Regulação Energy Policy Por: Nuno David 23 de Fevereiro 2002

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Programa: 1. Enquadramento 2. Bases fundamentais
Advertisements

Prof. Nivalde J. de Castro Coordenador do GESEL-UFRJ
CONCEITOS PRELIMINARES
Economia e Gestão Financeira
Política de Saúde e Iniciativa Social no Reino Unido
Análise das cinco forças de Porter
Planejamento e Controle de Estoque
Liberalismo, Neoliberalismo e Globalização
Regulação, Mercados e Incentivos Fernando Branco Primeira Convenção Compromisso Portugal Convento do Beato Lisboa, 10 de Fevereiro de 2004.
Estratégia Empresarial Capítulo 7 Internacionalização
José Furtado Centro de Congressos de Lisboa Novos Instrumentos, Novas Ideias e Novas Empresas A Perspectiva do Financiamento.
Direito da Economia A Constituição Económica 29 de Setembro de 2010.
Direito da Economia /13 A Constituição Económica Europeia.
‘A Constituição Económica Europeia’ 6 de Outubro de 2008
A Constituição Económica
Mercado e Estado Evolução das funções económicas do Estado Diana Pires, nº 1417 Jeanine Ferreira, nº 1376.
A Disciplina do Mercado Electrónico na Comunidade Europeia Manuel David Masseno Porto Alegre, 13 de Junho de 2006.
A. Introdução 1. Objecto de estudo: empresas, mercados e sistemas; estruturas e comportamentos 1.1. Objecto da Economia Industrial e da Empresa 1.2. Conceitos.
Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos
A institucionalização dos problemas sociais Três dimensões: Dimensão mediática Indicadores: Número de notícias veiculadas pelos media Dimensão associativa:
5. ANÁLISE ESTRUTURAL DENTRO DAS INDÚSTRIAS
Comércio Internacional
Fundamentos de Economia
Sector de Energia Eléctrica
Maria Olívia de Souza Ramos
Fim das Concessões: Renovar ou Privatizar o Setor Elétrico
Indústria de Gás Natural no Brasil
Regional Clusters and Firm Strategy
Capitulo 12 Microeconomia: A Oferta
Estratégias do agronegócio
Capítulo 4 Direitos de Propriedade, Externalidades, e Problemas Ambientais.
Arthur Barrionuevo Filho - EESP 1 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO CASA CIVIL EGAP - FUNDAP PROGRAMA AVANÇADO EM GESTÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA Intervenção.
Justificações de Interesse Público
Energia Portugal nd of February 2002 Energy Management and Policy -João Meyer -José Mangueira -Pedro Nazareth Energia Portugal 2001, uma publicação.
Monopólio natural.
2EGA107 Economia da Regulação
2EE117 Economia e Política da Regulação Os Aspectos Financeiros da Regulação Económica Hélder Valente 1.
Dissertação do MIEEC/Energia
CAN THE CALIFORNIA AND NEW YORK CRISIS OCCUR IN EUROPE? Vasco Coucello Mesa-redonda no âmbito do MSc em Engenharia e Gestão da Tecnologia Instituto Superior.
Princípios de regulação económica aplicados ao sector eléctrico
Características das estruturas do mercado da EE
Prof. Dr. Alexandre H. de Quadros
Como estabelecer e organizar
A VALORAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL DA EMPRESA NA AVALIAÇÃO DE PROJETOS PELO BNDES 64º Congresso da ABM Belo Horizonte 16/07/2009 João Carlos Ferraz.
REGULAÇÃO E DEFESA DA CONCORRÊNCIA
Monopólio Natural . A existência de sub-aditividade significa que se irá verificar um “trade-off” na determinação da alternativa óptima de governação do.
Preços Óptimos em Monopólio Natural
Seminário Regulação, Infraestrutura e o Futuro do Brasil Painel I – International Experiences on Regulation.
Curso de Especialização para Formação de Gestores e Equipes Gestoras do SUS Módulo I: Políticas de Saúde e os Desafios Contemporâneos Para a Gestão do.
João Santana ERSE / IST João Santana ERSE / IST MESTRADO EM ENGENHARIA E GESTÃO DA TECNOLOGIA 11 de Outubro de 2003 ENERGY MARKET LIBERALISATION: THE REGULATOR.
República Democrática de São Tomé et Principe VII CONFERÊNCIA ANUAL DA RELOP A Regulação dos Sectores de Energia em Tempos de Mudança de Mudança de Paradigma.
Fundamentos de economia
DIREITO ECONÔMICO IRAPUÃ BELTRÃO.
Inovação que não necessita de I&D: sugestões para uma política de inovação tecnológica centrada na difusão e na procura Marketing das Organizações Políticas.
Universidade Católica Portuguesa Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais Tel.: Fax: Economia Aplicada.
Cenários de liberalização do mercado de electricidade Actividade de comercialização de “retalho” Gestão de Energia em S.E.E.
Estrutura de Mercado Prof. Rogério César, Ph.D.
Sistema Econômico / Organização Econômica
1 Sociedade ou mercado da informação? Valores económicos e liberdades e direitos individuais na UE.
1 X Congresso Brasileiro de Energia Racionalização, Regulação e Visão do Consumidor Adriano Pires 28/10/2004.
PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO ESTRATÉGIA E PRIORIDADES Lisboa 20 Fevereiro 2006 NUNO VITORINO Coordenador Grupo de Trabalho QREN.
Diferentes Visões da Concorrência
O pensamento liberal Capítulo 18.
A Regulação do Sector Eléctrico em STP O Regime Jurídico do Sector Eléctrico Conferência sobre a Energia na CPLP MINISTÉRIO DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS.
PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA UMA MATRIZ ENERGÉTICA REGIONAL.
PROTECIONISMO X LIBERALISMO
1 Apresentação de : Luís Mourão Silva – Administrador do IRSE Praia – 7 Julho 09.
Lei de Base da Protecção Social em Cabo Verde
Política ambiental com vista ao desenvolvimento sustentável.
Transcrição da apresentação:

