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CULTURA POPULAR E FOLCLORE NO BRASIL: EM BUSCA DA IDENTIDADE NACIONAL

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Apresentação em tema: "CULTURA POPULAR E FOLCLORE NO BRASIL: EM BUSCA DA IDENTIDADE NACIONAL"— Transcrição da apresentação:

1 CULTURA POPULAR E FOLCLORE NO BRASIL: EM BUSCA DA IDENTIDADE NACIONAL
O entendimento que temos sobre o conceito de cultura muitas vezes está vinculado à ideia de erudição ou ao desenvolvimento intelectual dos indivíduos. Isso ocorre devido às mudanças de perspectivas históricas que o conceito “cultura” é atravessado ao longo da história. Precisamos compartilhar esse conceito numa direção interpretativa que nos leve a entendê-la como tudo aquilo que caracteriza a produção humana. A cultura diz respeito à humanidade como um todo interligado, bem como a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos. Para cada realidade localizada, existem lógicas internas que devemos conhecer para que consigamos identificar os sentidos que pontuam suas práticas, costumes, tradições ou mesmo suas transformações. Neste caso, ao estudarmos as diferentes culturas, é necessário relacioná-las com os contextos em que são produzidas, pois suas manifestações são resultados das suas condições históricas e materiais de sua existência (SANTOS, 1983).

2 O que é Cultura? A cultura tem algumas formas de se manifestar, quais sejam: cultura erudita, cultura popular e cultura de massa. Essas manifestações, normalmente, são compreendidas de forma hierarquizada a partir de alguns critérios socialmente estabelecidos (SANTOS, 1983). Por outro lado, existem estudos que não compartilham com formas hierarquizadas de compreender culturas distintas, pois esse movimento é classificatório e subjuga uma cultura em detrimento da outra.

3 Diversidade Cultural Pensar em diversidade cultural é falar sobre a noção de multiculturalismo. Com essa ideia de cultura, a diversidade cultural é universalmente enriquecedora e necessária. A cultura não pode ser compreendida como uma unidade fechada, coerente e circunscrita em si mesma. Se abandonarmos a ideia de que existem outras culturas, separadas dentro de um mesmo espaço social (nacional), seremos antidemocráticos, racistas e dogmáticos. A diferença de uma noção de cultura para a outra está no mundo que nos rodeia, na diversidade e possibilidade de recriar e ressignificar suas manifestações.

4 Na obra de Marilena Chauí (1994), há reflexões interessantes sobre o surgimento desse conceito. A autora discorre sobre a cultura popular no Brasil com base na necessidade da criação da identidade nacional num processo que integra um misto de conformismo e resistência. A cultura popular no Brasil foi pensada pelo surgimento do movimento nacionalista brasileiro do início do século XX. Para isso, houve uma série de ações que deram vazão ao projeto denominado “Mitologia Verde e Amarela”, que tinha como função desenvolver o nacionalismo popular. A incorporação oficial desse projeto inicia-se em 1964, quando houve uma mudança de perspectiva com relação à produção cultural brasileira, devido ao movimento populista dos anos 1930/40 e que toma força na década de Este processo é ajustado pela visão militarizada da ditadura, na décadas de 60/70. Contudo, a produção da identidade nacional foi conduzida como uma espécie de controle político das expressões culturais que se vinculavam a todas às classes sociais, incluindo as classes médias urbanas (CHAUÍ, 1994).

5 Destacamos o ano de 1982, no qual o Ministério da Educação e Cultura (MEC) inaugura um plano trienal para a cultura e educação, que toma a “Cultura Popular” como carro-chefe na constituição da identidade popular no Brasil. É interessante destacar que a cultura e patrimônio foram valorizados na mesma medida que a educação básica. Patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devem ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade cultural de um povo. O patrimônio é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações vindouras. Do patrimônio cultural fazem parte bens imóveis, tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia a paleontologia e a ciência, em geral. Nos bens móveis, incluem-se, por exemplo, pinturas e esculturas e artesanato. Nos bens imateriais, considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes (conferir em LUIZ CAMARA CASCUDO, 1984).

