BARROCO.

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Transcrição da apresentação:

BARROCO

Como movimento cultural e artístico, o Barroco se estende do final do século XVI até o início do século XVIII. Começa na Itália e alcança vários países europeus e algumas de suas colônias, como o Brasil. A obra dos principais artistas barrocos busca unir aspectos contraditórios: o sagrado e o profano, as luzes e as sombras (oposição que dará origem a uma técnica conhecida como chiaroscuro, isto é, claro-escuro), o paganismo e o cristianismo, o racional e o irracional. O desafio do Barroco era representar um mundo instável.

O projeto literário do Barroco A fala do poeta italiano Giambattista Marini (1568-1625) resume o projeto literário do Barroco: “a poesia tem o desejo de produzir o espanto”. A chave para compreender as características da literatura barroca é aceitar que ela foi escrita com o objetivo de desencadear uma reação em um leitor de perfil muito específico.

O fusionismo e o culto do contraste O termo fusionismo se refere à fusão das visões medieval e renascentista, antagônicas. Essa fusão se traduz, na pintura, pela mistura entre luz e sombra; na música, pela combinação de sons; na literatura, pela associação entre o racional e o irracional, entre a razão e a fé. A busca incessante da união dos opostos leva os escritores barrocos ao uso intenso de antíteses e paradoxos.

O pessimismo e o feísmo A religiosidade acentuada pelas disputas entre protestantes e católicos emprestou um caráter mais dramático à vida no século XVII. Nesse contexto, um olhar mais pessimista para o mundo sobressai nas obras de arte. A vida terrena é caracterizada por traços que sugerem tristeza e sofrimento, para representá-la como oposta à felicidade da vida celestial. Dividido entre razão e religião, o ser humano opta pela religião na esperança de alcançar a glória divina.

O rebuscamento O artista barroco é minucioso na composição dos detalhes e manifesta o gosto pela ornamentação excessiva, que revela o desejo de criar um discurso para convencer o público da glória de Deus. A utilização de uma linguagem trabalhada, cheia de imagens e de figuras, procura dar à literatura a riqueza visual da pintura e da escultura. Isso faz com que os jogos de palavras e as figuras de linguagem sejam muito explorados nos textos.

Todo o rebuscamento presente na arte e literatura barroca é reflexo dos conflitos dualistas entre o terreno e o celestial, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo presente no período renascentista. A arte da contrarreforma A ideologia do Barroco é fornecida pela Contrarreforma. Em nenhuma outra época se produziu tamanha quantidade de igrejas, capelas, estátuas de santos e monumentos sepulcrais. As obras de arte deviam falar aos fiéis com a maior eficácia possível, mas em momento algum descer até eles. A arte barroca tinha que convencer, conquistar e impor admiração.

Conflito entre corpo e alma O Renascimento definiu-se pela valorização do profano, pondo em voga o gosto pelas satisfações mundanas. Os intelectuais barrocos, no entanto, não alcançam tranquilidade agindo de acordo com essa filosofia. A influência da Contrarreforma fez com que houvesse oposição entre os ideais de vida eterna em contraposição com a vida terrena e do espírito em contraposição à carne. Na visão barroca, não há possibilidade de conciliar essas antíteses: ou se vive a vida sensualmente, ou se foge dos gozos humanos e se alcança a eternidade. A tensão de elementos contrários causa no artista uma profunda angústia: após arrojar-se nos prazeres mais radicais, ele se sente culpado e busca o perdão divino. Assim, ora ajoelha-se diante de Deus, ora celebra as delícias da vida.

O tema da passagem do tempo           O homem barroco assume consciência integral no que se refere à fugacidade da vida humana (efemeridade): o tempo, veloz e avassalador, tudo destrói em sua passagem. Por outro lado, diante das coisas transitórias (instabilidade), surge a contradição: vivê- las, antes que terminem, ou renunciar ao passageiro e entregar-se à eternidade.

Forma tumultuosa O estilo barroco apresenta forma conturbada, decorrente da tensão causada pela oposição entre os princípios renascentistas e a ética cristã. Daí a frequente utilização de antíteses, paradoxos e inversões, estabelecendo uma forma contraditória, dilemática. Além disso, a utilização de interrogações revela as incertezas do homem barroco frente ao seu período e a inversão de frases a sua tentativa na conciliação dos elementos opostos.

Cultismo e conceptismo O cultismo caracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada, culta, extravagante, repleta de jogos de palavras e do emprego abusivo de figuras de estilo, como a metáfora e a hipérbole. Veja um exemplo de poesia cultista: Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, A quem infiéis despedaçaram O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga que é parte, sendo o todo. (Gregório de Matos)

Já o conceptismo, que ocorre principalmente na prosa, é marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, nacionalista, que utiliza uma retórica aprimorada. A organização da frase obedece a uma ordem rigorosa, com o intuito de convencer e ensinar. Veja um exemplo de prosa conceptista: Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos. (Pe. Antônio Vieira) ¹mister: necessidade de, precisão.

O Barroco brasileiro São três as condições para a existência de uma literatura nacional: a presença de escritores que produzam continuamente a possibilidade de publicação e circulação das obras literárias e um público que leia regularmente as obras produzidas. Quando essas três condições são atendidas, começa a funcionar o que o crítico Antonio Candido chamou de sistema literário.

Essas condições ainda não estavam presentes no Brasil colonial Essas condições ainda não estavam presentes no Brasil colonial. Apenas os centros urbanos mais importantes, como Salvador e Recife, apresentavam alguma organização. Por isso, os poucos escritores que surgiam viviam isolados. As obras que escreviam raramente chegavam a ser publicadas, o que dificultava muito a circulação. Os textos dependiam de uma difusão oral ou manuscrita, mas isso não acontecia com frequência.

Por esse motivo, quando se estudam as obras dos escritores que viveram no período colonial, diz-se que elas caracterizam manifestações literárias. A produção literária só alcança a condição plena de literatura nacional no século XIX, quando é possível identificar uma produção constante de obras literárias publicadas e lidas com regularidade.

Como tudo começou Em 1601 surgiu o poema épico Prosopopeia, escrito por Bento Teixeira. Esse texto costuma ser considerado o marco inicial da literatura barroca brasileira, embora não apresente grandes qualidades literárias. Os maiores e melhores escritores barroco em língua portuguesa no Brasil surgiram na Bahia: padre Antonio Vieira e Gregório de Matos. Como a vida econômica da colônia estava concentrada

na região Nordeste, era lá que se encontravam os principais artistas e escritores, com destaque para Salvador, que foi capital do Brasil de 1549 até 1763.

Padre Antonio Vieira

Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu na Bahia, em 1697. Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou para a Companhia de Jesus. Por defender posições favoráveis aos índios e aos judeus, foi condenado à prisão pela Inquisição, onde ficou por dois anos.

Responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do barroco, Padre Antônio Vieira é conhecido por seus sermões polêmicos em que critica, entre outras coisas, o despotismo dos colonos portugueses, a influencia negativa que o Protestantismo exerceria na colônia, os pregadores que não cumpriam com seu ofício de catequizar e evangelizar (seus adversários católicos) e a própria Inquisição. Além disso, defendia os índios e sua evangelização, condenando os horrores vivenciados por eles nas mãos de colonos e os cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo) que aqui se instalaram. Famoso por seus sermões, padre Antônio Vieira também se dedicou a escrever cartas e profecias.

Aleijadinho - Antônio Francisco Lisboa  (Vila Rica, atual Ouro Preto MG 1730-1814)