ADICÇÕES Classificação Psiquiátrica

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Transcrição da apresentação:

ADICÇÕES Classificação Psiquiátrica CID-10 e DSM-IV Diretrizes diagnósticas Profª Ms. Alessandra O. Henriques

ADICÇÃO O termo adicção ainda não é reconhecido oficialmente pela psiquiatria Também em português é um neologismo, existindo o termo adição. Mas o termo define condutas com características de dependência.

ALTERAÇÃO X TRANSTORNO Uma consideração muito importante em relação à dependência química é a Alteração da Personalidade (bom prognóstico) A classificação correta para os tipos de comportamentos problemáticos, possivelmente decorrentes de Transtornos de Personalidade é: Transtornos Comportamentais Disruptivos. Entre esses estão o Transtorno Desafiador e de Oposição, o Transtorno de Conduta e o Personalidade Psicopática. Todos eles chamados de comportamentos anti-sociais. (quadro fechado, sem possibilidade de reversão)

COMPORTAMENTO X DEPENDÊNCIA Os desvios comportamentais com presença marcante de agressividade, irritabilidade e oscilações do humor, como nos Transtornos Comportamentais Disruptivos têm uma forte ligação para o uso de drogas ilícitas. Alguns trabalhos sugerem que os traços de agressividade-impulsividade estejam presente em crianças, adolescentes e adultos com Transtornos Disruptivos do Comportamento e com Transtornos Anti-Social da Personalidade, resultando em comportamentos delinqüentes e, principalmente, favorecendo alguma ligação com a dependência química.

COMPORTAMENTO X DEPENDÊNCIA No DSM-IV estão agrupados o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade e Comportamento Disruptivo em um mesmo capítulo sobre Transtornos Diagnosticados na Infância e Adolescência. Classifica entre os Transtornos do Comportamento Disruptivo: 1 - Transtorno de Conduta e; 2 - Transtorno Desafiador Opositivo

COMPORTAMENTO X DEPENDÊNCIA Entre as dependências destacam-se, como paradigma, os chamados Transtornos por Consumo de Substâncias com Dependência, os quais produzem um grupo de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos Além dos transtornos por uso de substâncias, existem outros transtornos conhecidos com o nome de adicções comportamentais. Alguns autores classificam esses transtornos dentro do espectro obsessivo-compulsivo.

Diretrizes Diagnósticas OMS A OMS traça também diretrizes para o diagnóstico. Três ou mais critérios descritos terem sido preenchidos por algum tempo durante o último ano. Diretrizes da OMS para diagnóstico de Dependência 1 - Forte desejo ou compulsão para usar a substância. 2 - Dificuldade em controlar o consumo da substância, em termos de início, término e quantidade. 3 - Presença da síndrome de abstinência ou uso da substância para evitar o aparecimento da mesma. 4 - Presença de tolerância, evidenciada pela necessidade de aumentar a quantidade para obter o mesmo efeito anterior. 5 - Abandono progressivo de outros interesses ou prazeres em prol do uso da substância. 6 - Persistência no uso, apesar das diversas conseqüências danosas.

CID-10 – Dependência Química Enfermidade incurável e progressiva, apesar de poder ser estacionada pela abstinência. “Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após repetido consumo de uma substância psicoativa, tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização persistente apesar das suas conseqüências nefastas, a uma maior prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações, a um aumento da tolerância pela droga e por vezes, a um estado de abstinência física. A síndrome de dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou o diazepam), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.”

SUJEITO X OBJETO X AMBIENTE Para a dependência, são necessários a droga, o ambiente e as condições de personalidade do dependente. Para a existência da dependência química se destaca a presença de possíveis outros transtornos psiquiátricos prévios ao início da conduta adictiva.

COMORBIDADE A Associação Norte-americana de Psiquiatria refere, no DSM IV, uma prevalência de 3% para os Transtornos de Personalidade em homens e de 1% em mulheres da população geral. Essas porcentagens aumentam em populações clínicas, em geral até 30%.

COMORBIDADE Entre os dependentes crônicos de substância, podem chegar até 92% (Dejong, 1993). A associação entre o Transtorno Anti-social da Personalidade e o alcoolismo é a mais estudada. São pacientes com maior gravidade, portadores de dependências mais longas e severas, são mais jovens e com escassas relações afetivas (Powel, 1982; Lewis, 1983 e Cook, 1994).

Incidência de Transtornos de Personalidade em Dependentes Químicos Autor  Ano  %  Tipo Rounsavile 1982 50% Transtorno Anti-Social Wood 1984  15% Transtorno Anti-Social  Khantziam 1985  65%  Transtorno Anti-Social/Paranóide  Regier 1990  52%  Transtorno Anti-Social/Borderline Dinwiddle 1992  68%  Anti-Social/Paranóide/Borderline  Numberg 1993  47%  Transtorno Anti-Social/Borderline  Brooner 1993  50% Transtorno Anti-Social Verheul 1995  22% Transtorno Borderline  Brooner 1967 35% não especificado  Bernardo 1998 64% Transtorno Borderline Sonne 1998 68% não especificado MÉDIA   45,2 Transtorno Anti-Social/Borderline

ALTERAÇÃO X TRANSTORNO DE PERSONALIDADE Alterações de Personalidade podem ser confundidas com os Transtornos da Personalidade, que são muito mais graves, definitivos e que não se revertem. As Alterações da Personalidade são reversíveis depois que o dependente passa um período abstinente. 

