INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: entrevista estruturada

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Transcrição da apresentação:

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: entrevista estruturada Gisele Bervig, Marta Silva, Raquel Guterres, Valéria Souza PEAD/UFRGS Orientadora: Profa. Dra. Dóris Maria Luzzardi Fiss – PEAD/UFRGS Os/as alunos e alunas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) trazem consigo uma história de conhecimentos acumulados, assim como reflexões sobre o mundo e as pessoas. Sendo assim, conhecer suas características e necessidades é o primeiro passo para o educador criar situações pedagógicas significativas para o grupo discente. No segundo semestre de 2009, foram realizadas entrevistas estruturadas com alunos da EJA , objetivando conhecê-los em suas características sócio-demográficas, sócio-culturais e sócio-cognitivas. O que justifica esta proposta de pesquisa é a escassez de registros históricos sobre a Educação de Jovens e Adultos na Região da Grande Porto Alegre e a falta de dados que caracterizem melhor as pessoas que freqüentam essa modalidade de ensino. Como educadoras, acreditamos na importância de reconhecer as especificidades desta modalidade que têm em seu público sujeitos com muitas vivências ricas, constituindo, assim, crenças, valores e hábitos de grande valia para a construção do processo ensino e aprendizagem. Além disso, esses sujeitos trazem as marcas da exclusão pela qual passaram: “O primeiro traço cultural relevante para esses jovens e adultos, especialmente porque nos movemos, aqui, no contexto da escolarização, é sua condição de excluídos da escola regular” (OLIVEIRA, 1999,p.61). Ao abordarmos essa perspectiva, articulamos práticas educativas significativas. Citando Paulo Freire (1991), Correa (2003,p.13) coloca que “é preciso um despojamento das verdades prontas, das certezas e dos preconceitos, é preciso estar atento e ouvir as falas e sentidos dos jovens e adultos. Mais do que permitir ao aluno dizer o significado, deve-se de fato incorporar esses significados ao ato de ensinar”. TABULAÇÃO DOS DADOS OBJETIVOS DA PESQUISA Conhecer a realidade dos educandos da EJA na região pesquisada. Estudar pontos de vista de diferentes estudiosos sobre esta modalidade de ensino. Produzir debates, descobertas e aprendizagens pela articulação entre as falas dos educandos e os estudos desenvolvidos na Interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil (2009/02 – PEAD). INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: entrevista estruturada MAPA CONCEITUAL – síntese da análise dos dados DISCUSSÃO Os alunos da EJA têm como características predominantes: uma história de escolaridade interrompida ou inexistente, um modo de vida coerente com o de seu grupo de origem, com que compartilham a baixa escolarização, e um contexto de pobreza. No entanto, dentro de um mesmo grupo, são identificados diferentes níveis de competências e dificuldades, o que revela grande heterogeneidade. Para Marta Kohl de Oliveira (1999), algumas características do funcionamento cognitivo comumente associadas aos jovens e adultos são: “pensamento referido ao contexto da experiência pessoal imediata, dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade cognitiva, bem como pouca utilização de procedimentos metacognitivos” (p.72). Contudo, avançando em relação a esta caracterização, é necessário lembrar que os educadores e educandos são sujeitos portadores e produtores de cultura, de saberes, são sujeitos coletivos, ou seja, pertencem aos mais diferentes grupos, concomitantemente, seja de classe, de raça e etnia, religião, gênero, partidos políticos etc. Reconhecer isto é um grande passo em direção a uma mudança que acreditamos necessária: transformar a escolarização em educação, quer dizer, vincular o ensino a processos sociais mais amplos do que os conteúdos programáticos, fugindo, assim, do ensino tecnicista e investindo numa ação a partir da qual se constituam condições de autonomia para o exercício da cidadania e da qualificação profissional. Descobrimos com Marta Khol (1999, p.65) que existe conflitos entre diferentes culturas dentro de um mesmo grupo heterogêneo de jovens e adultos da EJA, por que neste grupo existem pessoas com pensamentos diferentes ou iguais sobre o mesmo objeto de estudo com dificuldades e potencialidades para construir aprendizagens significativas. Trabalhar com EJA é tarefa desafiadora, mas, sendo a escola um local de confronto de culturas e local de encontro de singularidades, oportuniza ao aluno ser sujeito do seu próprio pensar e, portanto, principal autor e ator de sua própria aprendizagem. Desta forma, podemos dizer que a EJA, enquanto Educação Popular, constitui-se: num processo permanente de refletir a militância em busca de objetivos próprios; numa prática educativa como prática política; numa práxis onde conteúdo é conscientização; numa ação em que o sujeito está em busca da leitura do mundo . A EJA tem as seguintes funções : a reparadora, equalizadora e qualificadora que juntas tem por objetivo reparar uma dívida inscrita em nossa história social e na vida de tantos indivíduos, igualar as oportunidades e propiciar a todos a atualização de conhecimento por toda a vida.  Parecer CEB no 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos . Relator: Carlos Roberto Jamil GIROUX, Henry. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In: FREIRE, Paulo e MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura da palavra, leitura do mundo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 1-27 OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73