ESTRADAS E TRANSPORTES II

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Transcrição da apresentação:

ESTRADAS E TRANSPORTES II PROF. DANIELA CARVALHO Mestre em Engenharia Civil 2⁰ SEMESTRE 2013

PLANO DE AULAS AULA 1 INTRODUÇÃO A PAVIMENTAÇÃO: DEFINIÇÃO, EMBASAMENTO TEÓRICO, DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES, CARGA DE RODA EQUIVALENTE, CAMADAS, CLASSIFICAÇÃO, ENSAIO CRB (ISC) .

 DEFINIÇÃO: Pavimento é a estrutura construída sobre a terraplenagem e destinada, técnica e economicamente, a: a - resistir aos esforços verticais oriundos do tráfego e distribuí-los; b - melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança; c - resistir aos esforços horizontais (desgaste), tornando mais durável a superfície de rolamento.

2. EMBASAMENTO TEÓRICO Ações – as cargas que solicitam um pavimento são transmitidas por meio das rodas pneumáticas dos veículos (Fig 1). Pavimento - é um sistema de várias camadas de espessuras finitas que se assenta sobre um semi-espaço infinito Subleito – semi-espaço infinito considerado como um sólido contínuo, homogêneo, isotrópico, linear e elástico e semi-infinito — segundo Boussinesq – que exerce a função de fundação da estrutura.

A área de contato entre os pneus e o pavimento tem a forma aproximadamente elítica (Fig. 3), e a pressão exercida, dada a relativa rigidez dos pneus, tem uma distribuição aproximadamente parabólica, com a pressão máxima exercida no centro da área carregada.

O esquema final dos elementos em jogo restará sempre como uma estrutura intermediária — o pavimento — transmitindo as cargas do tráfego a uma fundação, que é o citado sólido semi-infinito, o subleito, variando quanto ao número de camadas, tipo e qualidade dos materiais constituintes dessas camadas, nas espessuras de cada uma e que são construídas entre a fundação e as cargas que utilizarão o pavimento. 3.PAVIMENTO Base do pavimento É a camada construída para resistir e distribuir os esforços resultantes das cargas do tráfego, que são predominantemente de direção vertical. Revestimento ou capa de rolamento A camada superficial e que tem contato direto com os pneumáticos, construída então para resistir a esforços horizontais e proporcionar segurança e conforto.

4. Distribuição das Pressões Para melhor compreender as definições das camadas que compõem um pavimento, é preciso considerar que a distribuição dos esforços através do mesmo deve ser tal que as pressões que agem na interface entre o pavimento e a fundação, ou subleito, sejam compatíveis com a capacidade de suporte desse subleito. A Fig. 4 mostra uma distribuição de pressões segundo um ângulo α, de tal maneira que a pressão de contato q pode ser considerada a pressão aplicada a uma profundidade z = 0. A partir daí, as pressões estão referidas às profundidades crescentes, chegando à interface entre o pavimento e o subleito, na profundidade z, com uma pressão σz.

.

CARGA DE RODA EQUIVALENTE É a carga sobre uma roda simples, com a mesma área de contatos que uma das rodas de um conjunto, que produz o mesmo efeito desse conjunto a uma determinada profundidade. A legislação brasileira estabelece os seguintes tipos e limites de carga por eixo: Eixo simples com rodas simples – ESRS – máximo de 6,0 t; Eixo simples com rodas dupla – ESRD – máximo de 10 tf; Eixo em tandem duplo – ETD – máximo de 17 tf; Eixo em tandem triplo – ETT – máximo de 25,5 tf.

CARGA DE RODA EQUIVALENTE É a carga sobre uma roda simples, com a mesma área de contatos que uma das rodas de um conjunto, que produz o mesmo efeito desse conjunto a uma determinada profundidade. A legislação brasileira estabelece os seguintes tipos e limites de carga por eixo: Eixo simples com rodas simples – ESRS – máximo de 6,0 t; Eixo simples com rodas dupla – ESRD – máximo de 10 tf; Eixo em tandem duplo – ETD – máximo de 17 tf; Eixo em tandem triplo – ETT – máximo de 25,5 tf.

No estudo das cargas de roda é essencial o estabelecimento da equivalência, quer entre modelos de contatos diferentes (eixo simples de rodas simples com eixo simples de roda dupla), como a equivalência entre cargas diferentes transmitidas com sistemas semelhantes. A deformação e mesmo a destruição dos pavimentos dependem dos fatores enumerados. Interessa saber como as cargas vão ser transmitidas ao pavimento e nem tanto a carga total do veículo, Como mostra a Fig. 1.4, cargas de roda ou de eixos próximos têm seus efeitos sobre os pavimentos superpostos; para que sejam consideradas isoladas, é necessária uma distância entre os eixos que evite essa superposição de feitos.

