MARCO TÚLIO CÍCERO Sobre a Amizade (De Amicitia) JULIAN DUTRA FILOSOFIA

Marco Túlio Cícero 106 a.C – 43 a.C Advogado, político, orador e filósofo romano, eleito Cônsul em 63 a.C

QUESTÕES INICIAIS O que é a amizade? Como conquistar a amizade de alguém? Há limites para a amizade? Que tipos de amigos queremos ter? Tenho obrigações como amigo? O que há de bom na amizade? Como saber que alguém é meu amigo?

I. DE AMICITIA - APRESENTAÇÃO De Amicitia ou Diálogo sobre a Amizade, é uma obra de Cícero que expõe, de maneira breve, suas opiniões sobre o assunto. Ela não foi, porém, a primeira ou a única obra escrita sobre a Amizade durante a Antiguidade Clássica. As primeiras escritas obras sobre o assunto foram o diálogo Lísis e O Banquete (ou O Simpósio), de Platão (428 – 348 a.C) Porém, a obra de maior influência sobre o tema a amizade em todo o mundo antigo é a Ética a Nicômaco, de Aristóteles (384 – 322 a.C). Esse livro, porém, não trata exclusivamente da amizade, abrangendo também outros temas de Filosofia Moral.

I. DE AMICITIA – APRESENTAÇÃO De Amicitia é uma obra influenciada por ideias aristotélicas e também pelos três volumes sobre a amizade, hoje perdidos, de Teofrasto (372 – 287 a.C), além da obra de Xenofonte (430 – 355 a.C), Ditos Feitos Memoráveis de Sócrates. Nesta obra, Cícero escreve um diálogo entre três personagens: - Caio Lélio, que será o porta-voz das ideias de Cícero. - Caio Fânio - Quinto Múcio Cévola

II. DE AMICITIA – IDEIAS CENTRAIS A amizade só é possível entre pessoas de bem Somente são pessoas de bem aquelas que são pessoas virtuosas Virtudes citadas no texto: lealdade, integridade, equidade, generosidade, temperança, coragem, bondade, justiça, honestidade. Há mais de um tipo de amizade: A Medíocre ou Vulgar, baseada em interesses mútuos. A Perfeita (ou Verdadeira), baseada no afeto (ou amor) mútuo. Somente pessoas de bem podem ter amizades verdadeiras. São algumas causas de desavenças entre amigos: Conflitos de interesses Opiniões políticas divergentes Inconveniências Injustiça Mudanças de personalidade (ou caráter)

II. DE AMICITIA – IDEIAS CENTRAIS São três as regras básicas (ou princípios) a se observar em uma amizade: Primeira Regra: A amizade justifica a prática da injustiça, não se deve fazer algo injusto por amizade. Segunda Regra (que é uma regra dupla, na verdade): Não há espaço para fingimento e hipocrisia, na amizade. Não há espaço para pessoas inconstantes ou que estão dispostas a acreditarem em qualquer coisa sobre nós. Terceira Regra: É preciso que exista igualdade na amizade, e que tratemos os amigos de modo igual. Não devemos fazer distinções entre amizades novas ou antigas, nem tratar de modo diferente amigos de diferentes posições sociais. A amizade verdadeira é o maior bem que existe, depois da Sabedoria (ou Virtude). CONFERIR ANOTAÇÕES SOBRE A OBRA PARA MAIS DETALHES