A prática pedagógica e a construção do conhecimento científico Linha do tempo Noelma Silva
Evolução do conhecimento científico Na Grécia Antiga Entre os séculos VIII a.C. descoberta do logos da razão, ou seja, um salto da visão mítica para o logos Epistemologia – conhecimento válido, que corresponde a realidade. O primeiro estágio é a opinião (doxa), ou seja o senso comum, assim é necessário aprofundar e então alcançar o o estágio da episteme. Na Idade Média: O conhecimento se desenvolve a partir de cunho religioso, acima da razão está a verdade da fé. São Tomaz de Aquino e Santo Agostinho - a razão è incerta (ver para crer) Revolução do pensamento científico – Século XII – separação entre ciência e filosofia
Evolução do conhecimento científico Antes de 1500 a visão preponderante na Europa era a “orgânica” - natureza A partir dos séculos XVI e XVII – a visão de mundo orgânico modifica-se passando a prevalecer a noção de um mundo-máquina, devido a evolução da física e da astronomia (Copérnico, Galileu e Newton) Na Idade Moderna Renascimento – passa-se da visão teocêntrica à antropocêntrica – questionamentos sobre o domínio da igreja sobre o conhecimento As explicações passaram do plano da transcendência do divino para o campo da experiência humana Apogeu do mercantilismo e do racionalismo. Descartes (1556-1650) – “penso logo existo”; Isaac Newton (1642-1727) – formulação matemática da concepção mecanicista da natureza – “teoria da gravidade” – Divisão das ciências.
Evolução do conhecimento científico No século XVIII, nasce o positivismo com Comte que considera a ciência um paradigma para todas as forma de conhecimento Cria a sociologia, no entanto, busca estudar a sociedade utilizando os métodos das ciências naturais Método insuficiente, as ciências humanas então passam a ter o seu próprio modelo de cientificidade para estudar os fenômenos sociais.
Evolução do conhecimento científico Paradigma Cartesiano e Paradigma Social Até então o conhecimento científico constrói-se contra o senso comum – por isso o rigor cientificista No início do século XX, com a constatação de que as ciências evoluíram no entanto não superaram as desigualdades sociais, além disso o desenvolvimento da ciência criaram mecanismos de destruição do próprio homem Diante disso nasce rompe-se com o paradigma cartesiano (Descartes) para um paradigma emergente, holístico, integrado, sistêmico, concebendo o mundo de forma integrada, denominado de Paradigma Social (Capra)
Implicações dos paradigmas no campo educacional Paradigma Cartesiano-Newtoniano A organização da escola é reflexo do paradigma cartesiano ou seja, com a divisão das disciplinas, dos conteúdos, das séries, são empecilhos de perceber o conhecimento de forma mais global. Na relação professor aluno: o não questionamento por parte dos alunos, a limitação das crianças na carteira, a impossibilidade de errar e experimentar O professor é aquele que apenas executa , não é autônomo e portanto sua prática não instigará o aluno a buscar construir seu próprio conhecimento, mas somente copiar e reproduzir
IMPLICAÇÕES DOS PARADIGMAS NO CAMPO EDUCACIONAL Pedagogia Tradicional: Caracteriza-se por acentuar o ensino sem relacioná-lo com a realidade do aluno O conhecimento está pronto e o professor apenas o transmite O aluno é uma tábula rasa – folha branca que será preenchida pelo professor A abordagem Humanista Dá ênfase às relações interpessoais e o ensino é centrado no aluno. O professor é um facilitador da aprendizagem, pois o aluno já possui o conhecimento. Não há preocupação com a produção do conhecimento e uma construção mais crítica pelo educando Abordagem tecnicista: O aluno é responsivo, não participa da elaboração do programa, somente recebe, aprende e fixa as informações passadas A aprendizagem é garantida pela repetição e memorização
Crise do paradigma dominante e o paradigma emergente Com a teoria da relatividade, a física quântica, da microfísica – cria-se uma nova concepção de matéria e de natureza Consequentemente, ao invés da eternidade, temos a história, em vez do determinismo, a imprevisibilidade, em vez do mecanicismo, a interpenetração, a espontaneidade a auto-organização, em vez de ordem a desordem. A dominação da natureza por meio da tecnologia conduziu para uma exploração excessiva de seus recursos. O paradigma emergente para se consolidar como inovador, é necessário que saibamos constituir uma aliança com a visão sistêmica, com a abordagem progressista, embasada em Paulo Freire e o ensino com pesquisa que proporcionará ao aprendiz o exercício da produção do conhecimento. Impõe-se uma pedagogia relacional que propicia ao aluno a ação e a problematização da sua ação, mediada pelo professor.