A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL.

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Transcrição da apresentação:

A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL

OBJETIVO Discutir a questão da instrumentalidade do Serviço Social, distinguindo-a da questão dos instrumentos.

Notas Introdutórias Instrumentais ≠ instrumentalidade Instrumentais – meios e instrumentos imprescindíveis ao agir profissional; Através do uso os AS passam da intencionalidade para a efetivação profissional.

Notas Introdutórias Instrumentalidade capacidade qualidade propriedade A instrumentalidade do Serviço Social remete a uma determinada capacidade ou propriedade que a profissão adquire na sua trajetória sócio-histórica, como resultado do confronto entre teleologias e causalidade.

Perspectiva de estudo da instrumentalidade Fundamentos numa ontologia do ser social pautada no trabalho. Trabalho – contém em si determinações materiais e ideais, as quais incorporam não apenas o fazer, mas o porquê, o para que e o quando fazer, ou seja, a intencionalidade das ações humanas.

Referencial teórico-metodológico Marxiano Interpretações lukacsianas

Pressupostos basilares A instrumentalidade é uma condição necessária à reprodução da espécie humana. O trabalho tem instrumentalidade. Só o trabalho dá instrumentalidade e instrumentaliza as coisas, posto que é pelo seu trabalho que o homem atua sobre a natureza ao seu controle.

Pressupostos basilares Primeiro pressuposto da História humana é a de que os homens para prover a sua existência material, relacionam-se com a natureza, transformando-a, e ao fazê-lo, transformam-se a si mesmos. Segundo pressuposto é o de que esse ato de autocriação e de autotransformação incide sobre os outros homens, alterando a sua natureza

Elementos que compõem o processo produtivo Ao transformar a natureza em valores de uso para si por intermédio do trabalho, os homens não apenas criam e recriam modos de produção, como realizam a sua própria essência. O trabalho é assim uma forma de práxis.

Elementos que compõem o processo produtivo Práxis – segundo Marx Conjunto das objetivações humanas, por meio das quais os homens realizam-se enquanto seres humanos-genéricos, objetivações estas que não se reduzem ao trabalho. Entretanto, é por meio deste que o ser social se constitui, se expressa, se desenvolve, cria e recria relações sociais. A práxis é, em Marx, não apenas uma categoria ontológica, mas a categoria fundante da História.

Metamorfoses no processo produtivo Buscam manter a essência de acumulação e valorização do capital. O capitalismo tem de revolucionar as condições do processo de trabalho, portanto o próprio modo de produção, a fim de aumentar a força produtiva de trabalho e assim encurtar parte da jornada de trabalhado necessária para a reprodução desse valor.

Metamorfoses no processo produtivo Oficina artesanal Manufatura Oficina – o trabalhador ainda possui um conhecimento global sobre a atividade realizada. Manufatura – o processo de trabalho é decomposto e distribuído entre vários trabalhadores.

Metamorfoses no processo produtivo O aperfeiçoamento dos instrumentais de trabalho cria as bases para a invenção das máquinas que incrementam o Capitalismo.

Metamorfoses no processo produtivo Como conseqüência processa-se uma inversão na relação homem-natureza: em lugar de o instrumental servir de mediação entre o trabalhador e objeto de trabalho, é o trabalhador que se torna mediador entre o instrumental de trabalho e a natureza.

Instrumentalidade No processo de trabalho a passagem do momento da preparação (projeto) para a ação, propriamente dita, requer a instrumentalidade. É essa capacidade que, como instância de passagem, possibilita passar das abstrações da vontade para a concreção das finalidades.

Instrumentalidade Segundo Guerra (1995) instrumentalidade é considerada como: As propriedades das coisas, atribuídas pelos homens no processo de trabalho ao convertê-las em meios/instrumentos para a satisfação de necessidades e alcance dos seus objetivos/finalidade. Tal capacidade é atribuídas pelos homens no seu processo de produção da vida material, através do seu pôr teleológico. São os homens que atribuem – pelo pôr teleológico – essa capacidade as coisas.

