Dietética e educação nutricional na enfermaria

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Olga Matoso Consultora Técnica – PNH/DAPES/SAS/MS.
Transcrição da apresentação:

Dietética e educação nutricional na enfermaria Curso de Aperfeiçoamento em Terapia Nutricional: nutrientes bioativos em nutrição clínica - da evidência à prática Dietética e educação nutricional na enfermaria Profa. Dra. Rosa Wanda Diez Garcia Curso de Nutrição e Metabolismo da FMRP-USP

O que será abordado? Como a internação pode ser uma experiência propícia para mudanças alimentares; O papel do serviço de alimentação e nutrição hospitalar O papel da informação nutricional; Impacto da alimentação como recurso terapêutico;

Como a internação pode ser uma experiência propícia para mudanças alimentares.

Hospital É uma estrutura complexa caracterizada por prover leitos, alimentação e cuidados de enfermagem constantes, circunscritos numa terapia médica, o hospital tem por objetivo recuperar a saúde do paciente. (McKee e Healy, 2000)

Pressões para mudanças Expectativas da sociedade HOSPITAL aumento da expectativa de vida; mudanças no perfil de doenças (distribuição etária, estilo de vida etc.); novas tecnologias; novos paradigmas científicos; necessidade de reciclar conhecimentos e habilidades; dispêndio majoritário do orçamento da saúde; expectativas por parte da população. Pressões para mudanças Expectativas da sociedade acesso universal à saúde; desenvolver ações efetivas e de melhores resultados; uso eficiente dos recursos; qualidade de serviço; melhor atendimento; redefinição do papel do hospital. (Mckee e Healy, 2002; McKee et al., 2002 )

Qual a condição do paciente internado? Abalado emocionalmente pela doença; Sujeito à doença; Distante de suas atividades profissionais; Perda do reconhecimento social; Limitado ao leito; Dependente de cuidados de terceiros; Longe da família e dos amigos.

Mobilização interna O QUE É EDUCAÇÃO NUTRICIONAL ? Por que apreender a comer melhor na enfermaria? “Educação nutricional é uma busca compartilhada entre educador e educando, de novas formas e novos sentidos para o ato de comer que se processa em determinado tempo e local, através da interação e do diálogo, por meio do qual se almeja qualidade e plenitude do viver (Boog, 2000)”. Processo de transformação Mobilização interna

implicações eficácia programas EDUCAÇÃO NUTRICIONAL INTRA HOSPITALAR implicações eficácia ENFERMARIA programas

? Dietética e educação nutricional na enfermaria Frente as questões expostas: de um lado as demandas relacionadas à função do hospital, e de outro, a situação de sensibilização do paciente, gerada pela internação, esta pode ser uma situação propícia para mudanças alimentares? ?

2. O papel do serviço de alimentação e nutrição hospitalar. Acreditação hospitalar

Resultado das medidas de 4 grupos de pacientes segundo mudança do estado nutricional (7 dias de internação) * Diferença Significante p <0,05 Braunschweig et al. 2000

Comparação entre tempo de permanência, custo e mudança no EN da situação de risco e sem risco nutricional (Chima et al. 1997)

ALIMENTAÇÃO HOSPITALAR Função nutricional Função convivial Função higiênica Função hedônica ALIMENTAÇÃO HOSPITALAR Ação terapêutica direta Ação terapêutica indireta Aporte de nutrientes Reeducação nutricional Prazer Segurança Conforto alimentar Ação sobre o bem-estar

Objetivos do SND Evitar riscos de infecção por problemas técnicos de higiene ligados à alimentação; Evitar a depleção e a desnutrição hospitalar; Atender ao usuário de seu serviço; Contribuir como coadjuvante terapêutico para nas doenças crônicas; Reduzir riscos de complicações relacionadas com o estado nutricional; Prevenir agravos em pacientes em quadro agudo.

Atenção nutricional ao paciente hospitalizado Manter ou melhorar o estado nutricional Garantir o aporte nutricional na internação Ações imediatas na internação Aprender com exemplos (viscerais) Proporcionar, por meio da alimentação, uma experiência agradável de internação Sensibilizar para mudanças alimentares Ações mediatas (a média e longo prazo) Estabelecer programa de educação nutricional (ambulatório)

O papel do serviço de alimentação e nutrição hospitalar Donini LM, et al. Improvement in the quality of the catering service of a rehabilitation hospital. Clin Nutr (2007), doi:10.1016/j.clnu.2007.10.004 Objetivo: Verificar a efetividade do aprimoramento por 5 anos da Qualidade do Serviço de Catering (acurácia da prescrição, distribuição da alimentação, tempo da rota de distribuição, porções e temperaturas, avaliação de desperdício e avaliação subjetiva) Questionário dirigido aos pacientes após as refeições.

