ANÁLISE DAS LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES DA POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS INTRODUÇÃO O crescimento demográfico e a maior concentração urbana têm.

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26/05/2015.  Geração de RSU ,4 milhões toneladas/ano 76,4 milhões toneladas/ano.
Transcrição da apresentação:

ANÁLISE DAS LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES DA POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS INTRODUÇÃO O crescimento demográfico e a maior concentração urbana têm estabelecido maior consumo de produtos, geração de resíduos e maior ocupação territorial para a disposição final destes resíduos sólidos urbanos (RSU), causando contaminação de solos, água e emissão gases de efeito estufa; problemas à saúde humana; diminuição da biodiversidade e perda da qualidade de vida [1], empobrecimento, marginalização de grupos de trabalhadores e catadores em péssimas e perigosas condições de trabalho; e aumentando o número de incidentes com vetores de doenças [2]. Em agosto 2010, seguindo as orientações do International Panel Climate Change – IPCC [3] e das ações internacionais, principalmente as da União Europeia (UE), o Brasil definiu sua Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS – (Lei /2010) [4], que dentre outras decisões apresenta dois novos conceitos inovadores: a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa pós-consumo [5]. A PNRS vem apontando a Gestão integrada do ciclo de vida total dos RSU (GIRSU) e dentre suas ações, a Logística Reversa, como a melhor solução para a gestão e o gerenciamento dos RSU [5] [6]. A pesquisa teve por objetivo identificar possibilidades e as limitações para a implantação da PNRS. METODOLOGIA Esta pesquisa é aplicada ao conhecimento teórico sobre a Lei /2010 que institui a PNRS. Esta pesquisa teve como metodologia o estudo comparativo da PNRS com ações internacionais e o conjunto de políticas da União Europeia que versam sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) e seu delineamento científico foi estabelecido por meio da busca em sites eletrônicos e análise de relatórios setoriais e de organizações mundiais para gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, com enfoque na priorização dos tratamentos e usos dos RSU. Foi elaborado o levantamento histórico evolutivo das leis brasileiras que estabelecem políticas de gestão e regulamentação para os RSU, identificando o embasamento para a conceituação, elaboração e definição de seus objetivos; e a comparação estrutural entre a PNRS e as diretrizes das leis estabelecidas pela EU. CONCLUSÕES A Lei /2010 que instituiu a PNRS, ainda não foi consolidada e encontra entraves técnicos e políticos para a sua execução eficaz. A maioria destas metas não foi cumprida pelos atores reconhecidos por esta lei, e principalmente pelos governos. A PNRS cita a necessidade de criação de instrumentos de financiamento para a GIRSU, mas não estabelece caminhos orientadores para seu alcance. A PNRS atende a recuperação energética dos aterros sanitários, mas dos produtos diversos, o que fere os princípios mundiais da GIRSU. Não estabelece mecanismos para o desenvolvimento de economia de baixo carbono na GIRSU e tratamento dos RSU Não prevê mecanismos para acesso aos recursos do Programa Mundial de Clima. REFERÊNCIAS 1. UNITED NATIONS Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2014). World Urbanization Prospects: The 2014 Revision, Highlights (ST/ESA/SER.A/352). New York CLIMATE & CLEAR AIR COALITION (CCAC) to reduce short-lived climate pollutants. Mitigating SLCPs from the Municipal Solid Waste Sector. Disponível em: Acesso em 10/10/ INTERNATIONAL PANEL CLIMATE CHANGE – IPCC. Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories. Volume 5. Waste Disponível em: or.jp/public/2006gl/vol5.html Acesso em 12/05/ BRASIL (2011). LEI Nº , de 2 de Agosto de Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ministério do Meio Ambiente, FUNDAÇÃO BRASILEIRA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL – FBDS. Diretrizes para uma economia verde no Brasil II. Resíduos Sólidos Urbanos Desafios e Metas da Política Nacional dos Resíduos. FBDS. São Paulo. SP. Brasil ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PUBLICA E RESIDUOS ESPECIAIS – ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil Conselho de Administração 2015 – São Paulo, SP INTERNATIONAL SOLID WASTE ASSOCIATION – ISWA; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PUBLICA E RESIDUOS ESPECIAIS – ABRELPE. Manual de Boas Práticas no Planejamento. São Paulo, SP. Brasil FRICKE, K.; PEREIRA, C. A Alemanha como Protagonista do Desenvolvimento. Define a responsabilidade compartilhada individualizada e/ou encadeada dos atores da cadeia produtiva dos RSU, para reduzir o volume dos RSU e rejeitos, reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei. O embasamento da PNRS está fundamentado nas Diretivas UE (2008/98/UE); (1999/31/EC); (2000/53/EU); (2002/96/EU); (1994/62/UE) que têm como objetivos, harmonizar as medidas nacionais para prevenir ou reduzir o impacto das emba­lagens e dos resíduos de embalagens no meio ambiente e garantir o funcionamento do Mercado Interno Figura 2 [7]. Figura 2. Estrutura da legislação europeia para gestão de resíduos. Fonte: os autores, Adaptado de [7]. A PNRS orienta governos para políticas públicas em uma nova sistemática da GIRSU com base em princípios modernos e adequados a políticas internacionais, com respeito à hierarquização de procedimentos e valorização e proteção dos recursos naturais [7]. A administração pública enfrenta desafios na GIRSU gerados e a sua gestão incorreta causa impactos à vida humana, perdas econômicas ao município, a contaminação dos recursos hídricos, edáficos e aéreos; a poluição visual; proliferação de animais peçonhentos; acidentes humanos e muitas vezes quando do uso dos aterros sanitários ou lixões, a redução dos seus tempos de suas vidas úteis. RESULTADOS E DISCUSSÃO A PNRS instituiu a data de 02/08/2014 como prazo final para adequação e encerramento as atividades irregulares dos ambientalmente inadequados lixões e aterros controlados. Tem como base os princípios da responsabilidade compartilhada entre os atores envolvidos em todo o ciclo de vida dos produtos, que por meio de acordos setoriais estabelecem ações de priorização para a prevenção, minimização, reuso, reciclagem, recuperação de energia, e disposição final dos RSU gerados na cadeia produtiva Figura 1. De acordo com estes princípios tem-se produtos que retornam imediatamente a cadeia produtiva e, portanto, são considerados não residuais, e os que somente retornam ao processo produtivo após seu consumo total - resíduos. Figura 1. Fluxo de hierarquização para definição de políticas e das atividades de gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos. Fonte: os autores, Adaptado de [7]. Autor 1 (1): Marcelo Langer – Engenharia Florestal pela UFPR; Mestre em Ciências Florestais com ênfase em produção vegetativa pela ESALQ/USP ; Doutorando em avaliação da sustentabilidade do ciclo de vida de produtos pela UTFPR no departamento de Engenharia Mecânica; Pesquisador Sistema Fiep Observatórios Sesi/Senai/IEL Autor 2: André Nagalli, Doutor em Geologia, Mestre em Eng. de Recursos Hídricos e Ambiental e Engenheiro Civil pela UFPR. Professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Civil junto à UTFPR. Endereço do autor (1): Av. Cândido de Abreu, 304 ap.210 – Curitiba, , Brasil – Tel ;