TRANSTORNOS NEURÓTICOS

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Transcrição da apresentação:

TRANSTORNOS NEURÓTICOS Profª. Silvana Ferreira

TRANSTORNOS NEURÓTICOS CID-10 F40-F48 Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o “stress” e transtornos somatoformes F40 Transtornos fóbico-ansiosos F41 Outros transtornos ansiosos F42 Transtorno obsessivo-compulsivo F43 Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação F44 Transtornos dissociativos [de conversão] F45 Transtornos somatoformes F48 Outros transtornos neuróticos

Transtornos fóbico-ansiosos (F40) Ansiedade desencadeada por situações e/ou objetos que não se configuram como risco real. Comportamento de evitação. Ansiedade antecipatória. Preocupação com sintomas relacionados à ansiedade aguda (pânico). Diagnóstico frequentemente associado a episódio depressivo.

Agorafobia F40.0  Medo se ver em situações onde pode não haver socorro ou fuga. Medo de deixar seu domicílio, de multidões e de locais públicos, ou ainda, medo de viajar sozinho em trem, ônibus ou avião. Diagnóstico frequentemente associado a Transtorno de Pânico (também a sintomas depressivos, obsessivos e fóbico-sociais). Comportamento de evitação com prejuízo importante do funcionamento social.

Agorafobia F40.0 Epidemiologia: Ausência de estudos familiares. Prevalência ao longo da vida: 2,5 a 6% Mulheres 3:1 Homens Ausência de estudos familiares. Curso e prognóstico Diagnóstico diferencial Tratamento

Fobia Social (F40.1) Medo de ser exposto à observação atenta de outrem. Comportamento de evitação a situações sociais. Perda da auto-estima e medo de ser criticado. Podem se manifestar por rubor, tremor das mãos, náuseas ou desejo urgente de urinar: paciente acredita que estas manifestações secundárias constitui seu problema primário). Os sintomas podem evoluir para um ataque de pânico. Sintomas podem evoluir para ataque de pânico.

Fobia Social (F40.1) Prevalência:2,4% Início precoce – antes da terceira década de vida (11 a 15 a.) Mulher > Homem (este busca mais frequentemente tratamento por este motivo)

Fobia Social (F40.1) Estudos familiares: Etiologia: Risco relativo de parentes de primeiro grau de pacientes com fobia social é 3X maior que do grupo controle. Etiologia: Hipersensibilidade à rejeição + situação traumática PA Teoria cognitivo comportamental Hipóteses biológicas (hiperreatividade 5OHT e DA)

Fobia Social (F40.1) Diagnóstico diferencial: Curso e prognóstico Outras fobias (agorafobia, fobia simples) Embaraço social secundário a outras condições (tremores, tartamudez ...) Curso e prognóstico Tratamento

Fobias Específicas (F40.2) Fobias limitadas a situação ou estímulo altamente específicos: proximidade de determinados animais, locais elevados, trovões, escuridão, viagens de avião, espaços fechados, utilização de banheiros públicos, ingestão de determinados alimentos, cuidados odontológicos, ver sangue ou ferimentos, etc. Contato com situação temida pode desencadear um estado de pânico

As 10 fobias mais comuns: 1) Aracnofobia: aranha 2) Sociofobia ou antropofobia: pessoas, situações sociais 3) Aerofobia ou aviatofobia: avião 4) Agorafobia: medo de sair de casa 5) Claustrofobia: lugares fechados 6) Acrofobia: altura 7) Carcinomafobia: câncer 8) Brontofobia: tempestade/trovões 9) Necrofobia: morte 10) Cardiofobia: doenças do coração

As 10 fobias mais estranhas: 1) Botanofobia: medo de plantas 2) Clinofobia: medo de camas ou de deitar-se 3) Sofofobia: medo de aprender 4) Vestifobia: medo de roupas ou de se vestir 5) Araquibutirofobia: medo de que se incrustem na gengiva ou no palato a pele que envolve o amendoim, pipoca ou outro componente que adere ao palato como doces compactos 6) Bibliofobia: medo de livros 7) Eufobia: medo de ouvir boas notícias 8) Melofobia: medo de música 9) Aurofobia: medo de ouro 10) Coulrofobia: medo de palhaços