Regulação Energy Policy Por: Nuno David 23 de Fevereiro 2002 Prof. Aníbal Durães dos Santos (2001), “Modelos de regulação, privatização, liberalização e serviços de interesse geral: A perspectiva de um economista”, Conferencia do CEEP: Regulação económica, concorrência e Serviços de Interesse geral, Lisboa

Sumário Direitos de propriedade A regulação económica e os Órgãos reguladores Regulação económica e concorrência Os serviços de interesse geral Análise sectorial Introdução da concorrência

Direitos de propriedade Ideia generalizada O controlo político sobre activos públicos produtivos conduz a: Vários tipos de ineficiência Gestão de tipo burocrático Tutelas múltiplas Direitos de propriedades definidos de forma complexa Mitigando o Principio da responsabilidade Vantagem competitiva, em geral, das empresas privadas face às públicas: Objectivos de gestão Diferentes tipos de incentivos

Órgãos reguladores Monopólios Naturais Tecnologias de rede Capital intensivas Longas vidas económicas Difícil utilização alternativa Materializadas em empresas de grande dimensão Mercados limitados espacialmente Monopólios Naturais Electricidade Gás Água Comunidade Órgão Regulador Independente Empresa Financiamento Exclusivo exploração Cooperação Know-how Direito acesso às redes Interesses Competição Confiança instrumentos Protecção órgão independente

Regulação económica e concorrência Programas de privatizações (inicio nos anos 80) Estado passa de produtor a regulador de produtores. Teorias da regulação: Normativa O Governo é suposto tomar em certo número de medidas de forma a melhorar a eficiência dos mercados Positiva Condições em que o mercado produz de forma ineficiente

Os serviços de interesse geral A tese liberal de Adam Smith pode ser questionada com base em dois princípios fundamentais Igualdade Os cidadãos não devem ser excluídos da possibilidade de consumir certos bens e serviços socialmente importantes, apenas devido a desvantagens económicas e sociais Universalidade Os serviços de interesse geral devem estar disponíveis para todos os cidadãos e não apenas dependentes do objectivo lucro

Os serviços de interesse geral Sectores das tecnologias de rede caracterizados: Significativas economias de escala e de gama Efeitos clube Externalidades Irreversibilidades ligadas a contratos de longo prazo Produção de bens e serviços peso significativo orçamento familiar

Análise sectorial Telecomunicações Na linha da frente: Falhas de Sector de maior crescimento (dimensão e complexidade) Formato multiproduto Variação de procura ao longo do dia Investimentos tipo “sunk” Existência de fortes externalidades entre utilizadores Elementos de monopólio natural (já raros) em alguns segmentos Estrutura de tipo vertical complexa Na linha da frente: Implementação dos métodos regulação por incentivos Níveis de concorrência Falhas de mercado

Análise sectorial Electricidade Produção Transporte Distribuição Sector fundamental (possibilita a existência de outros) Não armazenável Variação de procura ao longo do dia e de forma aleatória O equilíbrio (em continuo) entre o consumo e a produção é um requisito essencial de segurança O custo da interrupção de oferta de electricidade pode ser muito considerável É o sector tecnologicamente mais complexo entre os 3 focados Apresenta um maior número de exemplos de verticalização das fases da sua cadeia de valor O transporte é consensualmente visto como um monopólio natural concedido a um operador independente (ex.: REN) Produção Transporte Distribuição

Análise sectorial Indústria da Água Exigências muito elevadas de qualidade e saúde pública Características de monopólio natural Os custos de operação da rede são proporcionalmente muito significativos face aos restantes (recolha e tratamento da água) pelo que a separação entre a produção e transporte não introduz ganhos relevantes com a introdução de concorrência (único exemplo da separação na A.L. é o Chile). As concessões são geralmente atribuídas com base em leilões permitindo estabelecer o custo eficiente do bem. Activos apresentam vidas económicas longas e têm usos alternativos reduzidos ou nulos (custos irrecuperáveis), o que implica a que as concessões sejam concedidas a longo prazo (20 anos) para garantir a continuidade do investimento. PREÇOS DA ÁGUA (centimos de US$ / m3) Cidade Engarrafada Canalizada Bandung 616 10 Jakarta 185 17 Manila 187 11 Karachi 175 8 Ho Chi Minh 151 Fonte: Banco Asiático de Desenvolvimento, Water Utilities Data Book — Asian and Pacific Region(Manila, 1993).

Introdução da concorrência No âmbito do Acto único (1986) a posição da UE foca-se: Promoção da concorrência (utilities) Liberalização Coordenação, de forma a garantir por ex.: Segurança de abastecimento e ambientais Qualidade e saúde pública Telecomunicações preços acessíveis A Carta Europeia de Serviço Público materializa a perspectiva de “filosofia europeia de serviço público” baseada num modelo de sociedade europeia genuíno que combine concorrência com solidariedade.