A Figura mostra um caso de rodas duplas, de eixo simples, em que ternos: I - distância entre as faces internas das rodas; L = distância entre os centros das rodas; Q = carga por eixo simples; Q/2 = carga de roda. O triângulo ABC corresponde à área de superposição de efeitos. Nesse caso, admitem-se as seguintes zonas de distribuição de tensões:

Zona 1: do topo até a profundidade l/2, onde cada roda age isoladamente. A carga de roda equivalente é Q*/ 2 = Q/2; Zona 2: faixa entre a profundidade I/2 e 2.L, onde o efeito das duas rodas é superposto e com intensidade variando em função do quadrado da profundidade. A carga de roda equivalente fica: Q*/2, variando de Q/2 a Q. A razão de variação pode também ser representada pela condição de log Q*/2 variando com o log z; Zona 3: abaixo da profundidade 2.L, as duas rodas agem em conjunto, como uma roda apenas. A carga de roda equivalente é Q/2 = Q. De uma forma genérica e dependendo das condições do subleito, é possível admitir que a espessura necessária de um pavimento é proporcional à raiz quadrada da carga de roda equivalente: z = C. [Q*/2]1/2, sendo C constante. Das pesquisas conhecidas e da experiência já vastamente desenvolvida no sentido de relacionar carga e espessura de pavimento, algumas verdades podem ser enunciadas:

a – as espessuras dos pavimentos são aproximadamente proporcionais ao logaritmo do número de repetições das cargas de roda; b – vários métodos de dimensionamento já levam em conta essa forma de comparação, procurando associar uma carga de roda ou de eixo padrão às cargas que irão solicitar o pavimento, considerando o número de repetições necessário para produzir os mesmos efeitos. A transformação para o número de passagens do eixo padrão do número de passagens de diversos tipos de eixo pode levar em conta a lei de Miner: (ni / Ni) =1 Sendo; ni = número de eixos de peso Qi; Ni = número de solicitações admissíveis de um eixo de carga Q; Chega-se à expressão: N=ni (Qi / Qp)1/b Qp = Carga por eixo, do eixo padrão; b = depende do material empregado no pavimento; c – a consideração de que as pressões sofrem reduções com a profundidade, devido ao alargamento da base d o cone de distribuição, leva a uma parte importante, do ponto de vista econômico, dos estudos visando fixar a estrutura definitiva de um pavimento.

Como a pressão aplicada é reduzida com a profundidade, as camadas superiores estão submetidas a maiores pressões, exigindo na sua construção materiais de melhor qualidade. Para a mesma carga aplicada, a espessura do pavimento deverá ser tanto maior quanto pior forem as condições do material de subleito. Sem rigorismo extremo, pode-se mencionar a regra de que subleito ruim e cargas pesadas levam a pavimentos espessos; subleito de boa qualidade, e cargas leves levam a pavimentos delgados. De qualquer maneira, sendo as pressões decrescentes com a profundidade, o engenheiro é conduzido a complementar a base com uma camada estruturalmente suficiente com materiais menos nobres do que o material da base. A essa camada complementar dá-se o nome de sub-base. Praticando o mesmo raciocínio para essa sub-base, ela pode ser complementada por uma camada de material menos nobre, que recebe o nome de reforço do subleito

CAMADAS Uma seção transversal típica de um pavimento — com todas as camadas possíveis – consta de uma fundação, o subleito, e de camadas com espessuras e materiais determinados por um dos inúmeros métodos de dimensionamento (Figuras 1.6).

6. CAMADAS

Subleito É o terreno de fundação do pavimento. Se a terraplenagem é recente, o subleito deverá apresentar as características geométricas definitivas. No caso de uma estrada de terra já em uso há algum tempo e que se pretende pavimentar, o subleito apresenta superfície irregular devido ao próprio uso e aos serviços de conservação. Em qualquer caso do semi-espaço infinito, apenas a camada próxima da superfície é considerada subleito, pois, à medida que se aprofunda no maciço, as pressões exercidas são reduzidas a ponto de serem consideradas desprezíveis. Geralmente as sondagens para amostragem de materiais destinados ao subleito de um pavimento são aprofundadas até três metros abaixo da superfície, considerando-se como fundação efetiva a camada com um a um e meio metro, aproximadamente. Nos métodos de dimensionamento de pavimentos, a resistência do subleito é tomada de modo variável de método para método. Assim, por exemplo, no método CBR, a resistência do subleito é dada em porcentagem e é obtida num ensaio de laboratório em que se mede a resistência à penetração de um pistão numa amostra do solo do subleito, relacionando essa resistência à penetração, com a resistência oferecida por um material considerado padrão, ao qual se atribui um CBR = 100%.