Fóbicos famosos Cesar, imperador romano: escuro Howard Hughes, milionário: lugares abertos e germes Elizabeth I, rainha: rosas Marilyn Monroe, atriz: lugares abertos Henri III, rei: gatos Graham Greene, escritor: sangue e pássaros Natalie Wood, atriz: água Alan Ladd, ator: pássaros David Steinberg, comediante: cobras

Outros transtornos ansiosos (F41) Transtornos caracterizados essencialmente pela presença da manifestações ansiosas que não são desencadeadas exclusivamente pela exposição a uma situação determinada. Frequentemente associados a sintomas depressivos ou obsessivos.

Transtorno de pânico (F41.0) Ansiedade paroxística episódica. Transtorno caracterizado por ataques imprevisíveis e recorrentes de ansiedade intensa (ataques de pânico): não ocorrem exclusivamente numa situação ou em circunstâncias determinadas. comportam a ocorrência brutal de palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade (despersonalização ou desrrealização). freqüentemente há um medo secundário de morrer, de perder o autocontrole ou de ficar louco. Associado a transtorno depressivo (hierarquia diagnóstica). Ataque, Síndrome e Transtorno de Pânico devem ser diferenciados.

Transtorno de pânico (F41.0) Histórico: Sintomatologia descrita há mais de um século 1860 – Guerra Civil Americana – Jacob Mendes Da Costa descreveu “forma peculiar de desordem cardíaca funcional”, chamada de “coração irritável”ou síndrome de Da Costa. 1895 – Sigmund Freud – neurose de ansiedade. Primeira Guerra Mundial – “ação desordenada do coração” (termo britânico) Segunda Guerra Mundial – encaminhamento destes pacientes para o psiquiatra e não para os cardiologistas.

Transtorno de pânico (F41.0) Epidemiologia: Taxas de prevalência ao longo da vida: 1,5 a 2% ( prev. em 6 m. = a 0,6 a 1,1%) Mulheres 3:1 Homens Fatores de risco: separação conjugal e história familiar

Transtorno de pânico (F41.0) Risco de 4 a 8 vezes maior em parentes de primeiro grau de pacientes portadores de T. Pânico do que nos controles. Dados sugerem influência genética (estudos com gêmeos): taxa de concordância para monozigóticos (4 a 13)>que taxa de dizigóticos (0 a 16).Não há estudos com adoção. Não se conhece o modo de herança genética (discordância nos estudos disponíveis).

Transtorno de pânico (F41.0) Etiologia: Teoria psicoanalítica Teoria cognitivo-comportamental Hipótese biológica (hip. noradrenérgica) At. Pânico provocados por yohimbina, isoproterenol e est. da ativ. serotoninérgica. Bloqueados por bzd. (agonistas GABA)

Transtorno de pânico (F41.0) Diag. Diferencial: Condições clínicas gerais: Disfunção tireoideana (hipo ou hiper) Hiperparatireoidismo Feocromocitoma Disfunção vestibular Convulsões Intoxicações exógenas Alterações cardiovasculares hipoglicemia

Transtorno de pânico (F41.0) Diag. Diferencial: Transtornos mentais: Outras fobias Comorbidades Curso e Prognóstico Tratamento

Ansiedade generalizada (F41.1) Transtorno caracterizado por ansiedade generalizada e persistente que não ocorre exclusivamente nem preferencialmente numa situação determinada: a ansiedade “flutuante”. Os sintomas essenciais são variáveis, incluindo: nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico. Medo de adoecer gravemente ou sofrer um acidente são freqüentemente expressos.