A instrumentalidade do Serviço Social O Serviço Social gesta-se e desenvolve-se num quadro sócio-histórico mediado por processos políticos-econômicos e ideoculturais, como expressão das necessidades da ordem burguesa no períodos dos monopólios. As tensões provocadas pelas lutas de classes “aparecem” convertidas em questões sociais, que o Estado vai ter que responder. Questão social – conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária impôs no curso da constituição da sociedade capitalista (CERQUEIRA FILHO, 1982:21).

A instrumentalidade do Serviço Social Com a complexificação da questão social institui-se o espaço na divisão sociotécnica do trabalho para a prática do Serviço Social. O SS irá trabalhar na implementasse de políticas sociais, contribuindo para a produção e para a reprodução material e ideológica da força de trabalho. As políticas sociais consubstanciam em estratégias do Estado para se legitimar perante a classe operária e a capitalista.

A instrumentalidade do Serviço Social Políticas sociais no países dependentes Vieira (1992) afirma que estas políticas não são propriamente políticas, assemelham-se muito mais a planos, programas e projetos, fruto das revoluções e crises econômicas e de reivindicações operárias e da sociedade civil organizada.

A instrumentalidade do Serviço Social Políticas sociais no países dependentes Características – Focalistas, setorizadas, fragmentadas, formalistas, abstraídas de conteúdos (político-econômicos) concretos. De natureza compensatória – são instrumentais de resolução imediata dos problemas sociais. Resultado – políticas sociais a serviço do capitalismo monopolista. O Estado em busca de dar racionalidade as suas ações irá recorrer as diversas disciplinas sociais.

A instrumentalidade do Serviço Social Surgimento do Serviço Social no Brasil Institucionaliza-se como profissão devido aos recursos do Estado, do apoio da Igreja Católica e do próprio Capitalismo. No estágio do capitalismo monopolista, tendo em vista as necessidades do capital, o acirramento da questão social e as alterações na função do Estado.

A instrumentalidade do Serviço Social Instrumentalidade da profissão Conjunto de condições que a profissão cria e recria no exercício profissional e que se diversifica em função de um conjunto de variáveis tais como: o espaço sócio-ocupacional, o nível de qualificação de seus profissionais, os projetos profissional e societário hegemônicos, a correlação de forças sociais.

A instrumentalidade do Serviço Social Instrumentalidade da profissão como condição sócio-histórica do Serviço Social No que diz respeito à sua funcionalidade ao projeto reformista da burguesia (reformar conservando); 2. Peculiaridade operária – aspecto instrumental-operativo das respostas profissionais (ou nível de competência requerido) frente às demandas das classes, donde advém a legitimidade da profissão. 3. Como um mediação que permite a passagem das análises macroscópicas, genéricas e de caráter universalista às singularidades da intervenção profissional, em contextos, conjunturas e espaços historicamente determinados.

A instrumentalidade do Serviço Social como mediação A instrumentalidade é a categoria reflexiva capaz de apontar as diversas formas de inserção da profissão nos espaços sócio-ocupacionais e as competências e requisições profissionais, de modo a demonstra o concreto particularizado das formas de operar da profissão, ou as “mediações particularizadoras que conferem existência real à profissão em contextos e espaços sócio-históricos determinados.

A instrumentalidade do Serviço Social como mediação A instrumentalidade do Serviço Social como mediação é o espaço para se pensar nos valores subjacentes às ações, no nível e na direção das respostas que estamos dando e pelas quais a profissão é reconhecida ou questionada socialmente. É esta categoria que permite que se estabeleçam vínculos entre o projeto ético-político profissional.

Contexto para se pensar a instrumentalidade na atualidade Políticas neoliberais Constituição Federal de 1988 Política de Assistência Social – universal Desenvolvimento tecnológico Exclusão social Globalização

Cândido Portinari - Colheita de arroz, 1954

Tarsila do Amaral – Operários.