Eficiência do gasto público na América Latina Ribeiro, M.B.; Rodrigues Júnior, W. 2007. In Rogério Miranda e Maurício Saboya (org.) Aspectos do desenvolvimento.

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Transcrição da apresentação:

Eficiência do gasto público na América Latina Ribeiro, M.B.; Rodrigues Júnior, W In Rogério Miranda e Maurício Saboya (org.) Aspectos do desenvolvimento fiscal, IPEA

 Estudos empíricos de Afonso, Schuknecht e Tanzi - AST (2005 e 2006):  Comparação envolvendo países desenvolvidos e emergentes.  Construção de indicadores de desempenho e eficiência.  Conclusão de que o gasto tem se mostrado mais eficiente em países onde o setor público é comparativamente menor.

 Extensão de AST com objetivo de avaliar a eficiência do gasto público na América Latina.  Período escolhido: Alguns dos maiores países da região (Argentina, Brasil, Chile e México) adotaram ao longo dos anos 1980 e 1990 reformas estruturais abrangendo tanto o setor público como outros setores e instituições relacionadas com o equilíbrio fiscal e à melhoria da atividade econômica.

Metodologia DSPi = desempenho global do setor público no país i (indicador composto de desempenho); DSPij = desempenho do setor público na área j do país i (subindicador de desempenho); Ik = indicador econômico ou social relevante; ℑ (.) = função bem comportada que relaciona o indicador ao desempenho do setor público; d(.) = diferencial total; ∂(.) = diferencial parcial; n = número de áreas de governo (no caso n = 5); ni = número de indicadores relevantes para a área de governo em consideração;

Duas classes de subindicadores de desempenho 1) Subindicadores de oportunidade: refletem a influência das políticas fiscais sobre as oportunidades individuais e o bom funcionamento dos mercados. Incluem os subindicadores para as áreas de administração, educação, saúde e infra-estrutura Denominados subindicadores de oportunidades 1) Subindicadores musgravianos : relacionados às três funções principais providas pelo setor público segundo a visão do economista Richard A. Musgrave: equidade social, estabilidade e crescimento econômico

 Subindicadores relativos à infra-estrutura e à equidade social não foram considerados devido à falta de informação sobre os gastos públicos nessas duas áreas para alguns países da amostra.  Indicador composto de desempenho do setor público (DSPi) será composto pela média aritmética simples de cinco indicadores: administração, educação, saúde, estabilidade e desempenho econômico.

Estrutura do indicador composto:

Subindicadores de eficiência (ESPij) Eficiência na j-ésima área de governo do país i ´: Em que GSP ij é o gasto público na área j do país i.

Indicador composto de eficiência (ESPi) Em que GSPij é o gasto público na área j do país i.

DEA  Produtos: subindicadores de desempenho  Insumo: gastos do governo

Dados : gastos  Com relação ao consumo governamental, Colômbia e Brasil apresentam os maiores valores (em torno de 20% do PIB), acima da média de 12,5% no período  Guatemala e República Dominicana apresentam valores mais baixos de consumo, com média abaixo de 10% no período  Gastos em educação apresentam variabilidade (desvio- padrão) um pouco maior do que os gastos com saúde. Países como Equador, Haiti e Guatemala gastam menos de 2% do PIB em educação

Resultados Indicadores compostos de desempenho

Dois indicadores compostos de desempenho 1) DSP1: é uma média aritmética dos cinco subindicadores Panamá é o país de melhor desempenho devido ao alto valor obtido para o subindicador de estabilidade (mais baixa taxa média de inflação entre os países da amostra) e valores acima da média nas demais áreas. 2) DSP2: é uma média aritmética dos três subindicadores de oportunidade. Chile é o país com melhor desempenho.

5 Subind.

3 Subind.

Resultados Indicadores compostos de eficiência

 Dois indicadores compostos de eficiência: ESP1 e ESP2.  Os países que alcançaram os maiores valores para os indicadores ESP1 e ESP2 e, portanto, os mais eficientes, apresentam os menores valores para os gastos governamentais.  Guatemala (maior valor para o ESP1) e Equador (maior ESP2) chegam a apresentar valores abaixo da média para alguns subindicadores de desempenho, mas também possuem um perfil de gastos públicos que se encontra abaixo da média regional.

 O gasto público apresenta baixo retorno com relação ao desempenho nos países latino-americanos, o que é consistente com as evidências encontradas em AST tanto nos países desenvolvidos como nos países emergentes europeus.

Indicadores de desempenho e eficiência  Países eficientes e com bom desempenho: Guatemala (Gua), El Salvador (Esv), Panamá (Pan), Trinidad e Tobago (TrT), Chile (Chi) e México (Mex).  Países eficientes mas com desempenho ruim: República Dominicana(RDm), Equador (Que), Haiti (Hai), Peru(Per) e Nicaraguá (Nic).  Países ineficientes, mas com bom desempenho: Costa Rica (Cri), Bolívia (Bol) e Brasil (Bra).  Países ineficientes e com desempenho ruim: Venezuela (Ven), Colômbia (Col), Uruguai (Uru), Paraguai (Par), Argentina (Arg), Honduras (Hon) e Jamaica (Jam).

Resultados Análise DEA

 Orientação pelo insumo: se determina quanto de cada insumo pode ser proporcionalmente reduzido sem mudar o produto obtido.  Caso 1: Oito países se encontram na fronteira de eficiência: Chile, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, República Dominicana e Trinidade e Tobago.  Colômbia apresentou o menor escore de eficiência relativa (0,505), o que significa que poderia reduzir em cerca de 50% seus recursos governamentais sem alterar o desempenho dos serviços públicos.  Brasil aparece na penúltima colocação (vigésimo entre os 21 países considerados), com escore igual a 0,613, podendo economizar em torno de 40% de seus recursos sem alterar os resultados dos indicadores.  Escore médio de 0,874: países latino-americanos, na média poderiam ser mais eficientes utilizando em torno de 13% menos dos seus recursos.

Análise DEA  Caso 2 (considerando apenas os indicadores de oportunidade): cinco países se encontram na fronteira (Chile, Costa Rica, Guatemala, República Dominicana e Trinidade e Tobago) sugerindo que o critério de eficiência ficou mais estrito ao se considerar apenas as áreas de administração, saúde e educação.  Passaram a ficar abaixo da fronteira: El Salvador (poderia utilizar em torno de 10% menos dos seus recursos), México (em torno de 8%) e Panamá (21%).  Colômbia e Brasil mantiveram as últimas colocações, com os valores do escore inalterados em relação ao caso 1.  Na média, os países poderiam utilizar em torno de 15% menos de recursos públicos: no caso 2 o conjunto de países ficou relativamente mais ineficiente.

Conclusões  Tem-se uma quantificação precisa, mas não necessariamente exata, pois há dificuldade de separar o impacto do gasto público de outras influências nos indicadores de desempenho.  Alguns resultados obtidos vão de acordo com a intuição (Chile e México, os países mais avançados da região, mostraram-se na fronteira eficiente em pelo menos um dos casos).  Alguns resultados são contraintuitivos: diversos países da América Central mostraram desempenho e eficiência acima da média regional.

Conclusões  Brasil: o país poderia economizar cerca de 40% dos seus insumos para produzir o mesmo produto (usando DSP1 ou DSP2).  Desempenho muito ruim, principalmente porque a comparação é feita com países da mesma região.  Não foi levado em conta o desempenho com relação à equidade social e talvez esta seja uma das áreas em que o país mais tenha avançado nos últimos anos, graças à estabilidade econômica e ao aumento dos programas sociais.