6 A partir das tensões geradas por esse ideal nacionalista
A partir das tensões geradas por esse ideal nacionalista. Faz-se relevante destacar que grande parte das ações movidas por ideais políticos-ideológicos normalmente são tensionadas por correntes opostas, como uma espécie de resistência ao que se pretende estabelecer como norma. Nesse mesmo período, houve uma corrente de intelectuais, artistas, políticos que resistiam à lógica imposta pelo Estado-Nacionalista Brasileiro. A resistência se dava quanto ao acervo cultural produzido pela/para a elite. A cultura popular surge como forma de conscientizar a população das desigualdades, dos desajustes, das contradições e da alienação social (CHAUÍ, 1994). Mas, e hoje, existe uma política de valorização da cultura brasileira? E para a educação?

7 Nesse contexto, surgem dois tipos de manifestações culturais importantes:a produção da cultura popular e da cultura de massa. Como poderíamos diferenciar essas duas manifestações culturais? É possível identificar a integração da cultura popular com a cultura de massa nos festejos religiosos que são interconectados às festas profanas. O que está em jogo nesse misto cultural? A tradição da Igreja Católica diante da virada cultural popular do misticismo, um misto da cultura branca europeia com a cultura africana. Esse exemplo reflete a integração entre o sagrado e profano num mesmo ritual que envolve produções culturais distintas. Aqui há claramente o exemplo do multiculturalismo agindo de forma integrada.

8 A cultura popular se constitui pela lógica da prática popular
A cultura popular se constitui pela lógica da prática popular. Possui motivos próprios, causas e regras. Por outro lado, a cultura de massa interage com a cultura popular, pelos mesmos ideais e representações. Contudo, a cultura popular consegue reelaborar, reinterpretar a sua produção, enquanto a cultura de massa aparece como instrumento de manobra da classe desfavorecida, é como pensarmos que essa produção se materializa pela indústria cultural e seus produtos (CHAUÍ, 1994). Indústria cultural, termo cunhado por Adorno e Horkheimer que indica a instabilidade social decorrente da instrumentalização da razão. Os autores apontam para um caos cultural instalado devido a industrialização e mercantilização de produtos simbólicos produzidos numa escala universal que aliena e governa nossas ações (Adorno, 2000).

9 A febre do nacionalismo popular fez mover o incentivo à criatividade do povo nas comunidades, tendo como foco a institucionalização dos princípios de educação comunitária e regional. Inicia-se um projeto de valorização das produções culturais em cada região do País. Com isso, ficou claro identificarmos as diferenças “internas” de cada comunidade, ou seja, as manifestações da cultura popular passam por um processo de rastreamento e catalogação. A partir desse momento, começa a valorização do folclore nacional como forma de produção da cultural popular legítima (LARA, 2004).

10 UM ALERTA!!!!!!!! O Ministério da Educação e Cultura toma o movimento de valorização do nacionalismo popular por meio do autoritarismo do Estado nacionalista brasileiro. Com isso, houve a absorção das manifestações da cultura popular, sobretudo foi possível controlá-las. Alguns símbolos que foram escolhidos pelo movimento nacionalista para determinar a identidade do povo brasileiro. Culinária: Feijoada - prato da culinária africana, porém convertido em culinária tipicamente nacional. Música: Samba - ritmo de origem africana praticado nas favelas do Rio de Janeiro. Religião: Os festejos de Nossa Senhora Aparecida foram convertidos em devoção para todo o território nacional, transformando-a na Santa Padroeira do Brasil. Espiritualização: Religiões africanas e seu embranquecimento foi convertido em sincretismo nacional. Esporte: Futebol - o País das chuteiras. (CHAUÍ, 1994)

11 Por que são divulgados esses símbolos e não outros?
Devemos atentar para a divulgação dos signos que se atrelam a identidade nacional, pois eles falam sobre as características do povo brasileiro, de suas peculiaridades, sua capacidade de emitir pronunciamentos (CHAUÍ, 1994). É importante destacar que o jogo de interesse pelo popular se deu à medida que se desenvolviam os movimentos sociais populares de oposição ao Estado, tornando-se necessário contê-los (CHAUÍ, 1994).

12 Folclore Segundo Brandão (1984, p. 30) “[...] o folclore integra os estudos das ciências antropológicas e culturais sendo compreendido, conforme apresenta-se inscrito na carta do Folclore Brasileiro [...] como o estudo da vida popular em toda a sua plenitude”. É com base na coletividade que o folclore ganha cor, vida e forma. As produções folclóricas são feitas, de um modo geral, de forma pessoal, mas que, ao aceitarmos essas produções/criações locais, estamos participando de sua reprodução. Esse movimento, quando adere à coletividade vira “domínio público”. Isso significa dizer que vira um fato folclórico.