b. Regularização É a camada de espessura irregular, construída sobre o subleito e destinada a conformá-lo, transversal e longitudinalmente, com o projeto. Deve ser executada, sempre que possível, em aterro, evitando: a - que sejam executados cortes difíceis no material da "casca" já compactada pelo tráfego, a maioria das vezes já por muitos anos; b - que seja substituída uma camada já compactada naturalmente por uma camada a ser compactada, nem sempre atingindo o grau de compactação existe. c - que não se sacrifique o equipamento de escarificação desnecessariamente, agindo numa camada compactada. Tendo em vista as dificuldades de medição dos volumes movimentados e também por tratar-se geralmente de volumes relativamente pequenos, os serviços de regularização são pagos por metro quadrado. A operação de regularização é também chamada de preparo do subleito. A regularização deve dar à superfície as características geométricas — inclinação transversal — do pavimento acabado. Nos trechos em tangente, duas rampas opostas de 2% de inclinação — 3 a 4%, em regiões de alta precipitação pluviométrica — e, nas curvas, uma rampa com inclinação da superelevação (Fig. 1.9).

c. Reforço do subleito É uma camada de espessura constante, construída, se necessário, acima da regularização, com características tecnológicas superiores às da regularização e inferiores às da camada imediatamente superior, ou seja, a sub-base. Assim, o reforço do subleito também resiste e distribui esforços verticais, não tendo as características de absorver definitivamente esses esforços, o que é característica específica do subleito. d. Sub-base É a camada complementar à base, quando, por circunstâncias técnicas e econômicas, não for aconselhável construir a base diretamente sobre a regularização ou reforço do subleito. Segundo a regra geral — com exceção dos pavimentos de estrutura invertida — o material constituinte da sub-base deverá ter características tecnológicas superiores às do material de reforço; por sua vez, o material da base deverá ser de melhor qualidade que o material da sub-base.

e. Base É a camada destinada a resistir aos esforços verticais oriundos do tráfego e distribuí-los. Na verdade, o pavimento pode ser considerado composto de base e revestimento, sendo que a base poderá ou não ser complementada pela sub-base e pelo reforço do subleito. f. Revestimento Também chamado de capa de rolamento ou, simplesmente, capa. É a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do tráfego e destinada a melhorar a superfície de rolamento quanto às condições de conforto e segurança, além de resistir ao desgaste, ou seja, aumentando a durabilidade da estrutura. Em todos os métodos de dimensionamento, a camada de revestimento tem espessura adotada, seja em função de critérios próprios, seja em função do tráfego previsto. Para vias simples — duas faixas de tráfego e duas mãos de direção — espessuras de 3 a 5 cm são habituais. Para auto-estradas, chega-se a revestimentos mais espessos, entre 7,5 e 10,0 cm. Sendo o revestimento a camada mais nobre do pavimento, é evidente que a adoção da espessura não pode servir como medida que venha a reduzir sua resistência, pois representa uma parte do pavimento que é constituída de material mais apto a garantir eficiência no seu comportamento.

7.CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS Em linhas gerais, pode-se adotar a Terminologia Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas — ABNT. Sendo o pavimento uma estrutura constituída de diversas camadas, encontramos sérias dificuldades para achar um termo que possa definir toda a estrutura. De uma forma geral, os pavimentos poderiam ser classificados em (Fig. 1.4): a - pavimentos rígidos b - pavimentos flexíveis.

Pavimentos rígidos: são aqueles pouco deformáveis, constituídos principalmente de concreto de cimento. Rompem por tração na flexão, quando sujeitos a deformações. Pavimentos flexíveis: são aqueles em que as deformações, até um certo limite, não levam ao rompimento. São dimensionados normalmente a compressão e a tração na flexão, provocada pelo aparecimento das bacias de deformação sob as rodas dos veículos, que levam a estrutura a deformações permanentes, e ao rompimento por fadiga.

A dificuldade maior de adotar essa classificação é a liberdade de utilizar camadas flexíveis e rígidas numa mesma estrutura de pavimento. Assim, nada impede a execução de uma camada de revestimento de concreto asfáltico, que é flexível, sobre uma camada de base de solo cimento, que é rígida. Nos pavimentos das vias Anchieta e Anhangüera, esta no trecho São Paulo-Jundiaí, as placas de concreto de cimento, rígidas, foram executadas sobre bases flexíveis. Nos serviços de recapeamento dessas vias, realizados no final dos anos 60, o material utilizado foi o concreto asfáltico, flexível, resultando, atualmente, numa estrutura tipicamente mista.