Ansiedade generalizada (F41.1) Epidemiologia: Um dos transtornos mentais mais comuns. 4X mais prevalente que t. pânico e 3Xmais prevalente que fobia simples. Taxa de prevalência em estudos comunitários = 2,5 a 8% Mulheres 2:1Homens Estudos familiares e genéticos: Não há diferença entre taxa de concordância quando se compara gêmeos dizigóticos com monozigóticos.

Ansiedade generalizada (F41.1) Etiologia: Teoria psicanalítica Teoria cognitivo-comportamental Teorias biológicas Curso e prognóstico Diagnóstico diferencial Tratamento

Transtorno misto ansioso e depressivo (F41.2) Presença simultânea de sintomas ansiosos e sintomas depressivos, sem predominância nítida de uns ou de outros, e sem que a intensidade de uns ou de outros seja suficiente para justificar um diagnóstico isolado. Chamado também de Depressão Ansiosa (leve ou não-persistente).

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)(F42) Transtorno caracterizado essencialmente por idéias obsessivas ou por comportamentos compulsivos recorrentes. Idéias obsessivas são pensamentos, representações ou impulsos que se intrometem na consciência do sujeito de modo repetitivo e estereotipado. São idéias desagradáveis e perturbadoras as quais o paciente não consegue impedir (ainda que as reconheça como próprias, são estranhas a sua vontade) Comportamentos e os rituais compulsivos são atividades estereotipadas repetitivas. O paciente não obtém prazer direto na realização destes atos os quais, por outro lado, não levam à realização de tarefas úteis por si mesmas. Têm por finalidade prevenir algum evento objetivamente improvável, freqüentemente implicando dano ao sujeito ou causado por ele, que ele(a) teme que possa ocorrer (relacionado às idéias obsessivas). O paciente reconhece o absurdo e a inutilidade de seu comportamento e faz esforços repetidos para resistir-lhes. O TOC se acompanha quase sempre de ansiedade. Principalmente quando o paciente tenta resistir a sua atividade compulsiva.

Transtorno obsessivo-compulsivo F42.0 Transtorno obsessivo-compulsivo com predominância de idéias ou de ruminações obsessivas: Caracteriza-se principalmente por: pensamentos, imagens mentais ou impulsos para agir, quase sempre angustiantes para o sujeito. hesitações intermináveis entre várias opções, que se acompanham freqüentemente de uma incapacidade de tomar decisões banais mas necessárias à vida cotidiana (ruminações obsessivas). Relação particularmente estreita entre as ruminações obsessivas e a depressão (hierarquia diagnóstica).

Transtorno obsessivo-compulsivo F42.1 Transtorno obsessivo-compulsivo com predominância de comportamentos compulsivos Caracteriza-se principalmente pela presença de rituais obsessivos-compulsivos. A maioria dos atos compulsivos está ligada à limpeza (particularmente lavar as mãos) ou verificações repetidas para evitar a ocorrência de uma situação potencialmente perigosa, ou ainda, um desejo excessivo de ordem. Sob este comportamento manifesto existe o medo (do perigo para si ou para os outros) e a atividade ritual constitui um meio simbólico de evitar este perigo.

Transtorno obsessivo-compulsivo F42.2 Transtorno obsessivo-compulsivo, forma mista, com idéias obsessivas e comportamentos compulsivos

Transtorno obsessivo-compulsivo Histórico: Idade Média – Possessão demoníaca Epidemiologia: Prevalência em 6 m.=1,5% Prevalência ao longo da vida=2 a 3% Início precoce (antes da quarta década de vida)

Transtorno obsessivo-compulsivo Etiologia: Teoria biológica (5OHT) Teoria psicanalítica (Pensamento mágico e formação reativa) Diagnóstico diferencial T. personalidade Depressão Esquizofrenia Gilles de La Tourette

Transtorno obsessivo-compulsivo Curso e prognóstico: 80% antes dos 30 anos de idade Curso crônico e prognóstico reservado Tratamento