13 Cultura popular e folclore são as mesmas coisas?
Câmara Cascudo, um dos maiores folcloristas brasileiros, destaca que “[...] o folclore é a cultura do popular, tornada normativa pela tradição” (1984, p. 240). Ou, “O folclore é o popular, mas nem todo o popular é folclore” (1984, p. 13). Alguns autores acreditam que as duas noções são sinônimos. Ou seja, se as duas manifestações vem do conhecimento produzido pelo povo, podemos entendê-las como produções idênticas. Sabemos também que o fortalecimento da cultura popular foi indispensável para o surgimento do folclore.

14 Segundo a Carta do Folclore Americano, elaborada por especialistas e aprovada em 1970
O folclore é constituído por um conjunto de bens e formas culturais tradicionais, principalmente de caráter oral e local, sempre inalteráveis. As transformações são atribuídas a agentes externos, motivo pelo qual se recomenda instruir os funcionários e os especialistas para que ‘não desvirtuem o folclore’ e ‘saibam quais são as tradições que não têm nenhuma razão para ser mudadas.’ O folclore, entendido dessa maneira, constitui a essência da identidade e do patrimônio cultural de cada país.

15 A proposta dessa Carta impõe certa inflexibilidade, quanto aos aspectos ligados à manutenção da tradição e valorização da constituição do patrimônio cultural. Uma releitura feita da Carta do folclore americano em 1995, no VIII Congresso Brasileiro de Folclore em Salvador (BA), que aponta para uma ressignificação na compreensão do que é folclore. Foi declarado que “o folclore é o conjunto de criações culturais, baseado em tradições individuais ou coletivas de uma comunidade e que represente sua identidade social a partir de fatores como aceitação coletiva, tradicionalidade, dinamicidade e funcionalidade” (CASCUDO apud LARA, 2004, p. 83).

16 Os traços que definiram a nossa cultura popular são os mesmos designados para o folclore, conforme destaca Chauí (1994). Como podemos observar, os dois atuam na intenção de preservar as tradições, como um tipo de cultura espontânea, anônima e coletiva. A cultura popular e o folclore não podem estar atrelados somente ao interior do País, pois temos, nas grandes capitais, o cultivo de tradições folclóricas representativas de nossa cultura popular, a saber, a moqueca capixaba, Vitória/ES, que difere da baiana. Os vários bois, folguedos do Brasil, espalhados pelos Estados brasileiros e, em cada lugar, histórias e significados diferentes, como “o boi de mamão” na Ilha de Florianópolis/SC.

17 É possível distinguir qual a diferença entre as danças populares e as danças folclóricas?
As danças folclóricas somente poderão ser consideradas como tal (folclóricas), se responderem aos fatos folclóricos,às quais estão vinculadas. Para serem, de fato, danças folclóricas, respondem a uma tradição, ritual e a determinada norma. Elas contam uma história. As danças populares, podem ou não estar vinculadas a uma tradição. Em grande parte, são reapropriações de danças já existentes, como é o caso do funk que se apropriou de alguns passos do frevo. Nesse caso, há uma ressignificação do frevo, não quer dizer que tais passos representam a dança folclórica frevo. É como se as danças folclóricas falassem um pouco da história dos espaços sociais de origem, e as danças populares estivessem por toda parte, sendo objeto de reapropriação e ressignificação. Para as danças populares, temos: forró, samba, lambada, danças de salão, break dance, funk, samba reggae, axé, samba de roda. Esses são apenas alguns exemplos (GOMES, 2012)

18 Bibliografia Gomes, Lígia Ribeiro e Silva. Oficina de docência de danças populares / Lígia Ribeiro e Silva Gomes. - Vitória :Universidade Federal do Espírito Santo, Núcleo de Educação Aberta e à Distância, 2012. BRANDÃO, C. R. O que é folclore. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984. CASCUDO, L. CAMARA. Literatura oral do Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1984. CHAUÍ, M. Conformismo e resistência: aspectos da cultura popular no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994. LARA. L. M. O sentido ético-estético do corpo na cultura popular Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004. SANTOS, J. L. O que é cultura. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1983.

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