Notas em “FREEDOM IN THE COMMONS: TOWARDS A POLITICAL ECONOMY OF INFORMATION”, de Yochai Benkler Daniel Guerrini Mestrando do PPG em Sociologia da UFRGS.

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Notas em “FREEDOM IN THE COMMONS: TOWARDS A POLITICAL ECONOMY OF INFORMATION”, de Yochai Benkler Daniel Guerrini Mestrando do PPG em Sociologia da UFRGS Maio de 2008

Pressupostos Economia da informação em rede Contraposta à economia da informação industrial. Esta começa em resposta à situação caótica da produção em massa de mercadorias e sua distribuição do início do século XX. A informação começa a ser discutida e utilizada tendo em vista processos de controle da produção e do comportamento humano a ela relacionado.

Ainda a Economia da informação industrial Além de que predominou ao longo do século XX uma infra-estrutura capital-intensiva de produção cultural. Todo suporte material para a produção e transmissão de conteúdos culturais dependia de grandes empresas, maquinaria pesada e uma organização industrial de produção e distribuição e massa (Indústria cultural).

Economia da informação em rede Equipamentos que usuários comuns possuem não destoam dos que as empresas possuem. Qualquer um pode publicar notícias, textos, imagens... Novas condições materiais de produção da informação. Descentralização. Produção de cultura entre ‘pares’.

Liberalismo Político Benkler vê, com essa nova economia, a possibilidade de se resgatarem os principais valores de uma sociedade liberal: Democracia, Autonomia e Justiça social. Surge agora uma produção entre ‘iguais’ de conhecimento, cultura e informação como bem-público. Que, ademais, começa a impor limites à produção mercadológica de bens intangíveis.

Liberalismo político X econômico Destaque para a diferença com relação ao Liberalismo econômico: O avanço do mercado impõe limites à busca destes valores. Ênfase na tolerância das diferentes visões de mundo. John Rawls: Uma sociedade liberal deve buscar um modo de produção baseado em outro tipo de propriedade (nem privada nem estatal).

Promovendo valores Democracia Mídia cresce, de fato: Discurso político aberto e ampliado. A mídia perde seu poder de formadora de opinião. Canais alternativos estão amplamente difundidos. Forma um discurso menos coerente, porém, legítimo. Mídia cresce, de fato: AOL Time Warner, at&t, Microsoft... Entretanto, o autor vê isso como uma tentativa de resgatar um poder que ela vem perdendo.

Autonomia Liberdade individual. Na promoção deste valor, a produção não-mercadológica deve ser mais valorizada. A produção proprietária coloca limites à autonomia. Autor se aproxima de uma crítica socialista: o que ele questiona é a apropriação dos canais de transmissão e produção de bens intangíveis. O indivíduo é capaz de definir sua atividade produtiva bem como seu consumo.

Justiça social Princípio da equidade. A liberdade individual de perseguir seus objetivos deve ter como pressuposto as mesmas condições de partida. A desigualdade é justificável tão-somente enquanto estiver baseada nas diferentes escolhas e ações individuais.

O autor sugere que a infra-estrutura seja pública deixando provedores de mercado competirem com atores exteriores ao mercado na produção de informação. Isto diminui os preços e alcança os que estão numa condição inicial desvantajosa. Nações em desenvolvimento, por exemplo.

Tomada de consciência Há significativas pressões para que se reproduzam a se intensifiquem a legislação sobre propriedade intelectual feitas com base na ‘velha’ economia. A sociedade tem se deixado levar pelo lobby de quem “está acostumado a vencer”. A legislação e moral que defendem estes “atores” está baseada, no entanto, em tecnologias e modelos de produção do século passado.