ALTERAÇÃO X TRANSTORNO DE PERSONALIDADE Os sintomas descritos no quadro de Alteração da Personalidade Devido a uma Condição Médica Geral se encaixam perfeitamente nas alterações apresentadas pelos dependentes: instabilidade afetiva, fraco controle dos impulsos, surtos de agressividade ou raiva desproporcionais a qualquer estressor psicossocial desencadeante, acentuada apatia, desconfiança ou ideação paranóide.

Principais carcterísticas da Alteração da Personalidade na Dependência Química Mentiras Desmazelo (pessoal e em seu ambiente) Irritabilidade e agressividade Impulsividade Relaxamento da ética Arrogância e prepotência Não cumprimento de compromissos Apatia motivacional Desinteresse por tudo que não diz respeito à droga Instabilidade afetiva Alteração do padrão do sono Alteração do padrão alimentar

PADRÃO DE PERSONALIDADE ADICTIVA Os dependentes costumam obedecer um padrão de personalidade ao longo do tempo de dependência.  Existem traços e características de comportamento, relacionamento e percepção da realidade comuns aos dependentes. Dentro da individualidade de cada um, eles apresentam características comuns uns com os outros

ALTERAÇÃO X TRANSTORNO DE PERSONALIDADE Em se tratando de Alteração da Personalidade e não Transtorno da Personalidade, depois de algum tempo de abstinência a pessoa volta a manifestar sua personalidade prévia Quando o dependente passa por um período de abstinência relativamente longo (de 6 a 12 meses) as Alterações na Personalidade desaparecem. Diz-se que a pessoa "voltou a ser o que era". Caso haja uma recaída no uso das drogas, as Alterações da Personalidade se manifestam em muito menos tempo que da primeira vez. As alterações de conduta, comportamento e relacionamento surgem quase de repente.

COMORBIDADE - DEPRESSÃO Além dos Transtornos de Personalidade, estudos realizados em diferentes partes do mundo têm mostrado existir uma associação importante também entre o uso de drogas e outros transtornos psiquiátricos, particularmente a depressão (Kashani, 1985; Rounsaville, 1991; Lopes, 1991).  Isso não quer dizer que entre deprimidos existam muitos dependentes químicos Entre os dependentes químicos encontramos muitos transtornos psiquiátricos, particularmente a depressão.  

CAUSA – EFEITO - CONSEQUÊNCIA Dificuldade em se estabelecer os fatores de risco psiquiátricos para abuso de drogas Muitas drogas têm como conseqüência de seu uso repetido, o aparecimento de sintomatologia característica da síndrome depressiva. Por outro lado, vários autores sugerem que o uso de drogas pode significar uma resposta à própria depressão (Deykin, 1987; Christie, 1988).

HUMOR Uma outra comorbidade com os Transtorno Anti-Social e Transtorno Borderline é a labilidade de humor (do normal à irritabilidade e não da euforia à depressão). A agressividade impulsiva, freqüentemente associada à labilidade do humor pode ter, como conseqüência, uma síndrome associada a comportamento anti-social e, dentro dela, a dependência química.

IMPULSIVIDADE A impulsividade pode ser o substrato comum de diferentes transtornos emocionais, tais como, nas Dependências Qumicas, Transtornos da Alimentação, Transtornos do Controle dos Impulsos, Transtornos da Personalidade e outros. O termo impulso, de origem psicodinâmica, manifesta a disposição imperiosa da pessoa atuar de forma a diminuir uma tensão.

IMPULSO Relação binária vontade-personalidade Evitação dos efeitos muito desagradáveis da abstinência Efeitos agradáveis associados ao consumo da droga. Impulsos básicos comuns: busca do prazer e fuga da dor.

IMPULSIVIDADE Os Transtornos do Controle dos Impulsos formam um grupo diagnóstico heterogêneo com uma característica comum: sensação de tensão orientada para a busca ao prazer, a gratificação ou a liberação. fragilidade da vontade (volição) Sintoma impulsivo intenso e mal adaptado ao qual a pessoa não sabe resistir.

IMPULSIVIDADE x CONTROLE No DSM-IV, entre os Transtorno do Controle dos Impulsos está o Transtorno Explosivo Intermitente. Atualmente acrescentam-se outros quadros, tais como: Tricotilomania (arrancar cabelos) Transtorno de Tique Síndrome de Toureute Sexo Compulsivo Jogo Compulsivo Piromania Compulsão para Compras Compulsão à Internet