CLÍNICA AMPLIADA e outros dispositivos da PNH Disciplina Enfermagem da Família – 5º Semestre UNIP – Curso Enfermagem

HISTÓRICO - PNH 2001: MS lançou o Programa Nacional de Assistência Hospitalar = ação para implantar e ordenar as ações no campo da atenção humanizada nos serviços de saúde. Projeto piloto em hospitais, responsável por focar as relações entre usuários e profissionais da área da saúde. 2003: o programa foi extinto e deu lugar à Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção (PNH).

PNH População-alvo: usuários do SUS, trabalhadores gestores Ela estimula o desdobramento de suas diretrizes em dispositivos: Acolhimento, Acolhimento com classificação de Risco; Equipe de Referência e Apoio Matricial; Projeto Terapêutico Singular,; Ambiência; Gestão compartilhada (colegiados, contratos de gestão; Projeto de acolhimento do familiar/cuidador; Grupo de Trabalho em Humanização (GTH), etc.

PNH- operacionalização A PNH desenvolve e oferece cursos, oficinas e seminários; certifica e divulga experiências bem-sucedidas de humanização no SUS; produz materiais educativos e de divulgação para a implantação desses dispositivos. Já foram realizados ao todo, 40 cursos para formar multiplicadores da PNH, em todas as regiões do país = formados cerca de 4 mil trabalhadores.

PNH- MS Política que atravessa as diferentes ações e instâncias do Sistema Único de Saúde, englobando os diferentes níveis e dimensões da atenção e da gestão. OBJETIVOS: provocar inovações nas práticas( gerenciais e produção de cuidados) Potencializar a garantia de atenção: integral, resolutiva e humanizada.

Clínica do sujeito: essa é a principal ampliação sugerida A Medicina tradicional se encarrega do tratamento de doenças; Para a clínica ampliada, haveria necessidade de agregar, além das doenças,situações que ampliam o risco ou vulnerabilidade das pessoas. A ampliação mais importante, contudo, seria a consideração de que, em concreto, não há problema de saúde ou doença sem que estejam encarnadas em pessoas.

Finalidade do trabalho clínico: Buscar a produção de saúde, por distintos meios – curativos, preventivos, de reabilitação ou com cuidados paliativos Clínica Ampliada: pode também contribuir para o aumento do grau de autonomia dos usuários

AUTONOMIA- o que é? Não é a ausência de qualquer tipo de dependência; É o aumento da capacidade dos usuários compreenderem e atuarem sobre si mesmos e sobre o mundo da vida

AUTONOMIA O grau de autonomia se mede pela capacidade de: autocuidado, de compreensão sobre o processo saúde/enfermidade, pela capacidade de usar o poder e de estabelecer compromisso e contrato com outros

CLÍNICA AMPLIADA O profissional de saúde além de utilizar a semiologia tradicional, terá necessariamente que: Construir vínculo entre si e o(s) usuário(s); agregar elementos da história de vida de cada pessoa, identificando fatores de risco e de proteção: A idade, a condição debilitante (hipertensão, diabete, câncer, etc)o contexto social e cultural, e, até mesmo, a própria subjetividade e a relação de afetos em que cada pessoa inevitavelmente estará envolvida.

A Clínica Ampliada propõe que o profissional de saúde desenvolva a capacidade de ajudar as pessoas, não só a combater as doenças, mas a transformar-se, de forma que a doença, mesmo sendo um limite, não a impeça de viver outras coisas na sua vida. Buscar ajuda em outros setores, ao que se dá nome de INTERSETORIALIDADE

Exemplo de prática – Clínica Ampliada Um serviço de hematologia percebeu que mesmo tendo disponível toda a tecnologia para o diagnóstico e o tratamento dos usuários com anemia falciforme, havia um problema que,se não fosse levado em conta, não resolveria a anemia desses usuários. Essa doença acomete principalmente a população negra que, na cidade em que o serviço funcionava , só tinha acesso ao trabalho braçal, pois a maioria era de classe social baixa. O serviço percebeu que, neste contexto,o tratamento ficaria muito limitado caso o enfoque fosse estritamente hematológico, pois a sobrevivência dos usuários estava em jogo. Ou seja, era necessário criar novas opções de trabalho para os usuários do serviço, uma vez que, mesmo com acesso ao tratamento, eles não poderiam executar trabalhos braçais. A equipe então se debruçou sobre o problema e propôs buscar ajuda em escolas de computação para oferecer cursos aos usuários que o desejassem, criando assim novas opções de trabalho e melhorando a expectativa de vida.

Lições... O serviço de saúde poderia ter se concentrado no problema genético e em toda a tecnologia que ele dispõe para diagnóstico e tratamento, ignorando, como ainda é muito comum de acontecer, a história e a situação social das pessoas que estão sob seus cuidados. Profissionais preparados para atuar na ótica da Clínica Ampliada vão “além” na sua atuação rotineira, podendo obter resultados satisfatorios na qualidade de vida da clientela.

COMO FAZER??? Há práticas bem simples de serem adotadas e que têm grande potencial de facilitar o trânsito da clínica tradicional à ampliada. Possibilitam uma reconstrução de conhecimentos e das posturas da maioria de seus trabalhadores

Clínica Ampliada e Enfermagem Reorganiza-se o trabalho de enfermagem, abandonando a responsabilidade por procedimento, e adotando-se o trabalho centrado no paciente; Cada grupo de enfermeiros e funcionários se encarrega de um grupo definido de pacientes, buscando-se uma abordagem ampliada da atenção e do cuidado de enfermagem.

PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR É uma discussão de caso em equipe, um grupo que incorpore a noção interdisciplinar e que recolha a contribuição de várias especialidades e de distintas profissões. “Projeto:“ indica uma discussão prospectiva e não retrospectiva, conforme acontecia com a tradição de discussão de casos em Medicina.

Projeto Terapêutico Singular Objetiva a realização: de uma revisão do diagnóstico, de nova avaliação de riscos, uma redefinição das linhas de intervenção terapêutica, novas tarefas e encargos dos vários especialistas.