Ações desenvolvidas no Programa de Qualidade do Serviço de Catering Donini LM, et al. Improvement in the quality of the catering service of a rehabilitation hospital. Clin Nutr (2007), doi:10.1016/j.clnu.2007.10.004 Ações desenvolvidas no Programa de Qualidade do Serviço de Catering Reformulação da dieta hospitalar [2000 Kcal, 90g proteína, 65% de carboidrato pp complexo e 35% de gordura de energia não proteica, cálcio (1g/dia); ferro (10mg/dia) e sódio (3g/dia)]; Opções de cardápio; Reciclagem de cardápio a cada mês; Variedade de preparações (carnes, aves, pescados); Substituição de preparações com baixa aceitação; Utensílios usado para servir a alimentação; Individualização na dietoterapia; Orientação dietética aos pacientes (histórico).

Cor, viço, odor, impressão visual, sensação na boca, gosto e consistência

? Dietética e educação nutricional na enfermaria Qual o papel do Serviço de Nutrição e Dietética para impulsionar mudanças alimentares no paciente internado? ?

2. O papel da informação nutricional.

Suplemento energético 1 porção = 50g

? Dietética e educação nutricional na enfermaria Qual a importância da informação nutricional como recurso para mudanças alimentares no paciente internado? ?

3. Impacto da alimentação como recurso terapêutico.

Terapia Nutricional para Prevenção de Doenças Cardiovasculares Brunner EJ, Rees K, Ward K, Burke M, Thorogood M Objetivo: Avaliar os efeitos da terapia nutricional afim de prevenir doenças cardiovasculares em adultos saudáveis. 38 Ensaios Clínicos (17.871 indivíduos) (escolha aleatória) Grupo 2: Sem aconselhamento nutricional Grupo 1: Com aconselhamento nutricional The Cochrane Library

No grupo com educação nutricional observou-se: Resultados encontrados: No grupo com educação nutricional observou-se: Diminuição do colesterol total – 28,9mg/dl e LDL -col de 32,4mg/dl- após 3 – 24 meses Redução da pressão sanguínea – 2,07mmHg sistólica e 1,15 mm Hg diastólica – após 3-36 meses Redução da excreção de sódio urinário – 44,2 mmol – após 3-36 meses HDL e triglicérides: não houve alteração Aumento do consumo de frutas e vegetais – 1,25 porções/dia Aumento do consumo de fibras – 5,99gdia Diminuição do consumo de gorduras - 4,49% Diminuição do consumo de gordura saturada – 2,36%

Tratamento em grupo utilizando estratégias de auto cuidado em pessoas com diabetes mellitus tipo 2 Deakin T, McShane CE, Cade JE, Williams RDRR Objetivo: Avaliar os efeitos do tratamento em grupo sob aspectos clínico, psicossocial e estilo de vida em indivíduos com diabetes tipo 2. The Cochrane Library

Revisão de 14 publicações – 11 estudos – 1532 participantes Resultados encontrados: Hemoglobina glicosilada 4 – 6 meses: 1,4% Redução dos níveis de glicemia em jejum após 12 meses (18mg/dl) Redução de peso corporal após 12 a 14 meses (1,6Kg) Melhor conhecimento sobre o diabetes após 12 a 14 meses Redução da pressão arterial sistólica após 4 a 6 meses (5mmHg) Necessidade reduzida de medicamentos para diabetes (odds–ratio: 11,8) A cada 5 pacientes que participou do trabalho de educação em grupo, podia esperar que um paciente reduzisse a medicação para controle do diabetes

? Dietética e educação nutricional na enfermaria Qual a importância e como utilizar o impacto da alimentação como recurso terapêutico no processo de educação nutricional? ?

Circunstâncias em que é possível realizar intervenções que promovam mudanças alimentares. A qualidade da dieta hospitalar Observação do consumo alimentar Dietoterapia Visita diária ao paciente Avaliação e monitoramento do estado nutricional