Briseidy Soares Zoologia II Taxonomia e Sistemática.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Nome: CRISTIANA Nº: 05 Serie: 1ª A Profª: ROSIMEIRE DICIPLINA: BIOLOGIA E.E. SENADOR FILINTO MULLER.
Advertisements

BIOLOGIA Professora Cristiane C. Camargo BIOLOGIA Classificação Biológica – capítulo 1.
O Surgimento dos Seres Humanos Nosso planeta existe há mais de 4 bilhões de anos e nele não havia nenhum ser vivo. Estudos de fósseis mostram que os primeiros.
Reconhecimento de Padrões Métodos Sintático e Estrutural Disciplina: Tópicos em Inteligência Artificial Prof. Josué Castro.
Classificar é um meio de tornar inteligível a complexidade do mundo vivo, agrupando os organismos em categorias, segundo critérios preestabelecidos.
GRUPO 4: AGNES WAZEM, GIOVANNA QUEIROZ E IZABELA MAZZOTTI ANIMAIS INVERTEBRADOS: CRUSTÁCEOS.
Taxonomia e Sistemática Vegetal Sistemas de Classificação Adolf Engler Dos primeiros concebidos como filogenético (Darwin e seleção Natural) O sistema.
Resolução de Problemas por Meio da Matemática. Competência X Habilidade Competência: capacidade de realização de ações complexas; Habilidade: associada.
Fractais Geometria. Características Fractais são objetos que podem ser obtidos geometricamente ou aleatoriamente, através de processos recursivos apresentando.
DIVERSIDADE e História da Vida
Evolução.
FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DOS MÉTODOS QUANTITATIVOS APLICADOS À CIÊNCIA AMBIENTAL Prof. Herondino dos Santos Filho.
MACROECONOMIA Site:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
INTRODUÇÃO Sistemática – inventariar, descrever e classificar a
EVOLUÇÃO Prof. Marcelo C..
ESTUDO DO ÁTOMO Próton Nêutron Elétron.
Evolução e Sistemática
Sistemática Filogenética...
Ciências da Natureza e suas
Sistemática e Taxonomia
Barão de Cocais, 26 de Fevereiro de 2016 – Pólo: Barão de Cocais
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
BIOLOGIA Aula 1 - Biodiversidade.
Classificação dos Seres vivos
Atividades com bases de sistemas de numeração
Métodos de pesquisa em PSICOLOGIA
Sistemas de Controle III N8SC3
A DIVERSIDADE DA VIDA Aula 3.
Análise de Algoritmo Profº Me. Jeferson Bussula Pinheiro
Parte 2 Métodos e técnicas de pesquisa
TEORIA DOS SISTEMAS .
Introdução à programação orientada por objetos
CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA
ESTATÍSTICA BÁSICA. Por quê? Em alguma fase de seu trabalho, o pesquisador se vê às voltas com o problema de analisar e entender um conjunto de dados.
CONCEITOS BÁSICOS DE SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA
Introdução à análise combinatória
Classificação dos seres vivos
Construções Lógico –Matemáticas – Aula 08
 FUNDAMENTOS DA CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA  A SISTEMÁTICA MODERNA.
Gêneros de Divulgação científica:
Sistemática Professor Guilherme Ferreira de Lima Filho.
Evolução e classificação
Artrópodes (Filo Arthropoda). Características Gerais O filo Arthropoda (do grego arthros, articulação, e podos, pé, perna) é o mais diversificado do planeta,
1 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos 3.9. Gráfico de Fluxo de Sinais Linearização de Modelos Prof. André Marcato Livro Texto: Engenharia.
Taxonomia e Sistemática
Ciência, Métodos e Metodologia Científica
AULA 2 ESTATÍSTICA DANIEL PÁDUA.
Currículos e Programas
ANAP – ASSOCIAÇÃO AMIGOS DA NATUREZA DA ALTA PAULISTA
Palavras-chave: Sistemática dos seres vivos. Evolução dos sistemas de classificação: períodos pré-lineano e pós-lineano / pré darwiniano.
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
ARTRÓPODAS.
FILO ARTHROPODA Prof. Marcelo.
Princípio Fundamental da Contagem - PFC
Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos. 3. 9
Observe as seqüências numéricas:
Classificação Biológica
O que você deve saber sobre
Áreas da Filosofia.
PREPARATÓRIO ENADE ADMINISTRAÇÃO JULIANA BEZERRA.
PESQUISA QUALI/QUANTI
Prof. Marcio Ferreira Modelagem de dados II
Introdução à Anatomia e Fisiologia Comparada dos Vertebrados.
Metodologia de Pesquisa Robledo Lima Gil. Repensando os projetos de pesquisa...
Anatomia comparada como evidência da evolução biológica.
Classificação dos seres vivos
Biologia Fósseis. Componentes: Deivid Garbrecht Feltz; Thiago Ferreira Lick. Orientador(a): Meris Teresinha Tênis Vila Pavão-ES 2019.
Transcrição da apresentação:

Briseidy Soares Zoologia II Taxonomia e Sistemática

Como classificar os organismos? Os humanos sempre sentiram necessidade de agrupar os organismos na natureza, a fim de compreender a diversidade biológica e facilitar seu estudo. O mais conhecido Sistema de Classificação dos seres vivos foi proposto por Carolus Linnaeus em meados do século 18. Ele criou o que chamamos de Sistemática Clássica, que utiliza de todas as características observadas num determinado organismo para classificá-lo dentro de categorias taxonômicas organizadas numa hierarquia.

