto tudo se torna repetível. Por isso o domínio do espetáculo.

43 A filosofia da fotografia e o universo das imagens técnicas
“Nos dias de hoje as imagens se tornam cada vez mais fiéis (mostram como nos comportamos efetivamente) e nós nos tornamos sempre mais fiéis às imagens (comportamo-nos efetivamente conforme o programa)”.


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