GT – Vila Itororó. UMA EXPERIÊNCIA COM MORADIA EM ÁREA CENTRAL.

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Transcrição da apresentação:

GT – Vila Itororó

UMA EXPERIÊNCIA COM MORADIA EM ÁREA CENTRAL

GT – Vila Itororó Imagem: Prefeitura de São Paulo

Nossa experiência na Vila Itororó, Bela Vista, área central da cidade de São Paulo, iniciou-se por conta de algumas motivações: alguns alunos já haviam identificado aquele “estranho” lugar como um potencial local de trabalho e de ação pelo projeto. Depois, a mobilização de seus moradores contra o projeto apresentado pela prefeitura (que transformaria toda a vila em “pólo cultural”, com restaurantes e casas de artistas e que data de 2006), saltava aos olhos. Saltava aos olhos, pela importante bandeira (da moradia em área central) e pela legitimidade de se reconhecer que, ao longo de anos de abandono, 70 famílias haviam se instalado ali e agora a Vila Itororó era seu lugar de moradia. O envolvimento do escritório modelo MOSAICO, com esse tema, esse lugar e aquelas pessoas, foi intenso e pautou-se por diferentes etapas de atuação. Isso se deu em A vila Itororó foi construída na década de 20 por Francisco de Castro, um imigrante português que utilizou, entre outros materiais, restos da demolição do teatro São José. Constitui um conjunto de 37 moradias (além de uma piscina, a primeira em área particular) que se destaca pela implantação, arquitetura e ocupação. Foi tombada pelo CONPRESP, pelas resoluções de 1993 e 2002 e declarada “área de utilidade pública” pela Prefeitura de São Paulo em A aproximação do escritório modelo à Vila Itororó e a seus moradores deu-se por etapas, que representaram um enorme aprendizado para todos nós. O trabalho começou por tentar identificar com precisão os dados da realidade que eram divulgados de forma confusa pela imprensa e que, de alguma maneira, respaldavam a proposta de transformação de um lugar de moradia em um núcleo cultural para o bairro. Os habitantes da vila não eram exatamente contra essa proposta (a origem dela vinha de 1974, a partir de um projeto elaborado pelo arquiteto Decio Tozzi), mas reivindicavam o reconhecimento das 70 famílias que ali moravam e, para além do reconhecimento, uma GT – Vila Itororó

proposta a todas elas que viabilizasse condição de moradia em área central. A participação do MOSAICO deu-se, primeiro, no levantamento de todas as casas, registrando condições materiais, físicas e de apropriação. Assim íamos, passo a passo, mergulhando no universo daquele lugar e nas histórias de vida daquelas pessoas. Uma ficha foi elaborada com a localização de cada casa, suas características e forma de ocupação, para que esse material pudesse constituir um documento aos moradores quando da apresentação daquela realidade ao poder público municipal. Além disso, levamos para uma reunião, uma série de experiências de projeto habitacional em área central para que, primeiro, colocássemos a perspectiva da vila no contexto de uma discussão muito mais ampla do direito à localização na cidade e, depois, falássemos do papel do projeto. Aqui o projeto de arquitetura era apresentado como um diferencial, não só pela qualidade que ele pode acrescentar à discussão, mas também, como um importante instrumento na organização da disputa pelo território urbano. A etapa de projeto foi intensa e de grande valor para o MOSAICO: por 8 meses estudantes de vários anos debruçaram-se sobre discussões, desenhos, maquetes, dados, para que chegássemos a uma proposta que incluísse todos os moradores atuais e, ao mesmo, tempo, valorizasse a dimensão urbana, pública daquele lugar. Partindo do pressuposto de que toda a quadra era de “utilidade pública”, propusemos a desapropriação de uma concessionária, junto à Rua Pedroso, que ocupava um lote de significativa extensão, chegando até o interior da Vila Itororó. Nesta área implantamos 4 edifícios habitacionais, com térreos para comércio e para a sede da Associação de Moradores (AMAVILA), além de três praças, que, ao longo de diferentes cotas altimétricas, articulavam a Rua Pedroso com o pátio da vila. A perspectiva era a de que, a partir desse projeto, e com todo o apoio da assessoria jurídica do Centro Gaspar Garcia de Direitos

Humanos (que estruturava uma defesa dos moradores pelo usucapião coletivo), os habitantes da vila pudessem negociar a permanência de várias das casas, com as respectivas famílias, e o deslocamento de outras tantas para os edifícios da Rua Pedroso. O palacete, com os leões e carrancas, poderia vir a ser um equipamento urbano de porte (um SESC, talvez), recuperando a mina d´água que havia gerado a possibilidade da piscina no meio da quadra. Teríamos combinado uma ação no sentido do patrimônio histórico, direito à cidade e moradia em área central. Ou seja, uma experiência de cidadania.

Imagem: Google

Imagem: Aline Fidalgo

Imagem: MoSa I co GERAR UMA NOVA IMAGEM COM RUAS E ESCALA GRAFICA + NORTE

Imagem: MoSa I co GERAR UMA NOVA IMAGEM COM RUAS E ESCALA GRAFICA + NORTE

CORTE A-A Imagem: MoSa I co

GT – Vila Itororó CORTE D -D Imagens: MoSa I co GERAR UMA NOVA IMAGEM SEM FUNDO E EM BOA QUALIDADE

CORTE E-E Imagens: MoSa I co GERAR UMA NOVA IMAGEM SEM FUNDO E EM BOA QUALIDADE

CORTE PESPECTIVADO

PERSPECTIVA Imagens: MoSa I co

PERSPECTIVA Imagens: MoSa I co

MAQUETE Imagens: MoSa I co

Imagem: MoSa I co GT – Vila Itororó

Ficha Técnica