A Sistemática Clássica é responsável pela criação de Reinos, Classes, Ordens, e fundamentalmente, Gêneros e Espécies. A Sistemática Clássica exigia muita experiência do cientista para avaliar quais as características dos organismos que deveriam ser utilizadas para sua identificação. Por volta de 1959, um entomólogo alemão chamado Willi Hennig criou a Sistemática Filogenética, que começou a ser utilizada depois da publicação dos seus princípios, em inglês, em 1966.

No início da década de 1970, esta passou a competir diretamente com a Sistemática Clássica, gerando acaloradas discussões em quase todos os congressos de Ciências Biológicas da época. Já na década de 1980, a Sistemática Filogenética e sua respectiva metodologia atingiram o status de paradigma, ou seja, o sistema mais aceito para classificar os organismos.

Mas como pode ser usada a Sistemática Filogenética? Ela difere da Sistemática Clássica em alguns princípios básicos. Por exemplo: Só devem ser utilizadas características exclusivas do grupo em questão, eliminando as características compartilhadas com outros grupos, surgindo assim a ideia de caráter derivado. Ex: Segmentos nos anelídeos se comparado com nematóides

A utilização apenas dos caracteres derivados privilegia a novidade evolutiva (apomorfia) que cada grupo apresenta e elimina muitos aspectos compartilhados com outros grupos. Por exemplo, dizer que: um artrópode se caracteriza por possuir um cordão nervoso ventral, não o distingue de todos os outros organismos protostômios, pois os anelídeos também apresentam esta característica. Assim, o cordão nervoso ventral é uma simplesiomorfia em artrópodes, ou seja, um caráter primitivo compartilhado. Já a presença de apêndices articulados revestidos por um exoesqueleto é uma característica exclusiva dos artrópodes e, portanto, uma sinapomorfia ou caráter derivado compartilhado.

A Sistemática Filogenética identifica e reúne os caracteres derivados em uma matriz de dados. Nesta matriz, as características precisam ser polarizadas, ou seja: aquelas que mais se parecem com o ancestral recebem o número 0 e as mais derivadas recebem números subseqüentes (1, 2, 3). Esse processo é feito comparando os grupos da análise com um ou mais grupos externos. A escolha do grupo externo também segue alguns princípios previstos na metodologia, embora, em síntese, possa ser qualquer outro organismo vivo.

Característica "dedos nas patas": 0 = ausentes; 1 = presentes. Característica "antenas": 0 = ausentes; 1 = presentes. Representação de três táxons (A, B, C) de um grupo hipotético de animais comparados ao táxon que representa o grupo-externo.

A matriz de dados ilustra a transformação dos estados desses dois caracteres nos três táxons (A, B e C). Os caracteres listados correspondem a ausência ou presença de dedos nas patas e de antenas nesses animais. Matriz de Dados e polarização dos caracteres:

Através de procedimentos matemáticos (algoritmo), com o uso de programas para computador (Hennig 86, PAUP, TNT), produz-se árvores filogenéticas ou cladogramas, que representam as relações de parentesco dos organismos analisados, ou seja, as relações filogenéticas. Exemplo de árvore filogenética (cladograma) gerada a partir da análise da matriz de dados. O cladograma acima apresenta dois passos (L), ou seja, cada caráter mudou de estado apenas uma vez. - O caráter 1 mudou do estado zero para o estado 1, o que significa um passo, - O caráter 2 mudou de zero para um, mais um passo no cladograma - Caráter 1: 0 → 1 e Caráter 2: 0 → 1 / L= 2.

Se o número de características e de grupos analisados for pequeno, esse procedimento pode ser feito manualmente, sem a ajuda de um programa de computador. No entanto, quando o número de táxons (grupos) e caracteres é grande, os programas auxiliam o pesquisador a encontrar as árvores com o menor número de passos evolutivos, seguindo o Princípio da Parcimônia. Isto significa escolher a árvore que apresenta melhor resolução. A Sistemática Filogenética nunca parte do princípio de que o exemplar em mãos é o ancestral e sim apenas um táxon relacionado (com certo grau de parentesco) aos demais estudados.

Conceitos da Sistemática Filogenética Clado: É a denominação destes grupos, daí o nome Cladismo também aplicado a esta escola. Cladograma ou Árvore Filogenética: É o diagrama que representa as relações filogenéticas entre os clados.

Grupo monofilético: Grupo que inclui o ancestral e todos os seus descendentes. Exemplo de grupo monofilético.

Grupo parafilético: Grupo que possui um ancestral comum, mas não inclui todos os seus descendentes.

Grupo-irmão: É o grupo monofilético mais próximo daquele em foco no momento. Exemplo de grupos-irmãos.

A forma de classificação dos organismos sofreu uma profunda modificação nas últimas quatro décadas, em função do advento da Sistemática Filogenética. Entretanto, o método possui várias limitações, que no momento não podem ser contornadas. Uma dessas limitações, principalmente em paleontologia, refere-se às características utilizadas na análise.

Para classificar organismos atuais, caracteres como cor, por exemplo, podem ser utilizados. No entanto, nos fósseis, essas características não ficam preservadas, inviabilizando o uso das mesmas. Mesmo assim, o uso deste método se tornou generalizado, uma vez que preenche todos os requisitos necessários para ser considerado científico, não sendo mais aceitável hoje em dia apresentar filogenias idealizadas, como faziam os sistematas clássicos.